Oi gente! Hoje é dia de postagem do Clube das Blogueiras Escritoras!
Fiquei muito feliz com os contos que foram publicados esse mês, e acho que vocês deveriam dar uma chance para conhecer cada um deles pelo mundo da blogosfera.
Vamos conhecer?
"Existem
aquelas pessoas chamadas precoces e aqueles que sofrem de efeito retardatário.
Posso dizer que sofro o extremo dos dois casos. Às vezes sou tão madura e
precoce para os meus poucos 28 anos que algumas amigas de 50 dizem que pareço
ser mais velha que elas. Por outras vezes sou tão boba e lenta que parece que
ando em câmera lenta, enquanto todos já estão na Cochinchina; eu nem sai do
lugar!
Por
isso, vou escrever esse texto como se tivesse mais de trinta; falando da fase
antes dos trinta; não tendo trinta. Tranquilo, né?
Lembro-me,
como hoje, que por volta dos meus doze anos, eu acreditava que casaria com o
cantor do Engenheiros do Havaí e que teria um carro flutuante... Já mostrava
minha veia artística para literatura (risos); com o tempo essas ideias não
deixaram de existir, tomaram outras proporções, sempre sonhos loucos e
lúdicos.
Quando
cheguei à casa dos vinte, só queria a liberdade do vento na cara. Era tudo
muito simples: ‘todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite... ’. aos
22 passei por minha primeira crise de identidade e fui tomada pelo fogo
devorador; só pensava em namorar. Mas ainda não tinha caído a ficha que eu
estava entrando na fase adulta. Visto que morava na casa dos meus pais e pulava
janela...
A
consciência da vida adulta só veio aos 25. Uma vida de escolhas duras,
lágrimas, contas a pagar e pouco dinheiro; aluguel e pouco ou nenhum luxo. A
certeza que não dava mais para voltar e que tudo tinha mudado e ninguém me
avisou causou pânico, mas não ter mais o meu quarto de ‘princesa imaculada dos
contos de fadas’ também me deu forças.
Com
a certeza que era eu e o mundo, surgiu uma nova pessoa. Que o tempo foi
aprendendo sobre segurança e como preservar seu espaço, na verdade ainda estou
aprendendo. É como se tivesse cortado novamente o cordão umbilical e nascido
outra vez. E dessa vez escolhia com mais firmeza a minha família – amigos – e
os meus anseios, que em outrora era ter um carro voador, então ressurgem
simplesmente em ser amada. O fogo devorador ainda existia, mas tornou-se mais
seleto e casou-se com o amor. O conceito de amor também mudava.
Agora
estou finalizando os 20 e entrando nos 30 e sei que novas coisas me aguardam.
Sinto-me mais madura e a arrogância e ego inflado dos 20 e poucos estão
morrendo para dar vida a paciência e escutatoria. Ouço mais que falo; desejo
sem ansiedade e não tenho mais expectativas... isso também serve para o cantor
de Engenheiros do Havaí."
Lilian
Farias
A Lilian é escritora do romance "O Céu é logo ali"
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