Resenha de " Alice e as armadilhas do outro lado do espelho" (Mainak Dhar)

Título: Alice e as armadilhas do outro lado do espelho
Autor: Mainak Dhar
Editora: Única
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Sinopse: Você está pronto para as armadilhas do outro lado? Mais de dois anos se passaram desde que Alice seguiu um Mordedor com orelhas de coelho e entrou em um buraco, o que deu início a uma série de acontecimentos que mudaram a vida dela e a de todos que moram no País das Armadilhas. A Guarda Vermelha resolvera conceder trégua; Alice havia reinstaurado a paz entre humanos e Mordedores e, sob a liderança dela, os humanos tinham conseguido fundar a primeira comunidade real e verdadeiramente organizada desde a Insurreição — uma cidade chamada País das Maravilhas. Entretanto, o aparente estado de paz é rompido depois de diversos ataques dos Mordedores e Alice se vê rejeitada pelas mesmas pessoas por cuja liberdade ela lutou. Agora precisa voltar ao País das Armadilhas para desvendar essa nova conspiração que ameaça o País das Maravilhas. E fazer isso significa ficar frente a frente com sua maior e mortal adversária — a Rainha Vermelha.

Lamento escrever que voltei a ter sérios problemas com um livro da série. Insisti no segundo para ver se iria haver uma melhora em relação ao primeiro, e acabei me questionando se o autor pensou que ter uma boa ideia era garantia de ter uma boa história. 

Como é o livro do meio, não vamos nos ater ao que realmente acontece nesse. Basta entender que o pano de fundo é um mundo distópico e que se passa na Índia. Existe essa protagonista, baseada na nossa Alice do Lewis Carroll, que meio que organizou uma trégua entre os remanescentes humanos e os Mordedores - espécies de zumbis que povoaram a Terra após um certo surto viral. 

Então, sim, eu gosto da construção que o autor dá ao mundo de modo geral. Gosto do fato de se passar na Índia, e de como ele cutuca a política de forma indireta - o direta - quando lança brigas entre governos. O que não gosto é quando ele tem a faca e o queijo nas mãos e faz uma merda de desenvolvimento quando poderia ter sido incrível. O que não curto é quando ele cria diálogos absurdamente irreais dentro de determinados contextos. O que odeio, é que tenha tido uma ideia tão fenomenal, e ela foi reduzida a uma tentativa frustrada de conter muitas informações - muitas vezes desnecessárias- e não existir uma linha plausível entre elas que as justifique. 

Não estou dizendo que o livro é de um todo ruim. Como disse, ele tem uma boa ideia, mesmo que forçada em muitos momentos. Tem uma protagonista interessante, ainda que idiota na maioria das vezes; e possui uma sátira bacana na questão social e política dessa Índia devastada pelo "vírus". 

Contudo devo lembrar que sou uma leitora que sempre resgata algo de bom de um livro, mesmo que eu tasque ele na parede depois. Todo, repito, TODO livro tem algo que vai ser de valioso para quem lê. As vezes muito mais para uns do que para outros, mas tem o seu valor e deixa algum recado. 

Também preciso ressaltar que do mesmo modo que tiro pontos positivos do que leio, sou extremamente crítica com meu gênero predileto, que são as distopias. E aqui essa histórica peca bonito, ao meu ver. 

Penso que o autor tinha uma vastidão de assuntos que deixou pendente. Claro que ainda existe um último livro da trilogia, e que vou ler porque sou uma pessoa persistente. Mas não espero muito dele. Uma droga, né? Eu sei. Queria muito que tivesse funcionado para mim. Meu gênero predileto junto com uma das minhas histórias infantis prediletas. Mas não foi. Diria que foi um livro passável. Só isso. 

A narrativa de Dhar ainda é cansativa, os diálogos são chatos e o desenvolvimento da história faz você rodar horrores e não te leva para lugar algum. 

Se você que está lendo essa resenha tem um gosto parecido com o meu, então sugiro nem começar a série. Agora se você difere um pouco do que acredito que seja uma boa construção distópica, e se não é muito exigente no quesito "diálogos", então se joga, uai! Mal não há de fazer. 

Por último digo que a diagramação do livro é lindíssima, que a edição está ok em relação a ortografia, e que os livros ficam um arraso na estante!


Resenha de "A Sociedade Santa Zita" (Ruth Rendell)

Título: A Sociedade Santa Zita
Autor: Ruth Rendell
Editora: Bertrand (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Mortes acidentais e loucura patológica sobem e descem as escadas de Hexam Place.Vistas de fora, as vidas dos moradores e empregados domésticos de Hexam Place parecem plácidas e ordeiras. Mas debaixo dessa camada superficial de tranquilidade, as relações de trabalho estão prestes a entrar em combustão.
Henry, o belo criado de lorde Studley, está dormindo tanto com a mulher quanto com a filha universitária do patrão. Em troca de gorjetas, Montserrat, a preguiçosa au pair da família Still, ajuda a dona da casa a manter em segredo um caso com um ator de televisão. June, a esnobe empregada doméstica de uma princesa de origem duvidosa, tenta convencer outros trabalhadores domésticos a participarem de uma “sociedade” para tratar de reclamações sobre seus empregadores.
Enquanto isso, Dex, o perturbado jardineiro, que presta serviços a várias famílias da rua, acredita que uma voz em seu telefone celular está lhe dando instruções divinas, comandos que podem colocar em perigo as vidas de todos em Hexam Place.

Decepção. Não há outra palavra para identificar o que senti ao ler esse livro. Esperava tanto, mas acabei detestando no final das contas. Uma pena, porque a ideia dele era excelente. Me lembrava um pouco do clima de Downton Abbey. Isso foi antes de ver os tipos medonhos e desprezíveis que existem aos monte em A Sociedade Santa Zita. 

