A Pecadora e uma história de masturbação e flagelo

Título: A Pecadora
Autor: Nana Pauvolih
Editora: Essência
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Sinopse: Todos nós éramos pecadores. Somente uma coisa diferenciava um pecador: as escolhas. Saber o certo e escolher seguir pelo caminho errado em vez de fazer o que era correto. Fechei os olhos. Apesar de tudo que tinha feito naquela noite, não me arrependi. Era pecado, era perdição, mas também era mais do que eu já tinha sonhado em ter. ––– Entre a rígida criação religiosa e o desejo que sempre a consumiu, Isabel precisa se encontrar. Casada há quatro anos com Isaque, seu namorado de adolescência, a jovem sabe que a relação está longe de ser satisfatória. Mas é só quando Isaque fica amigo de Enrico, um publicitário solteiro e bem-sucedido, que a situação começa a ficar insustentável. Agnóstico, sem amarras e cheio de mulheres, Enrico é tudo o que Isabel acredita rejeitar, mas ela não consegue deixar de se sentir interessada pelas histórias que o marido conta dele. Para piorar, ela consegue um emprego na agência dele, e agora terá de passar os dias ao lado do homem que traz à tona seus sentimentos mais proibidos. Neste novo romance, Nana Pauvolih, uma das maiores autoras de romances eróticos do país, mostra que o certo nem sempre precisa ser aquilo que é imposto, e sim aquilo em que se acredita.

Nesse momento vocês devem estar pensando... Ué, mas a Carol lê literatura erótica? 
Em uma resposta curta, normalmente não. Mas todo escritor é, acima de tudo, um bom investigador. E quando o rumo da história que estou trabalhando segue para a literatura erótica, dai eu sou obrigada a conhecer um pouco. Ninguém trabalha um gênero que desconhece. Então recebi ótimas indicações desse livro da Nana, e resolvi que meu mais novo laboratório iria começar por ele. 

Pecadora vai contar a história de Isabel, uma mulher que cresceu em uma família de evangélicos fervorosos. O pai dela é pastor e toda a família vive cheia de regras difíceis, mas que ela sempre seguiu sem pestanejar, Cresceu deixando o cabelo comprido e usando as roupas aprovadas pela família; casou com quem eles queriam e vive no limite. Só que Isabel tem um segredo que não revela a ninguém. Ela adora se tocar, adora sentir prazer, por mais errado que sua igreja diga que isso é. E mais ainda, adora se tocar pensando no mais novo amigo do marido, Enrico. 

A partir dai vai começar uma luta dessa mulher para se manter na linha, já que passa a rever conceitos questionáveis e sentir coisas que não deveria sentir. Começa uma jornada de libertação feminina e sexual que geralmente tente a ser adorável de se ver. Amo mulheres fortes! Mas não exatamente o que temos aqui. Ou pelo menos, não tudo o que a história merecia e precisava. 

Olha, não é um livro ruim. A protagonista é boa, os questionamentos de vida dela são ótimos, e as cenas quentes são quentes com vontade. O leitor emerge com facilidade nos pensamentos de Isabel e na culpa que sente por começar a ver a vida com tanta intensidade. É fácil se ligar a ela por pena ou empatia. E mesmo que o livro seja grande, a leitura flui rapidamente no interesse de saber como as coisas vão se resolver. 

Mas ok, não sou uma leitora de eróticos e tenho minhas ressalvas para esse em específico, provavelmente por ter me tornado uma leitora chata e tão exigente com o que leio. 

A primeira coisa que me irritou foi o título do livro. Quando a gente lê a sinopse e o título, imagina que a protagonista vai entrar em um momento "loucura" da vida dela, saca? Descobrir que ama a própria sexualidade e sair conhecendo pessoas diferentes e sexos diferentes por ai. Tipo a Ninfomaníaca do filme do Lars Von Trier, saca? Foi exatamente o que pensei quando li sinopse e vi a capa, mas não é o que acontece. Isabel simplesmente se apaixona. 

