Resenha de "Neve e Cinzas" (Sara Raasch)

Título: Neve e Cinzas
Autor: Sara Raasch
Editora: Harper Collins
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Sinopse Dezesseis anos atrás o Reino de Inverno foi conquistado e seus cidadãos, escravizados, sem família real e sem magia. A única esperança de liberdade para o povo do reino jaz nos oito sobreviventes que conseguiram escapar, e que seguem esperando uma oportunidade para recuperar a magia de Inverno e reconstruir o reino. Meira, uma órfã desde a derrota de Inverno, passou a vida inteira como refugiada, criada por Senhor, o general dos inverninos. Treinando para se tornar uma guerreira — e desesperadamente apaixonada pelo melhor amigo e futuro rei, Mather —, Meira faria qualquer coisa para ajudar o Reino de Inverno a retomar seu poder. Então, quando espiões descobrem a localização de um medalhão antigo capaz de devolver a magia ao reino, Meira decide ela mesma encontrá-lo. Finalmente ela está escalando torres e lutando contra soldados inimigos como sempre sonhou. Mas a missão não sai como planejado, e logo Meira se vê mergulhada em um mundo de magia maligna e poderosos perigosos. De repente, ela percebe que seu destino não está, e nunca esteve, em suas mãos. A estreia de Sara Raasch é uma fantasia cheia de ação sobre lealdade, amor e a capacidade de determinar o próprio destino.

Não vou mentir, passei mais da metade do livro sem conseguir ser fisgada por ele. Lia porque já havia começado, mas não havia aflição por mais. Talvez tivesse sido o momento em que li, mas o fato é que esperava mais dele de início. 

Você começa o livro entendendo um pouco sobre os reinos estação, na apresentação da protagonista, Meira. Ela é uma inverniana sem lar. O Reino de Primavera invadiu Inverno alguns anos antes e destruiu tudo, aprisionando a maior parte da população. Poucas pessoas conseguiram fugir, e Meira é uma delas. 

Agora nômades, os invernianos viajam para onde o vento lhes favorece, em busca do medalhão que garantia poder ao seu reino e que foi repartido pelo rei de Primavera. A tarefa deles é unir os pedaços, devolver a magia ao rei que fugiu com eles, Mather, e reconquistar sua terra natal. 

Só que,claro, existem zilhões de problemáticas para impedir isso. É uma fantasia, afinal de contas, e não teria graça se assim não fosse. 

Eu gosto da protagonista. Boa em combate, com um poder na voz impressionante- quando ela lembra disso - e tem uma vontade de se provar muito grande para as pessoas ao redor dela. Tá que ela me irritou em muitos momentos com essa coisa de esquecer do que era capaz, mas isso vai até melhorando com o crescimento da narrativa e da história. 

Gosto da criação de mundo. Quando  paramos para pensar que muito da importância da fantasia vem do mundo criado, então Neve e Cinzas ganha pontos fortíssimos! A questão dos reinos Estação e Ritmo é bem desenhada. Demorei a entender o complexo funcionamento deles em relação a magia e hierarquia, mas quando peguei o jeito passei a gostar. 

Quanto a romance, eles - sim, plural - são bem fracos. Nenhuma cena de fazer suspirar com nenhum dos dois carinhas do triângulo amoroso de Meira. Compreendo isso porque o foco do livro está nela se reconhecendo como pessoa dentro da bagaceira que se tornou sua vida. Contudo triângulos é uma coisa que se colocada em um livro, tem que ser com bastante zelo. Costuma ser uma bosta ou funcionar bem demais. Esse por enquanto está em cima do muro, e estou curiosa para ver como a autora vai continuar. 

As cenas de batalha são uma delícia, do tipo que me fazem roer as unhas. Tudo em relação a essa parte prática do livro é muito boa, só tive problemas de fato com a forma da autora de escrever. Achei, não sei, que poderia ser mais maduro. O livro é sim bem trabalhado nos detalhes, mas existe algo de "estou escrevendo para adolescentes" em cada página dele, e daí vem a coisa da ingenuidade da protagonista em momentos em em absoluto ela deveria ser. 

O final é ótimo! Tem tudo do que gosto e um pouco mais. Apesar de não ter achado o livro de um todo bom, demorei para me fisgar (fato), mas ele me deixou curiosa para ver os caminhos que a autora vai dar para Meira, como vai resolver o lance do triângulo, e mais um pouco de Inverno, algo que víamos sendo citado com muito amor desde o princípio. 

Resenha de "Estrelas Perdidas" ( Claudia Gray)

Título: Estrelas Perdidas
Autor: Claudia Gray
Editora: Seguinte
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Sinopse: Ciena Ree e Thane Kyrell se conheceram na infância e cresceram com o mesmo sonho: pilotar as naves do Império. Durante a adolescência, sua amizade aos poucos se transforma em algo mais, porém diferenças políticas afastam seus caminhos: Thane se junta à Aliança Rebelde e Ciena permanece leal ao imperador. Agora em lados opostos da guerra, será que eles vão conseguir ficar juntos?Através dos pontos de vista de Ciena e Thane, você acompanhará os principais acontecimentos desde o surgimento da Rebelião até a queda do Império de um jeito absolutamente original e envolvente. O livro relata, ainda, eventos inéditos que se passam depois do episódio VI, O retorno de Jedi, e traz pistas sobre o episódio VII, O despertar da Força!

 Quando Felipe me deu esse livro, não achei que fosse gostar dele. Não tem Luke nem Han Solo? Como pode ser bom? Pensei em um devaneio hiperbólico. Como estava enganada. E como estou feliz por ter estado enganada. Estou completamente in love por ele. 

Os protagonistas, Ciena e Thane, se conhecem ainda crianças. Ele tem uma condição social bem melhor do que a dela, mas a vontade deles é a mesma: querem ser pilotos para o Império. E em prol desse objetivo, viram amigos. Estudam juntos, voam juntos e quando estão no final na adolescência, passam na academia de pilotos juntos. 

O problema é que se Ciena é fiel a suas promessas, Thane é fiel a sua integridade. E depois de um tempo vendo o Império fazendo barbaridades usando o nome da justiça como justificativa, ele abandona o barco e vai se juntar a Aliança Rebelde, Com a enorme situação de que sua melhor amiga, e dona do seu coração, não quer sair do Império sob nenhuma circunstância. 

Temos várias vertentes nessa história. O relacionamento dos dois que cresce com calma e de modo verdadeiro. A questão da lealdade a causa de cada um em específico e a causa de seus corações. São inimigos num universo imenso, com pouca probabilidade de se cruzarem, mas mesmo assim se cruzando, e é sempre uma bomba de emoções quando isso acontece. Cenas lindíssimas! 