Temos esse grupo de empregados que trabalham em casas de importantes pessoas em Londres. Eles se reúnem em um bar vez ou outra para falar mal de seus patrões e socializar entre si. Se chamam de A Sociedade Santa Zita em homenagem a santa padroeira dos empregados domésticos. 

Então não temos uma linha de acontecimentos que cheguem num finalmente nesse livro. Na verdade é um retrato de empregados e empregadores nesse microcosmo que a autora Ruth Rendell quis construir. O grande problema é que a maioria dessas pessoas são medíocres e desprezíveis. Que todo ser humano tem um pouco disso tudo, é verdade, mas ser assim o tempo inteiro e um grupo inteiro é meio surreal. 

Nem quem contrata, nem os contratados parecem ter um pingo de decência. Não me apeguei a nenhum deles em particular. Quando tentava me apegar, algo acontecia e tudo ia para o ralo. E isso me incomodou um bocado. Um retrato de pessoas em um lugar e nenhum deles me agradou? Então existe algo de errado. Sou fácil de me apegar!

Eu ainda fui levando o livro esperando o momento mágico em que a autora iria me dar o "finalmente" de todas aquelas pessoas péssimas, tanto individualmente, como num todo, mas isso não aconteceu, e passei a detestar a ideia de tudo o que ela construiu. Era só um bando de gente ruim, se comportando de maneira ruim, por motivo nenhum que justificasse. 

Foi um livro mal escrito, fato! Não duvido que Ruth Rendell seja uma boa escritora. Ela tem uma legião de fãs lá fora absurda! Muitos livros escritos e muitos deles com notas realmente boas por ai. Acho que dei azar. Ou a Bertrand resolveu trazer o pior livro dela. Não sei, mas não me agradou nem um pouco. 

É muito mais fácil de se falar de um livro que não gostamos do que de um que gostamos. Eu poderia passar o dia aqui falando sobre os vários motivos de ter detestado esse livro. Provavelmente porque criei expectativas demais e ele merecia de menos. 

Onde era para haver suspense, quase não teve. A atmosfera te prepara para algo que quando acontece é simplesmente ruim. Os personagens são retratados de forma como se as coisas péssimas que eles possuem fossem suas qualidades, e isso é estranho. E olhe que sou a pessoa mais adepta a realidade da raça humana, heim! 

Acredito que todo livro tenha um objetivo, e penso isso sobre esse. Acho que a autora quis apenas falar sobre uma classe social e como ela nem sempre é "coitadinha" na história. Mas não foi para mim. Aceito a ideia, mas não concordo com a forma como ela fez. Não sei em que lugar enquadrar esse livro... suspense? Policial? Drama? O que exatamente deveria ser? Não sei!

E o lance da tecnologia realmente me incomodou. Hora eles pareciam super modernos, hora se perdiam no que parecia ser o século XIX. Acho que foi uma forma de dizer que as coisas não mudaram tanto na relação "patrão X empregado" com o passar do tempo, mas isso me deixou sem acreditar no que era dito, e isso é outro problema. 

Enfim, uma série de problemas num livro tão curto. Realmente uma pena. Tinha tudo para ser espetacular. 

Não vou desistir da autora por causa desse livro, pelo contrário. Me sinto desafiada a achar outra coisa dela para entender o motivo de ser tão bem retratada lá fora. 







Resenha de "A Garota Perfeita" (Mary Kubica)

Título: A Garota Perfeita
Autor: Mary Kubica
Editora: Planeta (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Mia, uma professora de arte de 25 anos, é filha do proeminente juiz James Dennett de Chicago. Quando ela resolve passar a noite com o desconhecido Colin Thatcher, após levar mais um bolo do seu namorado, uma sucessão de fatos transformam completamente sua vida.
Colin, o homem que conhece num bar, a sequestra e a confina numa isolada cabana, em meio a uma gelada fazenda em Minnesota. Mas, curiosamente, não manda nenhum pedido de resgate à familia da garota. O obstinado detetive Gabe Hoffman é convocado para tocar as investigações sobre o paradeiro de Mia. Encontrá-la vira a sua obsessão e ele não mede esforços para isso.
Quando a encontra, porém, a professora esté em choque e não consegue se lembrar de nada, nem como foi parar no seu gélido cativeiro, nem porque foi sequestrada ou mesmo quem foi o mandante. Conseguirá ela recobrar a memória e denunciar o verdadeiro vilão desta história?

Curto trillers psicológicos. Gosto de como as histórias são conduzidas até um clímax que poucos esperam, ou que esperam e ainda assim se surpreendem pela ousadia do autor em conduzir a trama naquela direção. Com A Garota Perfeita eu vivi muitos altos e baixos. Mais altos do que baixos, confesso. 

Como vemos na sinopse, Mia leva um bolo do namorado e resolve afogar a raiva em um bar, onde conhece Colin, Esse, por sua vez, acaba sequestrando a garota, o que de início entendemos como um crime contra o pai dela, um juiz linha dura que já causou alguns problemas aos bandidos da cidade. E depois passamos a não entender mais, quando Colin desobedece uma ordem e esconde Mia em uma cabana, longe do que seria o plano inicial. 

É só o que temos sobre a história, e apenas isso vai levar você do início ao fim para tentar entender o que acontece com a cabeça do sequestrador, Colin. Quando você pensa que o crime foi cometido por um certo motivo, daí a história vira e você se pega com fatos que contradizem o que acreditou até aquele momento. Chega a ser um tanto fantasioso o desenrolar, mas não é tanto, ok?! Só a mente perspicaz de uma autora com tato para entender e transcrever partes das doentias mentes humanas. 

