Autor: Ruth Rendell
Editora: Bertrand (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Mortes acidentais e loucura patológica sobem e descem as escadas de Hexam Place.Vistas de fora, as vidas dos moradores e empregados domésticos de Hexam Place parecem plácidas e ordeiras. Mas debaixo dessa camada superficial de tranquilidade, as relações de trabalho estão prestes a entrar em combustão.
Henry, o belo criado de lorde Studley, está dormindo tanto com a mulher quanto com a filha universitária do patrão. Em troca de gorjetas, Montserrat, a preguiçosa au pair da família Still, ajuda a dona da casa a manter em segredo um caso com um ator de televisão. June, a esnobe empregada doméstica de uma princesa de origem duvidosa, tenta convencer outros trabalhadores domésticos a participarem de uma “sociedade” para tratar de reclamações sobre seus empregadores.
Enquanto isso, Dex, o perturbado jardineiro, que presta serviços a várias famílias da rua, acredita que uma voz em seu telefone celular está lhe dando instruções divinas, comandos que podem colocar em perigo as vidas de todos em Hexam Place.
Decepção. Não há outra palavra para identificar o que senti ao ler esse livro. Esperava tanto, mas acabei detestando no final das contas. Uma pena, porque a ideia dele era excelente. Me lembrava um pouco do clima de Downton Abbey. Isso foi antes de ver os tipos medonhos e desprezíveis que existem aos monte em A Sociedade Santa Zita.
Temos esse grupo de empregados que trabalham em casas de importantes pessoas em Londres. Eles se reúnem em um bar vez ou outra para falar mal de seus patrões e socializar entre si. Se chamam de A Sociedade Santa Zita em homenagem a santa padroeira dos empregados domésticos.
Então não temos uma linha de acontecimentos que cheguem num finalmente nesse livro. Na verdade é um retrato de empregados e empregadores nesse microcosmo que a autora Ruth Rendell quis construir. O grande problema é que a maioria dessas pessoas são medíocres e desprezíveis. Que todo ser humano tem um pouco disso tudo, é verdade, mas ser assim o tempo inteiro e um grupo inteiro é meio surreal.
Nem quem contrata, nem os contratados parecem ter um pingo de decência. Não me apeguei a nenhum deles em particular. Quando tentava me apegar, algo acontecia e tudo ia para o ralo. E isso me incomodou um bocado. Um retrato de pessoas em um lugar e nenhum deles me agradou? Então existe algo de errado. Sou fácil de me apegar!
Eu ainda fui levando o livro esperando o momento mágico em que a autora iria me dar o "finalmente" de todas aquelas pessoas péssimas, tanto individualmente, como num todo, mas isso não aconteceu, e passei a detestar a ideia de tudo o que ela construiu. Era só um bando de gente ruim, se comportando de maneira ruim, por motivo nenhum que justificasse.
Foi um livro mal escrito, fato! Não duvido que Ruth Rendell seja uma boa escritora. Ela tem uma legião de fãs lá fora absurda! Muitos livros escritos e muitos deles com notas realmente boas por ai. Acho que dei azar. Ou a Bertrand resolveu trazer o pior livro dela. Não sei, mas não me agradou nem um pouco.
É muito mais fácil de se falar de um livro que não gostamos do que de um que gostamos. Eu poderia passar o dia aqui falando sobre os vários motivos de ter detestado esse livro. Provavelmente porque criei expectativas demais e ele merecia de menos.
Onde era para haver suspense, quase não teve. A atmosfera te prepara para algo que quando acontece é simplesmente ruim. Os personagens são retratados de forma como se as coisas péssimas que eles possuem fossem suas qualidades, e isso é estranho. E olhe que sou a pessoa mais adepta a realidade da raça humana, heim!
Acredito que todo livro tenha um objetivo, e penso isso sobre esse. Acho que a autora quis apenas falar sobre uma classe social e como ela nem sempre é "coitadinha" na história. Mas não foi para mim. Aceito a ideia, mas não concordo com a forma como ela fez. Não sei em que lugar enquadrar esse livro... suspense? Policial? Drama? O que exatamente deveria ser? Não sei!
E o lance da tecnologia realmente me incomodou. Hora eles pareciam super modernos, hora se perdiam no que parecia ser o século XIX. Acho que foi uma forma de dizer que as coisas não mudaram tanto na relação "patrão X empregado" com o passar do tempo, mas isso me deixou sem acreditar no que era dito, e isso é outro problema.
Enfim, uma série de problemas num livro tão curto. Realmente uma pena. Tinha tudo para ser espetacular.
Não vou desistir da autora por causa desse livro, pelo contrário. Me sinto desafiada a achar outra coisa dela para entender o motivo de ser tão bem retratada lá fora.