A Chama de Ember e como autores podem ser criativos

Título: A chama de Ember
Autor: Colleen Houck
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Quinhentos anos atrás, Jack fez um pacto com um demônio e acabou condenado a uma eternidade de servidão. Como um lanterna, seu único dever é guardar um dos portais que levam ao reino imortal, garantindo que nenhuma alma se infiltre onde não é bem-vinda. Jack sempre fez um excelente trabalho... até conhecer a bela Ember O’Dare.Há tempos, a bruxa de 17 anos vem tentando enganar Jack para atravessar o portal. Insistente, sem temer os alertas dele, Ember enfim consegue adentrar a dimensão proibida com a ajuda de um vampiro afável e misterioso, e então tem início uma perseguição frenética através de um mundo deslumbrante e perigoso.
Agora Jack precisa resgatar Ember antes que os universos terreno e sobrenatural entrem em colapso e se tornem um caos.

Confesso que não sou uma fã da autora. Li o primeiro da série dos Tigres dela e achei um completo tédio. Gostei dos rapazes, mas tive um ranço eterno com a mocinha. É tanto que até hoje quando me perguntam qual mocinha eu menos gostei de um livro, eu vou responder que foi ela. Mas... a premissa de A chama de Ember era tão boa, que não deu para ignorar o livro. Não mesmo. Carolzinha aqui ama uma historinha com pé no terror, e ainda que não seja propriamente a ideia desse livro, ele baila bonito por mitos e lendas que amamos quando se trata do Halloween. 

A protagonista desse livro é Ember, uma bruxa bem atrevida que tomou como meta de vida descobrir um jeito de atravessar a ponte da cidade, que dá abertura para um mundo mágico que ela tem verdadeira paixão pela ideia de conhecer. Só que essa ponte é vigiada por um Lanterna, o Jack. Um ser mitológico que eu amava quando era criança, e que a autora até que retratou de um jeito bem bacana nesse livro. 

Jack vem observando Ember desde que era criança, e é fascinado pela garota. Mas não por isso ele a deixa atravessar a ponte. Sabe que do outro lado pode ser um perigo para a bruxinha, visto que os mundos mágicos são movimentados por luzes de bruxa, e ela anda escassa ultimamente. Só que Jack não contava que um vampiro carismático e muito amável (será?) ajudaria a menina a atravessar a ponte. Claro que ele tinha os motivos dele, que com o tempo caem por terra porque ele começa a gostar da menina. 

Temos triângulo amoroso? Temos, sim senhor! Estamos falando de Colleen Houck, e não seria ela se não tivesse o triângulo. Mas, olha, vou te dizer... Ele é tão sutil e sem peso na história, que dá para ler sem me irritar. E Ember, apesar de quase nada carismática, consegue ter um pouco mais de pulso quanto as suas decisões do que a protagonista da série dos Tigres tinha. Nessa garota eu realmente conseguia confiar. 

Toda a mitologia do livro é um deleite para quem curte fantasia do Halloween. Bicho papão, lobisomem, bruxas, vampiros, Jack Lanterna... Tudo isso conhecemos das nossas histórias infantis e a autora trabalha muito bem na trama. Claro que eu teria gostado mais se tivesse um pezinho na fantasia adulta, mas não dá para esperar muito de uma autora que escreve ficção para adolescentes, não é? Então a gente releva. 

O ritmo do livro também é um deleite. Tá, eu demorei a pegar gás. Na página 150 eu já estava em desespero porque não conseguia ler. Empaquei legal, mas depois disso a história flui bacana. Como disse, o tema também me fez agarrar nela com fervor. Eu tinha que terminar! Era uma questão de honra!

O livro também baila em cima de uma ideia Steampunk, outra coisa que amo. Em muitos momentos lembrou bastante outras séries no gênero que li, principalmente em termos tecnológicos, como Máquinas Mortais e o Protetorado da Sombrinha. Eu ainda gosto mais desse livro aqui da Colleen, mas não há como brigar contra monstros do Halloween, não é? Eles sempre vencerão para mim. 

