Autor: Mainak Dhar
Editora: Única
Skoob: Adicionar
Sinopse: Você está pronto para as armadilhas do outro lado? Mais de dois anos se passaram desde que Alice seguiu um Mordedor com orelhas de coelho e entrou em um buraco, o que deu início a uma série de acontecimentos que mudaram a vida dela e a de todos que moram no País das Armadilhas. A Guarda Vermelha resolvera conceder trégua; Alice havia reinstaurado a paz entre humanos e Mordedores e, sob a liderança dela, os humanos tinham conseguido fundar a primeira comunidade real e verdadeiramente organizada desde a Insurreição — uma cidade chamada País das Maravilhas. Entretanto, o aparente estado de paz é rompido depois de diversos ataques dos Mordedores e Alice se vê rejeitada pelas mesmas pessoas por cuja liberdade ela lutou. Agora precisa voltar ao País das Armadilhas para desvendar essa nova conspiração que ameaça o País das Maravilhas. E fazer isso significa ficar frente a frente com sua maior e mortal adversária — a Rainha Vermelha.
Lamento escrever que voltei a ter sérios problemas com um livro da série. Insisti no segundo para ver se iria haver uma melhora em relação ao primeiro, e acabei me questionando se o autor pensou que ter uma boa ideia era garantia de ter uma boa história.
Como é o livro do meio, não vamos nos ater ao que realmente acontece nesse. Basta entender que o pano de fundo é um mundo distópico e que se passa na Índia. Existe essa protagonista, baseada na nossa Alice do Lewis Carroll, que meio que organizou uma trégua entre os remanescentes humanos e os Mordedores - espécies de zumbis que povoaram a Terra após um certo surto viral.
Então, sim, eu gosto da construção que o autor dá ao mundo de modo geral. Gosto do fato de se passar na Índia, e de como ele cutuca a política de forma indireta - o direta - quando lança brigas entre governos. O que não gosto é quando ele tem a faca e o queijo nas mãos e faz uma merda de desenvolvimento quando poderia ter sido incrível. O que não curto é quando ele cria diálogos absurdamente irreais dentro de determinados contextos. O que odeio, é que tenha tido uma ideia tão fenomenal, e ela foi reduzida a uma tentativa frustrada de conter muitas informações - muitas vezes desnecessárias- e não existir uma linha plausível entre elas que as justifique.
Não estou dizendo que o livro é de um todo ruim. Como disse, ele tem uma boa ideia, mesmo que forçada em muitos momentos. Tem uma protagonista interessante, ainda que idiota na maioria das vezes; e possui uma sátira bacana na questão social e política dessa Índia devastada pelo "vírus".
Contudo devo lembrar que sou uma leitora que sempre resgata algo de bom de um livro, mesmo que eu tasque ele na parede depois. Todo, repito, TODO livro tem algo que vai ser de valioso para quem lê. As vezes muito mais para uns do que para outros, mas tem o seu valor e deixa algum recado.
Também preciso ressaltar que do mesmo modo que tiro pontos positivos do que leio, sou extremamente crítica com meu gênero predileto, que são as distopias. E aqui essa histórica peca bonito, ao meu ver.
Penso que o autor tinha uma vastidão de assuntos que deixou pendente. Claro que ainda existe um último livro da trilogia, e que vou ler porque sou uma pessoa persistente. Mas não espero muito dele. Uma droga, né? Eu sei. Queria muito que tivesse funcionado para mim. Meu gênero predileto junto com uma das minhas histórias infantis prediletas. Mas não foi. Diria que foi um livro passável. Só isso.
A narrativa de Dhar ainda é cansativa, os diálogos são chatos e o desenvolvimento da história faz você rodar horrores e não te leva para lugar algum.
Se você que está lendo essa resenha tem um gosto parecido com o meu, então sugiro nem começar a série. Agora se você difere um pouco do que acredito que seja uma boa construção distópica, e se não é muito exigente no quesito "diálogos", então se joga, uai! Mal não há de fazer.
Por último digo que a diagramação do livro é lindíssima, que a edição está ok em relação a ortografia, e que os livros ficam um arraso na estante!