Daí temos as citações acerca dos personagens que bem conhecemos. Luke, Leia, Solo, Tarkin... Levemente citados para dar veracidade a história. De um jeito que eu, como leitora e super fã de Star Wars, me vi pensando se acharia os rostos de Ciena e Thane nos coadjuvantes discretíssimos de série de filmes. 

O que acontece nesse livro começa com o final de A Vingança dos Sith, quando o Império tem o poder total, e mais um pouco do final de O Retorno de Jedi. Então abrange mais do que nossa cabeça acompanhou da história, e por um ponto de vista completamente diferente, e isso é uma delícia! Cria uma verdade que não existe na história de Guerra nas Estrelas. Já imaginou isso?? Muito bom!

O fato de termos tanta gente desconhecendo o que o Império fez e é capaz de fazer, e se negando a acreditar nos motivos dos rebeldes também é um puta ponto a favor da história. Não tinha parado para pensar no que os simples mortais achavam daquela guerra toda. É tanto que quando o livro começa com Thane e Cienna querendo ser pilotos do Império, paro e penso "Que merda, garotos" Vão ser rebeldes!". Mas até então um rebelde era só isso... um rebelde. Alguém indo contra o sistema e causando problemas por isso. Quando Thane se junta a eles é que percebemos a dimensão disso. As brigas sobre moral e conduta entre ele e Ciena são indispensáveis. 

Enfim, um livro que me surpreendeu de todas - e muitas - formas. Amei tudo nele, e mais um pouco. Gostaria de gritar para o mundo o quanto isso aqui é foda e precisa ser lido. Se você é fã e não tem vontade de ler porque os protagonistas não são aqueles os quais estão acostumados, revejam essa ideia com calma. Foi lendo esse livro que entendi os bastidores do que Palpatine fez a Vader e a várias sociedades espalhadas pelo universo, que nada sabiam sobre quem eles eram e o que fizeram, e os veneravam como se fossem figuras boas. Acredita? 

Resenha da série "The Royals"/ Princesa de Papel (Erin Watt)



Vamos dar uma conferida no vídeo da resenha dessa série deliciosa? Vem cá!

Sinopse: O primeiro livro da série The Royals, a nova sensação new adult dos EUA. Ella Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças. Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o “decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo. 

Resenha de "Escola dos Mortos" (Karine Vidal)

Título: Escola dos Mortos
Autor: Karine Vidal
Editora: Independente
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Sinopse: Lara Valente irá morrer. Mas sua história não termina por aqui. Pelo contrário: é aí que ela começa.A jovem carioca será enviada para um misterioso internato na Inglaterra. Mas o lugar esconde um segredo. Lara se deparará com vozes de gente morta gravadas, assassinatos misteriosos no colégio, meninas mortas que ainda moram nos quartos, e um despertar assustador num caixão.
Tudo isso vai leva-la a descobrir que, por trás da fachada da Escola dos Sotrom, existe uma Escola muito mais perigosa, cheia de segredos, pactos e mortes.
Nessa Escola repleta de ocultismo, Lara será assassinada. Mas sua história não terminou. Ela acordará em em mundo paralelo, em universo glamouroso onde vive a nata dos melhores, escolhidos à dedo pela Morte.
A Escola dos Mortos abriga os que foram assassinados e enviados para lá. Uma sociedade escondida em que existem apenas os melhores, coexistindo em segredo com a escola dos vivos.
Adolescentes mimadas, carros luxuosos, segredos escandalosos, campeonatos, corridas e caçadas.
Lara irá se apaixonar por um homem perigoso. Luka Ivanovick, com seus olhos negros, hostis e arrogantes - repletos de ocultismo e falta de respostas. Através dele, Lara descobrirá a cruel história por trás de sua morte.
Paixão, mistério e um jogo de sedução escuro e apimentado irão acontecer entre o mundo real e o misterioso mundo noturno da Escola - até Lara descobrir que, dentro dos caixões, os mortos daquele lugar nunca dormem.

Tenho costume de sair catando no Instagram contas relacionadas a livros. De blogueiros ou autores, e foi clicando sem querer que add o perfil de Escola dos Mortos. Recebi uma mensagem de boas vindas da autora, indicando o livro para ser lido. Deixei de lado porque tudo na minha vida é corrido demais. 

Nessa de ver stories, por muitas vezes peguei mensagens de direct de pessoas dizendo o quanto tinham amado o livro. Curiosa, fui até a conta e vi o link para baixar, o que fiz sem contar história. Deixei no celular e voltei a esquecer. Um certo dia, esperando meu filho na sala do NACE, e tendo esquecido minha leitura do momento em casa, abri Escola dos Mortos. E não larguei mais. 

Ia para o banheiro lendo, comia lendo, virei madrugada lendo. E quando acabei fiquei me perguntando porque diabos as editoras ficam catando livros lá fora quando tem tanta coisa boa, realmente boa aqui dentro. 

Vamos conhecer a história da Lara, carioca e surfista, que mora com a mãe e uma irmã. Quando o avô paterno morre, alguém a quem ela não tem contato algum, Lara recebe uma visita do advogado, informando que o velho havia deixado uma verdadeira fortuna para as duas irmãs, na condição de Lara estudar na escola de Sotrom por um ano. Era uma tradição de família. Depois de ver a quantidade de zeros, ela não contou conversa e se mudou para a Inglaterra, indo conhecer seu colégio  interno novo. 

O lugar é sombrio, estranho para a personalidade viva e brasileira dela, e tem tantos segredos escondidos em suas paredes que sufoca a garota. Sem contar as mortes bizarras que acontecem, a falta de comunicação por conta de não existir sinal de internet nem direito a visitas, e os alunos apáticos do lugar. 

Só que a história de Lara não começa de fato ai, e sim depois que ela morre e vai parar na escola dos Mortos, que fica numa espécie de universo paralelo do seu. Aí o negócio começa a pegar fogo, quando ela cruza com os olhos que ardem no âmago dela. Os olhos russos de Luka Ivanovick. 

Olha, essa história tem muitas vertentes, e devo dizer que a autora soube trabalhar bem a grande maioria delas de forma espetacular. Raramento eu me pego virando madrugada lendo livros, e esse simplesmente me encantou. 

A protagonista é maravilhosa. Viva - mesmo quando morta - e carrega aquela energia jovem de dar inveja. Tá que eu achei meio no sense ela ter aceitado numa boa o fato de morrer, e agir com naturalidade num mundo que lhe era novo até pouco tempo atrás. Logo era uma das abelhas rainha, e isso causa um estranhamento quando você é um leitor pé no chão como eu. 

