Ainda que não me reste nada e todo o meu amor pela música


Sinopse: Bernardo alcançou a maioria dos seus sonhos
É maestro de uma orquestra premiada e professor de música de uma universidade. Só que ainda faltava algo em sua vida. Um algo que se foi de modo brusco e que arrancou sua capacidade de pensar em felicidade como um estado de constante euforia que lhe pertencesse.
Em viagem a trabalho, acaba esbarrando em duas mulheres que irão mudar completamente a sua vida. O ensinarão que não apenas sua história tem momentos de ecos vazios, e que é necessário aprender a conviver com isso e enxergar sempre a metade inteira das situações.
Uma jornada de avaliação do homem que se tornou, e do menino que um dia deixou no passado. E ele não estará sozinho. Na verdade, vai descobrir que jamais esteve.


Essa postagem veio com o intuito de apresentar por aqui meu livro novo e explicar para vocês mais ou menos como ele funciona. 

Se já estão por aqui há algum tempo, conhecem A Mais Bela Melodia, não? Foi o primeiro livro que escrevi e que foi dividido em três partes, porque ficou simplesmente enorme. 
Do final daquele livro eu encontrei um gancho para esse. Bem, não exatamente do final, porque Ainda que não me reste nada acontece quinze anos após o epílogo do livro anterior, e também não exatamente um gancho, já que a história conclui redondinha. Contudo encontrei uma voz baixinha, e apenas transformei-a em um brado altivo. 

Vamos passear por lugares já conhecidos do leitor e rever pessoas que tanto amamos com aquela história. Sempre vejo essa aqui como um calmante para corações. Um refresco para quem tem curiosidade de saber como tudo aquilo acabou para os protagonistas de A Mais Bela Melodia. Sem contar que o ponto principal daqui é Ben, então vamos rever gente que adoramos e conhecer a trajetória do menino modelo de Esperança. 

Abaixo segue Trilha Sonora com o link para a playlist no Spotify e os agradecimentos do livro, onde conto como foi para mim o processo de construí-lo. 


Trilha Sonora de Ainda que não me reste nada

1.       Evidências (Chitãozinho e Chororó)
2.      I will follow him ( Filme Mudança de Hábito)
3.      Ovelha Negra (Rita Lee)
4.      I see fire (Ed Sheeran)
5.      Some Nights (Fun)
6.      Million Reasons (Lady Gaga)
7.       Vejo Enfim uma luz brilhar (filme Enrolados)
8.      With arms are open (Creed)
9.      Coisas que eu sei (Dudu Falcão)
10.  A culpa é sua (Marília Mendonça)
11.   Amor Marginal (Johnny Hooker)
12.  Love of my life (Queen)
13.   Bandolins (Oswaldo Montenegro)
14.  Castle on the hill (Ed Sheeran)
15.   Carry On (Nate Ruess)
16.  Paciência (Lenine)
17.   Walking on Sunshine


