Autor: Ken Follet
Editora: Arqueiro
Skoob: Adicionar
Sinopse: Freya é o nome da deusa nórdica do amor. Também é o codinome da mais recente invenção nazista, de acordo com uma mensagem interceptada pelas forças aliadas. A inteligência britânica desconfia que é graças a ela que os alemães estão conseguindo abater os bombardeiros ingleses a uma velocidade tão alarmante. Hermia Mount, uma analista do MI6, é recrutada para ajudar a descobrir qual é essa nova arma. Tendo morado a vida inteira na Dinamarca, ela possui contatos valiosos que poderão auxiliá-la em sua missão. Do outro lado do mar do Norte, numa ilha dinamarquesa ocupada pelos alemães, o estudante Harald Olufsen descobre uma instalação estranha dentro da base militar nazista. Ele não sabe o que é, mas não se parece com nada que já tenha visto, e ele precisa contar para alguém. Em Copenhague, o detetive Peter Flemming colabora com os alemães para desvendar quem está repassando informações de dentro do país nórdico para os aliados britânicos. Numa Europa praticamente dominada pela Alemanha, a vida dessas três pessoas se entrelaça de forma irreversível, e quando um decrépito avião bimotor se transforma no único meio de fazer a verdade chegar até as forças aliadas, o destino delas poderá mudar o rumo da guerra - e da história.
Ler Follet é sempre uma experiência agradável, sem contar que é uma puta aula de história. Não tenho uma vasta experiência com o autor, mas nunca me decepciono quando sento para ler algum dos seus livros. Na verdade, ele constantemente aparece na lista das melhores leituras do ano.
Em O Voo da Vespa temos como o pano de fundo a 2ª Guerra Mundial, que é um dos períodos históricos que mais gosto de estudar. Dentro desse contexto o autor foca em uma invenção nazista que está fazendo os aviões ingleses caírem antes mesmo de começarem a atacar, e aqui o livro me lembrou bastante o filme O Jogo da Imitação, que tem uma estrutura semelhante.
E como todo livro do autor, entendemos a história por várias perspectivas. O de Harald, que meio sem querer descobre um aparelho intrigante em uma base nazista da Dinamarca; o de Hermia, noiva do irmão de Harald, que é inglesa da resistência e que foi designada para tentar descobrir porque os aviões deles estão caindo, e o de Peter, um detetive nazista que está em busca de quem está passando informações para os ingleses. Essas três pessoas vão se cruzar continuamente na história, e elas darão o panorama histórico e social incrível desse livro.
Gente, é um livro sobre uma situação específica dentro de uma guerra que foi estúpida de grande e importante. O que Ken Follet fez foi pegar 1% do que aconteceu e criar uma ficção que em absoluto parece ficção. Por muitas vezes enquanto estava lendo pensava naquelas pessoas passando por aquelas situações e imaginando o quão somos heróis diariamente, com coisas cotidianas.
O livro não é monótono, passa beeeemmmm longe de ser, ok? Quis fazer a comparação dos heróis apenas porque existiram tantos que nunca nem ouvimos falar, e esse livro me fez pensar bastante nisso. Nos anônimos que mudaram o rumo de guerras, e as vezes com uma ação minúscula.
O Voo da Vespa tem um roteiro estupidamente bem amarrado. Tanto em relação aos personagens, quanto a história real na qual são inseridos. Já me perguntei diversas vezes se Follet não é um viajante do tempo, porque estou para ver um autor mesclar história e realidade tão bem quanto ele. Não fica parecendo uma aula maçante, tão pouco algo que saiu da cabeça de um escritor. Os livros dele tem vida, e essa é o melhor elogio que posso dar.
Engraçado também é nossa capacidade de sentir as mais diversas coisas durante a leitura. Seja o amor pela inteligência de Harald, ou o desprezo velado por Peter. Os personagens são palpáveis, de tão bem construídos. E apesar da história focar nessas três pessoas principalmente, abro espaço para Arne, o irmão de Harald e noivo de Hermia (um puta espaço, na verdade. O cara brilha!), e para Karen, que também não fica um milésimo de segundo atrás de Arne. Na verdade, eu amo ela e Harald juntos! Tão novos e tão cheios de decisões difíceis...
Apesar de ser um livro sobre guerra, e isso tender a deixar o livro mais dramático, ainda é um do Ken Follet, e ele foge longe de qualquer drama exacerbado na narrativa. É direto, e ainda assim não é frio, entendem? Passa a mensagem de maneira maravilhosa e vai te deixar tenso em muitos momentos, principalmente perto do fim. Aliás, um últimos capítulos são de roer as unhas. Super bem desenhados e estruturados. Parece um roteiro do tipo de filme que leva um Oscar.
É uma história maravilha, escrita por um maravilhoso escritor e com maravilhosos personagens. Follet apareceu aqui um outro ano como um dos livros favoritos, e acho bem possível que apareça nesse ano também. Não há como você ser um amante de história e não curtir os livros do cara. São DIVINOS!