Olá, seus lindos!
Recebi um email genial da Editora Valentina com a entrevista, tão aguardada, da escritora de Alma? E é claro que estamos todos festejando!
Uma autora excêntrica e super pra cima, Gail conseguiu me conquistar com seu jeito irreverente e sua escrita genial.
Vamos dar uma olhadinha?
Entrevista
- Irene Moreira, do blog: Saleta de Leitura (http://www.saletadeleitura.blogspot.com.br/)
- A sombrinha da Alexia
Tarabotti além de ser bem especial e diferente é a sua marca registrada e
que deu o nome à série. Pode nos dizer por que escolheu a sombrinha?
Gail Carriger: As sombrinhas, além de fazerem parte
do cotidiano das jovens elegantes da época vitoriana, são uma ótima arma,
sobretudo quando se tem vontade de dar uma sombrinhada na cabeça de alguém.
Além disso, “sombrinha” é uma palavra muito agradável.
- No império Britânico os sobrenaturais conviviam em harmonia com
os humanos em virtude de regras impostas evitando com isso o ataque e de se
alimentarem de humanos. Já para o americano queimava vivo qualquer um que fosse
acusado de sobrenatural. O que a levou a colocar os americanos como inimigos em
potencial dos britânicos em relação aos sobrenaturais?
GC: Quis deixar um possível conflito no ar para os livros
seguintes.
- O mordomo Floote e o Lorde Akeldama são personagens que
nos cativaram durante a história. Seus nomes são bem diferentes e sugestivos.
Pode nos explicar em que se inspirou para batizá-los com esses nomes?
GC: Só em pouquíssimas ocasiões o personagem escolhe o
próprio nome (Alexia sempre seria Alexia). Na maioria das vezes, os nomes que
uso são cookies, ou seja, uma
recompensa para o leitor cuidadoso. O nome pode passar aos leitores informações
sobre o personagem, sua origem, sua identidade real e seu verdadeiro objetivo
ou se relacionar a um aspecto histórico (Tarabotti) ou ainda dar alguma pista
ou prognóstico ao seu respeito (Akeldama). Como adoro nomes, brinco com eles,
quando possível. Um dia eu gostaria de escrever a história de Alessandro e
Floote, mas ainda vai demorar um pouco.
- · Aline Polito, do blog Memoirs and Books (http://memoirsandbooks.blogspot.com)
- Você já conhecia ou já trabalhou com o
Steampunk antes da série Protetorado da Sombrinha? Utilizou alguma fonte
inspiradora para isso?
GC: Comecei a ter contato com o steampunk
como movimento estético. Há muito tempo sou fã de roupas de época e do estilo
gótico, e o steampunk me atraiu por mesclar ambos de um jeito divertido. Também
adoro ver tecnologias antigas serem recicladas e transformadas em jóias, e
adoro observar os incontáveis exemplos da incrível criatividade das pessoas nos
últimos anos.
- · Camila Palmeira, do blog Daily of books (http://dailyofbooks.blogspot.com.br/)
- Em que você se inspirou para construir uma personagem tão autêntica
quanto a Alexia?
GC: Alexia é uma solteirona que lida com diversas questões
constrangedoras: é filha de italiano (e, ainda por cima, parece ser italiana),
lê demais, é desalmada, matou sem querer um vampiro e anda sendo incomodada por
um lobisomem grandalhão. Costuma lidar com esses probleminhas dando
sombrinhadas nessas criaturas ou conversando com elas, ambas atitudes com
resultados desastrosos. Ah, e sua melhor amiga adora usar uns chapéus super espalhafatosos.
- · Bianca Carvalho, blog Amor, Mistério e Sangue (http://www.amormisterioesangue.com)
- Quais são suas maiores influências literárias?
Há algo de Jane Austen e/ou Agatha Christie nelas? Estou sentindo esse clima ao
ler seu livro.
GC:
Minhas maiores
influências literárias costumam vir de autores como Charles Dickens, Elisabeth
Gaskell e P.G. Wodehouse. Também busco inspiração nos deuses do steampunk e da
urban fantasy, tais como Jules Verne ou Horace Walpole e, então, recorro à
comédia e à narrativa burlesca para lidar com os arquétipos inerentes a cada
estilo.
- · Gabrielle Alves, do blog Livros e Citações (http://www.livrosecitacoes.com)
–
Saindo um
pouco de O Protetorado da Sombrinha, no início do ano saiu o primeiro volume da
saga spin-off, Finishing School, protagonizado por uma garota de quatorze anos.
Como será essa nova etapa? Afinal, envolve uma garota de quatorze anos. O humor
negro continua?
GC: Todos os meus livros têm aspectos
cômicos. Esse lado engraçado é fundamental para mim, como escritora. Até
coloquei um bilhetinho na lateral do computador com a frase: “Gail, use o seu
senso de humor!” Acho muito melhor fazer as pessoas rirem que chorarem. Quero
que os leitores dos meus livros se sintam felizes ― a realidade já é deprimente
demais, sem a minha ajuda. Ademais, eu tinha me dado conta de três fatores
desconcertantes antes de escrever Alma?: dos contos que escrevi, os únicos que vendiam
eram os que tinham aspectos cômicos; tanto o steampunk quanto a urban fantasy
costumam ser bastante sombrios; a maioria dos meus autores favoritos era
engraçada (PG Wodehouse, Douglas Adams, Terry Pratchett, Jasper Fforde). Achei
que estava na hora de dar uma remexida nos gêneros e escrever um livro que
incluísse um pouco de tudo do que eu mais gostava: uma heroína de personalidade
forte, steampunk, urban fantasy E comédia.
- Todos os steampunks que li envolviam personagens na faixa etária de
quinze anos, então por que uma mocinha mais velha, não seria mais fácil uma nos
padrões convencionais?
GC: Pelo que li até agora, não creio que seja esse o caso. Então,
não tenho como responder a essa pergunta, uma vez que foi feita uma
generalização que não corresponde à minha experiência.
- Os direitos de adaptação da saga foram comprados pela Parallel Films há
quase um ano. Como você mesma havia dito, é difícil uma adaptação dos livros
pelo orçamento sair caro. Houve algum retorno desde que o anuncio foi feito? E,
hipoteticamente falando, se a adaptação saísse, qual seria seu cast dos sonhos?
GC: Não tenho notícias recentes a respeito da adaptação para o
filme. Dê uma olhada em: http://gailcarriger.livejournal.com/208802.html. Fiz um post com o
elenco dos meus sonhos para um filme, aqui: http://mybookthemovie.blogspot.com/2009/09/gail-carrigers-soulless.html
- Editora Valentina
Lorde Akeldama é um vampiro com interesses bastante peculiares,
alguns que não eram aceitos até bem pouco tempo atrás. Você recebeu alguma
crítica negativa devido a esse personagem em particular?
GC: Lorde Akeldama é um dos
meus personagens mais populares. Eu o adoro porque me divirto muitíssimo quando
escrevo sobre ele ― aquele seu jeitinho peculiar que requer o uso de itálicos.
Só mesmo lendo-o dá para entender por quê.