Como ter raiva de um vilão como esse? Impossível!
Sempre digo que não existem vilões no termo fechado e radicalista da palavra. Para mim todo vilão é consequência de uma vida não muito legal. Ele é o resultado de um meio nada saudável e de atitudes irresponsáveis , mas talvez com tanta lógica como a atitude tomada pelos mocinhos.
Desafio vocês a me dizer um vilão que seja vilão só porque não teve o que fazer e acordou com uma plantação de maldade em seu ser. Até os menos físicos como Sauron, foram movidos a uma vontade. Uma delas é a ambição, e é a mais comum. Se vocês realmente encontraram um vilão que é ruim só porque quer ser ruim, então pode fechar o livro, porque não existe construção real nesse personagem.
Observe que cada pessoa já teve uma atitude nada heroica em sua vida, como também já cometemos heroísmos bárbaros, mesmo que tenha sido só ceder seu espaço no ônibus.
Fazer coisas ruins está tão na natureza do homem que não dá pra imaginar uma humanidade de Smurfs 100% feliz. Só que nosso digníssimo Deus nos deu essa coisinha chamada de Livre Arbítrio para que nossa balança aprenda a pesar o que é legal ser feito, e o que não. A capacidade de escolha é nossa. Só que tantas vezes o meio esta grudado em nós, que é meio impossível remar contra a maré sozinho, e as pessoas optam pelo mais fácil.
Porque comecei com esse discurso sobre moralidade do mal? Bem, porque apesar de Warner ser um cara Bad, eu nunca enxerguei nele mais do que alguém que cresceu necessitando de uma atenção que não teve, e sendo forçado a fazer escolhas difíceis, e nem sempre legais.
Em Destrua-me eu me senti próxima a Warner. Próxima de uma forma que não consigo mais separar as coisas, e para mim, Juliette poderia se matar de tanta indecisão, porque se ela não fizer, eu faço isso por ela, e fico com Warner pra mim.
Em 70 folhas, Warner me provou que era fantástico! Nem precisava eu ter lido esse conto para entendê-lo, pois sempre tive uma conexão com ele. Mas o conto, de uma forma muito sutil, coloca em cima da mesa a vida de Warner antes de tudo isso, o relacionamento dele com o pai, o que ele sentia por Juliette e o quanto ele está desesperado para encontrá-la.
Entre sonhos e pesadelos, você fica totalmente envolvido no relato desse garoto que foi obrigado a ser homem antes do tempo, e que não sabe lidar com isso sempre.
As impressões dele se tornam as suas, as dúvidas dele se tornam as suas, os medos, as alegrias, as lembranças e principalmente, a inutilidade de quebrar as regras do pai, se tornam os seus também.
Se depois que você ler Destrua-me, não estiver enlouquecida de amor por Warner, recomendo nem continuar essa série. E digo mais, se a autora acabar essa série com Adam sendo o bonzão da história, vou ter um surto psicótico.
Esse vilão/herói tem muito para mostrar ainda, e vou esperar ansiosamente.