A parte boa desse tipo de livro é sacar em que momento você se perdeu na revelação do caso, que aparentemente esteve na sua cara o tempo todo e você não enxergou. É, bons autores nos fisgam dessa forma ao ponto de xingarmos a nós mesmos pela burrice de não ter entendido antes. 

O livro é narrado por três pontos de vista, e apenas no final você tem a narração de Mia e a explicação do que aconteceu de fato. Até lá vamos acompanhando o drama familiar que envolve Mia, mãe e pai, pela voz da mãe. O desenrolar policial através de Gabe, o investigador; e a maluquice (ou não?) de Colin, o sequestrador. 

Gosto de tentar desvendar esse tipo de história, e foi complicadíssimo com essa. Quando achava que estava acertando, a autora me jogava muito longe do que pensava. Saca aquela brincadeira do quente e frio? Parecia que estava brincando daquilo. Gostei muito de como ela trabalha a construção dos personagens e acontecimentos na mente do leitor. Funcionou comigo de uma forma absurda. Contudo preciso dizer que se não fosse o surpreendente final, o livro teria tido uma nota menor. Se ele não fosse tão legal, provavelmente não teria achado o conjunto da obra tão bacana. Ele exige um puta desfecho, e graças a Deus foi o que aconteceu. 

Há um pouco de apego de Mia ao sequestrador? Há muitas mentiras ocultas na família? É isso que vai te prender, e depois te soltar. São as coisas não ditas nesse livro que revelam o desfecho, e são elas que você vai precisar entender para completar a ideia do que a autora quis dizer com tudo aquilo. 

Apesar dos altos e baixos na velocidade da narrativa, eu curti muito o desfecho do livro. 



Aplicativos úteis para blogueiros (Geral)


Hello, galera!
Recentemente gravei um vídeo falando dos aplicativos que possuo no celular e que acho útil para minha função de blogueira, o que deve ser o caso da maioria de vocês.
Se alguém quiser que me aprofunde em algum especificamente, favor deixar nos comentários que providencio. Se também preferirem essa postagem em texto, posso fazer. Vocês é quem mandam!
Até lá, acompanhe o primeiro vídeo sobre o assunto que saiu no canal.
Enjoy!



Resenha de Trama (Michael Jensen e David Powers King)

Título: Trama
Autor: Michael Jensen e David Powers King
Editora: Arqueiro 
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Sinopse: TODO MUNDO FAZ PARTE DE UMA TRAMA.O sonho de Nels era ser cavaleiro do reino de Avërand. Filho obediente, ajudava como podia os moradores de sua pequena e tranquila aldeia. Querido por todos e tratado como herói, acreditava que logo seria selecionado como escudeiro da cavalaria.
Mas isso foi antes de ser assassinado por uma figura misteriosa.
Nels virou um fantasma, e agora só uma pessoa consegue vê-lo: a princesa Tyra, herdeira do reino e sua única esperança de entender o motivo do crime. A princípio, a jovem mimada não dá a menor confiança para o rapaz, mas, à medida que o mistério da morte dele vai se desenrolando, os dois percebem que têm em comum um segredo e um inimigo terrível, que pode se disfarçar de qualquer pessoa.
Nels e Tyra não têm escolha. Precisam fugir do castelo, desbravar um mundo oculto repleto de magia e espectros sombrios e encontrar uma agulha, a relíquia capaz de remendar o que foi descosturado na Grande Tapeçaria. E o tempo corre contra eles, pois o fio de Nels está prestes a desaparecer para sempre.

Trama é o tipo de livro que tem a sinopse tão atrativa quanto duvidosa. Quer dizer... você sabe que é uma fantasia, mas está tão acostumado com Guerra dos Tronos e O Senhor dos Anéis, com seus enredos complexos e reais, apesar de ficcionais, que quando bate o olho na ideia de que o personagem morre, mas continua como fantasma, faz duvidar sobre o rumo que isso vai ter. Foi o que pensei quando li. E também foi o motivo que me fez solicitar o livro. 

A sinopse já diz o importante. Que temos esses dois personagens, Nels e Tyra, que eles se odeiam, mas que acabam sendo ligados pelo simples fato de que, depois do garoto ser assassinado, Tyra é a única que consegue vê-lo. Acabam juntos para tentar descobrir o que aconteceu para que ele morresse, e quem é o responsável. Com essa busca acabam entrando em um monte de outros problemas oriundos da trama principal. Isso foi o que me fez achar o título desse livro genial. É uma teia de acontecimentos. Uma trama bem bolada. 

O livro mistura elementos que curto bastante, que é o romance que começa com ódio, a busca pela resolução de um caso, e a fantasia medieval. E ainda assim me senti estranha durante a leitura, e com certeza é porque estou acostumada com alta fantasia. 

Veja bem, não estou dizendo que é um livro de baixa qualidade, muito pelo contrário. Mas ele funciona muito mais como entretenimento do que como esses livros que você leva para a vida. Tá, eu sei que qualquer livro é entretenimento, mas vocês terão que concordar comigo que alguns deles parecem transcender isso. Principalmente quando o assunto é fantasia. 

Eu curti muito essa leitura. Os personagens são gostosos de acompanhar, as tramas realmente dão nome ao título e são funcionais dentro da história. O cenário ficou crível e as atitudes condizentes. Se teve algo que me incomodou foi a mudança de ritmo durante a leitura, e não sei se isso foi um problema pessoal que tive com a história. Não consegui parar de pensar que isso é total culpa das quatro mãos que escrevem esse livro. 

Escrever um livro já é bem difícil. Imagina escrever um dividindo a escrita com mais alguém?! Em algum momento a coisa vai desandar, nem que seja um pouco, e foi isso o que senti com Trama. 

Apesar disso eu achei a leitura agradável. Divertida no ponto certo. Indico sim, para os amantes do gênero, e até para aqueles que não curtem uma literatura de alta fantasia. Esse e fácil, rápido e garante momentos prazerosos. 


