Autor: Ursula K. Le Guin
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Há quem diga que o feiticeiro mais poderoso de todos os tempos é um homem chamado Gavião. Este livro narra as aventuras de Ged, o menino que um dia se tornará essa lenda.
Ainda pequeno, o pastor órfão de mãe descobriu seus poderes e foi para uma escola de magos. Porém, deslumbrado com tudo o que a magia podia lhe proporcionar, Ged foi logo dominado pelo orgulho e a impaciência e, sem querer, libertou um grande mal, um monstro assustador que o levou a uma cruzada mortal pelos mares solitários.
Publicado originalmente em 1968, O feiticeiro de Terramar se tornou um clássico da literatura de fantasia. Ged é um predecessor em magia e rebeldia de Harry Potter. E Ursula K. Le Guin é uma referência para escritores do gênero como Patrick Rothfuss, Joe Abercrombie e Neil Gaiman.
Sempre tive curiosidade de conhecer os livros da autora. É um grande nome dentro da fantasia, e queria entender o motivo desse alarde. E ainda que não tenha visto Úrsula no que talvez seja seu melhor livro, esse me dá uma apresentação favorável do que esperar dela.
Aqui conhecemos Ged, que começa a história um menino que descobre possuir dons de magia. Depois de salvar sua aldeia de uma invasão, ele é levado para estudar seus dons num lugar apropriado. A maior parte da história vai ser desenvolvida nesse tipo de instituto.
É um livro curto, mas fiquei impressionada com o quanto a autora revelou sobre o universo e as pessoas, mesmo em poucas páginas. Tá, o protagonista é bem trabalhado, e os coadjuvantes nem tanto, mas dou o braço a torcer por ter feito uma fantasia em 160 páginas.
Entendo que detalhes existentes nessa trama da Úrsula acerca de magia sejam encontrados em livros do gênero mais recentes. É inevitável que isso aconteça. Ela é a sumidade no assunto, e todo aprendiz leva um pouco do seu mestre. Não é o tipo de coisa que me incomoda ao ponto de me revoltar nas redes sociais por causa disso.
A problemática da história me atraiu menos do que o desenvolvimento do universo em si. De como a autora trabalha a magia como uma extensão quase física de quem a exerce. Achei isso genial! Em alguns pontos me lembrei bastante daquele filme que o Nicolas Cage está treinando um menino para ser um feiticeiro.
Aqui tem toda aquela coisa da jornada do herói, só que um herói puxado pro infanto juvenil, e isso faz toda a diferença em se tratando de fantasia. As dores são menores em livros para adolescentes, e o final "resolvido" sempre prevalece. Acho isso bom por um lado, mas tem aquela parte minha que exige uma verdade inclusive na ficção. Contudo eu entendo a época em que foi escrito, e o trabalho da autora.
É um bom livro para quem curte o gênero. Não venham esperando um Tolkien ou Martin. Essa é Úrsula e ela tem um modo bem próprio de desenvolver suas histórias. No caso específico desse livro, de maneira leve e encantadora.