Enfim, é um bom livro. Ainda não é genial, mas em se tratando de Colleen eu fico contente com o bom. Ele diverte bem e tem personagens delicinhas. 

A Padaria dos Finais Felizes e porque adoro livros de romance em lugares incríveis

Título: A Padaria dos Finais Felizes
Autor: Jenny Colgan
Editora: Arqueiro
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Sinopse: Um balneário tranquilo, uma loja abandonada, um apartamento pequeno. É isso que espera Polly Waterford quando ela chega à Cornualha, na Inglaterra, fugindo de um relacionamento tóxico.Para manter os pensamentos longe dos problemas, Polly se dedica a seu passatempo favorito: fazer pão. Enquanto amassa, estica e esmurra a massa, extravasa todas as emoções e prepara fornadas cada vez mais gostosas.
Assim, o hobby se transforma em paixão e logo ela começa a operar sua magia usando frutos secos, sementes, chocolate e o mel local, cortesia de um lindo e charmoso apicultor.
A Padaria dos Finais Felizes é a emocionante e bem-humorada história de uma mulher que aprende que tanto a felicidade quanto um delicioso pão quentinho podem ser encontrados em qualquer lugar.


Sabe aquele tipo de livro que dá um calorzinho no peito? Esse é A Padaria dos Finais Felizes. E para quem leu o outro livro da autora, A Pequena Livraria dos Sonhos, vai se sentir em casa com essa narrativa. Uma vez lido algum livro da Jenny, é acolhedor ler qualquer outra coisa. Ela é o tipo de escritora que conquista mais com o estilo do que com a história em si, ainda que as histórias sejam lindinhas demais!

Nesse livro temos uma protagonista passando por um momento ruim da vida. Acabou de se separar do namorado e perder o emprego. Não tem dinheiro e precisa com urgência encontrar um lugar para morar. Como tudo na cidade está acima do que ela pode pagar, Polly acaba encontrando uma casinha em cima de uma antiga loja na Cornualha. Um lugar isolado do mundo na condicionante de ser acessado de acordo com o nível do mar. É lá que ela vai para se curar. 

Um adendo sobre Polly, é que ela ama fazer pão! Tinha isso como hobbie por muito tempo, e depois que chega a pequena vila e descobre que a única padaria da região produz um pão horrível, Polly começa a fazer com que isso vire mais do que uma paixão. E é por causa dele, e de um papagaio do mar, que ela começa a conhecer os habitantes da cidade, e a fazer parte da cidade como um morador de lá de fato. 

Os lugares que Jenny descreve em seus livros são todos de babar. Não seria diferente desse aqui. Não é só uma questão do ambiente ao redor, mas o ambiente que se constrói e molda um protagonista. É aquilo que sempre digo que dar vida ao lugar para torná-lo próximo ao leitor é essencial, e ela consegue isso magistralmente. Nunca quis conhecer muitos lugares da Europa, mas da minha curta lista acabei adicionando os dois cenários dos dois livros dela que li, tamanha paixão que fiquei por eles. 

Temos romance nessa história? Sim, temos! E temos tristeza também. Não achei que fosse ler um livro que soubesse pesar com delicadeza a dose de comédia, drama e e romance, mas esse conseguiu. Parecia que eu estava vivenciando a história, e não sendo apenas um observador dela. É mágica a maneira como essa autora escreve, e estou ainda tão encantada com tudo o que ela fez nos dois livros que li, que já a coloquei na minha lista de autores que não posso jamais esquecer. 

Indico com verdadeira idolatria! Qualquer um dos dois livros são incríveis! 