Tem um momento onde os alunos tem que fazer uma carta para alguém que deixou na outra vida, e ali sim eu vi Lara encarando um sentimento de perda e deixando ele agir. Era isso que esperava lá na frente e que demorou um pouco para aparecer. 

E Luka... ai ai, Luka!!!! <333
Pense num personagem delicioso de se ler! Ele me lembrou um pouco o Edward Cullen, de Crepúsculo. Na verdade a família Ivanovick me lembrava muito dos Cullens. Agindo como se fossem alheios ou superiores a todo mundo. O irmão de Luka parecia Emmet, e a irmã tinha muito de Rosalie. Ainda assim,a autora mostrou uma família bizarramente maravilhosa, e com suas particularidades agradáveis. 

Karine também explica de forma decente a escola dos Mortos. A cobrança que a Morte faz dessas almas. E tudo bem que achei alguns erros de continuidade em diversos momentos, como por exemplo dizer que cada família tinha que doar uma alma por geração, no entanto tem irmãos em idades semelhantes na escola dos Mortos, e até gêmeas! Então não é uma única alma. 

Faltou também entender como aqueles alunos faziam a mesma coisa, dia após dias, sem expectativa alguma de evolução, mesmo no mundo dos mortos, e achava que estava tudo bem com isso. Sei lá, eles poderiam ter todo um outro mundo nesse universo, com até cargos de emprego para essa galera morta. Se nesse universo paralelo tem uma escola, com professores, cantinas e afins, porque não um prédio especializado em política dos defuntos ou algo assim? Sem propósito, entende? A autora até fala sobre como eles começam a se entendiar depois de algumas centenas de anos, mas precisa de mais um pouco. 

O forte desse livro fica a cargo do romance maravilhoso, lento e quente de Lara e Luka. Eles funcionam perfeitamente juntos, e até eu, uma macaca velha, me vi suspirando pelo menino. Oh senhor, um Luka na minha vida!!!

De um modo geral, tudo na trama me agradou. Tem falhas? Sim, mas são detalhes pequenos, e que de fato acho que tem suas respostas na cabeça da autora. O livro fecha bonitinho, nem necessidade real de uma continuação, mas meu coração pede mais. Primeiro porque preciso que esses alunos se rebelem e sejam mais do que jogadores de futebol e lideres de torcida bobas, e depois porque preciso mais de Lara e Luka. 

O final tem uma coisa um tanto Jogos Vorazes, que não tinha uma necessidade real no enredo, ativamente, mas que funciona como um significado de modo geral. A lembrança de que aquelas pessoas morreriam de novo pela chance de um dia estarem vivos. Isso é legal! 

Sobrenatural é um gênero que pode se ferrar por meros deslizes. Não foi o caso desse livro, que mesmo com as falhas apresentadas aqui, me entrega um material funcional e excelente em todos os quesitos. Já vi muita coisa ruim americana sendo publicada por grandes editoras aqui dentro do gênero, e esse livro dando sopa gratuito no Instagram. 

Autora, coloque esse trem na Amazon! Mude a capa, que querendo ou não é um chamariz para um livro, e comece a trabalhar com divulgação a partir disso. Seu livro é foda, só precisa de uma oportunidade. 

Resenha de "Corte de Espinhos e Rosas" (Sarah J. Maas)

Título: Corte de Espinhos e Rosas 
Autor: Sarah J. Maas
Editora: Galera Record
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Sinopse: Em Corte de Espinhos e Rosas, um misto de A Bela e A Fera e Game of Thrones, Sarah J. Maas cria um universo repleto de ação, intrigas e romance.Depois de anos sendo escravizados pelas fadas, os humanos conseguiram se libertar e coexistem com os seres místicos. Cerca de cinco séculos após a guerra que definiu o futuro das espécies, Feyre, filha de um casal de mercadores, é forçada a se tornar uma caçadora para ajudar a família. Após matar uma fada zoomórfica transformada em lobo, uma criatura bestial surge exigindo uma reparação. 
Arrastada para uma terra mágica e traiçoeira que ela só conhecia através de lendas , a jovem descobre que seu captor não é um animal, mas Tamlin, senhor da Corte Feérica da Primavera. À medida que ela descobre mais sobre este mundo onde a magia impera, seus sentimentos por Tamlin passam da mais pura hostilidade até uma paixão avassaladora. Enquanto isso, uma sinistra e antiga sombra avança sobre o mundo das fadas e Feyre deve provar seu amor para detê-la... Ou Tamlin e seu povo estarão condenados.


Jamais pensei que fosse gostar tanto desse livro. Curto a autora, não vou negar, mas essa série, que evitei começar por tanto tempo, comeu meu coração aos poucos. Agora estou tão rendida que toda vez que vejo a capa do terceiro volume, que acho que vai ser lançado lá fora por essas próximas semanas, eu fico me coçando. Preciso/Quero. 

Feyre mora na floresta com sua família pra lá de estranha. O pai se rendeu a tristeza por ter falido e deixado as filhas na pobreza, uma de suas irmãs a trata com menosprezo e a outra parece ser a única que ainda lhe sorri. Feyre é responsável pelo sustento deles. Aprendeu a caçar e usa suas caças como moeda de troca, vendendo no mercado da cidade em busca de mantimentos. 

Só que ela acaba matando um animal que não deveria. Que pertence ao lado de lá do muro que separa os normais dos feéricos. Por causa disso uma fera monstruosa invade sua casa em busca de retaliação. É o acordo deles. Uma vida por outra, e Feyre é sentenciada a viver do lado de lá, na Corte da Primavera, para o resto de seus dias. Só assim irá manter com vida. 

Percebe-se de cara que isso aqui é uma releitura de A Bela e a Fera, né? Mas é uma releitura beeeemmm de leve, A semelhança é quase nula, e só a enxerguei por conta do trem lá da maldição, do contrário nem teria me ligado nisso. Peguei para ler por falar de feéricos, que adoro e que me deixaram órfã depois que a Underworld faliu e deixou de publicar a série Os Encantados do Ferro. 

Na Corte de Primavera Feyre descobre que a fera que invadiu sua casa na verdade era um homem. Melhor do que isso... o próprio rei da Primavera, o lindão Tamlin. E apesar da recusa em aceitar que aquilo é seu novo lar, Feyre com o tempo vai cedendo a magia ao redor, como a magia de seu anfitrião. 

Gente esse livro é incrível! A protagonista tem uma personalidade dura, culpa de tudo o que precisou viver com a família, e vai mudando e se moldando aos poucos ao lugar e as pessoas. Com o tempo ela é a própria Corte da Primavera. E ao lado de Tamlin ela parece perfeita.  

