"A busca por sobrevivência"
Sinopse: Anna Emerson é uma professora de inglês de 30 anos desesperada por aventura. Cansada do inverno rigoroso de Chicago e de seu relacionamento que não evolui, ela agarra a oportunidade de passar o verão em uma ilha tropical dando aulas particulares para um adolescente. T.J. Callahan não quer ir a lugar algum. Aos 16 anos e com um câncer em remissão, tudo o que ele quer é uma vida normal de novo. Mas seus pais insistem em que ele passe o verão nas Maldivas colocando em dia as aulas que perdeu na escola. Anna e T.J. embarcam rumo à casa de veraneio dos Callahan e, enquanto sobrevoam as 1.200 ilhas das Maldivas, o impensável acontece. O avião cai nas águas infestadas de tubarão do arquipélago. Eles conseguem chegar a uma praia, mas logo descobrem que estão presos em uma ilha desabitada. De início, tudo o que importa é sobreviver. Mas, à medida que os dias se tornam semanas, e então meses, Anna começa a se perguntar se seu maior desafio não será ter de conviver com um garoto que aos poucos torna-se homem.
Poucos livros li em minha vida onde senti em todos os momentos um desespero pela sobrevivência nos personagens. Esse foi um deles. De forma marcante, sensível, real e até bastante fofa, a autora misturou elementos fantásticos e simples para criar a trama de Na Ilha. E por isso, dentro da categoria dele, o livro se encaixou com perfeição nas minhas cinco estrelas teimosas.
Anna é uma professora que resolve pegar um trabalho nos meses de férias sendo professora particular de T.J. um garoto que teve câncer e que esta no período remissivo dele. Ela precisa de um afastamento do namorado e o menino precisa recuperar o tempo perdido na escola que passou no tratamento da doença. Então os pais dele resolvem que a ilha onde eles tem uma casa seria o lugar perfeito para os estudos e pede para a professora ir com o garoto de avião (ele estava passando uns dias na casa de um amigo) para essa ilha.
Acontece que alguns imprevistos em uma das conexões, e eles tem que pegar um avião de última hora, e é nesse avião que o piloto sofre um ataque cardíaco com eles dentro. Logicamente o avião cai e eles ficam machucados e boiam por horas até T.J. avistar terra, e é lá onde eles vão parar.
Imagine duas pessoas pessoas numa ilha sem água e cercada de tubarões. Imaginou? Agora vem comigo para sentir toda a angústia que senti com esse livro, porque PQP, é tenso do começo ao fim.
Aqui não existe esse negócio de ser adulto e ser adolescente. Ambos tem deveres iguais dentro dessa ilha. As vezes T.J. é muito mais forte do que Anna, e as vezes Anna é a voz de que T.J. precisa.
As coisas se desenvolvem tão gradativamente nessa história que você não se assusta com os acontecimentos nem se contorce por eles. É sempre uma briga diária por alguma coisa. Primeiro água, depois comida, depois higiene, comodidade, saúde e amor. Cada um desses itens de uma forma tátil e bela, mesmo na simplicidade.
Ler esse livro me fez ver a importância de coisas banais da minha vida, como por exemplo pasta de dente e sabonete. Ele me fez ver que o amor nasce de lugares mais improváveis e que se ter uma única opção não significa que aceitamos um contentamento, e sim um amor tão único e inseparável que mais nenhuma tentação do mundo pode ser forte o suficiente.
Na ilha é cheio de tramas dentro de tramas. Ou seja, Anna e T.J. já chegam na ilha com suas próprias histórias de vida e ambas são pesadas suficiente para os dois. Então além de lutar pela janta, eles lutam com as lembranças e os pesadelos e acima de tudo, o medo de não ter que fazer planos mais nunca.
A Andy do Mon Petit Poison, colocou na resenha dela sobre esse livro uma coisa que achei bastante real e válida. Vemos muito mais da luta diária por sobrevivência nesse livro do que vemos em livros distópicos, por exemplo. Acredito que não ter um governo massacrando as pessoas faça com que coisas como sabonetes se tornem importantes o suficiente para merecer uma página inteira.
O final desse livro é emocionante. Não dá para falar muito sem soltar spoilers do que acontece, mas acreditem, á uma puta tapa de realidade nos personagens. Eu amei a forma com a qual a autora finalizou o livro! Amei ao ponto dela fazer com que eu esquecesse o quanto de A Lagoa Azul e O Náufrago tinha nesse livro logo no começo. Quer dizer, ele tem bastante do final de O Náufrago também.
E então, se vocês precisam de mais um motivo para ler esse livro, significa que não escrevi essa resenha direito. Ele é lindo, delicado, até um tanto bobo em alguns momentos, mas ele me ganhou do início ao fim. A autora escreve de forma majestosa e real e simples. Ela é encantadora em sua escrita e o livro é encantador no seu enredo.
Leiam!
Leiam!
Leiam!