Resenha de "O Quarto Dia" (Sarah Lotz)

Título: O Quarto Dia
Autor: Sarah Lotz
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Em O Quarto Dia, Sarah Lotz conduz o leitor por uma viagem de réveillon que tinha tudo para ser perfeita. Mas às vezes o novo ano reserva surpresas desagradáveis...Janeiro de 2017. Após cinco dias desaparecido, o navio O Belo Sonhador é encontrado à deriva no golfo do México. Poderia ser só mais um caso de falha de comunicação e pane mecânica... se não fosse por um detalhe: não há uma pessoa viva sequer no cruzeiro.
As autoridades acham indícios de uma epidemia de norovírus, mas apenas descobrem os corpos de duas passageiras. Para piorar, todos os registros e gravações de bordo sofreram danos irreparáveis.
Como milhares de pessoas podem ter sumido sem deixar rastro? Teorias da conspiração se alastram, mas só há uma certeza: 2.962 passageiros e tripulantes simplesmente desapareceram no mar do Caribe.

E voltamos a narrativa de Sarah Lotz e seus desfechos tão delirantes que só ela entende. 

Em O Quarto Dia, que pode ser tranquilamente lido sem ter lido Os Três, mas que é melhor quando lido subsequente, temos a história desse cruzeiro chamado de Belo Sonhador. Três dias de muita farra e diversão, e no quarto algo acontece com o gerador, as luzes se apagam, a comida começa a faltar e um vírus altamente bizarro ataca as pessoas. 

No quinto dia o navio é encontrado vagando à deriva, só que sem ninguém a bordo. O que será que aconteceu com o Belo Sonhador? Onde foram parar as pessoas? Essas são as perguntas que vão permear a cabeça do leitor durante toda a leitura. 

O livro é narrado em terceira pessoa e visto por diversos pontos de vista. Isso é bem comum dos livros da Lotz. São essas narrativas que parecem aleatórias, mas que se ligam em algum momento, que vão deixar o leitor grudado nas páginas do livro. A autora articula de um modo que fica difícil deixar de lado. Vai gerando uma curiosidade gradativa e que não dá pra esquecer. 

O medo também é figura garantida por aqui. Não é nada que vá deixar você sem dormir de noite, mas por precaução não sugiro uma leitura noturna. Pessoalmente não gosto desse tipo de livro antes de dormir. É o terror psicológico, que pode ser real ou não, que vai deixar quem lê agoniado para entender do que se trata toda aquela articulação de acontecimentos. 

Massss, como também é comum dos livros da Lotz, ela cagou com o final. 
O mesmo que aconteceu com Os Três. A autora vinha super bem, narrativa fluida, personagens intrigantes, situações bizarras e interessantes. Tudo para fazer um puta livro. Então ela vem com as explicações dela, que realmente só ela entende, e deixa aquele final em aberto que vai te fazer arrancar os cabelos. Por não saber o que ela quis dizer, ou por achar que faltou alguma coisa. Sei lá, de algum modo os finais dela me chateiam absurdamente. Provavelmente porque eu curto muito o livro até então. 

Depois desse livro eu vou desistir da autora, o que é uma pena, porque gosto de fato de como ela arranja as histórias. Mas os finais dela deixam a desejar, e não estou afim de investir em livros que irão me decepcionar de certeza. 

Fica ai minha impressão. Vai de você, também leitor, decidir se quer arriscar. Tem muita gente que gosta e acha inovador o que ela faz. Pra mim não rolou. 


Lançamentos de Julho da Planeta

Boa noite, gente!
Esse mês a Planeta veio querendo arrancar meu coração. Como escolher um único livro? Sem condições!
Abre o caderninho ai e anota os desejados.


Título: Morte no Buraco  Negro
Autor: Neil deGrasse Tyson
Editora: Planeta
Páginas: 432
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Sinopse: Neil deGrasse Tyson é um dos mais populares e queridos cientistas de todo o mundo porque sabe guiar seus fãs através dos mistérios do universo com clareza e entusiasmo. Reunindo mais de quarenta dos seus ensaios favoritos, Buraco Negro explora uma miríade de tópicos da astronomia. Desde a vida astral nas fronteiras da astrobiologia até como seria estar dentro de um buraco negro – literalmente! Passeando pelos mais diversos temas, Tyson mostra como a indústria cinematográfica retrata a vida extraterrestre ao mesmo tempo que examina a relação entre ciência e religião no contexto de conflitos históricos. Ele também narra a história da progressão do planeta Terra, desde a sua localização no centro do universo até o estado atual: um pequeno e insignificante grão de pó no cosmos. Seus programas na TV e na internet e seus livros fazem muito sucesso porque o mais famoso astrofísico da atualidade é um professor nato que simplifica as complexidades da astrofísica ao partilhar uma visão contagiante pelo universo.

Título: Por Dentro da Casa Branca
Autor: Kate Andersen Brower
Editora: Planeta
Páginas: 352
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Sinopse: Da icônica família Kennedy aos descolados Obama, tudo o que aconteceu e acontece na Casa Branca passa pelos olhos e ouvidos de seu fiel e discreto staff, que, há mais de dois séculos, prepara as refeições, tira o pó dos móveis e arruma a cama dos presidentes americanos e de seus familiares.Neste livro da jornalista americana Kate Andersen Brower, esses privilegiados observadores ganham voz e revelam que a propriedade localizada no número 1.600 da Pennsylvania Avenue, em Washington, é, além da sede do governo dos Estados Unidos, também uma residência como muitas outras, que abriga uma família diferente de quatro em quatro anos – ou de oito em oito anos.
Com uma prosa saborosa e fluida, Kate traz à tona cenas do dia a dia do afamado endereço que nunca ou pouco repercutiram aqui no Brasil, como a reação do porteiro da Casa Branca ao atentado de John Kennedy, a rotina espartana de Jimmy Carter que obrigava os empregados a se levantarem de madrugada para limpar o Salão Oval, as ameaças sofridas pelos titulares da residência e, claro, os grandes jantares e festas. Graças aos depoimentos de mordomos, arrumadeiras, cozinheiros, floristas e calígrafos, entre outros profissionais, e de três ex-primeiras-damas, os bastidores dos mais de 160 cômodos distribuídos por seis andares da mansão mais famosa do mundo são revelados ao curioso leitor.