Adoro também o modo como a autora trabalhou as questões óbvias da política das Cortes. Aquelas brigas comuns em reinados, com a pitada mágica por eles serem seres feéricos. Não encontrei falhas na construção de mundo, e fiquei super encantada com isso. As vezes os autores focam tanto nos relacionamentos entre as pessoas que esquecem que fantasia tem um pouco mais. Muito mais. 

Da metade para o fim temos uma reviravolta na trama. De início me deu aflição, e com o tempo comecei a achar que nada de melhor poderia ter acontecido a Freyre, mesmo com tudo o que ela passou. Eu achando que estava feliz com o arranjo que a autora tinha dado até ali, e então descobri a verdade, e sorri para o quão incrível ela fez em construir a ideia na minha cabeça. Eu fui enganada, bonitinha! 

Os coadjuvantes não são só isso, nem se engane! Quando você acha que alguém está ali apenas para ocupar espaço, eis que a pessoa ganha uma dimensão impossível de ser ignorada. Então se liguem em cada cabeça estranha que aparece aqui, elas em algum momento serão importantes. 

Quando acabei essa leitura, estava desesperada por mais. Acho que havia esquecido o quanto a autora pode ser persuasiva com sua maneira de escrever. Eu amo Trono de Vidro, mas Corte de Espinhos bateu na cara da outra série dela. 




Por onde começar a ler?


Olá, pessoal!
Hoje tem vídeo por aqui!
Recebi um pedido no canal para falar como se começa a ler depois de velho. E é sobre isso que vamos conversar hoje.
Espero que gostem.
Não se esqueçam de curtir e de se inscrever no canal.


Resenha de "Arsen" (Mia Asher)

Título: Arsen
Autor: Mia Asher
Editora: Li em inglês
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Sinopse: Um olhar foi o suficiente ... Eu sou uma trapaceira.
Eu sou uma mentirosa. Toda a minha vida é uma bagunça.
Eu amo um homem. Não, eu amo dois homens ... Eu acho.
Um faz amor comigo. O outro me põe no fogo.
Um deles é a minha rocha. A outro é a minha criptonita.
Estou quebrada, perdida, e enojada de mim.
Mas eu não posso parar. Esta é a minha história.
Minha história de amor quebrado.



Me impressionou, pode ter certeza! Comecei o livro sem pretensão alguma e terminei completamente apaixonada por tudo. Ele é... Sofrido, intenso, angustiante! Ele é perfeito! 

Cathy ama Ben (lindo) possivelmente uma vida inteira. Se conheceram ainda jovens e se casaram cedo. Anos depois eles ainda mantem aquela chama de começo de relacionamento. Só que existe um problema que começa a afetá-los, principalmente a Cathy. Ela já sofreu três abortos consecutivos e se sente péssima como mulher, incapaz de gerar uma vida, o que deveria ser normal de toda criatura do sexo feminino. Isso acaba refletindo em sua vida profissional e pessoal. O distanciamento passa a ser inevitável por parte dela, mesmo que Ben insista que ainda irão conseguir e que tudo está bem. 

Daí Arsen aparece, e tudo vai para o ralo. Ele é aquele tipo de cara que tira qualquer mulher do sério. Ele é fogo, e isso desnorteia Cathy e seu casamento, que ela mantem de aparências, até para o próprio marido. Está confusa, se sentindo sozinha e com um buraco que nem Ben é capaz de preencher. Somente Arsen parece ter as ferramentas certas, e realmente não enxergo isso como algo negativo, gente. 

Casamento não é fácil e as vezes enfada. Nem todo mundo tem maturidade para enfrentar um, e resistir depois dos problemas. O de Cathy funciona em muitos sentidos, mas bastou um para a mulher desmoronar. Ela pode ter errado em alguns momentos? Ok, sim, mas ela é humana, sujeita a falhas e perdão. Sempre vou bater nessa tecla de perdão. Acho que daqui não levamos nada além da nossa capacidade de perdoar e ser perdoado. O crescimento que temos como pessoas. Eu não digo se fosse um caso de assassinato, mas traição? Por favor, eu já perdi um filho e sei que existem dores bem maiores do que ser trocado.  

Sim, isso é um triângulo amoroso, com direito a traição em grande escala. Eu, que jamais fui puritana, me peguei envergonhada com algumas cenas. A parte sexual dele é extremamente bem trabalhada e lida com os sentimentos de culpa e desejo de maneira perfeita. 

Cathy tem dois puta homens ao seu lado. Ben é calmo e a conheceu uma vida inteira, Arsen parece ser o único que a conhece agora, quando ela está tão quebrada. Ele é cínico e safado, nada dado a emoções, mas eles se entendem porque ele sempre sabe o que dizer e como dizer para fazê-la esquecer por algum tempo os abortos. 

Aqui não tem essa coisa de manter tudo em segredo até o final do livro. Ben não é burro, e quando começa a perceber a mudança da mulher, e conhece Arsen, ele sabe que tem algo de errado. Que a tensão no ar não pode ser imaginação da cabeça dele. Até as cenas em que ambos estão no mesmo ambiente é sufocante. Ben e Arsen soltam farpas o tempo inteiro. São territorialistas ao extremo. 

Pessoalmente? O tipo de triângulo que eu não conseguia resolver no meu coração. Minha mente analítica torcia por um, meu útero, pelo outro. Amei ambos, exatamente como Cathy. Lendo esse livro percebi que é possível torcer para os dois lados de um triângulo nesse estilo. 

Talvez eu tenha tido vontade de matar a autora lá pro final dele. Claro que em algum momento a protagonista se resolve e vai pender para um. Só que invés da autora manter o outro no hiato, a última cena é dele. Sofrida, sincera e faz meu coração despedaçar. Aliás, esse livro inteiro é um chute em minha alma. Ele é lindo, tocante e pra lá de sensual! 

Torcendo para que as editoras tragam Arsen para cá. Precisa! Já! Para ontem!

Resenha de "Quarenta Dias"(Maria Valéria Rezende)

Título: Quarenta Dias
Autor: Maria Valéria Rezende
Editora: Alfaguara
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Sinopse: “Quarenta dias no deserto, quarenta anos.” É o que diz (ou escreve) Alice, a narradora de Quarenta dias, romance magistral de Maria Valéria Rezende, ao anotar num caderno escolar pautado, com a imagem da boneca Barbie na capa, seu mergulho gradual em dias de desespero, perdida numa periferia empobrecida que ela não conhece, à procura de um rapaz que ela não sabe ao certo se existe.Alice é uma professora aposentada, que mantinha uma vida pacata em João Pessoa até ser obrigada pela filha a deixar tudo para trás e se mudar a Porto Alegre. Mas uma reviravolta familiar a deixa abandonada à própria sorte, numa cidade que lhe é estranha, e impossibilitada de voltar ao antigo lar. Ao saber que Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba, desapareceu em algum lugar dali, ela se lança numa busca frenética, que a levará às raias da insanidade.
“Eu não contava mais horas nem dias”, escreve Alice em Quarenta dias, um relato emocional e profundo. “Guiavam-me o amanhecer e o entardecer, a chuva, o frio, o sol, a fome que se resolvia com qualquer coisa, não mais de dez reais por dia (...) Onde andaria o filho de Socorro?, a que bando estranho se havia juntado, em que praça ficara esquecido?”

