Resenha de "A Lenda do Lago Dourado" (Edson Vanzella Pereira)

"As ideias são bacanas"


Sinopse: "Os Baltimore são uma típica família de uma pequena e pacata cidade norte-americana. Tudo muda para eles quando o filho mais velho, David, com 15 anos de idade, passa em primeiro lugar no Concurso nacional de Superinteligentes do Governo Americano. Reconhecido como o novo grande gênio da nação, ele é contratado pelo governo para uma carreira de cientista. Mas, em sua primeira missão, envolve-se em um misterioso acidente que o deixa entre a vida e a morte. Srta. Marshall, agente do governo, responsável pela missão, sente-se culpada pela tragédia. Max, o irmão mais novo de David, com a ajuda da Srta. Marshal, começa a investigar secretamente as circunstâncias daquele trágico e enigmático acontecimento. Na procura por respostas, eles se envolvem em aventuras perigosas, eletrizantes, e acabam descobrindo que, por trás de fatos aparentemente sem ligação, há uma trama cruel em curso. Como pano de fundo, ainda temos uma misteriosa lenda envolvendo um lago conhecido como Lago Dourado, que vai eleger nada menos do que o próprio Max para uma missão vital ao lhe transmitir o Poder da Luz: localizar e destruir o Agente Negro, que é o mentor intelectual desse complô maligno que está pronto para eclodir." (SKOOB)


Recebi esse livro em uma parceria temporária com a editora Dracaena. A proposta dele de início me pareceu muito louca, mas curiosa. Não entendia como um livro de fantasia pudesse ser também um livro sobre conspiração americana. Enfim, até que o autor conseguiu unir as duas coisas e de um jeito até bacana, mas não foi um livro para mim. Não mesmo. 

O livro conta a história de um garoto chamado David e seu irmão, Max. Ambos adolescentes. David é um garoto super inteligente, tipo super dotado MESMO! E então o governo o contrata para um programa diferenciado para que David trabalhe para eles. Acontece que ele sofre um acidente e fica pra lá de Bagdá de mal. Seu irmão, Max, começa a provar, repentinamente, que possui os mesmos super dons do irmão, e tenta fazer de tudo para desvendar o real motivo do acidente de David. 

Coloquem desde já na cabeça que começamos com David como protagonista, apesar da narrativa ser em terceira pessoa e o distanciamento ser forte. Depois vamos para Max, e com ele ficamos até o fim. 

Basicamente, como qualquer livro com status de policial, não dá para falar muito sobre ele. Claro que ele tem uma pegada sobrenatural interessante, que misturado com essa coisa de investigação conseguem se enquadrar em duas categorias diferentes. Não me incomodei com isso de forma alguma. Já li muitos livros com essa pegada e digo de peito cheio que não vejo problema algum quando misturam elementos não reais com elementos reais em demasia. 

O meu problema com esse livro foi simplesmente o distanciamento. 
Ser terceira pessoa não quer dizer que você obrigatoriamente vai ler o livro e não se conectar com os personagens. Já li livros em terceira pessoa que simplesmente me ganharam por inteira e dos quais morri de amores pelos protagonistas. Acredito que o problema se resume ao autor ter coisa demais para encaixar na história, dai acabou escrevendo personagens cheios de ação, mas vazios de personalidade. Eu não consegui me conectar com nenhum personagem desse livro. Não achava eles críveis, ou quando eram, passavam despercebidos. 

O protagonista da história é um adolescente, mas parece um adulto em relação a tudo. E tudo bem que o mundo está cheio de meninos desse jeito, mas Max é simplesmente irritante de tão previsível e adulto! Onde está a loucura do espírito jovem? Pois é, também não sei. 

E ainda tinham os fatos que pareciam bizarros demais ou pouco explorados. Rodei a história inteira e ainda não consegui me conectar com nada, poxa! Caramba! É horrível quando você lê um livro inteiro e sente que não influenciou na sua vida em nada. 

Não posso negar que o autor é genial em ligar fatos. Ele mistura o sobrenatural com o conspiratório real de uma maneira cadente e singular. Não acreditei que ele fosse conseguir fazer isso, mas ele fez e com louvor. Inseriu elementos que tenho certeza que tomaram muito tempo dele em pesquisas e em planejamento de enredo.Dou meus parabéns a isso. Acho que esse foi um dos motivos que me incomodaram tanto: Como pode um autor ter uma ideia de gênio e simplesmente não ter personagens à altura? Raiva disso!  Não é que tudo em relação a eles seja ruim, mas tudo em relação a eles é fraco e meio forçado. 

Entrei de um jeito e sai dele da mesma forma, e isso é péssimo para um leitor! 

No caso desse livro em específico eu quero MUITO saber - para quem leu- o que vocês acharam.