Autor: Bianca Gulim
Editora: Independente
Skoob: Adicionar
Sinopse: Em um mundo distópico, no ano 2323, após ser quase dizimada por um vírus mortal e pela guerra, a raça humana tenta se reestruturar. Com poucos recursos disponíveis, a humanidade encontra-se dividida em grupos que vivem de acordo com regras impostas por seus líderes.Celine cresceu nesse ambiente hostil e se tornou líder dos guerreiros de seu povo após a morte de seus pais. Seu grupo se envolve em diversos conflitos e a jovem precisa tomar as decisões que julga corretas para garantir a sobrevivência de seu povo, enquanto se envolve num forte romance, do qual tenta se manter afastada.
Aos poucos, ela descobre mais sobre as pessoas que a cercam e percebe que, quando se trata de lutar pela própria vida, poucos são previsíveis. Só os mais fortes sobrevivem, e os mais fortes normalmente são os mais crueis. Nesse ambiente, o mais difícil é saber quem realmente está ao seu lado e quem é um traidor.
Será Celine capaz de manter sua benevolência frente à tanta violência que a rodeia? Seu coração terá espaço para a paixão, cercado de tanto ódio?
Prepare-se para muita adrenalina e romance nesse primeiro livro da trilogia 2323. Você vai perder o fôlego!
Poucas oportunidades eu tive de vir aqui e escrever que um livro distópico nacional me tirou o sono. Na verdade, parando para pensar, acredito que isso jamais aconteceu. Então imagina a surpresa quando pego algo para ler até chegar o sono 9 da noite, e acabo dormindo apenas 4 da manhã, depois da última palavra lida. Certamente muitos de vocês já passaram por isso. Pessoalmente me senti uma louca porque teria que levantar assim que minha filha acordasse, e o relógio biológico dela não entende a insanidade da mãe leitora de virar uma madrugada lendo. Mas eu estava frenética. Não conseguia parar.
No livro conhecemos Celine, que é a chefe dos guerreiros de uma das tribos existentes depois de uma doença que devastou grande parte da humanidade. Irmã do chefe principal, Júlio, e uma badass de primeira, a garota é durona e não tem muito papas na língua. O tipo de protagonista que eu adoro, e esse foi o primeiro motivo que me prendeu nessa história.
Quando o irmão dela demora tempo demais em uma missão que deveria ser rápida, Celine começa a desconfiar que tem algo de errado, e resolve que está na hora de sentar e avaliar as coisas estranhas que estão acontecendo ao redor deles, e passar a agir para resgatar Júlio e proteger seu povo.
Ela é uma chefe bem amada por seus guerreiros, e tem dois em especial que tem sua mais completa confiança: Darion, o melhor amigo, e Max, uma figura pra lá de sarcástica que tem a tendência a ser teimoso, mas também está sempre ao lado dela (ou em cima... embaixo...).
Vocês bem sabem que falou em distopia, estou dentro. Então quando Bianca me convidou para ler o livro dela, eu aceitei de prontidão. E realmente não me arrependi, Pelo contrário, estou aqui louca porque a continuação ainda não está concluída.
Primeiro devo dizer que a explicação que a autora dá para sua ideia de distopia é simples e eficaz. Já li algumas ai que Santa Mãe de Deus... só muita paciência para aguentar! Aqui não tem muito arrodeio, e as coisas são explicadas de maneira a não chamar o leitor de burro, ou ser condescendente com ele. Amei isso! A ideia não é concentrar no que levou os protagonistas até ali, mas como eles estão continuando com o que tem.
Outro ponto positivo é que a autora não alisa na questão sexual da personagem. Nada de deixar coisas subentendidas. As cenas quentes são realmente quentes. Achei isso maravilhoso. Já estava cansada daquele chove não molha das maioria das distopias onde as protagonistas nunca tem tempo para nada além de ser durona e matar gente do contra.
Adoro também as cenas de ação! São super bem escritas e isso me deixou fascinada. Não esperava um livro tão trabalhado em coisas como sexualidade e batalha corpo a corpo. Até as estratégias de guerra são boas e me lembrou filmes como O Patriota.
Pode ser bobagem, mas também gosto dos nomes que Bianca cria. Não só para personagens, mas para raças, tribos, povos... Enfim, nomes de modo geral. De, por exemplo, chamar de Fortaleza aquele povo com mais recursos tecnológicos. Porque aqui tem de gente que vive de caça e tem armas de madeira, a pessoas com rifles. E isso acaba pesando no "quem pode mais" em uma batalha. Óbvio!!
Como sou uma completa chata quando o assunto é meu gênero predileto, também tiveram algumas coisas que me incomodaram.
A primeira posso citar que tenha sido as crises de mudança de personalidade da protagonista. Uma hora ela segurava uma barra da porra e era uma líder altamente sensata, na outra tava fazendo cena por uma coisa muito idiota dentro do contexto geral do que estava acontecendo. Pode ser um traço da personalidade dela, mas acho que Celine pode mais do que isso. Mudar de opinião muito rápido e de modo infantil não combina com o grau de importância que ela tem ali dentro.
Tem um certo triângulo amoroso que também não engoli. Não sou chegada a instalove - ou instadesire. Na verdade, ainda estou tentando entender qual a ideia daquele terceiro personagem, e não só em relação ao triângulo, mas de maneira geral. Não consegui me afeiçoar a ele. Tem algo de estranho com aquele cara.
Outra coisa irritante eram os ciúmes imbecis de Max. Meu amigo, vocês estão ferrados, você é super bem treinado e sensato, e de repente tá querendo voar no pescoço de alguém só porque olhou diferente para a guria? Tá parecendo esses bêbados de bares que acham que a mulher do lado atrai até os cachorros que passam na rua!
Deu para perceber que as coisas que me incomodaram são bem pequenas, né? Detalhes de personalidade dos personagens, e coisas que são até comuns em livros desse tipo. Mas como eu adorei todo o resto, era inevitável que eu exigisse mais da história. Porque ela merece mais, e sou exigente com aquilo que gosto.
O final do livro é tipo "UOUUU". A pessoa acaba desesperada por mais. E ainda estou nesse desespero. Acho que vou mandar um email por semana para a autora voar com essa escrita. Preciso de mais. Mais de tudo aquilo. Enfim, eu indico pra cacete esse livro! Bianca está de parabéns, e estou realmente ansiosa por mais desse mundo que ela criou.
Embaixo segue link para o site de Sobreviventes do Caos, que também tem o link de onde comprar. Vamos valorizar a literatura nacional, gente! Essa leitura foi prova viva de que tem muita coisa boa aqui e a gente nem sabe.