Autor: Thomas Wheeler
Editora: Harper Collins
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Sinopse: Quem empunhar a Espada do Poder será o único e verdadeiro rei. Mas e se a espada do poder escolher uma rainha? Por toda a vida, Nimue foi excluída pela população de seu vilarejo druídico. Sua ligação com a magia maléfica a tornava assustadora para os vizinhos, e tudo que ela queria era partir. Um dia, porém, o vilarejo é massacrado pelos Paladinos Vermelhos, radicais religiosos inclementes com aqueles que consideram hereges, e o destino de Nimue muda para sempre. Encarregada por sua mãe no leito de morte de entregar uma antiga espada a um lendário feiticeiro, ela agora é a única esperança do povo feérico. Apesar de não haver espaço para vingança em sua busca, o poder mágico crescente na garota não pensa em outra coisa. Nimue se une a um charmoso mercenário chamado Arthur e a refugiados feéricos de toda a Inglaterra, portando a espada designada para o único e verdadeiro rei, enfrentando os Paladinos Vermelhos e o exército de um monarca corrupto. Ela luta para vingar a morte da família, manter seu povo unido e descobrir seu verdadeiro destino. E, talvez, a única coisa capaz de mudar o destino seja a lâmina de uma espada.
Sabe quando a gente está olhando para uma página em branco, sem saber como começar uma resenha? É como me encontro nesse momento. Uma mistura de decepção com tristeza que, senhor... Que droga! Como é que conseguem estragar lendas arturianas, gente?
Eu peguei Cursed para ler sabendo que tinha um pé nas lendas de Arthur, mas eu achei que fosse bem de leve, afinal a sinopse não revela qualquer coisa sobre isso. Só que não era apenas um pé, e a gente só vai entender o tanto que há da lenda quando começamos a ler nomes que conhecemos de lugares como As Brumas de Avalon ou A Espada era a Lei (Sim, eu amava esse desenho quando era menina). E daí a ansiedade cresce, e morre drasticamente quando percebemos que o autor conseguiu pegar um dos melhores conjuntos de personagens que já conheci na vida (os da história de Arthur) e fazer uma muvuca maluca sem pé nem cabeça e com péssimas construções!
Gente, Merlin tinha tudo para ser genial. Aquele estrategista incrível que move peças de xadrez sem que as peças percebam que estão sendo movidas. Mas o cara é um bêbado completo o livro inteiro. A gente pensa que ele vai começar a fazer algo de útil além de ocupar espaço, mas é cheio de iniciativas, e nenhuma acabativa (como dizia minha mãe). Merlin entra e sai da história sem um pingo de relatividade sobre ela.
E o que posso dizer de Arthur, além de que é um cara super indeciso sem qualquer senso de maturidade sobre as coisas? Nada. Isso é tudo o que é Arthur. E daí vocês me dizem que a história é sobre Nimue, e tudo bem, aceito isso, mas puta merda, trabalhar detalhes de personagens imperfeitos é o que faz com que eles ganhem credibilidade aos olhos do leitor, e o autor esqueceu completamente disso.
E nem vou falar da própria Nimue. Ela é ótima, não me entendam mal, mas a construção dela foi rápida e rasa demais. A garota saiu de uma menina sem teto nem família para uma guerreira/líder em poucas páginas sem qualquer acontecimento forte o suficiente para segurar isso. Até os líderes precisam de tempo para virarem líderes como Nimue virou em poucas páginas. Isso não rolou comigo. Detesto personagens que crescem sem nos dar tempo de entender que ele esta crescendo.
Também me abstenho de falar dos demais personagens. Apesar de ter gostado do aparecimento de Lancelot, e de ter curtido um pouco como ele se desenvolve, ele é o único que consigo curtir no meio de muitos nomes que eu costumo adorar.
E as ilustrações? Porra, eu adoro o Frank Miller, mas ele cagou legal em Cursed. Meu filho de 11 anos faria melhor. Os desenhos são assustadores, de tão feios. Não parece mesmo que foi feito pela mesma pessoa que fez tanta HQ que adoro o traço. Um horror!
Se tenho um elogio para esse livro é em relação as cenas brutais de ação. As mortes poderosas e sangrentas - eu adoro isso! O que o autor não soube desenvolver de personagem, ele compensou nas diversas cenas de luta. Amei todas elas, e acho mesmo que se forem bem feitas vão ficar incríveis na série.
Também gosto de como descobri quem era Nimue nas Lendas de Arthur. Não conheço todos os detalhes, por isso fui pega de surpresa quando finalmente entendi onde ela se encaixava naquela história. Estalou algo em meu cérebro, e super curti isso.
Pronto. Dois pontos positivos em um mar de coisas negativas sobre um livro. Espero de coração que a adaptação da Netflix seja melhor do que o livro, ou pelo menos que os personagens sejam mais trabalhados, porque certamente era um livro promissor e merecia isso.