Título: Respostas de Deus para problemas complicados
Autor: Sheila Walsh
Editora: Pórtico
Páginas: 256
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Sinopse: Jesus disse para amarmos a Deus com tudo o que temos e somos e para amar aos outros como amamos a nós mesmos. É um plano simples, porém difícil de ser colocado em prática.
Pensando neste plano, a autora best-seller Sheila Walsh acredita que seja possível levar uma vida mais simples, tendo o amor como foco, mesmo em um mundo extremamente complexo. Atualmente, muito se fala sobre o essencialismo, mas será que sabemos o que isso realmente significa?

Descubra uma maneira mais simples de vida e de amor. Baseado no exemplo de Jesus e de sua caminhada, Respostas de Deus para problemas complicados retomará a essência da felicidade e da saúde espiritual. É hora de voltar ao plano inicial de amar a Deus e aos outros, sem maiores preocupações. Só assim será possível encontrar beleza nas coisas simples da vida.

Título: Por que fazemos o que fazemos?
Autor: Mario Sergio Cortella
Editora: Planeta
Páginas: 174
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Sinopse: Bateu aquela preguiça de ir para o escritório na segunda-feira? A falta de tempo virou uma constante? A rotina está tirando o prazer no dia a dia? Anda em dúvida sobre qual é o real objetivo de sua vida? O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella desvenda em Por que fazemos o que fazemos? as principais preocupações com relação ao trabalho.

Dividido em vinte capítulos, ele aborda questões como a importância de ter uma vida com propósito, a motivação em tempos difíceis, os valores e a lealdade – a si e ao seu emprego.
O livro é um verdadeiro manual para todo mundo que tem uma carreira mas vive se questionando sobre o presente e o futuro. Recheado de ensinamentos como “Paciência na turbulência, sabedoria na travessia”, é uma obra fundamental para quem sonha com realização profissional sem abrir mão da vida pessoal.

Título: O Diário Internacional de Babi
Autor: Chris Salles
Editora: Outro Planeta
Páginas: 298
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Sinopse: Mudar nunca foi a palavra preferida de Bárbara. Porém, depois da separação dos pais, a garota de 15 anos se vê obrigada a migrar com a mãe e os irmãos para Orlando, a cidade americana onde os sonhos ganham vida. E descobre que a fronteira entre o real e o ilusório pode ser mais difícil do que parece.








Título: Traços
Autor: Eduardo Cilto
Editora: Outro Planeta
Páginas: 272
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Sinopse: Quando Matheus aceitou acompanhar Beatriz na festa do colégio, jamais imaginou que terminaria a noite participando de um ritual místico (de veracidade duvidosa) para saber o que o futuro reservava para ele e a amiga. Assim que as velas que os cercavam se apagam e uma resposta esquisita encerra a cerimônia, Beatriz leva o resultado a sério e entende que deve fugir da cidade pequena para se encontrar com seu destino nas ruas da capital de São Paulo. Perdido no meio de tudo, Matheus é obrigado a repensar o que considera certo ou errado quando é convidado para participar do plano maluco de fuga e decide que precisa passar por cima dos limites impostos pelos pais para finalmente ser capaz de entender quem realmente é. Os dois amigos partem sozinhos para São Paulo e carregam consigo não somente as malas nas costas, mas também o peso de todos os problemas que achavam que estavam deixando para trás. Sem ter ideia do que estão enfrentando, Matheus e Beatriz descobrem mais sobre si mesmos, criam, quebram laços e encaram desafios que jamais pensaram que confrontariam enquanto contavam as moedas para realizar esse grande plano que iria mudar suas vidas para sempre.
Título: Orfão X
Autor: Gregg Hurwitz
Editora: Planeta
Páginas:
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Sinopse:
Quando garoto, Evan Smoak foi recrutado no orfanato onde vivia para fazer parte de um programa americano ultrassecreto. Rebatizado de Órfão X, ele foi treinado para ser um exímio assassino e enviado aos piores lugares do mundo para missões que ninguém mais conseguia executar. Depois de longos anos de atividade, Evan deixa o programa e usa as habilidades de agente secreto para “desaparecer” e viver para um único propósito, agora sob o codinome de “Homem de lugar nenhum”: salvar e proteger pessoas pobres e indefesas como ele havia sido. No entanto, seu passado de matador sangrento passará a assombrá-lo e também a seus protegidos. Alguém tão bem treinado quanto ele – talvez um ex-colega de programa? – está na sua cola, para tentar eliminá-lo.

Lançamentos de Julho da Arqueiro

Quem quer livro novo?
É um eterno problema para nós, bookaholic, quando uma editora divulga os lançamentos do mês, né? Eu sofro também, gente! Precisaria de dez vidas para ler tudo o que tenho vontade.
Vamos conferir o que temos de novo com a Arqueiro em Julho?


