Autor: Hermés Galvão
Editora:Record (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Por que não viajar sozinho e na dureza? Por que deixar de ver o que acontece lá fora quando tudo no país está mais desordenado do que o aeroporto do Galeão, e a conta bancária mais magra do que modelo de calcinha?Definido pelo autor como o (anti)guia menos prático da seção de viagens, este bem-humorado Como viajar sozinho em tempos de crise financeira é um diário de bordo para o leitor embarcar numa turbulência literária sem escalas com dicas práticas (ou não) para driblar a excursão e os turistas sem noção, de brasileiros a orientais.
Baseado em fatos reais e experiências pessoais, este livro diverte e entretém ao mesmo tempo em que traz dicas valiosas para viajantes desacompanhados – mas não necessariamente solitários.
Esse é um (anti) guia para se viajar. Então não espere encontrar aqui as dicas cheias de firulas que fazem as pessoas arrumarem as malas na mesma hora para correr o mundo em busca de aventuras dignas de filmes de Lara Croft ou Indiana Jones.
Ok, existem sim dicas interessantes acerca de viagens. Localidades, hotéis, comidas, como se virar com coisas que a maioria das pessoas não pensa antes de planejar uma viagem, e como evitar dores de cabeça. Claro, porque toda viagem tem que ter um pouco dessas dores. Seja pela demora no aeroporto para embarcar, ou pessoas a quem você tem que evitar. E eis aqui o meu problema com esse livro: Como o autor encarava determinados tipos de gente e situações.
Veja bem, não sou uma mulher cheia de frescura. Respeito de verdade as opiniões dos outros e encaro numa boa o fato de alguém gostar de algo que eu deteste e vice e versa. Não concordar com o que a pessoa diz não tira o direito dela de dizer, como dizia o filósofo. Vivemos em um mundo livre. Ou um país livre.
Compra o livro do Hermés quem quiser. Ninguém é obrigado. Eu pedi porque realmente achei que seria um jeito divertido de saber mais sobre viagens, que é uma coisa que adoro e que quase nunca consigo fazer. E tudo bem, é bastante bem humorado. Não vou ser hipócrita e dizer o contrário. Dei algumas boas risadas lendo, mas me senti extremamente incomodada com certas ideias dele sobre asiáticos, mães que amamentam, pessoas velhas e mulheres de maneira geral.
A maneira que ele tem de encarar esses tipos de pessoas em uma fila, ou no aeroporto, soa um pouco machista e preconceituoso. Pode incomodar um ou outro, como foi o meu caso. Não estou dizendo que ele não agradará muitos por ai. Tem gente que leva numa boa certos tipos de piadas, e que concorda com a maioria das coisas que ele critica. Mas não consigo engolir bem o fato dele chamar uma mulher que amamenta em público de índia só porque coloca o seio para fora e dá comida a um bebê. Sério isso? Em pleno século XXI e tem homens que pensam como verdadeiros trogloditas.
Quando é no carnaval ninguém se incomoda com mulheres seminuas. Fala sério! De muito mal gosto, heim!
Pois digo e digo com orgulho. Sou mãe, tenho dois filhos, um deles uma bebê ainda em idade de amamentação, e não vejo problema algum em amamentar minha filha em público. Os incomodados que se mudem. Chame de feminista, ou sei lá o que vocês acham disso. Se você é capaz de ver uma mulher de biquíni na praia, não vejo motivo para não encarar bem uma com 1/3 do seio a amostra numa coisa tão comum quanto amamentar.
Então, sim, esse livro vai incomodar muita gente. Se você tiver problemas com pessoas que criticam esse tipo de coisa, mesmo que pareça apenas uma piada bem humorada, sugiro não começar a ler. Certamente encontrá guias sobre viagens muito mais interessantes.
Mas se curte o autor, e é machista, ou não dá a mínima para esse tipo de coisa, então recomendo. De uma forma ou de outra, não deixa de ser um livro bonito (diagramação) e bem humorado - à maneira dele.