Resenha de "Cinder" (Marissa Meyer)

"Esperando para ver onde vai dar"


Sinopse: Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído. (SKOOB)







Ainda tentando entender qual foi a desse livro. Sério mesmo! 
Não estou dizendo que não gostei, na verdade demorei para passar dos 30% dele, mas quando passei engoli o restante, e talvez esse tenha sido o motivo que me deixou tão sem noção do que realmente absorvi dessa história. 

Cinder conta a história da própria. Uma ciborgue que não tem nenhuma lembrança do seu passado e vive em um mundo distópico onde é bem comum androides e a mistureba doida que são as pessoas que também são máquinas. O mundo foi assolado por uma doença por nome de Letumose que tem estágios, mata rapidamente e não tem cura. Além disso tem a Lua que virou um lugar habitável e onde vivem os lunares, umas pessoas esquisitas e metidas com poderes sobrenaturais. 

Cinder foi adotada por uma família e vive com a mãe adotiva e duas irmãs. Claro que exatamente como a história de Cinderela, uma das irmãs a odeia e a mãe é uma megera que usa da habilidade como mecânica de Cinder para coloca-la para trabalhar no negócio da família com consertos de peças. 

Acontece que em um belo dia um príncipe/imperador belíssimo aparece com um androide quebrado e pedindo para Cinder conserta-lo. Paralelamente algo acontece na família de Cinder que a deixa próximo demais da doença, e é quando ela percebe que não é uma simples garota, mas alguém bem especial. 

Meu problema com esse livro é simples. Igualmente Feitiço, ele é uma recontagem de contos de fadas. Igualmente Feitiço, a autora quis misturar coisas demais em um único livro, e isso meio que me deixou confusa pra caramba! 

Ciborgues, distopia, lunares mágicos, príncipe imperador asiático, Cinderela (oi?)


Pois é. O negócio é tão tenso que quando chega a hora de colocar um final, algumas coisas se respondem e outras não. O que se pensa sobre isso? Logicamente que o próximo volume da série ainda vai ter muita coisa para se resolver. Acontece que o próximo volume da série acompanha também uma outra personagem de conto de fadas, se não me engano é a Chapeuzinho Vermelho. E então como isso vai funcionar? 

A autora já deixou coisa que só a moléstia pra se resolver no próximo volume em relação a Cinder descobrir e fazer valer quem é, sobre a bruxa da rainha Lunar e sobre o príncipe Kai e de repente tem uma garota procurando uma avó? Mas que porra é essa? 


Claro que o livro tem vários pontos positivos. 
Essa coisa da autora fazer uma princesa como uma ciborgue é bem interessante porque em muitos momentos Cinder consegue ter mais pulso do que o próprio imperador. Claro que isso tem haver com a personalidade da garota, e não com ser metade máquina, mas ambas coisas combinadas fizeram uma protagonista bem bacana. 

Ok, me irritei imensamente com a bexiga do médico dizendo pra garota o que fazer e para onde ir e o que Cinder representa para o mundo e blá blá blá. Até porque Cinder ser importante é tão lógico que não existe uma surpresa em relação a isso no enredo. 

O fato do livro se passar na Ásia é bem interessante também. É a primeira vez que tenho que imaginar um mocinho de olhos puxados, o que não é difícil visto que todos tem a mesma cara. Gostei bastante dessa diferença que ela criou para Kai! 

Meu problema com Kai foi o final. Tudo bem que Cinder teve muita culpa por ser tão idiota e não dizer as coisas para quem precisava dizer (garota boba!), e entendi que Kai ficou meio sem chão com tanta pressão, mas se eu fosse ele já tinha atirado em algumas cabeças no seu palácio. Cadê a porra da autoridade de Imperador?  #CortemAsCabeças


Eu ainda estou bem perdida com relação a esse livro. Estou curiosa para saber como vai ser essa continuação. E exatamente como Veneno, quero saber se a autora vai salvar a série ou por ela em perdição total. 

Acredito que ela será mais feliz do que a outra. Marissa tem uma narrativa deliciosa e sabe levar a trama. Então se ela souber continuar essa série sem deixar buracos, eu já ficarei bem feliz, e mais do que isso, se ela resolver os problemas e me der a resposta que busco para as deixas que ela deu, colocarei esse livro na pilha de prediletos enquanto fantasia, porque com tanta coisa, a distopia é quase nula na história.

Fica a dica para quem gosta de coisas meio steampunk, meio fantasia, meio distopia, meio romance de contos de fadas, meio... meio... meio...