Mulher-Gato e porque toda garota deveria ser incrível assim

Título: Mulher-Gato: Ladra de Almas
Autor: Sarah J. Maas
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Sinopse: A Mulher-Gato da autora best-seller Sarah J. Maas é o que os fãs da personagem amam: forte, independente e única.No passado, Selina Kyle vivia no submundo de Gotham, cometendo pequenos delitos para sustentar a família. Quando a mãe a abandona, a jovem precisa tomar uma difícil decisão e entrega a irmã nas mãos de um casal que poderia cuidar bem melhor dela, longe da pobreza.
Dois anos depois, Selina retorna como a rica e misteriosa Holly Vanderhees. O que a trouxe de volta à cidade? E o que vai aprontar agora que tem como parceiras Arlequina e Hera Venenosa?
Com Batman fora em uma missão vital, Luke Fox quer provar que pode ajudar os habitantes de Gotham usando o disfarce de Batwing. Seu alvo é uma nova gatuna que se uniu às duas rainhas do crime. Juntas, as três instauram o caos.
Em meio a um jogo de segredos, mentiras e furtos, Selina se engalfinha à noite com Batwing, e se enrosca de dia com Luke Fox. Em uma trama que vai roubar o fôlego dos leitores, Sarah J. Maas mostra os primeiros momentos da ardilosa Mulher-Gato como uma das anti-heroínas mais ambíguas e amadas do mundo.

O nome de um autor pesa muito na hora de selecionar uma leitura. Só entendi isso quando acabei solicitando da editora Mulher-Gato. Apesar de amar loucamente todo o universo obscuro da DC, não tive qualquer vontade de ler os livros que estavam saindo pela editora, a série Lendas da DC. Mas esse... Ummmm... Sarah J Maas é dona de parte do meu coração, quando se trata de fantasia, então eu precisava ler para saber se meu affair com ela era só com as fantasias, ou com a escrita da autora de maneira geral. Descobri que é um pouco dos dois, mas a questão do gênero pesou muito para mim. 

Se você é como eu e já viu todos os filmes e séries do Batman, conhece o nome Selina Kyle. Nesse livro vamos acompanhar um pedaço da adolescência dela, quando participava de lutas para ganhar dinheiro e sustentar a irmã, e depois que ela faz um treinamento para se tornar uma ladra profissional. 

O livro é narrado por dois pontos de vista. Momentos por Selina, outros por Luke, um ex militar que trabalha junto do Batman, e assume os problemas de Gotham quando o vingador mascarado não esta na cidade, como é o caso no momento em que essa história está se desenvolvendo. 

Coisas valiosas começam a ser roubadas por um profissional que Luke não consegue pegar. Ao mesmo tempo ele começa uma amizade com a vizinha e charmosa que chegou na cidade, sem saber que possivelmente as duas são a mesma pessoa. 

O livro tem todo o clima de Gotham. Aquela coisa negra e melancólica que exala pelas páginas do livro com facilidade. Seja pela narração do clima ou sentimentos dos personagens. É fácil ler e se enxergar nas ruas do lugar onde sabemos que Batman combateu os vilões mais loucos e maravilhosos já criados pelas histórias em quadrinho. 

Selina é o tipo de personagem que certamente Sarah J Maas criaria: uma garota badass que não tem problema algum em ser independente do mundo ao redor dela. E Luke é o herói mocinho que todo mundo suspira. Juntos eles formam uma dupla arretada (usando uma expressão totalmente sertaneja para dizer que eles são incríveis). 

O desenvolver da história é gradativo e instigante. A gente fica querendo que eles se encontrem e se descubram quem são o tempo inteiro. Sem contar que, mesmo individualmente, são personagens que seguram bem qualquer história. 

Não dá para vir aqui e esperar uma Sarah J Maas como vimos em Corte ou Trono. Tirando pelas meninas incríveis, não há nada em comum nas histórias, e nem era de fato para existir. São contextos diferentes e sentimentos diferentes. Mas com certeza é um livro que diverte a beça, principalmente se você for fã do universo DC, como eu sou, e tem uma certa queda por Selina Kyle, como eu sempre tive.