Autor: Marina Carvalho
Editora: GloboAlt (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Bernardo é jornalista por vocação: curioso, comprometido e muito bom com as palavras. Trabalha há anos em um importante jornal da cidade e suas matérias investigativas são sempre elogiadas. Ele só tem uma limitação... Odeia trabalhar em equipe. Há alguns anos, Bernardo sofreu com uma grande decepção amorosa, o que contribuiu para o seu jeito fechado e antipático. Por isso a incumbência de levar Rafaela – a nova estagiária do jornal – para todos os lugares é como o inferno para ele. Bernardo não perde nenhuma oportunidade de evitá-la, mas Rafa, além de ser uma jornalista extremamente talentosa, não engole desaforo. Com o passar dos dias, Bernardo percebe que não conseguirá seguir seu plano de ignorar a estagiária, muito menos todos os sentimentos que ela desperta nele. Entre reportagens intrigantes e perigosas, eles vão descobrir que têm muito mais em comum do que a imensa paixão pelo jornalismo...
Antes de vir escrever a resenha desse livro fui reler a de Azul da Cor do Mar e percebi como meu julgamento de leitura mudou nos últimos anos. Estou muito mais rigorosa com as coisas que leio, e isso tem seu lado positivo, porque me torna uma leitora exigente, e seu lado negativo, porque me transformo numa completa vaca com coisas bobas na leitura. Foi mais ou menos o que aconteceu com esse livro.
Para começar defendendo, devo dizer que foi total culpa minha não ter lido com atenção a sinopse e ter percebido que na verdade ele é o ponto de vista masculino de um livro que eu já havia lido, o Azul da cor do mar. E só vim perceber isso a medida que ia lendo e reconhecendo detalhes na trama. Só então foi pesquisar e entendi a semelhança, e daí entortei a boca porque simplesmente detesto livros com a mesma história, narrados pelos olhos do outro. Para mim isso é um completo desperdício de papel, quando tem tantas histórias novas para serem publicadas por ai.
Na resenha de Azul da Cor do Mar eu gostei de aspectos na história que hoje em dia acharia um saco, como a previsibilidade. Será que é porque já sabia o final? Pode ser, mas isso me irritou tanto que passei perto de abandonar o livro.
Outra coisa era o protagonista... minha gente, quase nada na vida do cara justificava ele ser um completo babaca mal educado, e ainda assim ele era, e a Rafa, a mocinha, aguentava isso numa boa porque precisava daquele trabalho. Era uma relação de amor e ódio dele para com ela que me lembrava coisa de adolescente que não sabe o que fazer quando começa a sentir algo por alguém.
Tá, Marina tem aquela coisa de me conquistar na narrativa. Ela é boa no que faz - muito boa - e é raro pegar um livro dela para ler e demorar muito nele. A coisa é fluida e prática. Não há como negar o talento da mulher para romances, e não seria uma boa blogueira literária se não admitisse isso. Acho que já li todos os livros da Marina lançados, e tem alguns que amo, como tem outros que foi um martírio a leitura, mas em nenhum dos casos demorei muito para ler. De alguma forma, a escrita dela me lembra o da Kiera Cass, que escreveu aquela bomba, que foi A Seleção, mas que eu comia em uma sentada graças a escrita maravilhosa da mulher.
Não me liguei a nada pessoalmente. O protagonista é um babaca, a mocinha uma lesada, e a história eu já conhecia, e por isso tive dificuldade de me encantar, já que não havia novidades para isso e sou muito ligada nas coisas inéditas. Dificilmente hoje em dia você me verá relendo algum livro, e te dou um real se achar na minha estante um livro que conte a mesma história pelo ponto de vista de outro personagem e que eu tenha comprado ou pedido voluntariamente. Não é minha praia.
Você pode ler ele independente de Azul da Cor do Mar. Claro que o contexto do outro ajuda, e pela minha resenha eu gostei bem mais dele do que desse. A parte bacana aqui é que conhece o passado de Bernardo e entende "razoavelmente" como ele chegou naquelas condições de cara chato e ranzinza. Fora isso não há muitas novidades. Mas é um livrinho interessante para se passar uma horinha se distraindo.