Autor: Douglas Adams
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: A série O MOCHILEIRO das Galáxias consagrou Douglas Adams por sua fina ironia e sua capacidade de elaborar histórias hilárias e inusitadas. Porém, essa não foi sua única obra-prima. Também na década de 1980, ele criou o personagem Dirk Gently, cujos elementos principais surgiram quando escrevia episódios para Doctor Who, outro ícone britânico da ficção científica.
Adams morreu em 2001, deixando dois volumes sobre as aventuras do detetive carismático e arrogante. Agora, finalmente, o primeiro livro é publicado no Brasil.
Richard MacDuff é um engenheiro de computação perfeitamente normal que sempre se comportou muito bem, obrigado, até o dia em que deixa uma mensagem equivocada na secretária eletrônica de sua namorada, Susan Way. Arrependido, toma a decisão mais natural possível: escalar o prédio dela e invadir seu apartamento para roubar a fita com a gravação.
Na vizinhança, Dirk Gently bisbilhota os arredores com seu binóculo quando presencia o ato tresloucado do antigo colega de faculdade e decide entrar em contato para lhe oferecer seus serviços investigativos. Depois de uma série de acontecimentos bizarros, o detetive percebe uma interconexão obscura entre a atitude estapafúrdia do amigo e o assassinato de Gordon Way – irmão de Susan e chefe de Richard, que passa a ser suspeito do crime.
De uma hora para outra, os dois veem-se envolvidos num caso incrivelmente estranho, com elementos díspares e desconexos que, no final, conseguem se encaixar de forma perfeita e construir uma trama típica de Douglas Adams.
Sempre comentei que Douglas Adams é o tipo de autor que eu sentaria para bater um papo, se isso não significasse ter que ir ao além para tomar um chá. O cara era super insano e tinha umas tiradas inteligentíssimas envoltas em narrativas de ficção científica bizarras. É aquele autor que ou as pessoas amam pela excentricidade em seus livros ou odeia justamente por isso.
Ao contrário do que eu imaginei e que provavelmente a maioria de vocês também imaginaria, o protagonista desse livro é Richard MacDuff, um cara que trabalha em uma empresa de computadores e que se envolve em uma baita enrascada depois de um jantar com um professor da antiga faculdade e de deixar uma mensagem equivocada para a namorada.
Em paralelo vemos algumas cenas do Monge Eletrônico, Gordon, irmão na namorada de Richard; Susan e muito depois, quando você acha que não vai mais ver o cara, eis que aparece Dirk Gently, numa das cenas mais cômicas que me lembro ter lido desde que li os livros da Sophie Kinsella.
É uma história bastante confusa para ser explicada, como qualquer livro do Adams. Todos esses personagens tem uma linha de trama, e que em algum momento elas se cruzam da forma mais inusitada possível. Confesso que por um momento achei que não fosse provável cruzar todas as histórias, mas não é que o autor consegue e com uma simplicidade que chega a ser bizarra de tão fácil?! Ele é mestre de transformar em logicamente possível o totalmente improvável.
Sim, de fato é um livro com fantasmas, viagens no tempo, monge eletrônico montado em uma égua e um detetive pra lá de maluco! Como isso se encaixa? Vocês terão que ler para descobrir.
Dirk entrou fácil na minha lista de personagens fantásticos simplesmente por ser maluco de pedra, ao mesmo tempo em que é um gênio. A forma como ele explica para os clientes o que seria uma agência de investigações holísticas é hilária. Até eu me convenci da charlatanice dele, e não sou fácil de cair em papo de vigário. É um homem presunçoso, prepotente, mas que tem um certo fascínio justamente por ser assim. Nada do esteriótipo de investigadores de livros que você já leu até o momento, e ainda assim cheio de coisas que Poirot ou Sherlock teriam. Não tenho outra palavra para usar para esse cara além de excêntrico.
Eu demorei um pouco para terminar de ler e a justificativa é porque ele insere tantos pontos malucos dentro de um mesmo contexto que eu fiquei confusa, e continuei até perto do fim. Entenda que tudo é muito simples, mas é um simples de Douglas Adams, e isso é quase ser o simples de um gênio. Portanto está justificado minha demora.
Não garanto que todos gostarão. É confuso, é bizarro e é difícil de criar algum tipo de ligação com os personagens dele. Mas é fantástico! Uma obra maluca de um cara maluco que tinha um jeito irreverente de contar histórias.
Talvez eu recomende com mais fervor para os "nerds" que gostam de ficção. A identificação existirá justamente por ser um nerd que gosta de ficção. Agora se você não curte ficção, não recomendo mesmo ler Douglas Adams. Mesmo que ele trate de problemas socialmente inquietantes, ele o faz da maneira dele, e nem todo mundo gosta. Pessoalmente? Adoro o maluco!