Essa semana perdi mais uma das minhas parcerias. E ao mesmo tempo que bate um alívio, porque isso significa mais tempo para ler outras coisas, também me bate uma tristeza por achar que meu trabalho anda falho e que não sou boa o suficiente e esse monte de caraminholas que a gente coloca na cabeça para justificar ter perdido algo que lhe era tão importante.
Claro que sei que não tenho a mesma produtividade que tinha alguns anos atrás, principalmente antes de Eliz. Eu tinha mais tempo e mais disposição para criar conteúdos diversos e movimentá-los, divulgando nas redes sociais. Acontece que não possuo mais isso, e por vezes vejo estilos de posts que antes tinham 1000 acessos, terem 30. É uma falha minha como blogueira? Também, mas tem muito dessa roda vida que vive a internet.
Quem é blogueiro bem sabe que as visualizações nas postagens dos sites andam em baixa em relação há três, quatro anos atrás. Agora as pessoas correm para o Youtube e Instagram. Sites e Facebook andam sendo menos usados, e daí a quantidade de visualizações diminuem consideravelmente.
Já pensei em migrar e ficar apenas com o canal e a conta no IG. Mas, sei lá, digamos que eu seja muito apegada a isso aqui. Que o blog é um pedaço de quem eu sou e que ele ajudou a me reconstruir em momentos complicados da minha vida. Eu gosto de vir, de conversar, de fazer desse diário online um modo de outras pessoas sentirem o que senti com filmes, livros e as coisas do meu dia a dia. Então não, abandoná-lo não é uma opção. Mas me concentrei em trazer apenas o que dava mais visualização, que são as resenhas, e deixei todos os outros tipos de post para quando eu tiver mais tempo, ou as coisas melhorarem por aqui. Por hora, vamos empurrando com a barriga como dá.
Como coloquei lá em cima, perder a parceria me fez sentir uma liberdade que há muito não sentia. Agora só tenho que me dedicar a Arqueiro, e vez ou outra ao que recebo de Felipe da Cia. de Letras. Isso que dizer que se eu ler seis livros no mês, e estou colocando uma média baixa, quatro deles serão os que estão parados na estante que há muito queria ler. Isso é um grande avanço, não?
Claro que fico louca com as novidades, e por ter tido parcerias com editoras diversas por uma porção de tempo, criei vínculos que me permite vez ou outra falar com os contatos e ver se eles me conseguem aquele livro especial que lançou e que não posso comprar. Por isso é importante começar uma parceria livre de problemas, e terminar do mesmo modo.
Sem contar que tenho uma facilidade enorme de conseguir empréstimos de ebooks lançamento. Não tenho coragem de pagar 30 reais em um livro digital, mas conheço diversas pessoas que tem e sou super cara de pau de pedir para ler também. Quando se trata de livros, tudo ainda é pouco.
Então, visto que tenho essa facilidade de conseguir os livros que quero ler, porque ter parcerias? Elas me obrigam a dedicar um tempo exclusivo para aqueles livros, que as vezes nem quero ler agora, escrever resenhas em tempo recorde e enviar os links de comprovação para as editoras. Só eu penso que isso me parece pressão demais? E se ainda fosse uma editora, beleza, mas imagina uma pessoa que tem sete, oito? Ler o que tem em casa parado, jamais!
Fico triste, lógico, por não ser mais suficiente para aquela empresa. Por ter falhado no meu trabalho - e tenho falhado muito - ou por não ter os mesmos números que blog X ou Y. Mas, vamos combinar, o que mais se vê é a mesma patotinha passando nas seleções das editoras. Os mesmos blogs grandes se repetindo em todas as seleções. E daí fico pensando... Será que isso é jogo para essas editoras? Quer dizer, esse blog grande vai ter tempo de ler aqueles 20 livros e publicar resenhas em tempo hábil ao lançamento, trazendo assim o retorno que a editora precisa?
Para mim essas parcerias deveriam ser informatizadas em forma de rodízio. Se eu tivesse uma editora, isso seria a coisa que faria. Digamos que 50 blogs sejam parceiros por seis meses, ou um ano. No ano seguinte eu quero outros 50 blogs. Não repetir os mesmos anteriores até ter coberto todos os blogs que tenham interesse em ter uma parceria comigo. Isso seria de uma justiça tremenda, e daria um braço por uma editora que possuísse uma postura semelhante.
Sabe o que li certa vez de uma editora? Que time que esta ganhando não se deve mexer. É quase um... estamos com esses 50 blogs de números altos e vamos ficar apenas com eles porque está dando certo. Só eu vejo como isso é triste para quem, como eu, tem seis anos de estrada e não consegue ser um dos grandes, apesar de todos os esforços de ter tentado? Ou para quem está começando agora e só quer uma oportunidade?
Enfim, é assim que as coisas são. Então ou você entra no embalo "Valorize o Booktuber", e aí incluo os blogs literários de maneira geral, e para de fazer trabalho para as editoras em troca apenas de livros, ou você vai passar uma vida ralando feito um condenado para tentar ser visto por uma delas. E sinceramente? Isso cansa pra cacete! Acreditem em mim, vivo essa tormenta há anos. Acho que é necessário que você imponha respeito para fazer essas empresas te respeitarem. Chega de mendigar, né gente?! E tem muita editora que praticamente obriga um Jogos Vorazes entre quem quer entrar nela. Absurdo!
Estou triste porque me sinto falhando como formadora de opinião - preciso melhorar minha auto estima que anda péssima ultimamente. Mas também estou com aquela sensação que tirei um mundo de cima dos meus ombros, porque tenho tanta coisa que quero ler aqui parada... Quem sabe isso não seja também um sinal divino para me dizer que preciso colocar para andar a escrita dos meus próprios livros? Nunca se sabe. Mas acredito que agora seja a hora de descobrir.