Demorei a resenhar porque de fato esse é um daqueles livros difíceis de se falar. Saca quando você lê algo tão profundo que fica sem saber o que dizer e como dizer? Foi minha relação com esse livro. 

Quarenta Dias vai contar a história de Alice, contada por ela para as páginas de um caderno da Barbie que ela salva de ir parar no lixo e vira seu confidente depois que sua filha tira ela do conforto da aposentadoria em João Pessoa para morar em Porto Alegre. A filha quer engravidar e deseja a mãe por perto para que não precise deixar o filho com babás e creches. 

Algo acontece para desnortear mais ainda a mulher que já estava confusa e triste, e então Alice começa uma jornada de auto descobrimento muito difícil e dura. Pessoalmente eu não teria aguentado metade do que ela aguentou, porque é importante dizer que cada passo dessa jornada foi por opção dela. 

Olha, foi um livro que me colocou para pensar na minha própria mãe, e de uma forma incômoda. Quando estou no trabalho, minha mãe fica com meus filhos. Foi depois de ler esse livro que parei para pensar se ela fica porque quer, ou porque não tem opção. Nunca a coloquei na parede, saca? Jamais fiz chantagem ou algo assim. Simplesmente estava implícito quando acabou minha licença maternidade que ela ficaria com ambos. Talvez ela não quisesse isso. Quisesse passar suas manhãs tomando sol na praia, assistindo Prision Break na Netflix. E agora corre atrás de menino, grita para menino tomar banho...

Os quarenta dias de Alice foi o grito de liberdade de que ela precisava, ainda que dolorido demais para mim. Por vezes me vi gritando com a personagem para que parasse com aquilo e voltasse para casa. Mas, para que? Uma casa vazia, um caderno da Barbie e uma diarista? Saca, penso que a gente valoriza algumas coisas que no final das contas não tem lógica alguma. São desnecessárias. E nem sempre o que é importante para mim, vai ser para você. 

O que a filha de Alice faz com ela nesse livro me deixou puta de raiva dela. E como essa filha, existem muitas por ai, o que é muito triste. A pessoa rala a vida toda para que no final dela encoste a cabeça no travesseiro e faça o que tem vontade, mas o negócio da família é foda! Aquela coisa... se você não tem filhos, vai ter uma velhice sossegada, mas solitária. E se você os tem, vai ter uma velhice cheia de gente, mas que podem querer mandar em sua vida. Sacaram o quanto isso tudo é tenso? Ai ai!

O livro é de uma narrativa belíssima! A protagonista é uma maravilha de mulher, super cativante. O relacionamento que ela tem com esse caderno também é muito bom. Realmente conversa com ele, como se pudesse responder. 

Se teve algo nessa história que me fez tirar estrela dela, foi o final em aberto. Entendo que a proposta dele não era nos dar uma resolução das várias problemáticas que apresenta, mas sim falar da jornada que cada ser humano enfrenta em busca dessas resoluções e que nem sempre chega a uma. Mas isso me incomodou nesse livro. Queria mais. 

Mas não posso deixar de indicar. Belíssimo trabalho da autora! 

Resenha de "Deixe-me entrar" (Letícia Godoy)

Título: Deixe-me entrar
Autor: Letícia Godoy
Editora: Arwen
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Sinopse: Julianne Ipswich cresceu confinada no internato Le Rosey, afastada de sua família com o pretexto de receber uma educação de qualidade. Este fato sempre a incomodou e o maior desejo de Julianne era descobrir a verdade para que a família tenha a afastado, uma vez que não ficou convencida de que a preocupação com os seus estudos seria o único motivo. Ao completar 15 anos, ela retorna para Stone Forest, a cidade de seus pais, e, aos poucos, acaba descobrindo mais do que gostaria de saber.
Cercada por muito mais perigos e desafios do que ela jamais pôde imaginar que surgiriam em sua vida, Julianne precisará desvendar os mistérios de seu passado e preparar-se para os desafios do futuro rapidamente se quiser sobreviver. As vozes se misturam, os olhos sedentos nunca param de espreitar e o perigo está onde ela menos imagina. Será que Julianne conseguirá enfrentar tudo isso?


Talvez se eu tivesse lido esse livro há uns quinze anos, teria me apaixonado loucamente por ele. Tem o tipo de premissa que adoro, e personagens encantadores. Mas ele não foi para mim de um todo. Precisava ficar voltando páginas para reler coisas porque minha mente vagava para longe numa rapidez impressionante. Ele não me fisgava de jeito nenhum!

Logo no início temos uma "caça as bruxas", em um outro século. Algumas mulheres estão para ser queimadas, acusadas de bruxaria. Entre elas está a amada de Gerard, o vampiro que nos mostra, por sua visão, esse primeiro momento. O inevitável acontece, eles acabam se separando, mas com a promessa da bruxa de que ainda irão se reencontrar em outra vida. 

Então, anos depois, conhecemos Julianne, uma adolescente que viveu uma vida inteira em um colégio interno, e que agora está super ansiosa em voltar para casa e ficar com a - grande - família. Os problemas dela começam a acontecer exatamente quando retorna ao lar. Tudo parece muito diferente. Seus irmãos não envelheceram um único dia, todos estão evasivos e estranhos. 

O fato é que não me apeguei a ninguém nessa história. Nem a protagonista, E o mocinho passou por mim que nem senti que ele estava ali. Fiquei tantas páginas esperando sua aparição e ela aconteceu em mais da metade do livro, onde essa primeira metade não acontecia quase nada que justificasse a demora das coisas acontecerem, de fato. Como disse, foi um começo que me deu um puta sono. 

Eu ficava lendo e tentando entender o que diabos se passava na cabeça da guria. Hora amo chico, hora amo francisco, hora amo ninguém. Minha família é diferente? Tudo bem, eu aceito de boa! Existem seres do submundo andando por ai? Ok, normal! Sério? Tipo... sério mesmo????? 

Ela só tinha quinze anos e agiu numa naturalidade que nem eu com meus trinta agiria no lugar dela. Isso me incomodou pra cacete! Sem contar que eu não entendi o que a autora quis com o começo da história. Ambientar bem o leitor? Se foi isso, então eu não captei a parada. Poderia ter entendido tudo em metade das páginas que ela usou. 

