Autor: Philip Pullman
Editora: Suma de Letras
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Sinopse: Phillip Pullman volta ao mundo da trilogia Fronteiras do Universo, para outra aventura eletrizante envolvendo daemons, aletiômetros, o Magisterium e, claro, o Pó. La Belle Sauvage é o primeiro volume de uma nova trilogia chamada O Livro da Sombras, e se passa dez anos antes dos acontecimentos de A Bússola de Ouro, se centrando em Lyra e Pantalaimon, ainda bebês. Apesar de ser uma história diferente, os fãs de Fronteiras do Universo vão reconhecer muito do mundo e dos personagens que povoam La Belle Sauvage. Enquanto o protagonista, Malcolm, se envolve em uma assustadora aventura para tentar salvar a pequena Lyra das garras do Magisterium, outros mistérios e vilões surgem para complementar a trama que já conhecemos tão bem."Sempre quis contar a história de como Lyra acabou morando na Faculdade Jordan. Este livro e o próximo cobrem dois momentos da vida dela: partindo bem do início e retornando vinte anos depois. Quanto ao terceiro livro, ainda é segredo." - Phillip Pullman
Esse pode vir a ser um livro frustrante para alguns leitores da série Fronteiras do Universo. Ali a coisa é muito mais grandiosa do que em O Livro das Sombras, então não espere diversos momentos de euforia, como eu tive com A Bússola de Ouro.
Nesse livro o protagonista é o Malcolm, um menino que vive em um bar/hospedaria junto dos pais. Estudioso, prestativo e curioso, é dono de um barco chamado La Belle Sauvage. Malcolm é um explorador, e aproveita toda oportunidade que tem para entrar nas maiores aventuras. É assim que acaba enrolado em Lyra, uma bebezinha que apareceu no convento em frente a sua casa. Ele sabe que a criança corre perigo, e quando ele cansa de esperar que outras pessoas resolvam o problema, ele mesmo toma a responsabilidade de Lyra para ele, fugindo com ela e Alice, uma "amiga", em seu barco.
Em linhas gerais é o que a premissa nos apresenta, e até acho que ela fala demais, já que esse fato de Malcolm fugir com Lyra vem acontecer em mais da metade do livro. Até então, é só ele tentando entender algumas coisas que estão acontecendo ao redor dele, e se metendo em muitos problemas com uma catedrática e amiga, que também é espiã.
Esse livro serve mais como um complemento para quem leu Fronteiras do Universo e ficou curioso sobre a questão do pó e do aletiômetro. Aqui a gente vê como surge esse papo entre os estudiosos, pela visão de um menino muito inteligente e curioso. Pessoalmente adorei isso, visto que esses pontos sempre foram motivos de dor de cabeça de minha parte, na questão de entender como eles funcionam, e explicar por Malcolm torna tudo mais simples, saca?
Sim, temos alguns personagens que conhecemos na trilogia anterior. A maioria apenas pincelado para dar aquele gostinho a quem está lendo, e outros encheram meu coração de calor, como o Lorde Asriel, que sempre gostei.
O livro não mostra apenas os capítulos de Malcolm, e aí onde mora os melhores momentos da primeira parte da narrativa. Se não fossem esses outros personagens, provavelmente seria bem entediante. Entendo o que Pullman fez como uma inteligente construção de roteiro. Sim, ainda pode ser cansativo, mas é um cansativo que nos deixa curiosos. Adoro conhecer os Demons das outras pessoas, e é o mínimo que se consegue com personagens diversos. Mas garanto que é de fato o mínimo, em se tratando dos livros desse autor. Ele sabe escrever uma pessoa como poucos escritores de fantasia sabem.
Pelo o que entendi, esse vai ser o primeiro livro de uma trilogia. Fronteiras do Universos está na minha lista de leituras para 2018. Faltam ainda ler dois livros, e darei fim a eles até final do ano. E garanto que não prejudicou meu entendimento ter lido La Belle Sauvage agora. Ele acontece 10 anos antes de A Bússola de Ouro, então não se perde muita coisa. Mas você precisa ter acabado a série inteira de Fronteiras para dar continuidade ao Livro das Sombras, já que o próximo volume acontece com Lyra já aos vinte anos.
Vi muita gente questionar sobre o motivo do autor ter escrito mais uma trilogia dentro desse universo. Olha, pessoalmente não me chateou. Eu gostei bastante do livro, principalmente depois da primeira metade, quando as coisas mais bizarras começam a acontecer com essas crianças. É um livro de fantasia e não só para os mais novos. Pullman tem um universo inteiro e complexo envolto em fadas, feiticeiras e outros séries mágicos. Então não se engane, ok?
Acho que ele tem muito material para muita coisa, e por isso continuou a falar desse mesmo lugar e de pessoas que já conhecemos. Se não terminou é porque não era para acabar, e estou ansiosa para ler o próximo livro da série. Não recomendo começar a ler o autor por aqui, porque talvez você possa desencantar de querer ler A Bússola de Ouro. E não que La Belle Sauvage seja ruim, ok? Só não é melhor que Fronteiras do Universo. Então começa pela outra série, mas leia essa também!