Autor: R. L. Stine
Editora: GloboAlt
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Sinopse: Conhecido mundialmente por seus livros de terror e suspense, com centenas de milhões de exemplares vendidos, R. L. Stine desponta no cenário da ficção juvenil pela genialidade na criação de enredos sinistros. O“Stephen King da literatura juvenil” ficou famoso na década de 1990 com a aplaudida coleção Rua do Medo. Quase duas décadas depois do último volume, Stine atende aos pedidos dos leitores e lança o livro inédito Jogos macabros, publicado no Brasil pela Globo Alt.Tal como os outros títulos da coleção, a história se passa na velha cidade de Shadyside, nos EUA, conhecida por ser palco de acontecimentos misteriosos e aterrorizantes envolvendo os alunos da escola local. Todos na região conhecem a excêntrica e rica família Fear, e sabem também do passado terrível que os assombra. Apesar desses histórico nada promissor, Brendan Fear parece ser um garoto diferente de sua família. Gentil e simpático, o jovem vive rodeado de colegas e chama a atenção de Rachel Martin, uma garota simples, colega de classe dele.
Quando o aniversário de Brendan está prestes a chegar, ele começa a planejar uma comemoração um tanto diferente na isolada ilha do Medo, onde existe um casarão de veraneio pertencente à família Fear. Rachel é uma das convidadas para passar o final de semana no local sombrio e, contrariando os avisos dos amigos, decide ir. No caminho, coisas estranhas já começam a acontecer e, ao chegarem à mansão, Brendan dá as coordenadas para o início de um jogo que se revelará o mais mortal de todos.
Repleto de reviravoltas, Jogos macabros mantém o leitor apreensivo da primeira à última página. Como todo bom enredo de R. L. Stine, a história dá espaço a fantasmas, assassinato, traição e romance, e marca, enfim, um retorno triunfal do autor à Rua do medo.
Ok, quando comecei a ler esse livro não havia qualquer pretensão em mim de que fosse gostar dele. A história parecia interessante pela sinopse, e a capa tem aquele ar misterioso que eu tanto gosto. Mas é de um escritor que o público alvo são adolescentes, e esse é 52º livro de uma série imensa do Stine. Então deu para sacar que fui super com o pé atrás, né? Grata surpresa quando cheguei na página 50 e estava maluca por mais. Fui fisgada, sem sombra de dúvidas!
Pelo o que entendi durante pesquisa, essa série da Rua do Medo, apesar de ser grande, tem personagens diferenciados para cada um dos livros, que são independentes, e que contam simplesmente com a cidade como pano de fundo comum entre eles.
Então Jogos Macabros, que em inglês chama-se Party Games (Jogos de Aniversário), vemos a história de Rachel, uma garota esforçada que faz de tudo para ajudar os pais financeiramente, trabalhando meio expediente em uma lanchonete da cidade onde mora, e que tem uma certa queda por Brendan Fear, um riquinho que estuda na mesma escola.
Ela sente que as coisas estão para mudar para melhor quando Fear a convida para sua festa de aniversário, que será numa ilha da família dele, em uma casa antiga e cheia de segredos. É certo que Brendan gosta de jogos, e vê esse aniversário como um bom motivo para aplicar alguns deles em seus amigos.
Então as coisas começam a dar errado logo no início da festa, com pessoas desaparecendo e gritos estridentes no meio da casa escura. E isso é só o começo para esses adolescentes, trancados numa ilha, sem nenhum modo de fuga, com alguém - ou algo- matando um a um.
Esse é o plot principal da história, e ele é, de fato, muito legal! Pessoalmente vejo algo de fabuloso em uma casa antiga, com adolescentes no extremo do medo por motivos que eles desconhecem. Quando são adultos parece que as coisas soam mais maduras, o que não é o caso desses meninos. Ao exemplo de Rachel, que mesmo com as pessoas sumindo, tem mania de andar pela casa sozinha. Se fosse eu me agarrava em um deles até para ir ao banheiro.
A história tem um ritmo incrível, e mesmo para um livro pequeno, ele consegue gerar o medo no leitor de forma verossímil. Gosto das ligações subliminares que o autor impõe em sua história, como o sobrenome de Brendan ser Fear - Medo. Parece uma coisa boba para mim enquanto adulta, mas certamente um adolescente começando seus estudos em inglês iria se interessar pelo fato, e talvez fazer ligações bacanas para a história.
Você fica na dúvida sem saber se as coisas que estão acontecendo são sobrenaturais, ou se tem alguém por trás de tudo. Pessoalmente fiquei curiosa pela ordem de escolha das mortes que iam acontecendo, e ai eu falo dos personagens. Depois do terceiro entendi que tinha alguma coisa que eu estava deixando passar, e isso se provou real quando o autor revela o verdadeiro intuito da história.
E confesso que ai fiquei meio desanimada. Até a metade eu estava maluca pelo livro, depois da metade fiquei meio "bleh". Estava adorando o sobrenatural da coisa, e daí ele muda a perspectiva e não curti tanto. Mas ele dá uma viradinha ali nas últimas páginas, o que voltou a me agradar e me encher de curiosidade.
As poucas falhas que observei na trama, nada tem de falhas, de fato. São só peculiaridades de livros para jovens, que a velha aqui não conseguiu engolir bem. Como o fato de um pai permitir que jovens passem a noite numa ilha no meio do nada sem supervisão de um adulto e sem falar com os pais do aniversariante antes. Acho que se fosse minha filha eu ia junto. Sinto muito o mico, mas seguro morreu de velho. Essa independência dificilmente dá certo, ainda que eu saiba que para o leitor jovem isso é um puta ponto a favor do livro. Qual garoto quer viver na barra da saia dos pais? Eles querem liberdade e acham que são os donos do mundo.
A falta de desenvolvimento de algumas coisas também me incomodaram, mas daí entendo que é um livro curto e para jovens, e que se o autor passasse mil folhas explicando a origem da paixão de Rachel por Brendan, ou como a família Fear funciona, então nenhum garoto iria querer ler. Não é Stephen King, e o público de Stine é outro.
Esse tipo de coisa pequena que me incomodou, mas, como disse, foi um problema pessoal, e que acredito que os mais novos não enxerguem como problema.
De modo geral foi um livro que adorei. As premissas dos livros da Rua do Medo são todas maravilhosas! Pena que os livros são tão caros... Seria algo que trabalharia numa sala de aula com alunos da 5 ou 6 série no mês do horror.