[Filme] O Grande Hotel Budapeste





Sinopse: No período entre as duas guerras mundiais, o famoso gerente de um hotel europeu conhece um jovem empregado e os dois tornam-se melhores amigos. Entre as aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de um famoso quadro do Renascimento, a batalha pela grande fortuna de uma família e as transformações históricas durante a primeira metade do século XX.






Olha, tinha muito tempo que não me divertia tanto com um filme como me diverti com O Grande Hotel Budapeste. E longe de qualquer tipo de comédia apelativa, essa você ri pelos tipos humanos variados e totalmente irreais, ainda que dentro do crível. Virei a madrugada assistindo e rindo com as loucuras dos dois personagens principais, e chamando de gênio o diretor/roteirista que já tinha me surpreendido com outros filmes, mas que nesse se superou. 

O Grande Hotel Budapeste está concorrendo a nove categorias do Oscar deste ano, o que não é de se espantar. Ele tem todos aqueles quesitos que os grandes críticos de cinema gostam. Então mesmo que filmes como o Boyhood, por exemplo, tenham um peso maior para o prêmio principal, eles não tem os quesitos técnicos que ajudam a distribuir o filme entre tantas outras categorias, como é o caso deste. Pessoalmente não acredito que Grande Hotel leve o prêmio principal, mas creio que alguns técnicos interessantes ele levará. 


A história gira em torno desse hotel. Começamos vendo um escritor já velho, relatando sobre o tempo que passou dentro do Grande Hotel Budapeste. E então a história entra na história desse autor, quando lhe foi apresentado o dono do local. E como para complicar mais a vida, o dono conta como ele conseguiu o local. Então é uma história, dentro de uma história, dentro de outra história. Pode parecer meio louco, mas eu não senti problema algum em acompanhar esse raciocínio. 

E tudo bem, aqui temos o que acontece de fato no filme. Gustave, que trabalha como um chefe desse hotel, conhece Zéro, o mais novo mensageiro do lugar. E já nesse pequeno início entre a amizade deles, você ri da singularidade com a qual o diretor trata essa breve passagem de cena. É rápida, hilária e muito bem feita. Aliás, o filme todo tem uma agilidade nos acontecimentos, que casa com maestria na trilha sonora MARAVILHOSA, e que parece ter sido desenhada em cima das falas dos personagens. 

Tornando-se grandes amigos, Gustave leva Zéro para o enterro de uma conhecida, que morreu de modo suspeito, e que tratou de deixar um quadro muito famoso para Gustave em testamento. O problema é que a família da velha é psicótica por dinheiro, além de bem perigosa,  e esse fato vai fazer com que Gustave e Zéro entrem num emaranhado de acontecimentos bizarros para manter o último desejo dela. 


É bobo o enredo, não é? Mas como falei, o genial desse filme é tudo o que combina com esse enredo simples. Tem cenas que babo por serem tão bonitas, e aqui eu falo de uma beleza estética mesmo. Da composição de cores e luzes em uma cena, como o cenário delicioso e aconchegante do Grande hotel. O elevador? De babar! 

E o elenco? Bom, esse é um caso a parte, porque já vou dizendo que nem os personagens secundários, terciários e etc, deixam de ter o seu próprio brilho quando aparecem. Grandes atores até em cenas minúsculas. E quando falo grande, não digo apenas famoso, porque vamos combinar, nunca vi o ator que interpreta Zéro atuando antes, e ele foi - de longe - o meu personagem predileto. Eles são tão caricatos, que até a postura do ator em cena, ou o modo como arruma o chapéu na cabeça, torna o quadro incrível. E a bizarrice do impossível, é a comédia não apelativa que combina com perfeição em quem atua na cena. Sério, não tem um momento ruim desse filme. Desculpe o palavrão, mas é um filme do caralho! 

As categorias que Grande Hotel Budapeste concorre são FILME, DIREÇÃO, ROTEIRO ORIGINAL, FOTOGRAFIA, EDIÇÃO, DESIGN DE PRODUÇÃO, FIGURINO, MAQUIAGEM/ CABELO E TRILHA SONORA. Dessas categorias, eu não daria a principal, por não ser o tipo de filme que eles premiam, nem o de direção por conta de Boyhood, que foi um puta trabalho para fazer o ator voltar ao personagem ano após anos. Acho que edição também deve ficar por conta de Boyhood, ou algum dos dramas. Com Birdman concorrendo a mesma categoria de roteiro, também não acredito que leve, por mais que eu ache digno. Figurino ele terá que brigar com Caminhos da Floresta, que tem um visual de roupa sem igual, Mas acredito que ele tenha chances com fotografia, design de produção e maquiagem/cabelo; além da chance altíssima de levar a trilha sonora. Até agora não vi uma tilha melhor do que a dele. 


Essa é a resenha do primeiro filme para o Oscar 2015, e fico feliz que tenha sido um filme para me fazer rir. Mas podem  ir esperando que vem muita coisa por aqui até o dia da premiação. 

Então se vocês gostam da comédia simples e inteligente, movida a tantas outras coisas geniais de fundo, veja O Grande Hotel Budapeste. Ele é, de fato, um filme incrível!