A autora até tenta fazer parecer que o cara novo é conivente em relação as vontades dela sempre, mas logicamente que não é. E tanto a gente vê isso na cama como em comentários inocentes fora dela. Tem até uma cena que ele diz que Isabel não deveria cortar o cabelo porque era lindo daquele jeito, mas depois diz que estava brincando e que ela pode fazer o que quiser. Mas pensem comigo... uma mulher que saiu de uma vida de pessoas dizendo o que ela deveria fazer, então é algo que está grudado nela, mesmo que menos do que antes, e que encontra um cara por quem esta apaixonada e que oferece o mundo das coisas que ela não teve. Obviamente que mesmo que ele estivesse brincando sobre o cabelo, foi algo que ela levou em consideração com força. Eu levei por muitos anos em consideração o que o namorado dizia sobre isso, e nunca tive uma vida regrada quanto ela. Imagina Isabel! Os caras sabem o poder de persuasão que tem na mente de mulheres apaixonadas. Não é preciso mandar, apenas sugerir que ela fica linda daquele jeito, e toda a vontade de cortar o cabelo vai para o ralo. Entendem onde quero chegar? 

O livro pedia mais. Mais de Isabel sendo pecadora, mais dos momentos de libertação dela. As pequenas cenas foram de fato pequenas e simplórias dentro da proposta do livro e do que sabia que ela poderia fazer. É uma personagem forte, e com ótimos momentos de mostrar essa força, mas ainda podia ter sido mais. Ter feito mais. No final das contas, ela apenas trocou de dono. Deixou um marido quadrado e idiota para se relacionar com um cara que dava o sexo que ela queria e por quem era apaixonada. Para mim isso não é exatamente um pecado, mas um novo amor. 

O céu sem estrelas da menina Cecília e sua mãe polvorosa

Título: Céu sem estrelas
Autor: Iris Figueiredo
Editora: Seguinte
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Sinopse: Um romance sensível e envolvente sobre autoestima, família e saúde mental.Cecília acabou de completar dezoito anos, mas sua vida está longe de entrar nos trilhos. Depois de perder seu primeiro emprego e de ter uma briga terrível com a mãe, a garota decide passar uns tempos na casa da melhor amiga, Iasmin. Lá, se aproxima de Bernardo, o irmão mais velho de Iasmin, e logo os dois começam um relacionamento.
Apesar de estar encantado por Cecília, Bernardo esconde seus próprios traumas e ressentimentos, e terá de descobrir se finalmente está pronto para se comprometer. Cecília, por sua vez, precisará lidar com uma série de inseguranças em relação ao corpo — e com a instabilidade de sua própria mente.
“Uma história brilhante sobre encontrar a sua força mesmo quando não há esperanças. Iris escreve com uma sensibilidade incrível e dá voz aos jovens que vivem a busca constante pelo seu lugar no mundo.” – Vitor Martins, autor de Quinze Dias

Não sou uma grande leitora de nacionais. Não porque eles não me agradam, mas acabam sendo minoria na estante de "livros por ler" e "lançamentos que quero conferir". Não acredito que isso seja uma espécie de preconceito de geolocalização, apenas costume. Prova disso é que quase sempre curto os nacionais que leio. Quase sempre, ok? Tem escritor escroto em todo país. 

Em Céu sem Estrelas, o livro com uma das minhas capas prediletas do ano, a gente acompanha a história de Cecília, uma jovem que trabalha em uma livraria e que está fazendo faculdade. Ela é uma garota um pouco mais cheinha, e tem um verdadeiro complexo com isso. 

No outro ponto da história temos Bernardo, também universitário e irmão da melhor amiga de Cecília, a quem ela supre uma paixão reprimida há anos. 

Quando Cecília e a mãe tem uma briga feia, é na casa da amiga que a menina se refugia. Só que não vai ser tão simples assim viver embaixo do mesmo teto que o carinha por quem ela supri um amor antigo. 

