Chronos e as várias viagens no tempo para lá de loucas!

Título: Chronos
Autor: Rysa Walker
Editora: Darkside
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Sinopse: Na vida, tudo tem uma ordem certa para acontecer: os sapatos devem ser colocados depois das meias, a geleia deve ser passada no pão depois da manteiga — netos nascem depois dos avós. Kate Pierce-Keller nunca havia dado atenção a este último item, até sua avó surgir com revelações e um objeto que podem colocar sua existência em risco.Os eventos da premiada Trilogia Chronos se iniciam quando Kate descobre que sua avó é uma historiadora viajante do tempo — nascida alguns séculos à frente, mas presa ao presente por conta de um acidente — e possui um artefato, um medalhão azul reluzente, que permite realizar saltos temporais para qualquer época e local.
Tudo parece um absurdo no início, mas uma leve interferência na linha temporal faz com que os pais de Kate sumam do mapa e ela seja a próxima da lista. Arriscando sua vida, ela aceita a missão de tentar voltar no tempo para evitar um homicídio que é a chave de tudo e colocar as coisas no seu devido lugar. Mas se ela for bem sucedida, a interferência também terá um custo pessoal.
Neste primeiro volume, o leitor é transportado para a Exposição Universal de 1893, em Chicago, quando a Roda Gigante foi apresentada pela primeira vez e o serial killer H. H. Holmes dirigia um hotel construído especialmente para receber os visitantes da feira (e sumir com seus corpos). Em meio a tantos fatos históricos e curiosos, Kate precisa agir pontualmente para não estragar nada, e ainda impedir a ascensão de um culto religioso bastante poderoso que ameaça afetar o universo como o conhecemos.
A viagem no tempo sempre fascinou o ser humano e foi tema de obras que marcaram época como o clássico A Máquina do Tempo, de H. G. Wells, O Fim da Eternidade, de Isaac Asimov, o filme mais querido da década de oitenta, De Volta para o Futuro, o cult que impressionou uma geração, Donnie Darko, e a aclamada série Outlander, de Diana Gabaldon. Todo mundo já quis mudar alguma coisa do seu passado, mas é difícil calcular o impacto disso no presente. Além do mais, quem decide que essa mudança pode ser feita? Esses e outros dilemas são construídos e trabalhados de maneira afiada por Rysa Walker em seu romance de estreia, que chega ao Brasil pela DarkSide® Books em uma edição especial que vai durar séculos — e deixaria até mesmo Doctor Who curioso.
Chronos: Viajantes do Tempo, o primeiro volume da Trilogia Chronos, foi ganhador do prêmio Amazon Breakthrough Novel Award em 2013 e, com isso, recebeu o sinal verde para ser impresso pela Skyscape Publishing, um selo editorial da Amazon. Com o reconhecimento da obra, Rysa Walker passou a se dedicar integralmente ao seu ofício de escritora e deu continuidade às viagens de Kate pelas décadas. Agora, a autora também integra a coleção DarkLove, a linha editorial da DarkSide® Books que revela as vozes femininas mais surpreendentes do nosso — e de qualquer outro — tempo.

Chronos me ganhou a princípio pela capa - os livros da Darkside são um show a parte - e pela sinopse intrigante. Vamos combinar que ler sobre viagem no tempo sempre é uma das delicinhas da ficção científica. E da forma deliciosa que a autora fez aqui, fica melhor ainda. 

Olha, livros com viagens no tempo podem ser complicados de explicar, então vou tentar fazer o melhor que puder aqui, ok? 

Para começar temos essa menina, Kate, que tem uma família bem desestruturada. Não do tipo "meu pai bate em mim", porque tanto o pai como a mãe são ótimos. Mas estão divorciados, não se falam muito e a menina é obrigada a dividir o tempo de maneira que esteja igualmente com os dois. E ainda tem a avó, que aparentemente teve uma briga grande com a mãe de Kate no passado e não vê a filha ou a neta há anos. 

Mas isso está prestes a mudar quando ela as procura para dizer que está morrendo, que quer um pouco da presença da neta antes disso, e para te deixar um medalhão aparentemente inofensivo. Bem, pelos menos em teoria, porque para pessoas como Kate, ele é um poderoso recurso para viajar no tempo. 

