Resenha de "Arsen" (Mia Asher)

Título: Arsen
Autor: Mia Asher
Editora: Li em inglês
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Sinopse: Um olhar foi o suficiente ... Eu sou uma trapaceira.
Eu sou uma mentirosa. Toda a minha vida é uma bagunça.
Eu amo um homem. Não, eu amo dois homens ... Eu acho.
Um faz amor comigo. O outro me põe no fogo.
Um deles é a minha rocha. A outro é a minha criptonita.
Estou quebrada, perdida, e enojada de mim.
Mas eu não posso parar. Esta é a minha história.
Minha história de amor quebrado.



Me impressionou, pode ter certeza! Comecei o livro sem pretensão alguma e terminei completamente apaixonada por tudo. Ele é... Sofrido, intenso, angustiante! Ele é perfeito! 

Cathy ama Ben (lindo) possivelmente uma vida inteira. Se conheceram ainda jovens e se casaram cedo. Anos depois eles ainda mantem aquela chama de começo de relacionamento. Só que existe um problema que começa a afetá-los, principalmente a Cathy. Ela já sofreu três abortos consecutivos e se sente péssima como mulher, incapaz de gerar uma vida, o que deveria ser normal de toda criatura do sexo feminino. Isso acaba refletindo em sua vida profissional e pessoal. O distanciamento passa a ser inevitável por parte dela, mesmo que Ben insista que ainda irão conseguir e que tudo está bem. 

Daí Arsen aparece, e tudo vai para o ralo. Ele é aquele tipo de cara que tira qualquer mulher do sério. Ele é fogo, e isso desnorteia Cathy e seu casamento, que ela mantem de aparências, até para o próprio marido. Está confusa, se sentindo sozinha e com um buraco que nem Ben é capaz de preencher. Somente Arsen parece ter as ferramentas certas, e realmente não enxergo isso como algo negativo, gente. 

Casamento não é fácil e as vezes enfada. Nem todo mundo tem maturidade para enfrentar um, e resistir depois dos problemas. O de Cathy funciona em muitos sentidos, mas bastou um para a mulher desmoronar. Ela pode ter errado em alguns momentos? Ok, sim, mas ela é humana, sujeita a falhas e perdão. Sempre vou bater nessa tecla de perdão. Acho que daqui não levamos nada além da nossa capacidade de perdoar e ser perdoado. O crescimento que temos como pessoas. Eu não digo se fosse um caso de assassinato, mas traição? Por favor, eu já perdi um filho e sei que existem dores bem maiores do que ser trocado.  

Sim, isso é um triângulo amoroso, com direito a traição em grande escala. Eu, que jamais fui puritana, me peguei envergonhada com algumas cenas. A parte sexual dele é extremamente bem trabalhada e lida com os sentimentos de culpa e desejo de maneira perfeita. 

Cathy tem dois puta homens ao seu lado. Ben é calmo e a conheceu uma vida inteira, Arsen parece ser o único que a conhece agora, quando ela está tão quebrada. Ele é cínico e safado, nada dado a emoções, mas eles se entendem porque ele sempre sabe o que dizer e como dizer para fazê-la esquecer por algum tempo os abortos. 

Aqui não tem essa coisa de manter tudo em segredo até o final do livro. Ben não é burro, e quando começa a perceber a mudança da mulher, e conhece Arsen, ele sabe que tem algo de errado. Que a tensão no ar não pode ser imaginação da cabeça dele. Até as cenas em que ambos estão no mesmo ambiente é sufocante. Ben e Arsen soltam farpas o tempo inteiro. São territorialistas ao extremo. 

Pessoalmente? O tipo de triângulo que eu não conseguia resolver no meu coração. Minha mente analítica torcia por um, meu útero, pelo outro. Amei ambos, exatamente como Cathy. Lendo esse livro percebi que é possível torcer para os dois lados de um triângulo nesse estilo. 

Talvez eu tenha tido vontade de matar a autora lá pro final dele. Claro que em algum momento a protagonista se resolve e vai pender para um. Só que invés da autora manter o outro no hiato, a última cena é dele. Sofrida, sincera e faz meu coração despedaçar. Aliás, esse livro inteiro é um chute em minha alma. Ele é lindo, tocante e pra lá de sensual! 

Torcendo para que as editoras tragam Arsen para cá. Precisa! Já! Para ontem!