"O Destino das Terras Altas" e porque nem sempre uma capa linda é sinônimo de um livro bom

Título: O Destino das Terras Altas
Autor: Hannah Howell 
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Em O Destino das Terras Altas, primeiro livro da série Os Murrays, Hannah Howell nos apresenta o esplendor da Escócia medieval com uma saga de guerra entre clãs, lealdades divididas e amor proibido.Quando o destino coloca Maldie Kirkcaldy na mesma estrada que sir Balfour Murray e seu irmão ferido, ela lhes oferece seus serviços como curandeira. Ao saber que tem em comum com sir Balfour um juramento de vingança, decide seguir com ele para cumprir a sua missão.
Mas ela não pode lhe revelar sua verdadeira identidade, sob o risco de ser acusada como espiã. Enquanto luta para negar o desejo que a dominou assim que viu o belo cavaleiro de olhos negros pela primeira vez, Maldie tenta a todo custo conservar o aliado.
Balfour, por sua vez, sabe que não pode confiar nela, mas também não consegue ignorar a atração que nasceu entre os dois. E, ao mesmo tempo que persegue seu objetivo de destruir Beaton de Dubhlinn, promete descobrir os segredos mais profundos dela e conquistar o seu amor. Para isso, não deixará que nada se interponha em seu caminho.


Saca aquele livro que a gente compra porque a capa e o título são maravilhosos? Esse é o caso de O Destino das Terras Altas. E é um daqueles episódios que a gente leva um toco dos grandes de decepção com a história. 

Balfour é o senhor de um grande clã, que tem um dos irmãos sequestrados pelo seu inimigo. Ao tentar resgatar o garoto, ele conhece Maldie, que é uma curandeira e que se tornou muito necessária quando o irmão do meio é ferido em combate. Só que ele não sabe nada sobre Maldie, e isso vai fazer muitas pessoas do clã erguerem a sobrancelha para ela, em desconfiança, enquanto a convidada está nas terras deles esperando Nigel, o irmão adoentado, melhorar. 

Esse livro teve muitas coisas que me irritaram, mas acho que a principal delas foi o insta love que acontece entre os protagonistas. O irmão do cara ta ali morrendo, no meio da estrada, e tudo o que ele consegue fazer é olhar para a mulher que brota do nada e notar como ela é linda e como ele a deseja. Sério? Tipo, sério mesmo? 

E depois disso é um relacionamento absurdamente mal construído e em cima de base alguma que seja estável. Hora Balfour é um grosso ridículo, e na outra cortês que passa dos limites, de tão enjoativo. Eu não engoli por um segundo o romance dos dois. Maldie se acha a forte que vai resistir a todos os homens porque não quer repetir os erros da mãe, mas tá ali na cama de um senhor que mal conhece e que tem um temperamento para lá de suspeito e imaturo. 

Insegurança é a palavra principal quando se trata de Balfour. Um senhor de clã, poderoso que só a porra, mas cheio de medos infantis acerca de coração e romance. Claro que as pessoas tem as suas fraquezas, mas como as ele dava agonia. Tenha dó, criatura! 

Para um romance de época, a melhor coisa foi sem dúvida as brigas entre os clãs. O mecanismo entre eles é uma maravilha de ler. Talvez se a autora tivesse tirado o foco de romance e colocado nas tramas entre os clãs, no estilo Game Of Thrones, as coisas teriam sido melhores. Nesse caso, ela trabalhou melhor isso do que qualquer outro segmento. 

Os protagonistas não tem qualquer carisma, o desenvolvimento do relacionamento é ridículo e o ritmo foi lento demais para mim. Então como romance de época, não rolou. Uma pena. 

Ainda planejo ler o segundo, porque gosto muito do Nigel e é dele que o livro vai falar. Mas esse primeiro, ao meu ver, foi um verdadeiro fiasco. 

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"Um Estranho Irresistível" e os melhores personagens de romance de época

Título: Um Estranho Irresistível
Autor: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: A autora de best-sellers do The New York Times, Lisa Kleypas, lança o conto de uma jovem de beleza não convencional que encontra em um espião uma irresistível paixão.Uma mulher que desafia seu tempo.
Dr. Garret Gibson, a única médica mulher na Inglaterra, é tão ousada e independente quanto qualquer homem – por que não lidar com os próprios desejos como se fosse um? No entanto, ela nunca ficou tentada a se envolver com alguém, até agora. Ethan Ransom, um ex-detetive da Scotland Yard, é tão galante quanto secreto, e sua lealdade é um verdadeiro mistério. Em uma noite emocionante, eles cedem a uma poderosa atração mútua antes de se tornarem estranhos novamente.
Um homem que quebra todas as regras.
Ethan tem pouco interesse pela alta sociedade, mas é cativado pela preciosa e bela Garrett. Apesar da promessa de resistir um ao outro depois daquela noite sublime, ela logo será atraída para sua tarefa mais perigosa. Quando a missão dá errado, Garret usa toda a sua habilidade e coragem para se salvar. À medida que enfrentam a ameaça de uma traição do governo, Ethan fica disposto a assumir qualquer risco pelo amor da mulher mais extraordinária que já conheceu.

Um Estranho Irresistível vai contar a história de Ethan, um ex-detetive que hoje em dia faz alguns trabalhos escusos e misteriosos, e Garrett, a única melhor médica de toda a Inglaterra. Daí vocês podem me perguntar como isso se encaixa em uma série da família Ravenel, e vou precisar te responder que precisam ler para entender onde qualquer um dos dois se encaixam nisso. 

Tanto Garrett como Ethan aparecem em volumes anteriores da série, em momentos bem importantes dela, então se você leu os outros provavelmente deve saber de quem estou falando e deve ter algumas teorias acerca deles. 