Tá, explicando desse modo, fica parecendo que o relacionamento do casal vai ser o principal da história, e passa longe de ser. Por esse motivo eu achei, desde o início da leitura, que o livro deveria ser narrado apenas pela Cecília. Uma pessoa que sofre os tipos de complexos que ela sofre é um tanto única, e é legal observar dentro da cabeça de cada pessoa que passa por isso, sem interferência de palpites externos. Na real? Para mim não fazia diferença alguma os capítulos de Bernardo. É um mocinho fofo, mas fraco se analisarmos o contexto geral da história. Cecília era a peça de ouro de Céu sem Estrelas, e me contentava tranquilo só com a visão dela dos acontecidos. 

Outra coisa que acho importante observar, é que a questão de Cecília se incomodar tanto com o peso não fica exatamente clara no início, como é o caso do personagem do livro Quinze Dias, do Vitor Martins. Ali você observa de cara que o guri tem um problema com o corpo. Aqui precisei de algumas páginas para entender que Cecília era complexada com isso. Não sei como me sinto em relação a esse "deixar um pouco de lado". Se me incomoda, ou se fico feliz por ela ter momentos de simplesmente esquecer essa neura. No fundo acho que esperei que os momentos de maluquice com o corpo dela fossem mais fortes. Tipo a neura do TOC da protagonista de Tartarugas até lé embaixo (detesto aquele livro, mas amo a construção da personagem).

Cecília tem um relacionamento horroroso com a mãe dela, e não sei se entendi a motivação dessa mãe. Comecei e terminei o livro sem entender a cabeça da mulher, e também não sei como me sinto em relação a isso. Viram como tem muita coisa aqui que me deixou de stand by enquanto resenhista literária?  Porque as ideias lançadas da autora são boas, mas as resoluções delas deixa bastante a desejar. 

Todo livro com personagem complexado tem o seu ápice. No caso de Céu sem Estrelas, esse ápice acontece perto do fim. Entendi aquilo? Não também. Porque a personagem vinha de bons momentos na vida dela. De decisões acertadas e comportamentos decentes. E, do nada, a mulher surta. Tá, ok, as pessoas sabem o limite de até onde podem chegar, mas essa forçada da situação da explosão de Cecília não rolou comigo. Precisava de um disparo, sabe? Um disparo emocional que não aconteceu.  

Enfim, é um livro com bons temas e personagens interessantes, só acho que pecou um pouco com certas conclusões. Penso que seja importante por diversos motivos, e é um dos livros que eu trabalharia em escolas, se fosse professora. Porque ainda que não tenha rolado 100% como narrativa ficcional, ele funciona como uma sacudida na cabeça da garotada. 


Porque o Kindle Unlimited é tão importante para os autores nacionais


Oi, pessoal!
Quem ai tem um Kindle em casa, ou usa o aplicativo do Kindle no celular, tablet e computador?
Se vocês tem certamente já tiveram acesso a diversos ebooks nacionais na plataforma. Hoje em dia, é a maior fonte de renda para um autor nacional que não tem a grana exorbitante que as editoras cobram para publicar desconhecidos. Ainda que nem todas as pessoas sejam adeptas de literatura digital, ela vem crescendo muito e abrindo portas para diversas pessoas que tinham livros engavetados.

Leio ebooks há muitos anos. Já tive dois Kindles meus e um emprestado. Sou uma autora nacional, portanto publico coisas na Amazon com frequência. É fácil colocar e torna qualquer pessoa um pouco mais conhecida no meio, apenas por ter um ebook disponível no site deles. Mas preciso dizer que a concorrência é grande, ok? A facilidade chama qualquer tipo de pessoa à publicar na Amazon, portanto é necessário certo trabalho para tirar seu livro do limbo que vez ou outra o site pode colocá-lo.

Nesse contexto, vocês precisam entender que a Amazon tem dois modos de propor seu ebook para um autor. Ele pode ser vendido por unidade, e daí você coloca o preço que quer no livro e tem direito a cerca de 35% do valor vendido, o resto fica para a Amazon; ou ele pode ser emprestado dentro do Kindle Unlimited, que é um serviço que funciona como uma espécie de Netflix da Amazon. Ou seja, você paga uma assinatura mensal e tem direito a ler quantos livros quiser e que tenham cadastro no catálogo do Unlimited. Normalmente são os nacionais, mas tem muitos livros de diversas editoras por lá também.

