Estrelas da Sorte e porque Nora Roberts só sabe fazer a mesma coisa

Título: Estrelas da Sorte
Autor: Nora Roberts
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Sasha Riggs é uma artista assombrada por sonhos que transforma em pinturas maravilhosas, cenas que preveem o futuro. Ela nunca conseguiu assumir seu dom, mas desta vez não consegue ignorar as visões que a atormentam e viaja para a ilha grega de Corfu.É lá que encontra as pessoas com quem sonha: um mágico, um arqueólogo, um viajante, um lutador, um solitário. Elas também foram atraídas por uma força inexplicável. Dotadas de habilidades extraordinárias, cada uma terá um papel fundamental na aventura que as espera: encontrar as míticas Estrelas da Sorte, que caíram do céu, pondo em risco o destino de todos os mundos.
Sasha é quem os mantém unidos e vê no mágico, Bran Killian, um homem de imensa compaixão. Ela tem dificuldade para lidar com sua vidência, mas Bran está lá para apoiá-la. Porém, os dois não devem desviar sua atenção da missão, pois uma ameaça sombria procura corromper tudo que está no caminho para alcançar as estrelas.

Que livro chato!

Olha, eu li algumas coisas ruins esse ano, mas acho que nada se comparou a Estrelas da Sorte. E nem estava esperando nada dele, heim! Conseguiu se superar e ser realmente ruim. Ainda estou em dúvida se continuo essa série, porque não gosto de abandonar, mas pelo o que ouvi dizer dos outros livros, acho que vou é jogar na fogueira. 

Em Estrelas da Sorte vemos a mesma estrutura de texto que em outras séries da autora, como em A Sina dos Sete, que pessoalmente adoro, e Primos O'Dwyer, que não consegui passar nem do primeiro justamente por ter achado fraco. Sim, Nora Roberts costuma ter estruturas fixas para os livros dela, e não que de modo geral isso tenha que ser ruim, só torna a trama rasa e previsível. 

Nessa série dos Guardiões vemos seis pessoas desconhecidas entre si que se unem para procurar umas estrelas que algumas deusas esconderam séculos atrás, e lutando para afastar uma deusa do mal, que quer as estrelas para destruir o mundo e blá blá blá. Aquele clichê em histórias desse tipo. Não tenho problemas nenhum com ideias clichês, mas quando elas são mal desenvolvidas me dão nos nervos, como foi o caso desse livro. 

Sinceramente eu nem sei por onde começar a dizer o que não gostei nessa história. Acho que posso começar pela amizade instantânea das seis pessoas. Em A Sina dos Sete temos essa mesma estrutura de pessoas se unindo, mas pelo menos três delas já eram melhores amigas desde criança e outras duas também. Então ficava mais fácil entender o funcionamento da amizade, e até bonito enxergar como eles cuidavam um do outro por ter esse vinculo antigo e reforçado. Já em Estrelas da Sorte a galera se conhece do nada e no outro dia já são melhores amigos e amantes desditosos. E o mais engraçado é que quando surge o sexto membro do grupo, tipo um dia depois, uma das personagens diz que não confia nele porque não o conhece. Tipo, oi? Amiga você não conhece ninguém ali! 

Outra coisa é o excesso de cenas com comida que a autora insere. Deles resolvendo situações comendo. Deles comendo simplesmente por comer. Deles em discussões calorosas e comendo. Sério? Ela poderia ter usado essas páginas de planejamento da comida, compras de comida e comilança em coisas mais úteis, como fortalecer a amizade das pessoas de modo natural, como amadurecer o amor maluco de Sasha e Bran, que surge do nada e vai para lugar nenhum. 

Eu gosto dos personagens individualmente. O jeito protetor de Bran, a arte de Sasha, a boca suja de Riley, o mistério de Doyle, as armas faroeste de Sawyer e a ingenuidade de Annika, mas nem eles (e seus dons) foram capazes de salvar esse livro. Costumo ler esse tipo de história em horas e demorei dias para acabar, de tão besta que achava as frases de efeito típicas de filme de sessão da tarde e as demonstrações de afeto sem sentido. 

Poderia dizer que o cenário salva o livro, mas nem isso é possível porque a autora não soube desenvolver o espaço ao redor dos personagens. Corfu é uma ilha linda na Grécia, e ela estava tão preocupada com eles passarem fome que não chegou a pensar em explorar isso. Tenha dó, Nora! 

Enfim, os personagens foram mal explorados, os relacionamentos não tem nexo, o cenário pouco detalhado e os embates com as forças do mal são patéticos. Querendo de volta as horas que doei da minha vida para ler esse livro. 


Veja também: Outros livros da Nora Roberts (E esses eu adoro)