Sabe quando a gente espera que a continuação de uma série seja boa, mas não imagina em que nível ela chega a ser boa? Foi o meu caso com a segunda temporada de Umbrella Academy. Fui totalmente pega de surpresa.
Vocês devem lembrar que o final da primeira temporada é desesperador, não é? Pois bem, aqui a gente vê exatamente a continuação daquele momento final, quando o Cinco leva os irmãos para outro tempo, tentando salvar todos do apocalipse.
Só que o plano do Cinco não dá totalmente certo, e os irmãos são jogados em momentos diferentes do tempo. Klaus em 1960, Alisson em 1962, Luther em 1963, Vanya e Diego caem em meses diferentes de 1963.
Os irmãos se desencontram na história, até que o próprio Cinco caia e veja que eles continuam sendo responsáveis pelo apocalipse, agora antecipado para 1963. Então Cinco precisa reunir os irmãos e impedir (novamente) o apocalipse.
A gente pensa a princípio que a ideia possa ficar muito repetitiva, apocalipse de novo, mas isso não acontece. Talvez porque os personagens estejam em um momento diferente da história e para eles existem coisas maiores do que o apocalipse em si. Afinal, eles passaram por um e sobreviveram, e o roteiro explica muito bem que eles não ligam muito para isso, em um primeiro momento.
Mas eu penso que a máxima dessa temporada tenha sido o crescimento individual dos personagens. Naquilo que a série errou na temporada anterior, ela acerta majestosamente nessa. Os ritmos dos personagens estão igualados, o que causa alvoroço em quem assiste, e não o desconforto que tive com a primeira temporada, com aqueles momentos introspectivos entre cenas de ação.
Ainda que o drama exista em grau elevado na segunda temporada, ele consegue se mesclar a comédia e ação normal em Umbrella. Então quando vemos o drama de Alysson com o novo personagem que integra a série ao lado dela, também vemos como Klaus quer mudar a vida de um outro personagem e não consegue (aliás, os coadjuvantes que se entrelaçam aos irmãos nessa temporada são sublimes!). E no momento seguinte começa uma sequência de cenas mais leves, até que o ciclo se complete e volte. Entendem o que quero dizer? Os níveis estão iguais! Achei isso excelente!
Existe um crescimento pessoal muito evidente em todos os personagens. Se eu tinha birra com comportamentos de Diego na primeira, por exemplo, ele caiu por terra nessa segunda. Todos tiveram crescimentos fantásticos, mas o de Diego foi o que mais me tocou. Saiu de um personagem Ok para mim para se colocar no meu TOP 3 de irmãos.
Posso dizer com felicidade que Klaus e Cinco mantiveram o pódio de amor no meu coração. Eu simplesmente ADORO os dois personagens!!! O jeito revoltado e maduro demais de Cinco, que beira a loucura da idade sexagenária que de fato tem (que a propósito, o ator segura com perfeição), e como Klaus é sempre leve e paz e amor e deixa uma atmosfera cômica em todos os lugares que vai.
Aliás, comicidade é o que não falta aqui. Existiam cenas engraçadas na primeira temporada, mas não chegam aos pés do que acontece nessa. Parece que o roteiro decidiu que isso era um elemento muito importante na trama e trabalhou com essa ideia do começo ao fim. Vou confessar que precisei correr para fazer xixi duas vezes, de tanto que ri com algumas cenas. Então se você nunca se aventurou em Umbrella achando que era apenas ficção científica, venha simbora com vontade! Garanto choro e risada na mesma proporção.
Achei excelente como o roteiro incluiu dados históricos na construção de toda trama. De lugares, pessoas e situações. Até o fato de como os negros eram tratados de maneira desprezível em 1963 eles souberam trabalhar aqui. Poxa, sem críticas!
Preciso avisar que o final da temporada deixa a gente de cabelo em pé, exatamente como o final da primeira. Entendi que coisas que eles mexeram no passado acabaram mudando o que seria o futuro deles, e estou ansiosa para comprovar se minhas ideias fazem sentido. Fiquei com várias na cabeça!
Agora é esperar a próxima temporada e torcer para que se mantenha tão excelente quanto essa. Ah e, claro, com a melhor trilha sonora. Vou dizer... quem seleciona as trilhas de Umbrella merece um prêmio.
Pelo amor de Deus, corram para ver um dos meus xodós da Netflix!