Autor:Renan Carvalho
Editora: Novo Conceito (Cedido em parceria)
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Sinopse: Supernova - O Encantador de Flechas - Imersa em uma ditadura implacável, a isolada cidade de Acigam sofre com a ameaça da guerra civil. De um lado, a Guilda, um grupo que utiliza os ensinamentos da Ciência das Energias para exigir direitos para a população. Do outro, um governo tirano, resguardado por soldados especialistas em aniquilar magos — nome vulgar dado aos praticantes da tal ciência. No meio desse conflito vive Leran, que, após ser tragado para a rebelião, tenta aprender mais sobre sua misteriosa habilidade de encantar objetos com a energia dos elementos.
Com uma narrativa envolvente e reviravoltas incríveis, Supernova: O Encantador de Flechas é um livro que vai arrebatar os fãs de fantasia.
Apesar de ser uma completa apaixonada por fantasia, esse é um gênero que quase não leio mais. Começar o blog exigiu muito do meu tempo de leitura, e se antes eu passava meses para terminar de ler um livro, agora preciso dar conta de pelo menos cinco. E como fantasia é sempre um pouco demorado e complicado para ler - graças a ampla quantidade de elementos novos ao entendimento do leitor - eu quase não pego.
Tirei esse da estante porque não estava muito querendo os outros dois que vieram juntos. Daí achei de optar por esse por ter o enredo mais chamativo para mim, e parecer de fato muito bacana. Li as primeiras páginas e já estava sugada por ele. A quantidade de elementos que o autor insere logo no início deixa o leitor curioso e ambicioso por mais.
Não vou conseguir explicar esse livro muito bem a vocês, até porque tudo o que precisam saber está na sinopse ai em cima. Mas a medida que lia eu pensava muito numa mistura de Joseph Delaney naquela série de O Aprendiz e o filme que Nicholas Cage é um professor de magia de um garoto. O clima era bem esse.
Não ter me situei muito bem no tempo onde a história se passava. Acho que ela tinha um pouco do medievalismo misturado com algo bem futurista também, principalmente se tratando das vias sociais dos personagens. O trabalho do avó de Leran, a escola onde o garoto estudava e as forças mágicas e científicas envolvidas no enredo. Era como se ele cortejasse tempos diferentes da nossa linha histórica. Isso não me incomodou, e até que achei bem trabalhado.
Falando a verdade, Renan teve uma ideia excelente com esse livro. A base dele de fato é muito boa e complexa. E aí surge o problema: a complexidade.
É um livro voltado mais para o público jovem, e talvez esse público se perca um pouco na história de Leran quando começam as intermináveis páginas sobre a política do lugar ou a aprendizagem da magia. E tudo bem que existam essas explicações quando elas são necessárias, mas para fazer o leitor perder o ritmo e foco é bem fácil. Demorei mais lendo esse livro do que achei que demoraria, e isso não é legal para um que deveria - e poderia - ser bem mais frenético.
Não é um livro ruim, mas é um livro com grandes oscilações no ritmo, e isso é cansativo. Acho que o autor tinha muita coisa sobre o que falar e quis por tudo no mesmo volume. O mundo que ele criou é complexo de todos os lados, mas justamente por isso que achei que as coisas poderiam ter sido reveladas em um tempo melhor trabalhado. Nos momentos que precisávamos de velocidade, o livro parava, e isso acontecia com o reverso também.
Mesmo assim as questões que o autor levanta são bem interessantes. Tanto em se tratando dos personagens como essa questão da formação da cidade. Apesar de ser uma fantasia, o governo comanda com punhos de aço, e nisso a gente pensa muito nos mundos distópicos. Aliás, esse livro do Renan pisa em alguns subgêneros diferentes da fantasia em um único volume.
É um bom livro. Um pouco cansativo para o cérebro em alguns momentos, mas um bom livro. Certamente que compraria para alguém que curte o gênero como presente.