Título: O Eterno Namorado
Autor: Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
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Sinopse: Tudo o que acontece na vida de Owen Montgomery é meticulosamente organizado em uma planilha ou lista de tarefas. No trabalho não é diferente, e é graças a sua obsessão por ordem que a Pousada Boonsboro está prestes a ser inaugurada – dentro do cronograma. A única coisa que Owen jamais previu foi o efeito que Avery MacTavish teria sobre ele. A proprietária da pizzaria em frente à pousada sempre foi amiga da família e agora, enquanto vê em primeira mão a fantástica reforma pela qual o lugar está passando, também observa a mudança gradativa de seus sentimentos por Owen.
Os dois foram namorados de infância, e desde então tinham estado bem distantes dos pensamentos um do outro. O desejo que começa a surgir entre eles, porém, não tem nada de inocente e é impossível de ignorar.
Enquanto Owen e Avery decidem se render à paixão e levar seu relacionamento a um nível mais sério, a inauguração da pousada se aproxima e dá a toda a cidade um motivo para comemorar. Mas quando os traumas do passado de Avery batem à porta e a impedem de se entregar, Owen sabe que seu trabalho está longe de terminar. Agora ele precisa convencê-la a baixar a guarda e perceber que aquele que foi seu primeiro amor pode também ser seu eterno namorado.

 Título: Pecados no Inverno
Autor: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
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Sinopse: Do quarteto de amigas, Evangeline Jenner é certamente a mais tímida. E se tornará a mais rica quando receber a herança de seu pai, acamado com tuberculose. Mas Evie não se importa com o dinheiro. Tudo o que deseja é estar ao lado do pai em seus últimos dias.Porém isso só será possível se ela puder escapar da casa dos tios que a criaram. E, para isso, sua única alternativa é casar-se – e rápido. Assim, ela foge no meio da noite para a casa do devasso lorde St. Vincent e lhe propõe casamento em troca de poder cuidar do pai.
Para um aristocrata que precisa de dinheiro, essa é uma excelente proposta. Afinal, é difícil conquistar uma moça rica e solteira quando se tem a reputação de Sebastian – trinta segundos a sós com ele arruinariam o bom nome de qualquer donzela.
Mas há uma condição na proposta de Evie: uma vez consumado o casamento, eles nunca mais dormirão juntos. Ela não será mais uma mulher descartada por ele com o coração partido. Se Sebastian realmente a deseja em sua cama, terá que se esforçar mais em sua sedução... ou entregar seu coração pela primeira vez na vida.
Neste terceiro livro da série As Quatro Estações do Amor, Lisa Kleypas nos apresenta o relacionamento de duas pessoas muito diferentes, mas igualmente obstinadas. E dessa relação tão peculiar pode nascer um desejo impossível de conter e um sentimento forte demais para esconder. Quem disse que os cafajestes não podem amar?

Título: Para Sempre Minha
Autor: Abbi Glines
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
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Sinopse: Alguns dos jovens de Rosemary Beach consideram Tripp Newark um herói. Há oito anos, ele abandonou uma vida meticulosamente planejada pelos pais para conquistar a independência. Pilotando sua Harley, Tripp desapareceu da cidade para viajar pelo mundo. E essa decisão o fez perder muito mais do que os milhões que herdaria. Bethy Lowry está vivendo o pior momento de sua vida. Há um ano e meio, Jace, seu namorado, morreu afogado ao salvá-la de uma forte correnteza. Sofrendo um período turbulento e ainda consumida pela culpa, ela vive sua rotina de maneira automática, com a certeza de que nunca mais voltará a amar. No entanto, sua vida está prestes a mudar. Quando tinha apenas 16 anos, Bethy teve um tórrido romance com Tripp, que é primo de Jace. Esse segredo continuaria enterrado para sempre se não fosse por um detalhe: Tripp Newark está de volta e determinado a reconquistá-la.Na série Perfeição, você conheceu o anjo da guarda de Della e sentiu a dor da perda de Bethy. Agora, Abbi Glines reúne esse surpreendente casal
para mostrar que nunca é tarde demais para reviver uma paixão.

Título: A Longa e Sombria hora do chá da Alma
Autor: Douglas Adams
Editora: Arqueiro
Páginas: 224
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Sinopse: Kate Schechter devia ter prestado atenção aos avisos que o universo tentava lhe dar. No aeroporto de Heathrow, prestes a embarcar para a Noruega, a americana pensa em todos os sinais que lhe diziam para não fazer aquela viagem. Ainda assim, ela não está nem um pouco preparada para a explosão do balcão de check-in, que destrói parte do terminal.Enquanto isso, no norte de Londres, o detetive Dirk Gently está no fundo do poço: sem dinheiro, vive de bicos como quiromante numa tendinha. Refletindo sobre seu fracasso, ele lembra de repente que, na verdade, tem um cliente e está absurdamente atrasado para o encontro aquela manhã.
Porém, o investigador chega tarde demais. Sentindo-se culpado pela sina do homem, ele resolve mais uma vez fazer uso da interconexão de todas as coisas e vê uma ligação do seu caso com os estranhos eventos no aeroporto.
Abrindo caminho em meio aos elementos mais absurdos, Dirk se depara com uma máquina de refrigerante que aparece nos lugares mais improváveis, uma águia hostil que insiste em atacá-lo, um hospital sinistro para casos exóticos, horóscopos insultuosos e uma calculadora de I Ching.
Neste delicioso livro que dá continuação à série de Dirk Gently, o leitor se surpreenderá ao observar como todas as peças do quebra-cabeça se encaixam para formar uma trama genial e hilária.
Título: Veneno
Autor: Mia Sheridan
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
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Sinopse: Grace Hamilton tem 23 anos e é estudante de direito. Após as dificuldades enfrentadas na infância, ela faz de tudo para não decepcionar o pai, segue todas as regras, é dedicada e cheia de planos. Porém, após viajar para uma conferência de direito em Las Vegas e conhecer Carson Stinger, ela começa a repensar a vida.Sexy e impulsivo, Carson é um ator que gosta de curtir o momento e nunca se apegou a ninguém. Mas isso muda quando seu caminho cruza com o de Grace, uma universitária certinha e diferente de todas as mulheres que ele já conheceu.
Ao longo de um fim de semana inesquecível, eles superam os próprios preconceitos e se entregam ao desejo. Pela primeira vez na vida, Grace se
permite quebrar as regras e Carson se deixa envolver de verdade. Quando se despedem, nenhum dos dois é mais o mesmo, mas ambos têm certeza de que jamais voltarão a se ver.
Contudo, anos depois eles estão de novo frente a frente: ele, apoiando o amigo acusado de homicídio; ela, sendo a promotora encarregada do caso. Mais uma vez a chama da paixão se acende em Carson e Grace e as circunstâncias parecem afastá-los. Se a vida nem sempre pode ser planejada, será que o acaso conseguirá ajudá-los a ficar juntos?