Fiz essa volta toda para vocês entenderem que os autores nacionais normalmente deixam aberta as duas opções do ebook quando o lançam. Tanto pode comprar a unidade, como ler nesse serviço de empréstimo. E mesmo que muitas pessoas pensem que comprar a unidade do ebook seja mais vantajoso para o autor, por experiência própria eu digo que não é.

Veja bem...

Se você lança um ebook a 4,99, o valor que irá para o seu bolso  (os 35%, lembram?) será de 1,74 em média.
Se vocês lançam o mesmo ebook no Unlimited e ele tem umas 500 páginas em formato Kindle, quer dizer que um único leitor vai consumir 500 páginas desse empréstimo para chegar ao fim da leitura. Certo?

Esse valor do Unlimited varia dependendo do mês de arrecadação, mas geralmente eles pagam cerca de 10,00 a cada 1000 paginas lidas (isso é uma média, ok?). Ou seja, aquela única pessoa que leu as 500 páginas do seu livro, já te deu 5,00 pela leitura do empréstimo. Quase o triplo que a unidade vendida. 

Entenderam?

Essa tabela está com uma qualidade péssima, mas se vocês não entenderem, podem chamar no Facebook ou Instagram que vou ter o maior prazer em ajudar.

Então, essa é uma tabela mensal do KDP, que são as vendas feitas por unidades, promoções gratuitas e KENP (que são os empréstimos).

Perceba que esse mês nem foi tão ruim na venda de unidades (acreditem que em se tratando de mim isso é um ótimo mês). Foram vendidas 36 unidades, e eu tenho sete ebooks na Amazon gerando renda ultimamente, e eles tem diversos valores de venda. Desde 2,99 a 6,99. Na tabela que vou postar abaixo, ela mostra em reais o quanto foi gerado de venda unitárias.


Viram só? De vendas unitárias arrecadei 50,62. 

Agora volta lá na primeira tabela e vejam quantas páginas lidas tenho no KENP. E na tabela abaixo dá uma olhadinha no quantitativo geral. Usando aquele cálculo base que mostrei anteriormente, arrecadei aqui cerca de 700,00 só de empréstimo de páginas. Viram a diferença?

Muita gente tem assinatura do Unlimited, e pessoalmente fico feliz que todos os dias mais pessoas entrem nesse serviço. Com certeza ganho bem mais com ele do que com unidades de ebooks vendidas. 

Então se vocês são leitores de ebooks da Amazon, e tem a assinatura do Unlimited, procurem sempre usar esse modo de leitura invés da compra do livro. Isso ajuda muito mais o autor e você não perde mais dinheiro com isso. 

E se não tem a assinatura, mas gostam de ler nacionais, pensem com carinho em fazer! A Amazon vira e mexe faz promoção de assinatura por 1,99 durante três meses. E garanto a vocês que o catálogo super vale a pena! 


Se ficou alguma dúvida, podem me procurar nas redes sociais que ajudo com prazer. 

Dentes de Dragão em meio ao Velho Oeste?

Título: Dentes de Dragão
Autor: Michael Crichton
Editora: Arqueiro
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Sinopse: Michael Crichton, autor da obra que deu origem ao lendário filme Jurassic Park, volta ao campo da paleontologia neste livro recém-descoberto, uma aventura emocionante ambientada no Velho Oeste durante a era de ouro da caça a fósseis.Com ritmo perfeito e enredo brilhante, Dentes de Dragão é baseado na rivalidade entre personagens reais. Com uma pesquisa meticulosa e imaginação exuberante, será transformado em minissérie pelo canal National Geographic com a Amblin Television e a Sony Pictures.
Desde Jurassic Park, nunca foi tão perigoso escavar o passado.
Em 1876, no inóspito cenário do Oeste americano, os famosos paleontólogos e arquirrivais Othniel Marsh e Edwin Cope saqueiam o território à caça de fósseis de dinossauros. Ao mesmo tempo, vigiam, enganam e sabotam um ao outro numa batalha que entrará para a história como a Guerra dos Ossos.
Para vencer uma aposta, o arrogante estudante de Yale William Johnson se junta à expedição de Marsh. A viagem corre bem, até que o paranoico paleontólogo se convence de que o jovem é um espião a serviço do inimigo e o abandona numa perigosa cidade.
William, então, é forçado a se unir ao grupo de Cope e eles logo deparam com uma descoberta de proporções históricas. Mas junto com ela vêm grandes perigos, e a recém-adquirida resiliência de William será testada na luta para proteger seu esconderijo de alguns dos mais ardilosos indivíduos do Oeste.

