Autor: Jane Harvey-Berrick
Editora: Novo Século
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Sinopse: Dez anos depois de seu primeiro romance, rompido de modo tão dramático, Sebastian e Caroline se encontram novamente, desta vez, em circunstâncias completamente diferentes, tendo como pano de fundo a guerra no Afeganistão.Agora uma jornalista de sucesso e correspondente de guerra, Caroline encontra o oficial da Marinha Sebastian Hunter. Ele a havia esquecido ou ainda esperava por ela? Podem antigas paixões ser revividas?
Quando eu acabei o primeiro livro dessa duologia eu sabia que tinha uma enorme chance da autora fazer uma coisa sensacional, ou fazer uma merda. Não acho que ela tenha muito em nenhum dos dois lados. Tem coisas aqui as quais curto, e outras que pessoalmente detestei.
No volume anterior ficamos conhecendo Caroline, que acabou se apaixonando pelo filho adolescente de um amigo de seu marido militar. E a partir dai vamos vendo esse relacionamento se desenrolar. Postei a resenha desse livro semana passada, então ela deve ainda estar fresca na cabeça de vocês. Não darei spoiler, mas falarei um pouco sobre as coisas que me desagradaram e as que gostei.
Esse livro se passa dez anos depois do primeiro. E o amadurecimento é visível na protagonista, Caroline. Ela passou por muita coisa para conseguir se manter como jornalista sozinha, e agora já se sai muito bem nisso. Tanto que é mandada como jornalista de guerra numa dessas guerras infinitas que existem no mundo afora (pessoalmente não me recordo muito bem em qual país era).
Antes de chegar ao campo ela precisa passar por um treinamento com um oficial especializado em línguas. E é lá que ela rever, depois de tantos anos, Sebastian. Agora um oficial importante da marinha, e professor de línguas.
Claro que isso vai ser um choque para ambos, depois da separação traumática e os tantos anos de desencontros. E a história vai se desenrolar a partir disso. Neles se reencontrando e aprendendo a reconhecer quem eles são depois de tanto tempo.
Minha primeira problemática com esse livro veio na forma que encontrei Sebastian. Se Carol cresceu absurdamente nesses anos, ele pareceu ter parado no tempo, e até regredido. A única coisa moderna no cara foram as atuações sexuais, porque em termos de personalidade continuava tão - ou mais - idiota do que era quando tinha dezessete anos. Ele não me cativou.
A abordagem da guerra poderia ter ganhado um campo maior dentro do enredo. Perde-se muito tempo no começo do livro numa viagem sem pé nem cabeça, mesmo que bela. Foi para ganhar páginas? Foi para desenvolver o relacionamento esquecido deles? Se foi o caso, não funcionou. As trincheiras teriam sido bem mais eficientes.
E então eu vi Carol se apagar com a babaquice de Sebastian. Que um pertencia ao outro não era de se estranhar, então porque diabos ele dava uma de coitado? Saca, não faz a cara de Sebastian nem quando ele era adolescente, avalie agora, anos em guerras que não eram pessoalmente dele e que ensinavam a qualquer pessoa existiam problemas bem maiores do que o atraso na fila de espera e um coração partido.
É um livro com cenas singelas e tocantes, e isso devo a guerra. Ela mexe de uma forma desagradável com quem a viveu de perto, e de forma inquietante com quem não foi. E ainda que foco da história não tenha sido ela, é impossível não sentir aquele frio com as cenas sobre a maldita, quando narradas.
Tem bons momentos, e tem os péssimos. Confesso que a personalidade de Sebastian foi o que me fez tirar tantas estrelas desse livro. Esperava mais dele, e esperava um pouco mais do final. É como se o livro seguisse o rumo natural, subindo uma rampa, e na hora de despencar para a maresia tivesse esquecido como fazer isso. Uma pena.