 Título: Outlander
Autor: Diana Gabaldon
Editora: Arqueiro
Páginas: 800
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Sinopse: Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, a enfermeira Claire Randall volta para os braços do marido, com quem desfruta uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas. Durante a viagem, ela é atraída para um antigo círculo de pedras, no qual testemunha rituais misteriosos. Dias depois, quando resolve retornar ao local, algo inexplicável acontece: de repente se vê no ano de 1743, numa Escócia violenta e dominada por clãs guerreiros.Tão logo percebe que foi arrastada para o passado por forças que não compreende, Claire precisa enfrentar intrigas e perigos que podem ameaçar a sua vida e partir o seu coração. Ao conhecer Jamie, um jovem guerreiro das Terras Altas, sente-se cada vez mais dividida entre a fidelidade ao marido e o desejo pelo escocês. Será ela capaz de resistir a uma paixão arrebatadora e regressar ao presente?

 Título: Apenas um garoto
Autor: Bill Konigsberg
Editora: Arqueiro
Páginas: 256
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Sinopse: Rafe saiu do armário aos 13 anos e nunca sofreu bullying. Mas está cansado de ser rotulado como o garoto gay, o porta-voz de uma causa.Por isso ele decide entrar numa escola só para meninos em outro estado e manter sua orientação sexual em segredo: não com o objetivo de voltar para o armário e sim para nascer de novo, como uma folha em branco.
O plano funciona no início, e ele chega até a fazer parte do grupo dos atletas e do time de futebol. Mas as coisas se complicam quando ele percebe que está se apaixonando por um de seus novos amigos héteros.

Resenha de "Os Invernos da Ilha" (Rodrigo Duarte Garcia)

Título: Os Invernos da Ilha
Autor: Rodrigo Duarte Garcia
Editora: Record (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Os invernos da ilha é um livro de aventura, como não há no Brasil, que reúne um herói atormentado (e logo apaixonado), uma ilha fria e hostil escolhida como exílio (num convento misterioso), a descoberta de um diário de piratas (e, assim, a reconstrução de uma incrível história de corsários) e a busca por um tesouro escondido. Como diz Martim Vasques da Cunha no texto de orelha: Rodrigo já pertence à categoria dos mestres. Os invernos da ilha costura Wallace Stevens, Melville, Conrad, Patrick OBrien, os filmes de Indiana Jones, Os Goonies sobrando até mesmo para o compositor Rachmaninoff , com tamanha habilidade, que o leitor ficará atônito ao perceber que, no meio disto tudo, há a alegria de narrar uma verdadeira história.

Havia muito tempo que não lia um livro com uma desenrolar tão instigante. Ok, confesso que só consegui me sentir fisgada por ele depois de muitas páginas, mas talvez o problema tenha sido comigo, e não com ele. 

Vamos conhecer o protagonista, Florian, que se encontra em um momento da vida que não sabe o que quer, para onde ir ou o que fazer (algo que eu estou vivendo no momento). E por isso resolve visitar um amigo, que é monge em uma ilha chamada Sant’Anna Afuera. Lá ele conhece o professor Phillipe, que está no lugar estudando o diário de um antigo corsário que supostamente deixou um tesouro na ilha. E essa relação dos dois faz com que Florian entre numa busca por esse tesouro, como também uma busca pessoal pela razão da sua vida. 

O livro alterna os capítulos entre Florian e o corsário, Oliver Noort. As partes de Florian no começo são bem lentas, e as do capitão são ótimas. Na verdade eu meio que me encantei pelo cara. Tem aquele espírito aventureiro comum dos marujos daquela época. E é um dos temas que mais curto na literatura, apesar de não ter tantos livros nessa categoria. Do mesmo jeito que gostei de Florian  (depois de algum tempo) pela melancolia de vida, que meio que equilibra a balança da estrutura narrativa. 

Pode parecer que seja um livro meio infantil, sobre a caça ao tesouro e tal. Mas é impossível que o leitor se sinta dessa forma com a narrativa escandalosa de boa de Rodrigo Garcia. Faz tempo que não leio um livro de aventura com uma narrativa tão maravilhosa. Tem algo de clássico em sua escrita, e não estou dizendo isso para afastar o leitor. Muito pelo contrário. Só quero dizer que se você for mais descontraído irá gostar da aventura, e se você for mais clássico, irá curtir bastante a escrita. Se você for como eu, então irá se apaixonar de maneira geral. 

O romance não fica de fora, ficando a cargo da médica da ilha, Cecília, e Florian. Juntos com os professor Phillipe, eles formam o grupo que irá atrás das pistas do capitão Noort. Os três com personalidades diferentes, o que garante embates homéricos e bem construídos. 