Esse foi o livro da série com melhor construção, ao meu ver. Acredito que estou bem cansada da estrutura dos romances de época que leio, e esse veio como um fôlego para os demais. A mulher trabalha, é independente em algo além do controle da própria lingua. O carinha é irlandês, tem um passado misterioso e faz serviços estranhos para pessoas diversas. Ele em si é um completo mistério, e tirou toda aquela coisa de que estava acostumada de condes e duques e por ai vai. 

A condução do relacionamento deles é uma delicinha. Sexy na medida certa, e tensa quando precisa ser. Além de que, por ter um ex detetive na jogada, a gente sabe que o livro vai ter um pouquinho de ação, o que achei um verdadeiro deleite. 

Mas se teve algo que me deixou estressada aqui foi a reviravolta financeira que a autora dá a Ethan. De um homem pobre morando em um quartinho velho para... bom, vocês vão ter que ler. Mas já digo que isso me chateou o bastante. Dá a entender que toda e qualquer mocinha só pode ser feliz se for com um carinha endinheirado, e não é bem assim. Esses padrões me irritam absurdamente, e foi o motivo de ter tirado uma estrela do livro. 

Contudo eu digo e repito que ele vale a leitura. É diferente em coisas geniais, tem os melhores personagens de romance de época e a ação necessária para não te deixar cair no sono. Irritei-me apenas com a mudança de status de Ethan, mas nada que irrite as pessoas de maneira geral. Estou em um momento feminista, e talvez ler romances de época me deixam irritada num todo. Mocinhas seguindo regras ridículas de homens machistas. Argh! 

Mas, como disse, é um dos melhores que já li. 


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"A Caça" e os estranhos hábitos que os ricos tem

Título: A Caça
Autora: M. A. Bennet
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Sinopse: O ano letivo começou e Greer ­MacDonald está se esforçando ao máximo para se adaptar ao colégio interno onde ela entrou como bolsista. O problema é que a STAGS, além de ser a escola mais antiga e tradicional da Inglaterra, é repleta de alunos ricos e privilegiados – tudo o que Greer não é.Para sua grande surpresa, um dia Greer recebe um cartão misterioso com apenas três palavras: “caça tiro pesca”. Trata-se de um convite para passar o feriado na propriedade de Henry de Warlencourt, o garoto mais bonito e popular do colégio... e líder dos medievais, o grupo de alunos que dita as regras.
Greer se junta ao clã de Henry e a outros colegas escolhidos para o evento, mas esse conto de fadas não vai terminar da maneira que ela imagina. À medida que os três esportes se tornam mais sombrios e estranhos, Greer se dá conta de que os predadores estão à espreita... e eles querem sangue.
Que a caçada comece!

Bom, ninguém pode negar que ricos tem formas estranhas de passar o tempo. A todo momento que lia esse livro ficava pensando que o problema desses guris era falta de um lavado de roupa para cuidar.  Resolveria rapidinho com uma surra de cinta e um dia de trabalho. 

Greer é uma novata nessa escola antiga e estranha de ricos. Ela é bolsista, e desde que chegou por lá ainda não fez amigos e se sente mega deslocada. Isso até receber uma carta misteriosa a convidando para passar o final de semana na mansão dos Warlencourt, a família mais galhada (entenda que galhadas aqui são super importantes) e podre de rica da escola. 

A premissa básica do livro é essa. Parece simples, né? E de fato é absolutamente simples. Não me incomodou o fato de ter uma premissa simples, já li muitos livros que a ideia era das mais banais, mas que ganhava corpo com o desenvolver da história. O que obviamente não foi o caso de A Caça. 

Para começo de história, acredito que cativar o leitor com os protagonistas é essencial. Se a história não é consistente o suficiente para cativar pelo enredo, então o protagonista precisa gerar empatia do leitor. Greer não conseguiu a minha. Talvez se o livro tivesse mostrado o antes de Greer com um pouco mais de entusiasmo, eu tivesse conseguido me conectar com ela. Mas tudo o que vemos é uma menina deslocada que aceita ir para um final de semana na casa de pessoas que não conhece, e que na real a despreza, por motivo nenhum em específico, mesmo recebendo um aviso assustador que ela não deveria ir. 

Quem merda aceita um convite desses? É por estar se sentindo deslocada? Na boa, guria, isso não é motivo o suficiente.  Os garotos são explicitamente escrotos, então que porra você vai fazer lá? 
Essas coisas me dão nos nervos. 

Também me deixou profundamente estressada a dinâmica na casa, no tal final de semana. Depois do dia da Caça era para todo mundo ter ido embora, mas foram? Não. E isso pareceu absolutamente normal. E daí isso se repete com os tiros, mas, de novo, pareceu normal todo mundo continuar na maldita casa, agindo como se tudo aquilo estivesse ok. 

Preciso dizer que o livro tem uma ideia interessante. Adolescentes com instinto de nazistas que acham que são melhore que os outros e que devem colocar cada um no seu lugar. Entendo isso, mesmo. Mas daí, como disse, a construção precisava ser mais sólida para me fazer acreditar em tudo o que estava lendo. No final das contas sabe o que senti? Que estava vendo um filme de sessão tarde que alguém teve preguiça de elaborar o enredo, e pior, que termina com um grande ponto de interrogação porque, aparentemente, deixar as pessoas na dúvida é maravilhoso. #sqn

Enfim, é um livro que tem uma ideia boa. Tenta ser interessante, mas peca com momentos bobos que caem nos enredos famosinhos de histórias de terror/suspense adolescente. Poderia ser infinitamente melhor. 

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