Autor: Huntley Fitzpatrick
Editora: Valentina (Cedido em Parceria)
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Sinopse: “Minha mãe nunca ficou sabendo de uma coisa, algo que ela reprovaria radicalmente: eu observava os Garrett. O tempo todo.”Os Garrett são tudo que os Reed não são. Barulhentos, caóticos e afetuosos. São de verdade. E, todos os dias, de seu cantinho no telhado, Samantha sonha ser uma deles, ser da família. Até que, numa noite de verão, Jase Garrett vai até lá e...
Quanto mais os adolescentes se aproximam, mais real esse amor genuíno vai se tornando. Contudo, precisam aprender a lidar com as estranhezas e maravilhas do primeiro amor. A família de Jase acolhe Samantha, apesar dela ter que esconder o namorado da própria mãe.
Até que algo terrível acontece, o mundo de Samantha desmorona e ela é repentinamente forçada a tomar uma decisão quase impossível, porém definitiva. A qual família recorrer? Ou, quem sabe, Sam já é madura o bastante para assumir suas próprias escolhas? Será que está pronta para abraçar a vida e encarar desafios?
Quem você estaria disposto a sacrificar pela coisa certa a se fazer? O que você estaria disposto a sacrificar pela verdade?
Estou em um momento da minha vida em que deveria estar correndo de romances, mesmo de romances adolescentes. Ou eles me deixam depressiva ou enjoada. Pior ainda quando me deixam com os dois. Mas com a propaganda que a Valentina fez desse livro, me senti altamente inclinada a solicitá-lo. Aproveitei que final de ano minha agenda de leitura iria folgar um pouco e pedi.
Demorei a pegar, da mesma forma que demorei a pegar todos os livros que achei que daria conta até a virada de ano. Na verdade, não lembro de dois meses mais corridos na minha vida como foram dezembro e janeiro. Ainda estou cansada e o mês nem acabou. Mas isso é assunto para outro tópico. O que o importa é que peguei, e devorei em dois dias, como era de se esperar desse tipo de livro em minhas mãos.
De início não encontramos um dramalhão adolescente. Temos duas irmãs vivendo numa casa com a mãe super chata, e uma família aparentemente bagunceira e enorme se mudando para a casa ao lado. Para a mãe de Samantha e Tracy é um sacrilégio que uma família queira, e tenha, tantos filhos, mas assim são os Garrett, que desde o momento que pisaram por ali chamaram a atenção da caçula a ponto de fazer com que ficasse horas no telhado de casa de olho nas várias crianças felizes e nos pais amorosos. Coisas que passavam um pouco longe do que estava acostumada.
A história dá um super pulo de anos. Samantha e Tracy são proibidas de falar com os Garrett pela mãe, mas isso não impede que Samantha, durante um verão solitário em que a irmã vai passar fora, comece uma amizade despretensiosa com um deles: O Jase.
No fundo o leitor sabe que isso deveria ser a espinha principal da história. O que a guia e a preenche. Sinceramente? O romance foi o que menos me tocou aqui. E não que a história num todo tenha sido incrível e cheia de reviravoltas, mas tem um pouco da pitada de Sarah Dessen, que consegue transformar o banal em algo bem feito e gostoso de se ler. Pessoalmente gostei mais da construção que Fitzpatrick fez na história do que a que Dessen fez nos livros que li dela. Tem algo de mágico na forma delicada e lenta com que as coisas acontecem em "Minha Vida Mora ao Lado", e não digo nem no relacionamento do casal, mas familiar.
A princípio você não entende, mas com o tempo começa a enxergar que ambas famílias são meio destrutivas a seu modo. Comecei amando os Garrett e detestando a família de Samtanha. Depois vi a genialidade da autora em nos mostrar que mesmo as famílias aparentemente mais felizes também podem ser nocivas. No caso dos Garrett você enxerga isso com o excesso de amor, que gera o excesso de filhos e uma expectativa de futuro profissional limitada para todos eles. Ao contrário da mãe de Samantha, que teve duas filhas, cria ambas com tudo do bom e do melhor, e tem dinheiro fácil para o futuro delas.
E quando você acha que o livro não tem como ir mais fundo nessa questão das famílias e diferenças, eis que a autora insere algo que faz você reavaliar tudo de novo e pensar o que faria em ambas situações. Se colocando nos dois lados da história. Não é nada que vá fazer seu queixo cair, só deixar um pouco desnorteado com as opções perigosas e limitadas que a vida pode apresentar em determinados momentos.
Foi um livro que não me tocou pelo romance, como disse, mas pelas questões familiares e o modo como elas se resolvem - ou não. A autora deixa um pouco em aberto como tudo irá se desenrolar, mas até que achei isso interessante. Não reclamaria de receber mais três ou quatro páginas de explicação, contudo gostei da abertura que ela deixou. Faz o leitor criar possibilidades e trabalhar com elas de forma a construir uma ideia, que é o que todo livro deveria fazer.
Recomendo pra caramba o livro! Como romance jovem, como drama familiar... Enfim, você pode tirar muitas coisas interessantes dessa história. Se jogue!