O único motivo de ter dado quatro estrelas ao livro foi a demora de me conectar com ele. Mas realmente, depois que você se conecta, vai simbora na leitura. Os capítulos se tornam viciantes ao ponto de roer as unhas pelo próximo em uma dificuldade enorme de fechar para ler depois. Imagina o sufoco que foi para mim, com um bebê pequeno em casa, ler isso aqui. Maior loucura!

Acredito que os leitores irão entender que existe todo um significado existencial por trás das aventuras em busca desse tesouro, tanto do capitão Noort, como do próprio Florian. Não parava de pensar que todos nós estamos continuamente em busca de um tesouro. E como diz o meu amado capitão Jack Sparrow "Tesouro nem sempre são prata e ouro, meu amigo". 

Um livro que irá agradar diferentes tipos de leitores, eu diferentes níveis. Se o começo parecer meio difícil, sugiro que insista porque não vai ser difícil se sentir atraído pela possibilidade de cruzar mares, como um pirata, e de vivenciar uma caçada em busca do "quem sou". 


Resenha de "Uma Vida Pequena" (Hanya Yanagihara)

Título: Uma Vida Pequena
Autor: Hanya Yanagihara
Editora: Record (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Candidato ao Prêmio Pulitzer de Literatura de 2016, Uma vida pequena é um dos livros mais surpreendentes, desafiadores, perturbadores e profundamente emocionantes das últimas décadasQuando quatro amigos de uma pequena faculdade de Massachusetts se mudam para Nova York em busca de uma vida melhor, eles se veem falidos, sem rumo e amparados apenas por sua amizade e por suas ambições. Willem, lindo e generoso, é aspirante a ator; JB, nascido no Brooklyn, é um pintor perspicaz e às vezes cruel que busca de todas as formas ingressar no mundo das artes; Malcolm é um arquiteto frustrado que trabalha numa empresa de renome; e o solitário, brilhante e enigmático Jude funciona como o centro gravitacional do grupo. Com o tempo, o relacionamento deles se aprofunda e se anuvia, matizado pelo vício, pelo sucesso e pelo orgulho. No entanto, seu maior desafio, como cada um passa a perceber, é o próprio Jude, um litigante extremamente talentoso na meia-idade, porém, ao mesmo tempo, um homem cada vez mais atormentado, a mente e o corpo marcados pelas cicatrizes de uma infância misteriosa, e assombrado pelo que teme ser um trauma tão intenso que não só não será capaz de superar mas que vai definir sua vida para sempre.
Com uma prosa magnífica e genial, Hanya Yanagihara criou um hino trágico e transcendental do amor fraterno, uma representação magistral da dor física e psicológica, e uma análise da verdade nua e crua que permeia a tirania da memória e os limites da resistência humana.

Livros como Uma Vida Pequena assustam pelo tamanho. Não sabe o desavisado, que muitas vezes esses livros grandes costumam carregar algum épico sobre alguém ou algum lugar. E que normalmente os livros épicos, são aqueles que carregaremos para a vida inteira. Seja pela dificuldade de leitura, pela demora dela, ou realmente pelo significado. Uma vida pequena entrou na minha lista de livros favoritos da vida pelos três motivos. 

A sinopse do livro já diz tudo o que vocês precisam saber sobre ele. É um livro sobre esses amigos, e o processo de vida deles. Cada um com sua personalidade peculiar, e todos formando uma unidade muito interessante quando juntos. Nada forçado. Nada sem sentido. Aqui a sutileza dessa união é o traço belo da história. Mesmo que o foco seja na vida de Jude, sem os outros a vida de Jude não tem o mesmo peso, a mesma graça deprimente. 

Já vou avisando que provavelmente me apaixonei pelo livro porque sou bastante melancólica, e esse é um livro melancólico, de maneira geral. Ele é duro, e pesado, denso, tenso... Todos os adjetivos que fariam você passar longe dele, caso esteja depressivo, foi justamente o que me uniu a ele. Existe um "que" de magia na existência desses personagens tristes, ao mesmo tempo que tem sempre aquele ar de vidas não realizadas, ou ferradas pelo tempo ou pelas ocasiões. 

Uma Vida Pequena não é o tipo de livro que se explica, se vive. Sim, uma experiência lê-lo. Daquelas que marcam e destroem o leitor um pouco. Quando você pensa que as coisas estão começando a melhorar para os protagonistas, daí a vida vem e derruba. Claro que sempre queremos que as coisas na literatura sejam diferentes da vida real, mas, sinceramente, é o traço dela que mais amo: a possibilidade de dizer irrealidades de uma forma tão verdadeira. Aqueles personagens, mesmo fictícios, poderiam ser um amigo, um irmão, um pai... Alguém que você ama e que provavelmente viveu muitas daquelas tristezas, mas que não tem necessidade de contá-las. 

Gosto de livros sobre amizade. Gosto MUITO! E quando esse círculo é com homens, é que gosto mesmo. Tem algo diferente nas amizades verdadeiras dos rapazes que me intriga. Eles amam sem dizer amar. Eles odeiam ao extremo. Eles fazem coisas loucas para justificar algo pequeno, e respondem com gestos pequenos algo que deveria ser grande. Sou apaixonada pelo universo fraterno masculino, e acho que esse amor aumentou depois que tive um filho. Passei a compreender melhor as atitudes ilógicas dos homens depois que entendi que alguns tem muita dificuldade de entender que sentem, e que não é há nada de errado nisso. 

Perceberam o quão intenso esse livro chegou em mim, não é? Reúne todos os elementos que adoro em livros desse tipo, e vou eternamente indicar para quem tem um gosto parecido com o meu. Lembrem que sou melancólica, depressiva e que isso reflete no meu amor por determinados livros. Também é importante lembrar que talvez escolher um momento mais "feliz" em suas vidas, seja o essencial para ler um livro como esse. 

Leiam. Vivam. Respirem "Uma Vida Pequena".