Link: Spotify


Agradecimentos

Ainda que não me reste nada foi um parto de camelo. Assim disse um amigo veterinário quando comentei que levei catorze meses produzindo essa obra. Foi uma piada, claro, mas a analogia caiu como uma luva quando me lembrei dos sentimentos de frustração, cansaço e desespero que me afligiram durante todo esse tempo de escrita. Quem já engravidou sabe que a parte bela da gravidez só acontece cerca de umas dez horas durante todo o tempo de gestação. O resto é uma mistura dos piores sintomas e sensações que se possa imaginar. Assim foi escrever essa história.
Quando acabei, sabia que tinha feito um livro não para mim, mas para aquelas pessoas que ainda não conseguiram desgarrar de Esperança. Que tinham um amor enorme por Lorena, Klaus e/ou Adônis e não queriam dizer adeus. Vou confessar, ainda hoje não sei dizer adeus a esse pessoal, mas estava mais do que preparada para seguir adiante sem voltar e contar histórias sobre eles.
As cenas que mais gostava de escrever eram aquelas em que eles apareciam. Os diálogos que mais tinha segurança eram aqueles que tinham aquela trupe falando. E quando percebi a dificuldade que tinha de trabalhar com Bernardo e Ofélia separados da família, que entendi que começar esse livro foi errado. Que ainda não estava pronta para ele, e que provavelmente jamais estaria. Fiz por vocês, então saibam que foi puta difícil de concluir porque para mim era complicado ver Bernardo como adulto e criar uma personagem que merecesse a turma inteira, como sinto que foi Ofélia. Ainda não morro de amores pela garota, acho que talvez seja um tanto apática, mas daí tenho que me lembrar de que estou falando de alguém que passou uma vida se anulando e que estava perto do maior grupo de pessoas expansivas que já conheci, ainda que não nenhum deles seja real. Qualquer personagem de A Mais Bela Melodia camufla todos os outros que já fui capaz de produzir, com exceção de Noah Hazim, que ainda é o personagem de mais personalidade que sinto ter escrito (Que Adônis não leia esse texto).
Então se tenho alguém para quem agradecer por essa história ter saído, esse alguém são vocês, que assim que terminei A Mais Bela Melodia comentaram que Bernardo tinha uma voz, e que ela precisava ser ouvida. Aposto que se decepcionaram vez ou outra com ele, heim? Foi proposital, galera. A gente muda muito ao envelhecer, e queria mostrar a vocês que ele não é diferente do resto de nós. Então Bernardo teve uma voz, mesmo que turva em muitos momentos.
Agradeço as minhas betas espetaculares, Katia Campos, Ludmila Públio e Juliana Giorgiani, que sempre tiveram paciência comigo e com essa história, e fizeram sugestões sólidas quando o texto estava caminhando por estradas porosas.
As demais componentes e amigas do grupo das Luluzinhas, Ale Silva (autora de Duas Metades, Já era amor e Voltei, e agora?), Jess Bidoia (autora da Trilogia Conquistas e da Série Escolhas), Michelle Passos (Autora da Duologia O Jogador e a Bailarina); Juliana Policarpo (autora da trilogia Elos Perdidos, No embalo do destino, Em Defesa dos inocentes, Em duas rodas, Ride e Não dá para enganar o coração), Cris Firmino, Mari Barros, Neila Silva, Samia Jamylli, Sara Rodrigues, Camila Morais, Edjanilza Nascimento, Cristiane Oliveira e Emily Martins.
A mainha, pelos pratos que não lavei durante os momentos de escrita; ao irmão, por ter lavado os pratos que não lavei; a Lucas, por dormir sozinho de noite quando ainda conseguia ficar acordada trabalhando; ao pai que ainda distante, é uma das maiores forças do universo que sempre me impulsiona para frente, e finalmente aos meus filhos pela ausência nas horas de inspiração, e pela presença justamente por serem os motivos eternos por eu insistir em tentar cada vez mais.
Já agradeci a vocês? Já né?! Então, novamente, a vocês, por acreditarem, rirem e chorarem com cada partícula de vida minha que deixo nas histórias que escrevo. Sempre me fragmentando por ai, em um estado constante de perseverança literária.
E por último a Klaus Hunter, por ter apagado o primeiro incêndio que fui capaz de criar, e por não ter me abandonado desde então. Você é o herói, garoto!
Agora, de fato, vamos nos despedir de Esperança porque, ainda que tenham muitas vozes desesperadas para gritar naquela cidade, essa autora não é capaz de ouvir mais nenhuma delas sem achar que está deixando um rim no processo. Outros catorze meses assim e sou capaz de parir um dinossauro, e não mais um camelo.
Deixo vocês com a imagem dos vinhedos Narcole. O cheiro de uvas frescas, o som das arvores balançando ao vento, as cores do fim de tarde rosado em um lugar de corredores infinitos. O som do violão de Klaus e de Adônis tocando Garotos enquanto Lorena pragueja que eles só sabem fazer aquilo. E Bernardo, meu pseudo filho esquisito, que cresceu e se transformou no que jamais esperei dele, mas que me ensinou muito mesmo assim durante o processo.

Como os italianos diriam...

Addio, mio caro!