Entenda que nessa história a viagem no tempo é quase uma ciência. Sim, algumas pessoas nascem com predisposição a usar o tal medalhão, mas ainda assim é algo com um regime firme de um tipo de organização dos viajantes do tempo e que necessitada do recurso do objeto para funcionar. Então, como Kate, existem várias outras pessoas com esse poder. Eles são uma espécie de documentadores da história. Viajam para fazer estudos. Isso até alguém começar a alterar a história, e Kate se vê envolvida nisso afim de mudar os planos da tal pessoa. 

Devo dizer que a sinopse desse livro não ficou tão boa. Ele fala de um momento específico que Kate tem que ir, e de um assassino em série, no entanto isso se dá já no finalzinho do livro, e quando acontece é tão curto que passa e a gente nem sente. 

O foco da história é Kate tentando aprender a usar o tal medalhão com a avó, e em dois romancecinhos que ela arranja -sim, porque um triângulo é algo comum em livros adolescentes. E já vou avisando que são terrivelmente mal desenvolvidos, portanto não espere muito disso nesse primeiro volume. 

Para mim os pontos fortes se devem a sacada da autora em utilizar a viagem no tempo como uma espécie de ciência do estudo da história, e não apenas uma pré-disposição genética a ela. E ainda que o livro tenham páginas intermináveis de cenas lentas demais, num todo eu gostei. Decidi que quero ler os próximos, porque tem muita coisa para explicar aqui ainda. 

Vingança e Redenção, uma montanha russa de emoções

Título: Crooked Kingdom - Vingança e Redenção
Autor: Leigh Bardugo
Editora: Gutenberg
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Sinopse: “Confiar na pessoa errada pode custar a própria vida.”Após se safarem milagrosamente de um ousado e perigoso assalto na notória Corte do Gelo, Kaz Brekker e sua equipe se sentem invencíveis. Mas o destino está prestes a dar uma perigosa guinada e, em vez de dividir uma vultosa recompensa, os seis comparsas terão que se munir de forças, de armas e de seus talentos para lutar pelas próprias vidas. Traídos e devastados pelo sequestro de um valioso membro da equipe, o Clube do Corvo agora conta com poucos recursos e aliados, e quase nenhuma esperança. Enquanto isso, forças descomunalmente poderosas se abatem sobre Ketterdam para desenterrar os segredos mais sombrios da potente droga conhecida como jurda parem, ao passo que antigos rivais e novos inimigos surgem para desafiar a perspicácia de Kaz e testar a frágil lealdade de seus parceiros. Agora, todos terão de enfrentar seus próprios demônios, e será preciso muito mais do que sorte para sobreviver à guerra que está se armando nas ruas obscuras e tortuosas desse implacável submundo – uma batalha por vingança e redenção que decidirá o futuro do mundo Grisha.


Levei praticamente três meses para acabar esse livro. E longe dele ser ruim, julgo dizer que foi uma das melhores experiências da vida, mas ele exigia muito de mim. De ter que dizer adeus a personagens que eu realmente era bastante apegada. Foi um parto fechá-lo pela última vez. Ainda acho que um pedaço de mim ficou ali, e estou desolada por isso. 

Todo mundo que leu Six Of Crows sabe que aquele final matou o leitor, não é? O tipo de fim que você fica falando palavrões por horas só para aplacar os acontecimentos malucos que se desenrolam nele. E, como uma perfeita continuação, Crooked Kingdow segura bonito o peso da primeira história. Com uma verdadeira maestria, para falar a verdade. 

Todo mundo sabe que não morri de amores pela outra série da autora. Tinha momentos bons, mas de modo geral era maçante e eu tinha um verdadeiro ranço com a protagonista. Portanto, foi uma série legal e só isso.  Mas Six of Crows... Ah, meus amigos... é um verdadeiro deleite para os amantes de fantasia. E não é só por ter o mais incrível grupo de bandidos reunidos envolta do melhor deles - Kaz - como por em nada perder em ritmo a ponto de ser cansativo. Claro que tem seus momentos tensos, mas de modo geral o leitor é surpreendido pela quantidade constante de interjeição que a história provoca em nosso cérebro. 

Não há muitos momentos de respiro, e os que tem são regados a planos mirabolantes que você acha que entendeu tudo, mas que na verdade a autora te faz de trouxa em todas as vezes. Nunca, nem um milhão de anos, eu imaginaria tudo aquilo. Era uma surpresa atrás da outra, e eu morria de amores por cada uma delas, sem contar que xingava a maestria de Leigh cada vez que percebia que Kaz estava um passo na frente dos outros. 

