Autor: Elizabeth Abbott
Editora: Record (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar
Sinopse: Em uma picante mistura de história, biografia e panorama cultural, Amantes destrincha as motivações e virtudes das mulheres, fictícias ou reais, que foram dispostas à margem da sociedade ao se verem na posição de amantes. Com estilo vívido, a pesquisadora Elizabeth Abott retrata a intimidade dessas mulheres através dos séculos: das concubinas chinesas às amantes reais europeias e consortes clandestinas de padres (nada) celibatários. Também desconstrói a figura de garotas de mafiosos, a ideia da amante como troféu e o poder das amantes modernas.
Um belo susto! Isso foi o que senti quando Amantes chegou aqui em casa. Primeiro porque tecnicamente ele andava esgotado na editora e já tinha recebido um email avisando que não receberia. Em segundo lugar por conta do tamanho. Realmente não sabia desse monte de páginas, e fiquei super apreensiva.
Comecei a ler super despretensiosamente. Não tinha intenção de terminar em menos de um mês. Olha minha supresa quando acabei em dez dias! De alguma forma, com livros não ficcionais, eu leio até mais rápido quando o assunto me interessa. E mesmo que esse seja um tema polêmico e originário de muitas caretas entre a maioria das mulheres (Confesso que eu mesma já passei pela situação de estar com alguém que tinha uma amante), me envolvi absurdamente com os fatos documentados pela autora. Nunca fui de julgar as pessoas por nada que fazem, e ao terminar de ler Amantes entendi que, culturalmente, essa classe de mulheres teve início de forma muito prática e pouco ofensiva, como encaramos hoje em dia.
Como disse, Amantes é um livro não ficcional escrito de forma altamente explicativa - e pouco imparcial, já que além de lançar os fatos coletados sobre essas mulheres, a autora também coloca um pouco de sua própria opinião sobre elas, de forma discreta e quase sutil.
O livro é dividido em partes, e cada uma delas se concentra em uma época da história da humanidade, ou as polêmicas histórias de amantes de religiosos e de políticos. Sem esquecer o apanhado que a autora faz sobre amantes como musas de artistas e em contextos literários.
Acredito que Abbott tenha feito um trabalho muito fiel sobre o tema, Trata-se de um documento bem estudado sobre uma classe social que até então era apenas citada em biografias e livros de história. Vale lembrar que se os filhos das amantes ao longo da história fossem aceitos como herdeiros, talvez toda a linhagem da monarquia da idade média fosse diferente. Talvez isso fosse importante e talvez não. Nunca saberemos.
Elizabeth Abbott coloca cada amante citada em seu livro como uma peça fundamental na construção de grandes homens da história. Seja de uma forma mais forte ou menos relevante. Mas se foram conhecidas ao longo do tempo, então tiveram seu grau de importância.
Também vale lembrar que em momentos diferentes da história, e em lugares diferentes, a ideia da amante poderia ser bem visto ou mal visto, e isso independente de quem via: se homens ou mulheres. As vezes é apenas uma questão cultural, e o que parece bizarro para a gente no oriente, como casamento entre crianças, para os orientais o nosso comportamento também é estranho.
O livro é um banho de história pela perspectiva daquelas que se escondiam através das tantas esposas e rainhas, no papel secundário na vida de vários homens. E na verdade, se olharmos com calma e imparcialidade, não eram tão secundários assim.