A segunda parte do livro flui melhor, ainda que eu tenha tido momentos de não acreditar no que estava lendo. E não é porque é uma fantasia, gente. Eu leio fantasia com frequência, e até elas tem que me convencer de que aquilo é possível. Não era a trama que me incomodava, mas a reação dos personagens ao que acontecia - ou não reação. Tudo era comum, tudo era ok. Faltou aprofundar um pouco mais essa galera. Convencer o leitor dos motivos deles acharem tudo aqui normal. 

Eu entendo que a Letícia quis mostrar um pouco da vida adolescente de Julianne acima de qualquer coisa fora do normal. O problema é que a história vende muito o "anormal", e quando vem entregar alguma coisa a gente já tá um tanto saturado do livro e dos problemas adolescentes. Pelo menos comigo foi assim. 

Acredito que essa história funcione com adolescentes. Eles certamente vão captar melhor Julianne e seus amores e desabores. Eu achei tudo infantil, e sei que isso foi um problema de ligação minha com os personagens. Já disse aqui várias vezes que se o personagem não me fisga, dificilmente a história vai me fisgar. 

Devo elogiar o trabalho da editora com o livro. Capa linda, diagramação impecável. 

Esse é o primeiro livro de uma série, não sei de quantos. Lá no Skoob tem várias outras resenhas muito mais positivas do que a minha. Queria ter escrito algo realmente bom, mas não consegui. Esperei alguns dias depois de ler para analisar melhor os fatos, e cheguei a conclusão de que talvez eu esteja velha demais para esse tipo de história, ou que não era o momento para pegá-la. 


Resenha de "A Educação de Caroline" (Jane Harvey-Berrick)

Título: A Educação de Caroline
Autor: Jane Harvey-Berrick
Editora: Novo Século
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Sinopse: Dez anos depois de seu primeiro romance, rompido de modo tão dramático, Sebastian e Caroline se encontram novamente, desta vez, em circunstâncias completamente diferentes, tendo como pano de fundo a guerra no Afeganistão.Agora uma jornalista de sucesso e correspondente de guerra, Caroline encontra o oficial da Marinha Sebastian Hunter. Ele a havia esquecido ou ainda esperava por ela? Podem antigas paixões ser revividas?




Quando eu acabei o primeiro livro dessa duologia eu sabia que tinha uma enorme chance da autora fazer uma coisa sensacional, ou fazer uma merda. Não acho que ela tenha muito em nenhum dos dois lados. Tem coisas aqui as quais curto, e outras que pessoalmente detestei. 

No volume anterior ficamos conhecendo Caroline, que acabou se apaixonando pelo filho adolescente de um amigo de seu marido militar. E a partir dai vamos vendo esse relacionamento se desenrolar. Postei a resenha desse livro semana passada, então ela deve ainda estar fresca na cabeça de vocês. Não darei spoiler, mas falarei um pouco sobre as coisas que me desagradaram e as que gostei. 

Esse livro se passa dez anos depois do primeiro. E o amadurecimento é visível na protagonista, Caroline. Ela passou por muita coisa para conseguir se manter como jornalista sozinha, e agora já se sai muito bem nisso. Tanto que é mandada como jornalista de guerra numa dessas guerras infinitas que existem no mundo afora (pessoalmente não me recordo muito bem em qual país era). 

Antes de chegar ao campo ela precisa passar por um treinamento com um oficial especializado em línguas. E é lá que ela rever, depois de tantos anos, Sebastian. Agora um oficial importante da marinha, e professor de línguas. 

Claro que isso vai ser um choque para ambos, depois da separação traumática e os tantos anos de desencontros. E a história vai se desenrolar a partir disso. Neles se reencontrando e aprendendo a reconhecer quem eles são depois de tanto tempo. 

Minha primeira problemática com esse livro veio na forma que encontrei Sebastian. Se Carol cresceu absurdamente nesses anos, ele pareceu ter parado no tempo, e até regredido. A única coisa moderna no cara foram as atuações sexuais, porque em termos de personalidade continuava tão - ou mais - idiota do que era quando tinha dezessete anos. Ele não me cativou. 

A abordagem da guerra poderia ter ganhado um campo maior dentro do enredo. Perde-se muito tempo no começo do livro numa viagem sem pé nem cabeça, mesmo que bela. Foi para ganhar páginas? Foi para desenvolver o relacionamento esquecido deles? Se foi o caso, não funcionou. As trincheiras teriam sido bem mais eficientes. 

E então eu vi Carol se apagar com a babaquice de Sebastian. Que um pertencia ao outro não era de se estranhar, então porque diabos ele dava uma de coitado? Saca, não faz a cara de Sebastian nem quando ele era adolescente, avalie agora, anos em guerras que não eram pessoalmente dele e que ensinavam a qualquer pessoa existiam problemas bem maiores do que o atraso na fila de espera e um coração partido. 

É um livro com cenas singelas e tocantes, e isso devo a guerra. Ela mexe de uma forma desagradável com quem a viveu de perto, e de forma inquietante com quem não foi. E ainda que foco da história não tenha sido ela, é impossível não sentir aquele frio com as cenas sobre a maldita, quando narradas. 

Tem bons momentos, e tem os péssimos. Confesso que a personalidade de Sebastian foi o que me  fez tirar tantas estrelas desse livro. Esperava mais dele, e esperava um pouco mais do final. É como se o livro seguisse o rumo natural, subindo uma rampa, e na hora de despencar para a maresia tivesse esquecido como fazer isso. Uma pena. 


Fotos da Semana no Instagram


Olá, pessoal!
Passando só para mostrar um tiquinho de algumas fotos que postei semana passada no feed do Insta. Quem quiser seguir e acompanhar, vai lá rapidinho!


Como me tornei escritora


Olá, meu povo!
Lancei um vídeo no canal onde conto um pouco da minha experiência como escritora. Como começou e como lido com ela hoje em dia. Também falo um tiquinho de como foi o processo de escrita de AMBM e de Improváveis.
Espero que gostem.


