"Esperança" e como um épico consegue ser cansativo

Título: Esperança
Autor: Lesley Pearse
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria) 
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Sinopse: Inglaterra, 1836. O nascimento de Hope pode ser o prelúdio de um escândalo. Prova do adultério da aristocrata lady Harvey, a menina é entregue a uma das empregadas e cresce sem saber de sua verdadeira origem.
Porém, quando completa 14 anos e vai trabalhar na mansão dos Harveys, ela vê algo que não deveria e é forçada a fugir para os cortiços de Bristol, em meio à miséria e à doença.
Durante uma epidemia de cólera, a coragem e a gentileza de Hope provocam uma reviravolta em sua vida e ela se vê envolvida em uma guerra, cuidando dos doentes. Mas o destino parece ter outros planos para Hope, e logo a jovem precisará enfrentar os segredos por trás de seu nascimento.
Esperança é um romance impactante sobre uma mulher que, apesar de todos os empecilhos, mantém em seu coração o desejo de um dia encontrar a felicidade que tanto merece. 

Eu sou o tipo de leitora que costuma gostar bastante de longos romances. Épicos ao estilo E o Vento Levou me agradam em demasia, e por isso quando surge a oportunidade de conhecer novos livros desse tipo, eu me jogo sem medo. 

Gostaria de dizer que Esperança me conquistou como eu gostaria. Que eu simpatizei com a personagem e que torci por ela a todo instante, mas não foi bem assim. Em poucas páginas eu já estava de saco cheio de tanto sofrimento e tanto choro. Sério, curto drama, mas aqui o nível de desespero era alarmante. Eu revirava os olhos a todo instante. Entendo as pessoas terem vida difícil, mas quando elas só são difíceis nos livros me dá nervosismo. A vida do lado de cá já é desgraçada o suficiente. 

Entendo o contexto histórico e a trajetória da personagem ser tão longa e dolorosa. Hope, nossa protagonista, não é bem a protagonista, já que a história flerta com outros personagens o tempo inteiro, dando-lhes importância do mesmo modo que dá a Hope. Então não temos só a carga dramática de uma pessoa dentro desse meio, mas de várias delas, o que torna tudo mais trágico e difícil. É como se Esperança, o nome do livro, não fosse exatamente o nome da menina, mas tudo o que aquelas pessoas precisam para continuar. Foi um joguete interessante com a palavra, e não tiro o mérito da autora por isso. Na verdade não tiro o mérito dela por nada. 

Pearse é conhecida por ser uma ótima historiadora, e de fato é. A todo momento ela brinca com os acontecimentos reais, como o surto de cólera na Inglaterra, e a linha de trama dos personagens do livro. Acho isso de uma genialidade sem tamanho, e ganha vários pontos comigo por causa disso. Contudo, ainda que tenha diversos pontos positivos no livro, ele não me pegou. Eu sentia a todo momento que estava assistindo a um capítulo de uma novela mexicana, sabe? No estilo Maria do Bairro, o que deixou o livro extremamente cansativo para mim, ainda que eu tenha percebido de cara que o ritmo dele não é ruim, eu que provavelmente estava em dia ruim para ler um romance épico. 

Esperança tem o seu charme. Acho que a maioria das leitores de romance vai curtir. É longo, um pequeno tijolinho de mais de 500 páginas, mas tem muita coisa interessante e uma trajetória daquelas sofridas. Então se você for daquelas adeptas a esse tipo de livro, certamente vai gostar. Ele não se conectou comigo, mas sou mega chata, vocês sabem disso. Por isso, tratem de ignorar e arriscar.