Autor: Mary Kubica
Editora: Planeta (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Mia, uma professora de arte de 25 anos, é filha do proeminente juiz James Dennett de Chicago. Quando ela resolve passar a noite com o desconhecido Colin Thatcher, após levar mais um bolo do seu namorado, uma sucessão de fatos transformam completamente sua vida.
Colin, o homem que conhece num bar, a sequestra e a confina numa isolada cabana, em meio a uma gelada fazenda em Minnesota. Mas, curiosamente, não manda nenhum pedido de resgate à familia da garota. O obstinado detetive Gabe Hoffman é convocado para tocar as investigações sobre o paradeiro de Mia. Encontrá-la vira a sua obsessão e ele não mede esforços para isso.
Quando a encontra, porém, a professora esté em choque e não consegue se lembrar de nada, nem como foi parar no seu gélido cativeiro, nem porque foi sequestrada ou mesmo quem foi o mandante. Conseguirá ela recobrar a memória e denunciar o verdadeiro vilão desta história?
Curto trillers psicológicos. Gosto de como as histórias são conduzidas até um clímax que poucos esperam, ou que esperam e ainda assim se surpreendem pela ousadia do autor em conduzir a trama naquela direção. Com A Garota Perfeita eu vivi muitos altos e baixos. Mais altos do que baixos, confesso.
Como vemos na sinopse, Mia leva um bolo do namorado e resolve afogar a raiva em um bar, onde conhece Colin, Esse, por sua vez, acaba sequestrando a garota, o que de início entendemos como um crime contra o pai dela, um juiz linha dura que já causou alguns problemas aos bandidos da cidade. E depois passamos a não entender mais, quando Colin desobedece uma ordem e esconde Mia em uma cabana, longe do que seria o plano inicial.
É só o que temos sobre a história, e apenas isso vai levar você do início ao fim para tentar entender o que acontece com a cabeça do sequestrador, Colin. Quando você pensa que o crime foi cometido por um certo motivo, daí a história vira e você se pega com fatos que contradizem o que acreditou até aquele momento. Chega a ser um tanto fantasioso o desenrolar, mas não é tanto, ok?! Só a mente perspicaz de uma autora com tato para entender e transcrever partes das doentias mentes humanas.
A parte boa desse tipo de livro é sacar em que momento você se perdeu na revelação do caso, que aparentemente esteve na sua cara o tempo todo e você não enxergou. É, bons autores nos fisgam dessa forma ao ponto de xingarmos a nós mesmos pela burrice de não ter entendido antes.
O livro é narrado por três pontos de vista, e apenas no final você tem a narração de Mia e a explicação do que aconteceu de fato. Até lá vamos acompanhando o drama familiar que envolve Mia, mãe e pai, pela voz da mãe. O desenrolar policial através de Gabe, o investigador; e a maluquice (ou não?) de Colin, o sequestrador.
Gosto de tentar desvendar esse tipo de história, e foi complicadíssimo com essa. Quando achava que estava acertando, a autora me jogava muito longe do que pensava. Saca aquela brincadeira do quente e frio? Parecia que estava brincando daquilo. Gostei muito de como ela trabalha a construção dos personagens e acontecimentos na mente do leitor. Funcionou comigo de uma forma absurda. Contudo preciso dizer que se não fosse o surpreendente final, o livro teria tido uma nota menor. Se ele não fosse tão legal, provavelmente não teria achado o conjunto da obra tão bacana. Ele exige um puta desfecho, e graças a Deus foi o que aconteceu.
Há um pouco de apego de Mia ao sequestrador? Há muitas mentiras ocultas na família? É isso que vai te prender, e depois te soltar. São as coisas não ditas nesse livro que revelam o desfecho, e são elas que você vai precisar entender para completar a ideia do que a autora quis dizer com tudo aquilo.
Apesar dos altos e baixos na velocidade da narrativa, eu curti muito o desfecho do livro.