Resenha de "Meio Rei" (Joe Abercrombie)

Título: Meio Rei
Autor: Joe Abercrombie
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: “Uma construção de mundo grandiosa, personagens maravilhosos e cenas de ação extraordinárias... Meio rei é o meu livro favorito de Abercrombie, e isso quer dizer muita coisa.” – Patrick Rothfuss, autor de O nome do vento“Assim como em todas as obras de Abercrombie, aqui a linha entre o bem e o mal é tênue e nada ocorre segundo as expectativas. Meio rei é definitivamente uma aventura com A maiúsculo.” – Rick Riordan, autor da série Percy Jackson e os Olimpianos
Ganhador do prêmio Locus, Meio rei foi considerado, em 2014, uma das 5 melhores obras de fantasia pelo The Washington Post e um dos 10 melhores livros para jovens pela Time.
Jurei vingar a morte do meu pai. Posso até ser meio homem, mas sou capaz de fazer um juramento por inteiro.
Filho caçula do rei Uthrik, Yarvi nasceu com a mão deformada e sempre foi considerado fraco pela família. Num mundo em que as leis são ditadas por pessoas de braço forte e coração frio, ser incapaz de brandir uma espada ou portar um escudo é o pior defeito de um homem.
Mas o que falta a Yarvi em força física lhe sobra em inteligência. Por isso ele estuda para ser ministro e, pelo resto da vida, curar e aconselhar. Ou pelo menos era o que ele pensava.
Certa noite, o jovem recebe a notícia de que o pai e o irmão mais velho foram assassinados e não lhe resta escolha a não ser assumir o trono. De uma hora para outra, ele precisa endurecer para vingar as duas mortes. E logo sua jornada o lança numa saga de crueldade e amargura, traição e cinismo, em que as decisões de Yarvi determinarão o destino do reino e de todo o povo.
Joe Abercrombie nos apresenta um protagonista surpreendente, numa história de percalços e amadurecimento que abre a trilogia Mar Despedaçado.

Impressionada. Acho que é essa a palavra mais adequada para explicar como me sinto depois de ler esse primeiro livro da série Mar Despedaçado. Juro que comecei sem esperar muito dele, e a medida que as páginas iam passando eu entendi a grandiosidade do que o autor estava criando aqui. E amei. 

Yarvi é um príncipe. Nasceu com uma deficiência em uma das mãos e sempre foi deixado de lado na família por causa disso. Até que o pai e o irmão mais velho morrem em um ataque inimigo, e Yarvi passa de meio príncipe para meio rei. (o meio como referência a ser fisicamente incompleto)

Imagina que você nunca cogitou a possibilidade de se tornar rei, e do dia para a noite cai em cima de um trono que nunca quis. O coitado está perdido e sem saber como lidar com a pressão em cima dele. Acaba virando marionete da mãe e do tio. O tipo de joguete político tão comum nesse tipo de história quando alguém que não deveria assumir um trono acaba assumindo. 

E quando Yarvi é traído e dado como morto, é que a trajetória de sofrimento do garoto começa. A típica jornada do herói. O impressionante para mim foi ver como ela acontece de forma tão incrível em poucas páginas. Tudo nessa fantasia de Abercrombie me agradou. Desde o protagonista e o lugar no qual ele se enxerga no mundo, e como isso muda com os acontecimentos da vida dele, até os relacionamentos com os coadjuvantes, que crescem de maneira certa, criando laços de lealdade que jamais ele teria sendo um rei. 

O autor vai trabalhar muito com essa coisa do dever. Do dever que se tem de amar um rei só porque ele é rei, sem mais. Quando Yarvi perde o trono é que vai entender exatamente como funciona a conquista por pessoas. Como é necessário que haja uma troca para que exista sentimento fraterno entre elas. 

Também adoro a forma com Yarvi trata sua deficiência, e o quanto isso também muda. Sempre essa referência a um Meio Rei, meio homem, meio tudo, e na verdade ele é completo de todas as coisas que o faz incrível. 

O livro é fantástico! Tem frases de efeito maravilhosas e anotei umas três ou trinta delas. Estou realmente apaixonada por tudo o que o autor me entregou nesse livro, e o tanto de mim que deixei em cada marcação de quotes nele. 

Uma fantasia leve e incrível que só precisou de pouco mais de duzentas páginas para acontecer. Muito xodó por ela, e já vou correr para ler a continuação. 

Resenha de "A Educação de Sebastian" (Jane Harvey-Berrick)

Título: A Educação de Sebastian
Autor: Jane Harvey-Berrick
Editora: Novo Século
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Sinopse: Presa num casamento frio e sem paixão, Caroline Wilson, de 30 anos, muda-se para San Diego depois que seu marido militar é promovido. Sentindo-se perdida e sozinha, Caroline reencontra uma antiga amizade: Sebastian, que ela conhecera ainda menino, um jovem inteligente e sensível, com pais alcoólatras e violentos.Sebastian, agora com 17 anos, tem mais do que apenas amizade em sua mente. Juntos, experimentam o despertar de uma paixão intensa e arrebatadora. Mas esse romance proibido pode ameaçar a vida de ambos.


Li esse livro como um laboratório para um projeto de escrita. Não faz meu estilo, e vocês bem sabem disso. Ainda assim foi uma leitura que fiz em um ritmo impressionante. Li os dois volumes em menos de dois dias, e olhe que não achei essa coisa toda. 

Ok, me permito dizer que adorei a premissa da história. Mulher casada com militar que se apaixona por um adolescente. A maioria dos autores tem problemas sérios em trabalhar a sexualidade de jovens nos livros, e ainda mais quando o envolvimento é com uma pessoa mais velha. E até entendo o motivo, vejo muitos moralistas por ai falando o quanto isso é errado e tals. Pessoalmente não sou dessas. E não por causa da coisa de "amor não escolhe". Sou mais animalesca e digo que desejo acontece em qualquer lugar e em qualquer pessoa. 

Ainda que possua uma ideia interessante, talvez a autora tenha errado em algumas coisas. Tá que adolescente acha que se apaixona pelo menos duas vezes na semana, mas a forma como ela trabalha isso em Sebastian chega a ser risível. Eu não acreditava nos sentimentos dele de início. Mas tudo bem, porque me convenci depois de alguns capítulos. 

O desejo de Caroline é totalmente compreensível. Se eu tivesse um marido como o dela provavelmente seria igual. Um cara lindo, novinho, com cheiro de praia e barriga de surfista chega cantando ópera em seu ouvido... Claro que a mulher cedeu! Um pouco rápido? Pode ser, mas não liguei muito para isso. Não gosto muito do comportamento de Caroline nesse livro - acho muito alheio em alguns momentos. Mas a coisa é tão redondinha dentro da trama morna que até que foi dentro do esperado

O relacionamento deles é o que se espera nessa situação. Ciúmes bestas por parte de Sebastian, disfarces ridículos por parte de Caroline. A inexperiência dele falando alto frente a frustração sexual de anos dela. Tudo bem casadinho. 

O final foi que me incomodou um pouco. A reação do marido a tudo aquilo, a reação dela própria e das pessoas que conviviam com eles. Claro que a autora escolheu um caminho fácil por tocar num assunto tão imoral na vista de muitos. Revirei os olhos para isso porque eu sou realmente chata quando um autor cria um final para agradar o leitor geral. 

