Autor: Tomi Adeyemi
Editora: Rocco
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Sinopse: A mitologia iorubá é o fio condutor de Filhos de sangue e osso, que marca a estreia de Tomi Adeyemi na literatura. Graduada em literatura inglesa em Harvard, a jovem escritora norte-americana de origem nigeriana recebeu uma bolsa para estudar cultura africana em Salvador, na Bahia, onde se inspirou a criar um universo de fantasia onde a magia dos orixás corre o risco de se perder para sempre. O livro abre a trilogia O legado de Orisha e conta a história de Zélie, uma jovem disposta a lutar contra a opressão sofrida por seu povo. Considerado um dos grandes lançamentos do ano nos Estados Unidos, Filhos de sangue e osso ocupa as principais posições do ranking dos mais vendidos do The New York Times desde o lançamento, há 27 semanas, e já chega ao mercado com adaptação negociada para o cinema pela Fox e publicação em mais de 15 países.
Esse é um formato diferenciado de resenha. Vou contar o que o livro tem de melhor e de pior em tópicos e tentar explicar um pouco o motivo de ter feito essa separação. Vamos lá?
O Melhor
- A cultura
É inegável o quão incrível foi a autora em mostrar a cultura africana através desse livro. As vezes com coisas bobas, como objetos comuns por lá, ou com coisas mais sérias, como divindades e termos linguísticos. O fato é que é muito fácil de inserir na cultura usando a perspectiva dos personagens narradores.
- A Magia
É uma fantasia, ok? Então sim, tem magia aqui e muita!
Confesso que ainda não estou por dentro de como essa magia se desenvolve de maneiras diferentes para pessoas diferentes e até onde pode ir o limite da magia de cada personagem. Mas acho que por ser o primeiro livro, nós ficamos tão perdidos quanto eles estão, já que para eles aquilo também é algo novo. Acredito que no próximo volume a autora vá trabalhar melhor isso.
- Os personagens
Zélie, Amari, Inan e Tzain são os quatro protagonistas. Os três primeiros tem voz narrativa, e não sei direito porque Tzain também não teve a sua própria. Todos são incríveis dentro da proposta do que a autora queria em relação a eles. Tenho um amor real por Zélie, e no momento estou em uma batalha interna em relação ao meu amor por Inan, mas os quatro são maravilhosos. É muito bom ver como o relacionamento deles cresce. Zélie é irmã de Tzain e Amari de Inan. Não poderiam ser relações fraternas mais diferentes, já adianto.
- A raça
Um livro onde todos os personagens (um ou outro gato pingado que não) são negros. Isso é enorme para um país cheio de preconceito idiota, como é o nosso. De início eu estranhei, mas foi pura questão de costume, porque depois que criei os personagens em minha cabeça, agora acho impossível imaginá-los de outro modo que não negros.
- Os romances
Tem? Óbvio! É uma fantasia adolescente, minha gente! Um deles é super leve e respirável, o outro é pesado ao ponto de precisar fechar o livro para aliviar a cabeça. Acho que eles formam uma balança interessante nesse quesito.
- Empoderamento Feminino
Temos dois rapazes e duas moças. As meninas dão banho nos caras! Zélie sabia que era maravilhosa, mas Amari me surpreendeu no fim. A garota estava virada no siridó! <3
- Pessoas carregam problemas antigos
Gostei muito do que a autora fez aqui em relação a dicotomia de um personagem em específico. Vimos claramente a briga interna dele em relação a fazer o que precisava ser feito e o que deveria ser feito. No final das contas somos só humanos, não é? Só precisamos de aprovação. Achei isso genial.
O Pior
- O preço
Sessenta reais em um livro para um trabalhador com salário mínimo de 950? Acho isso abusivo, com certeza! Só li o ebook porque consegui um empréstimo da conta de um amigo, porque até o preço do digital estava caro demais. É um ebook, caramba! Se esses livros digitais fossem padronizados com preços até 10,00 eu certamente leria muito mais livros de diversas editoras. Sem contar que algumas editoras não disponibilizam ebooks já por medo de pirataria. Onde fica a inclusão aqui? Sinceramente, acho que deveria ser lei a literatura ser disponibilizada digitalmente também. Conheço muito cego que se faz em um kindle.
- O ritmo
Até os 50% do livro o ritmo dele é muito lento. Pode ter sido um problema pessoal meu com a história, mas ainda assim me deixou nervosa e tentando enxergar onde diabos as pessoas estavam vendo tanta coisa boa em um livro que não estava funcionando para mim. Depois disso a coisa funcionou, mas até lá foi um martírio.
- Cade a visão de Tzain?
Coloquei em cima que o único personagem que não tem POV foi o irmão de Zélie, que é tão protagonista quanto ela. E daí bate a curiosidade de saber se foi proposital ou não. Porque a autora faria para os outros três e não para ele? Fiquei encucada com isso e aceito teorias. Alguém se habilita a me dar algumas?
É isso ai, gente! Viram que de ponto negativo houveram bem poucos? Porque de fato o livro quase não apresentava defeitos, e os que tinham eram muito mais pessoais comigo do que necessariamente um problema da história. De modo geral Filhos de Sangue e Osso é um livro grandioso e que eu amei muito. Com certeza uma das maiores fantasias da atualidade.
E se quiserem ler mais resenhas sobre fantasias incríveis, deixo as sugestões abaixo:
- Rainha Vermelha
- Caçadora de Dragões
- Uma Chama entre as cinzas
- Corte de Espinhos e Rosas
- Um tom mais escuro de magia
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