Dentes de Dragão foi uma leitura que só funcionou para mim porque mantive firme minha meta de leitura diária de 50 páginas, ou do contrário teria desistido em menos da metade. Porque apesar do autor jogar uma ideia bem aventuresca, isso de fato não se concretiza durante a leitura por falta de manejo do mesmo. Vou explicar. 

Johnson é um estudante vadio (porque não achei uma palavra melhor) que estuda na famosa Yale. Tudo de errado que faz, os pais resolvem. Se quebra algo importante, o pai paga. Fugiu de todos os problemas uma vida inteira sendo filho de alguém importante e endinheirado. Portanto tem aquele ar arrogante de todo garoto que acabou de sair da casa dos pais e esta querendo beijar a bunda do mundo. 

Quando seu arqui-inimigo o desafia a participar de uma expedição para o Oeste em troca de 1000 dólares (entendam que isso é muito para a época), Johnson aceita para não sair de idiota. Não sabia ele que estava se enfiando na maior enrascada da vida quando foi procurar o paleontólogo Othniel Marsh, dizendo que era fotógrafo e pedindo a vaga disponível para ir à tal expedição, caçar ossos de dinossauro em uma terra nova e perigosa. 

Preciso falar também de Cope, outro paleontólogo que trabalhou por um tempo com Marsh, mas que hoje eles tem um profundo ressentimento um com o outro e ficam brigando de gato e rato para ver quem pode mais. Johnson acaba parando no meio desses dois, sendo jogado de um lado para o outro no tortuoso jogo dos dois professores. 

Dentes de Dragão é um livro que mistura coisas que adoro, como o a colonização do Oeste americano, paleontologia e índios. Tudo isso com uma dose acertada de importância, tirando, talvez, os índios que mereciam um papel maior. Ainda assim não perde o brilhantismo do relato do autor com fatos históricos tanto sobre colonização como as descobertas paleontológicas que aconteceram nessas terras. Realmente o leitor que curte história se prende nesses detalhes. 

O protagonista provavelmente vai figurar na minha lista de melhores personagens do ano. É um desses que você entende e enxerga com louvor a trajetória do herói que ele passa para chegar até o final da sua jornada, seja ela física ( e esse coitado rala pra cacete) como emocional. É nitidamente visível que o Johnson que começa aquela expedição não é o mesmo que acaba, e isso é um super ponto positivo sobre o livro. 

Se tem uma coisa que desgostei, foi a falta de emoção da história. Até as cenas de ação, que realmente não eram muitas, são cansativas e não deixam o leitor com aquela falta de ar necessária e possível para esse tipo de livro. Quando acabei de ler, fiquei pensando se não era uma característica típica do autor, e não necessariamente um problema com o livro em si. O fato é que há pouca emoção na história. Vocês podem me perguntar como uma personagem que gostei tanto pode ser o protagonista de um livro tão sem emoção. Respondo que são os gesto dele que causam certa empatia, não a emoção que transmite. Sendo bem sincera, tirando raiva e medo, Johnson não é capaz de transmitir muita emoção. 

Vale dizer aqui que a vida dos professores March e Cope são baseadas em fatos reais sobre esses dois  que foram importantes no cenário paleontológico americano naquela época. Acharam peças surpreendentes, mas sofriam das briguinhas do ensino médio que faz qualquer um revirar os olhos de agonia. 

Em resumo, é um livro lento, pouco emocionante, mas ele passa uma mensagem interessante e tem um dos melhores personagens do ano, com certeza.