Hello, people!!
Hoje vamos falar sobre a série que saiu recentemente de O Bebê de Rosemary.
Para quem também nunca assistiu ao filme de 1968 dirigido pelo Polanski, o que sugiro com muita força que assista, preciso ambientar vocês.
Temos essa família que se muda para um apartamento muito chique e antigo em um bairro rico. Ela é dona de casa, e ele um professor que tem muita vontade de escrever um livro. O marido é ambicioso e toda a ambição da mulher é cuidar da família.
Nesse apartamento temos moradores fixos, com certa idade e poder aquisitivo. O casal conhece os Castevet. Aparentemente acolhedores, divertidos e prestativos, logo se unem a eles em uma amizade que acreditam ser de mão dupla.
Então, envolto em uma noite confusa, Rosemary acaba engravidando do tão esperado bebê do casal. Só que aquilo é o início de um pesadelo para ela.
Preciso dizer que a experiência de já ter assistido ao filme antes da série fez com que eu avaliasse melhor detalhes que possivelmente passariam desapercebidos, e que julgo importante citar aqui.
A série tem dois episódios. Nem podemos chamar exatamente de série. O que senti foi que a direção queria mais espaço para desenvolver certas questões, e por isso transformou o que poderia ter sido uma película única em dois episódios longos. Isso pode ter sido um ponto positivo.
É fato que o bebê de Rosemary é uma história com complexidades em situações diversas, e que a série, por possuir mais espaço, conseguiu abarcar de forma até eficiente.
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Como, por exemplo, as amizades com os inquilinos anteriores por parte dos Castevet, o tanto de ambição que o marido de Rosemary tinha, coisa que a gente só entende pincelado no filme do Polansky. O estado de loucura que Rosemary que vai entrando devagar, a amizade com a melhor amiga, o policial que cuida do caso, os pontos feministas abordados de forma mais clara para observadores desatentos, o relacionamento do casal... Enfim, são pontos que foram trabalhados com mais calma, e eu acabo cedendo a ser tão rígida na avaliação por conta deles.
Acredito que a série foi pensada para quem curte as coisas mais as claras, e o filme exige uma certa atenção e desenvoltura psicológica do espectador. Ou seja, você precisa criar conexões mentais para entender no filme os pontos que na série são fáceis.
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Isso foi brilhantismo por parte da direção? Não sei. Pessoalmente gosto mais quando as coisas ficam subtendidas, mas eu consigo enxergar a importância de mostrar nitidamente as problemáticas de Rosemary com tudo o que vai acontecendo ao redor dela.
Um ponto que acho importante e que existe em ambos (série e filme), é o tanto que a mulher grávida fica frágil. E não estou falando apenas fisicamente, mas de como tudo ao redor dela amplia em graus altos de perspectiva. Como o emocional se abala com facilidade sem que haja espaço para pensar sobre as coisas com clareza, e o tanto que a sociedade nos diminui a uma criatura frágil e sem poder de decisões por causa disso. Rosemary passa de uma mulher que é ouvida para uma que é tratada com um tipo de zelo quase maluco.
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Uma coisa que eu amei na série é como os Castevet são sedutores. No filme temos dois idosos que sinceramente nunca entendi porque acabaram ficando amigos de Rosemary e o marido. São exagerados e excêntricos, enquanto o casal é calmo e discreto. Já os Castevet da série são de uma sensualidade impossível de ser ignorada. A gente quer ser amigo deles pela beleza, riqueza e o jeito sensual que tem de simplesmente existir. Daquele casal eu seria amiga com facilidade. Não parecem dois hippies que perderam a estrada para curtir a velhice em uma casa de campo.
Também entendi melhor o que se passava na cabeça do marido de Rosemary com a série. A ambição por ter sucesso na carreira e que justificava os atos impróprios. Nenhum dos dois maridos, série ou filme, passam com importância para mim. Personagens neutros que entram e saem e a gente não dá a mínima. São manipuladores de um jeito quase nojento e eu me via gritando com Rosemary em todas as atitudes de macho dos maridos quando ela era passiva e concordava, mas aqui entra aquilo que falei sobre a fragilidade do feminino e da gravidez.
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Outra coisa que acho importante citar é a mudança de locação. No filme fica claro que a história se passa nos EUA, e na série mudamos o foco para Paris. Se eu entendi bem porquê dessa mudança? Acho que não, mas se pudesse chutar diria que era para isolar mais Rosemary. Fazê-la sentir-se sozinha. Além de que Paris é uma das cidades antigas, e aqui estamos falando sobre satanismo e cultos afins. Então tem mais lógica quando trabalhamos o tema em um lugar de séculos a mais do que os EUA.
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Enfim, é uma série que vale a pena ser assistida? Sim, principalmente por ser curtinha. Mas eu ainda prefiro a maestria do entre linhas de Polanski no filme. Gosto do clima antigo que ele entrega, e que perde a vez com a modernidade da série.
Essa eu assisti no StarzPlay, um streaming com um preço bem camarada que recomendo pelas séries históricas e outras maravilhosas que estão entrando no catálogo.
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