Autor: Marie Rutkoski
Editora: Plataforma 21
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Sinopse: Kestrel quer ser dona do próprio destino. Alistar-se no Exército ou casar-se não fazem parte dos seus planos. Contrariando as vontades do pai - o poderoso general de Valória, reconhecido por liderar batalhas e conquistar outros povos -, a jovem insiste em sua rebeldia. Ironicamente, na busca pela própria liberdade, Kestrel acaba comprando um escravo em um leilão. O valor da compra chega a ser escandaloso, e mal sabe ela que esse ato impensado lhe custará muito mais do que moedas valorianas. O mistério em torno do escravo é hipnotizante. Os olhos de Arin escondem segredos profundos que, aos poucos, começam a emergir, mas há sempre algo que impede Kestrel de tocá-los. Dois povos inimigos, a guerra iminente e uma atração proibida... As origens que separam Kestrel de Arin são as mesmas que os obrigarão a lutarem juntos, mas por razões opostas. A Maldição do Vencedor é um verdadeiro triunfo lírico no universo das narrativas fantásticas. Com sua escrita poderosa, Marie Rutkoski constrói um épico de beleza indômita. Em um mundo dividido entre o desejo e a escolha, o dominador e o dominado, a razão e a emoção, de que lado você permanecerá?
Um bom livro, sem sombra de dúvidas. Nada para o barulho que ele anda fazendo, mas certamente algo para ser esperada uma continuação com curiosidade e cuidado.
A Maldição do Vencedor é uma fantasia deliciosa de ser lida. Tem uma personagem interessante, Kestrel, que é filha de um militar importante. O mais importante. E apesar do que se espera dela - ser também uma militar, ou se casar- Kestrel é uma ótima estrategista. E esse, ao meu ver, é o ponto mais forte em relação a essa personagem. Pode não ser cativante, a princípio, mas tem um dom para guerra. Nada como um combatente forte, mas certamente algo que me lembrou bastante Tyrion, de Guerra dos Tronos. Aquele poder no "mandar".
Já Arin é um tanto misterioso. Mesmo que a história acompanhe tanto o ponto de vista de Kestrel, quanto o dele, a personalidade do garoto parece nunca ser totalmente desvendada. Acredito que pela importância que é para o leitor ir descobrindo aos poucos o que ele é, e o papel que exerce nessa sociedade de "mais forte e mais fraco".
O leitor sabe desde cedo na história, que o lugar onde eles vivem foi invadido pelo povo de Kestrel muitos anos atrás. E que o povo de Arin, ou foi morto ou foi feito escravo, o que é o caso dele. E o leitor também entende que apesar do povo de Kestrel ter um pé forte no que penso ter sido os espartanos - e aqui falo de poder bélico -, o povo de Arin, com suas superstições e inteligência, se assemelha muito ao que seriam os gregos. A combinação é perfeita, mas quando entram num embate, ambos saem ferrados em oportunidades diferentes.
O final do livro deixa uma pegada interessante para a continuação. Algo acontece e você fica tipo "ouo", esperando o desenrolar para ver como a autora vai conduzir a trama. Claro que se sabe o que vai acontecer em relação a essa reviravolta, mas o interessante vai ser ver o modo como vai acontecer.
Infelizmente, como todo livro YA, existe aquele romance que tem momentos chatos. Ainda que Kestrel e Arin não sejam o tipo de casal que vomita arco-íris, é irritante ver o quanto ele se esforça para fazer com que ela goste dele, e o tanto que Kestrel tenta não gostar. Cansativo. Sério.
Contudo acredito que A Maldição do Vencedor atinge o público ao qual ele se propõe. Uma fantasia com o mundo bem delineado, e personagens caricatos para esse mundo. Um casal de protagonistas - que deveriam ser antagonistas - que funcionam juntos, e umas reviravoltas bacanas por demais.
Estou bem ansiosa para o próximo volume. Esse não foi um favoritado por mim, mas certamente algo que me deixou atenta a série. Ou seja, irei ler o quanto antes e espero de coração que a autora segure - e melhore- a onda que entregou no primeiro.