Re (Construção)

Olá gente!
Sei que andei muito sumida.
Muita coisa acontecendo em minha vida. Daquele tipo de coisa que não me permitiu ter inspiração para voltar a esse cantinho que amo.
Mas aqui estou, no último dia do ano para minha postagem de libertação.
Quero começar 2012 de alma lavada e com muita força. Porque vou precisar.
Muito obrigada a vocês que acompanham meu espaço sempre. Aos que postam e aos que só passam por aqui para ver as novidades.
Prometo que nesse ano que vem voltarei ao ritmo, e teremos muitas coisas legais para discutir. Deixa só eu me recuperar um pouco mais.
Desejo tudo de bom para vocês nesse novo ano. Que seja um ano de novidades maravilhosas.
Nós merecemos.
Para terminar vou postar uma coisa que escrevi esses dias. Um desabafo.
Afinal de contas, vocês fazem parte de quem sou.
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Ok!
O ano foi longo. Mais longo do que eu gostaria que tivesse sido. Mais longo do que achei que seria capaz de suportar.
Certamente um ano de mudanças. Ainda não sei até que ponto de evolução eles me levaram. No momento, estou entre a lama do desconhecido e a relva de algo que pertenci. Confusa. Perdida.
Procurando minha estrada de tijolos amarelos. Ou de tijolos de qualquer cor, contanto que me tire da encruzilhada na qual estou.
Sou uma rainha de disfarces. Consigo ter faces múltiplas que se escondem de mim mesma quando mais preciso delas. Sou frágil, sou forte, sou decidida, sou desconhecida. Procurando quem fui, e me adaptando a quem quero ser.
Disseram-me esses dias que passei os últimos dois anos sendo sombra de alguém. Lembrei de imediato de Peter Pan e sua insistente sombra que teimava em não pertencer a ele.
O que é afinal uma sombra?
Uma companhia, uma amiga que a gente sempre sabe que esta lá.
Não sei se vi como a crítica que no fim das coisas era. Eu escolhi ser sombra.
Eu escolhi doar os últimos anos da minha vida a alguém que precisava de uma sombra. Não me arrependo disso da forma que deveria. Pelo contrário. Fui verdadeira. Fui amiga. Fui quem deveria ser naquele momento. Fui intensa.
Sofro por opção.
Essa história de que a gente não manda no coração é pura conversa para mim.
Eu permiti ao meu sofrer o tempo que sofreu quando minha filha e meu pai foram para o Oeste. Eu permiti me recuperar de sofrer quando achei que estava na hora de continuar. Eu permiti me apaixonar. E estou me permitindo sofrer por ter me apaixonado por coisas erradas. E no fim de tudo, sei que me permitirei esquecer e novamente continuar.
Se tem uma coisa na qual eu sou boa, é em continuar.
Queria conseguir dizer no momento que estou bem. Na verdade me sinto sufocada. Como se as paredes, hoje tão limpas, de minha casa fossem móveis e me pressionasse quando eu mais queria espaço e ar.
Sinto-me culpada por tanta coisa, me sinto enojada de outras e acima de tudo, com medo de novidades desconhecidas.
Corro para a rua procurando oxigênio, a fome, e o sono.
Engraçado como as coisas mais básicas de ser humano como dormir, comer e respirar torna-se penitências quando o critério é sofrimento.
E as coisas as quais amo fazer, e sei que sou boa fazendo parecem que não tem sentido algum.
Quantos de vocês já passaram por isso?
Quantos de vocês estão passando agora, nesse momento?
E quantos ainda irão passar?
E porque é que insistimos em tentar e tentar?
Passo o menor tempo em casa que posso. Pego outros caminhos, invento outros afazeres, mudo os móveis de lugar. Querendo esquecer certas coisas, ignorar outras e desligar o botão que se importa com o que não se importa mais com você.
Um ano novo vem ai.
Para alguns o prelúdio do fim dos tempos, para outros, recomeço. Para mim, apenas uma interrogação pairando como fantasma na minha frente sempre que abro os olhos. Coloco um pé diante do outro tentando apagar a neblina. Vou aos poucos, vendo o que vai ser, como fazer, por onde ir, com quem ir.
Pensando em coisas quebradas, em livros rasgados, em lágrimas, em gratidão.
Agradecendo o dia em que ganhei amigos novos, e amaldiçoando esse mesmo dia. Sempre penso em como seriam as coisas agora se uma simples palavra tivesse sido dita em algum momento.
Parafraseando alguém que amo:
“Sou grata por todo caminho que tenha me trazido até onde cheguei.”
Não por felicidade. Mas por aprendizado, disciplina, e coragem.
Que nesse novo ano eu consiga fazer coisas diferentes das que já fiz. Boas, ou ruins. Eu só quero sair de onde estou. Mudar quem sou.
Que vire Natasha, ou Rebeca, vilã ou mocinha.
Tenho que tentar possibilidades. Ser certa não deu muito certo na minha vida. Não acredito que ser errada dará, mas é preciso tentar. Morrer na dúvida é a pior coisa que existe.
Que eu consiga perdoar.
Sempre fui muito boa nisso, mas acho que já calejei de tanta bondade.
Que eu não me permita amar. De nenhum jeito. Porque não quero deixar de acreditar naquilo que mais tenho fé.
Que eu me permita voltar a sonhar, apenas sonhos rasteiros, sem grandes quedas.
Que eu não tenha mais lágrimas. Elas me irritam de uma forma que não sei explicar.
E por fim, que eu seja a pessoa que sei que nasci para ser. A rainha de disfarces, de dramas, de ponderações, de sonhos, de expectativas, de crenças.
Uma majestade acima de tudo.
A majestade de mim mesma. E de ninguém mais.