Para mim o forte dessa série sempre foi os protagonistas. A autora conseguiu fazer seis pessoas individualmente perfeitas, e que em conjunto se tornam as criaturas mais inteligentes e perigosas do mundo. Eles são FODA! 

E não diferente do primeiro volume, esse aqui também é cheio de tiros, explosões e bombas. Parecia que eu estava assistindo aquele tipo de filme frenético que sempre te engana no final, saca? Tipo um Truque de Mestre. Sim, meu querido Kaz Brekker é um Mestre com "M" maiúsculo. 

Estou com saudade, com certeza. Amo esses garotos, amo o ritmo desse livro e toda a trama que se desenvolve nele. É o tipo de história que você, amante de fantasia, vai querer manter na estante pelo simples prazer de tê-la lá e ser uma constante lembrança de quão foda um autor pode ser. 

Claro que não bateu Red Rising no segundo lugar no meu coração - tá para nascer um livro que desbanque Red Rising, mas Six Of Crows, e sua continuação maravilhosamente perfeita, vem logo atrás. 

Resenha de "Um Sedutor sem Coração" (Lisa Kleypas)

Título: Um Sedutor sem coração
Autor: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro
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Sinopse: Devon Ravenel, o libertino mais maliciosamente charmoso de Londres, acabou de herdar um condado. Só que a nova posição de poder traz muitas responsabilidades indesejadas – e algumas surpresas.A propriedade está afundada em dívidas e as três inocentes irmãs mais novas do antigo conde ainda estão ocupando a casa. Junto com elas vive Kathleen, a bela e jovem viúva, dona de uma inteligência e uma determinação que só se comparam às do próprio Devon.
Assim que o conhece, Kathleen percebe que não deve confiar em um cafajeste como ele. Mas a ardente atração que logo nasce entre os dois é impossível de negar.
Ao perceber que está sucumbindo à sedução habilmente orquestrada por Devon, ela se vê diante de um dilema: será que deve entregar o coração ao homem mais perigoso que já conheceu?
Um sedutor sem coração inaugura a coleção Os Ravenels com uma narrativa elegante, romântica e voluptuosa que fará você prender o fôlego até o final.

Olha, de modo geral esse foi um dos romances de época que mais gostei de ter lido. O que rendeu crítica por parte de outras pessoas, foi algo positivo para mim. O achei maduro e com um tempo de construção de relacionamento convincente entre o casal. Claro que depois de Mais Lindo que a Lua, tudo é lucro em relação a tempo de relacionamento. 

Nesse livro vamos conhecer Devon Ravenel, que depois da morte do primo acabou herdando suas terras e o comando da sua casa, com a viúva dentro e mais as três irmãs dele. E isso era algo que certamente Devon não queria, visto que a terra está afundando em dívidas, e ele é do tipo que gosta de curtir a vida com liberdade. Mas algo em Kathleen, a viúva, tira Devon dos eixos, e ele começa a pensar na possibilidade de cuidar do lugar e das mulheres, invés de simplesmente vender tudo. 

Um romance de época, e portanto tem muito do mesmo. Mas surpreendentemente tem muita coisa nova também. Primeiro que a mocinha, a qual recebeu muitas críticas por parte de muita gente, é um deleite. Ela realmente é atrevida e tem muitos nomes feios na ponta da língua. Quando as pessoas dizem que todas as mocinhas desses livros são empoderadas é porque não conheceram Kathleen ainda. Isso sim é uma mocinha pra frente. Tanto que ela passa a sensação para muita gente de que é chata. Pessoalmente a adorei. 

Outro super ponto positivo é que o livro não fica apenas focado no casal principal, rendendo muitas cenas gracinhas para a a irmã mais velha e Rhys, o próximo casal da série. Ajuda a dar uma descansada na história. 

E ai vai mais um ponto super bacana, que é o irmão de Devon. Ele é de longe meu personagem favorito. Tem um humor maravilhoso, é super amigo do irmão e das meninas. Uma pessoa que realmente queria ter ao meu lado. Me conquistou desde o princípio, e é um personagem que visivelmente cresce com a trama. Só não entendi o por quê ele ficou sem livro próprio. Pelo o que vi da série, apenas as meninas tem livros. Uma decepção, porque posso dizer que ele é um xodozinho. 

Enfim, o livro tem muitos momentos maravilhosos. Dos últimos romances que li, ele foi de fato meu predileto. Claro que tem os clichês, ou não seria um romance de época, mas são superáveis dentro do contexto geral da obra. Gostei mesmo.