Autor: Timothy Lewis
Editora: Novo Conceito (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Para Adam, negociante de objetos usados, a casa de Gabe Alexander é apenas uma propriedade que será esvaziada e vendida pelo maior lance. Entretanto, em meio às prateleiras repletas de relíquias, um álbum antigo atrai sua atenção. Nele há cartões-postais amarelados pelo tempo, escritos ao longo de 60 anos. Intrigado, Adam começa a lê-los: eles estão cheios de frases românticas e delicadas, as provas do amor incondicional entre Gabe e Pearl Alexander.
Gabe cuidava para que um cartão chegasse às mãos de Pearl todas as sextas-feiras. Cada um deles possui não apenas um poema, mas verdades preciosas sobre o cotidiano de um casal que viveu um sonho. A soma de todas essas verdades talvez responda perguntas que Adam se faz há muito tempo.
Li umas trinta páginas de O Álbum assim que ele chegou aqui em casa, uns meses atrás. Era um livro fino e que aparentava ter uma premissa muito interessante. Na verdade ele de fato tinha uma premissa bastante interessante, só que entrei naquela minha crise e não consegui ler mais nada até o começo desse mês, quando finalmente coloquei ele na lista de leituras programadas para outubro, e consegui acabar.
Você entende logo de início que o protagonista, Adam, que é um tipo de comerciante de itens usados, está trabalhando na casa dos Alexander, selecionando objetos que ele possa vender, já que a última pessoa da família morreu há pouco tempo. É nesse trabalho que ele encontra vários cartões postais guardados em um álbum, contando praticamente uma vida em poesia do casal que morou ali.
Aquilo toca Adam, que ainda não superou a separação, e faz com que ele procure a pessoa responsável por cuidar dos últimos detalhes para o casal. A filha da ex empregada, Yevetta. Ela quem vai preencher as lacunas e contar a história dos Alexander, que se amaram loucamente durante todos os segundos em que ficaram juntos desde que se conheceram.
Então, O Álbum é o típico romance água com açúcar que a maioria do público feminino suspira por ter cenas fofinhas, na mesma intensidade que também tem cenas tensas. É o relato de um casamento como qualquer outro, com momentos ruins e bons. De uma forma simples, o autor consegue transmitir a emoção da cena de maneira delicada o suficiente para que o leitor sinta raiva da idiotice de Huck, como também da lerdeza de Gabe. Meio que eles se completam pelos defeitos e qualidades, e isso é bonito de se ler.
Pessoalmente o que me irritou nessa história - mais uma vez - foi a velocidade com a qual as coisas aconteciam. A velocidade do primeiro "Eu te amo", e de como pareceu fácil mudar a vida deles por conta de alguém que só tinham visto uma vez. Não sou dessas que acreditam em amor a primeira vista, e vocês bem sabem disso. Esse fato fez com que eu tirasse duas estrelas inteiras do livro. Além de que não sou dada a romances. Pelo menos não quando o romance não deixa uma mensagem que deveria ter deixado da maneira correta.
Senti que as última falas de Adam serviam para transmitir a ideia central do livro sobre relacionamentos, como mantê-los e como sobreviver quando é difícil fazer isso. Sobre como os casais antigamente lutavam por um casamento de modo perseverante e hoje em dia é mais fácil trocar de marido e esposa do que de roupa. Entendi isso nas frases finais, só não achei que elas fossem necessárias se sentisse isso durante a narrativa sobre a vida dos casal Alexander. As vezes o importante é o que está nas entrelinhas. Senti-me sendo chamada de burra quando Adam precisou explicar a mensagem do livro.
Vale citar por aqui que o livro alterna entre passado, com Huck e Gabe, e o presente, com Adam e Yvette. Isso serviu para dar leveza para os momentos tensos.
É um livro gostosinho, pouco crível para os dias de hoje, e acredito que o autor quis que o leitor visse exatamente isso. Como o amor se transformou em banal e doentio, e antes parecia pueril de maneira até idiota. Existe uma maneira certa de amar? Ainda existe amor naqueles termos? Pois é... algo a se pensar.