Esses dias passei por crises de ansiedade fortíssimas. Do tipo de correr para fora de casa para procurar o oxigênio que parecia inexistente do lado de dentro. Estava sufocando. Se tivesse usando uma gravata, certamente a folgaria em meu pescoço. Se tivesse vestindo roupa apertada, teria tirado e ficado pelada. Simplesmente não conseguia respirar.
Em momentos de crises, costumo tomar um Valeriana, que é o remédio mais leve indicado pelo médico, e fazer alguma coisa que goste muito. Ler um livro ou rever um filme que sei que me agrada. Jamais tento coisas novas porque elas podem me deixar mais nervosa ainda, e procuro fugir dessa possibilidade.
Ainda assim, mesmo seguindo todo o procedimento padrão de momentos de crise, essa semana não conseguia escapar delas. Cada dia mais sufocada, cada dia pior. Foi quando parei e comecei a refletir sobre o motivo de estar tão mal, e de não estar conseguindo fugir daquela situação nem tomando remédio. Cheguei a conclusão que não era apenas um único motivo, que poderia ser contornada com o outro lado da minha vida, mas eram todos eles. Um pouco de cada lado.
Alguém que respeito muito a opinião me disse que eu aproveito pouco as coisas que já tenho na vida e me cobro muito pelas que ainda não consegui conquistar. Aquilo me deixou pensativa por semanas, até porque veio de uma pessoa que tinha tão pouca ambição na vida que hoje em dia vive de favor na casa dos outros. Isso que é desprendimento, heim!
Não sei vocês, mas não vejo isso como algo de um todo saudável, principalmente tendo que alimentar, educar e vestir duas crianças. Não faço isso tudo com outra coisa além de dinheiro, e para ter dinheiro é preciso trabalhar e muito. Não consigo pagar a escola dos meninos com desprendimento, e não sou muito a favor da frase "Deus proverá". Acho que Deus tem muito mais o que fazer além de se preocupar com a minha falta de grana, e lutar pelas coisas que a gente quer e acredita é muito mais do que ambição, é realização pessoal.
Foi nesse momento que senti o que estava faltando em minha vida: Realização.
Sou uma mulher só, mas que se dedica a várias coisas ao mesmo tempo. Tem a Carol mãe, a Carol funcionária pública, a Carol escritora, a Carol blogueira, Youtuber e Instagramer... E olha, não acho isso ruim. Eu AMO o que faço! Amo estar sempre ativa e produzir conteúdo e estar em movimento constante. Isso me deixa em paz. É o momento que paro que começo a sentir o espaço ao redor se fechando. Faz com que fique sempre pilhada?Com certeza! Mas a sensação de estar sendo útil aos outros e a mim mesma não tem preço.
Claro que não tenho o retorno que deveria, sendo isso tudo há mais de seis anos. Era para ser uma blogueira mais conhecida, ou ter um crescimento maior em meu canal do Youtube, o que não aconteceu. Ainda pareço estar empacada no tempo, e foi pensando nisso que comecei a estudar minha função com mais afinco, o que me gerou mais uma demanda para minha rotina já maluca. Como disse, eu gosto dela!
Incomoda-me que eu esteja há anos nisso e não tenha andando? Muito! Vejo diversos influenciadores da mesma época e na mesma linha que hoje vivem só disso. E ouço com frequência das pessoas que vivem comigo que se não deu certo até agora, é melhor mudar de planos porque com trinta e dois anos não dará mais. Será? Faço isso esperando um retorno, claro, mas é muito mais do que isso. É esse me sentir útil e bem que não sinto com mais nada.
Incomoda-me que eu esteja há anos nisso e não tenha andando? Muito! Vejo diversos influenciadores da mesma época e na mesma linha que hoje vivem só disso. E ouço com frequência das pessoas que vivem comigo que se não deu certo até agora, é melhor mudar de planos porque com trinta e dois anos não dará mais. Será? Faço isso esperando um retorno, claro, mas é muito mais do que isso. É esse me sentir útil e bem que não sinto com mais nada.
Engraçado que o que sinto me pressionar é mais o que tenho do lado de cá da tela. A família de maneira geral. É querer ser sempre linda e sorridente para eles, estar a disposição quando não é isso o que quero fazer. Não quero perder uma manhã inspirada fazendo faxina em casa, e eles precisam entender que funciono dessa forma. Quando estiver livre para faxinar, vou fazer isso.
Então invés de ficar me culpando por estar ausente para eles, comecei a parar com isso e pensar que eles ou me aceitam assim, ou vão me odiar porque não vou mudar por causa disso. Mãe, irmão e filhos a gente adapta na agenda. Marido e namorado que não se adequam? Que cobra uma coisa que não posso e não quero dar? Pule fora! Estou começando a me reinventar, e não quero ser quem não sou para agradar outra pessoa além de mim mesma.
Meu problema foi sempre querer ser alguém que não sou. Não foi ter milhares de funções na frente de um computador que me deixou estressada, mas forçar ser sociável quando não curto muito. Ser dona de casa quando não tô afim e uma boa esposa quando tá na cara que não nasci para conviver com ninguém que não entenda como funciona o que gosto de fazer como algo importante para mim, e não apenas um capricho de alguém que passa tempo demais em casa. Chega de me sentir menosprezada pelas minhas escolhas, ok? Não rola mais! Cansei!
Depois que tomei essa incrível decisão, comecei a me estressar menos e sentir menor pressão no peito, e olhe que nem coloquei muito na ativa a ideia. Só fiz concretizá-la na minha cabeça, e já foi suficiente para ficar mais feliz.
O finalmente desse post é: Faça aquilo que te deixa feliz, se isso não for algo que machuque fisicamente outra pessoa. Se os outros se incomodarem, foda-se! Acredito em espiritismo e em outras vidas, mas não acho que preciso ser boazinha para os outros simplesmente pensando que na próxima as coisas vão melhorar. Já pensou um looping disso ai? Que frustração não seria?!