Noivos do inverno e um mundo incrível com uma trama rasa

Título: Os Noivos do Inverno
Autor: Christelle Dabos

Editora: Morro Branco
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Sinopse: Honesta e cabeça-dura, Ophélie não se importa com as aparências. Mas, por baixo de seus óculos de aros largos e cachecol desgastado, a garota esconde poderes únicos: ela pode ler o passado dos objetos e atravessar espelhos. A vida tranquila que leva em Anima se transforma quando Ophélie é prometida em casamento à Thorn, herdeiro de um distante e poderoso clã. Agora, ela terá que deixar para trás tudo o que conhece e seguir seu noivo até Cidade Celeste, a capital flutuante de uma gelada arca conhecida como Polo. Ali, o perigo espreita em cada esquina, e não se pode confiar em ninguém. Sem se dar conta, Ophélie torna-se um peão em um jogo político mortal, capaz de mudar tudo para sempre.

Existe toda uma magia em se ler Os Noivos do Inverno, e isso é um super ponto positivo nesse livro. Provavelmente o que o salva. Minha experiência num todo com ele não foi das melhores. Demorei para ler algo que sei que leria muito mais rápido se a trama fosse fluida, mas não aconteceu de funcionar com essa fluidez para mim. 

Esse é um daqueles livros difíceis de explicar o contexto geral de mundo. Importante dizer que Ophelie mora em um lugar muito mais aceitável e feliz do que o lugar onde ela vai parar ao ser prometida a Thorn. Enquanto no dela as famílias parecem aquela grande bagunça doida no estilo Casamento Grego, no dele é algo mirrado, frio e mais parecido com a carnificina de Guerra dos Tronos. Não preciso nem dizer que amei Polo, a cidade de Thorn, ainda que o próprio tenha sido completamente sem graça o livro inteiro. 

O mundo criado pela autora tem muito mais carisma do que seus protagonistas, a quem eu era completamente alheia durante toda a leitura. Mesmo Ophelie, que tinha tudo para ser grandiosa, tornou-se apática de um jeito que me dava nos nervos. Se metade das coisas que aconteceram a ela tivessem acontecido comigo, eu já teria soltado fogo pelo nariz. E sendo a protagonista que a autora vendeu no começo da história, achei que ela fosse fazer o mesmo, mas não. Aceitava de tudo, seguia as ordens que pessoas não deveriam ter que dar a ela davam e se calava quando deveria gritar. E daí quando algo grande acontecia na história com Ophelie, para mim não fazia diferença alguma porque não crie empatia por ela, por Thorn, pela tia dele ou mais os outros bizarros personagens que me davam um sono sem fim, de tão chatos. Pior do que odiar um personagem, é não sentir nada por ele, e foi exatamente isso o que me fez diminuir notas desse livro. 

Talvez se a galera tivesse me conquistado mais, eu teria me envolvido mais com a trama. Mas ela veio, foi, veio, e não fez diferença alguma na minha vida. O nome da série e o poder de Ophelie fica sendo só isso, porque ela não parece saber usar o poder que tem nas mãos de uma forma útil. Isso era irritante. 

Mas dou todos os pontos para a construção de universo de Noivos do Inverno. Desde a parte física das cidades, incluindo a incrível Cidade Celeste, até os poderes das pessoas e como elas usam isso a seu favor. Não falo só dos grandes poderes, tipo manipular mentes, mas as coisas pequenas que são cativantes, como sentir o passado de objetos simples, como um mapa, por exemplo. Foi ai que a autora me conquistou, e não há como negar como foi incrível entrar nessa história ou a curiosidade que estou pelo o que mais ela pode colocar nela nesse contexto. Se quero saber o que vai acontecer com os personagens? Não muito, mas quero saber sobre os poderes, e objetos incríveis que ela pode criar. Por mais cachecóis como o de Ophelie! 

Enfim, foi um livro pelo qual esperei mais, mas que não foi completamente decepcionante, em um contexto geral. 


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