Não foi um livro ruim. Poderia ser melhor, fato, mas não foi ruim. Esperem a resenha da continuação e ai vocês vão me ver soltar as cachorras de raiva do que a autora fez. 

Resenha " Um Estudo em Vermelho e O Sinal dos Quatro" (Arthur Conan Doyle)

Título: Um Estudo em Vermelho e O Sinal dos Quatro
Autor: Arthur Conan Doyle
Editora: A minha versão é da Harper Collins
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#Projeto

Sinopse: Publicado originalmente em 1887, Um estudo em vermelho chegou a ser considerado uma espécie de "livro do Gênesis" para os casos de Sherlock Holmes, pois marca não só a primeira aparição pública do detetive mais popular da literatura universal como o primeiro encontro entre Holmes e Watson. Ao buscar conhecer melhor seu novo amigo, em pouco tempo Watson vê-se envolvido numa história sinistra de vingança e assassinato...



Tag: Com certeza deveria!


Olá, pessoal!
Estou com essa tag gravada há um bom tempo e só agora resolvi editar e trazer para vocês. Espero que gostem. Pessoalmente achei uma delícia responder!


Resenha de "Simplesmente o Paraíso" (Julia Quinn)

Título: Simplesmente o Paraíso
Autor: Julia Quinn
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Sinopse: Honoria Smythe-Smith é parte do famoso quarteto musical Smythe-Smith, embora não se engane e saiba que o dito quarteto carece sequer do menor sentido musical e tem esperanças postas que esta seja a última vez que se submeta a semelhante humilhação. Esta será sua temporada e com um pouco de sorte conseguirá um marido.Durante um jantar, põe seus olhos em Gregory Bridgerton, um dos mais jovens da família Bridgerton. Sabe que não está apaixonada, mas ele parece uma opção mais que válida.
Marcus Holroyd é o melhor amigo do irmão de Honoria, Daniel, que vive exilado na Italia. Ele prometeu olhar por ela e leva suas responsabilidades muito seriamente. Odeia Londres e durante toda a temporada, permaneceu vigilante e intermediou quando acreditava que o pretendente não era o adequado.
Honoria e Marcus compartilham uma amizade, pouco atípica, fruto dos anos que se conhecem e que o torna parte da família.
Entretanto, um desafortunado acidente faz que ambos repensem sua relação e encontrem a maneira de confrontar o que surge entre eles, se tiverem coragem suficiente

 Jamais pensei dar três estrelas para um livro da Júlia Quinn. E talvez não tivesse dado se a leitura fosse feita em outro momento. É... talvez tenha dessa coisa de momento. O fato é que ele não rolou comigo. Expectativa demais? Não sei dizer, mas eu que leio romance de época em poucas horas levei dias para acabar esse aqui, porque cada vez que abria, dormia em cima dele. 

Honória é a nossa protagonista da vez. Tem aquele temperamento que a gente tanto ama nas mocinhas da Quinn, e ainda que ela seja meio entediante, não posso deixar de dizer que me identifiquei em muitos momentos com ela. O tipo de menina que consegue mover o mundo sendo calma e tendo paciência. 

Ela é uma Smythe-Smith, e isso quer dizer que tem a infeliz obrigação de participar do grupo de primas que toca nos recitais da família há gerações. Sim, elas são péssimas e sabem disso, mas já virou tradição e tocam mesmo assim. 

O mocinho, Marcus, é o melhor amigo do irmão dela, Daniel. Cresceram juntos e tem aquelas pitadas de humor que a maioria das pessoas criadas perto possuem. Quando Daniel tem que sair do país por conta de um mal entendido, deixa Marcus responsável por cuidar da irmã dele. Inclusive garantir que o partido certo a corteje, claro que a irmã não sabe desse acordo. Isso acaba virando um problemão para Honória, que está prestes a fazer vinte e dois anos e ainda não conseguiu um pretendente. 

Então, essa coisa do casal se conhecer desde sempre é algo que gosto bastante. Não precisa forçar uma amizade porque ela já existe. Meu problema com esse livro é que ele é leve demais. Não sei se vou conseguir me fazer entender, mas você não enxerga aquela volúpia e desejo crescer entre eles durante a trama, algo que é comum e delicioso de ler nos livros da autora. Eles pulam de amizade para amor e autora esquece um pouco dessa parte física. 

Claro que tem um acontecimento significativo que faz com que a preocupação um pelo outro tenham uma razão maior de existir. Ainda assim fiquei desanimada e achava algumas passagens tão chatas que a vontade de pular era enorme. Nem parecia que estava lendo um livro da Quinn. Na verdade fiquei procurando traços de sua escrita em muitos momentos e não encontrei no principal deles: no romance. Devo admitir que ela compensa com cenas engraçadas. 

É uma delícia conhecer o quarteto de primas! Elas são ótimas juntas, e analisar o social de quando tem recital é muito divertido. Com aquelas piadas sobre o quão ruins elas são e etc. Adoro! Já adorava na outra série da autora, nessa que a coisa é de dentro para fora é uma maravilha!

Também amei ver pedacinhos dos Bridgertons aqui! Temos participação de Gregory e do meu amor, Colin. Gosto de como a autora entrelaça as histórias. Mas talvez ela tenha forçado um pouco no entrelaçar com os próximos livros dessa série. 

Aqui a gente acaba vendo as pantominas do segundo livro, mas a cena é tão confusa que precisei voltar duas vezes para entender. Ficou um pedaço da trama principal, com umas informações largadas do que acontece com o próximo casal. Foi feito de maneira inteligente, mas talvez tenha ficado um tanto embaralhada. 

O final desse livro eu achei bem bléh! Nada de palpitar de coração. Nada de sorrisos bobos. O relacionamento de Marcus e Honória era muito bonito e não se fazia necessário forçar a barra do romance para ele acontecer, mas foi forçado. Até a cena de sexo entre eles foi forçada. 

Estou aqui torcendo para que o próximo livro seja melhor. Lerei todos porque amo a autora e não tem como deixar de ler as coisas que a Arqueiro publica dela. Mas esse primeiro não foi legal. 

Resenha de "Sobreviventes do Caos" ( Bianca Gulim)

Título: Sobreviventes do Caos
Autor: Bianca Gulim
Editora: Independente
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Sinopse: Em um mundo distópico, no ano 2323, após ser quase dizimada por um vírus mortal e pela guerra, a raça humana tenta se reestruturar. Com poucos recursos disponíveis, a humanidade encontra-se dividida em grupos que vivem de acordo com regras impostas por seus líderes.Celine cresceu nesse ambiente hostil e se tornou líder dos guerreiros de seu povo após a morte de seus pais. Seu grupo se envolve em diversos conflitos e a jovem precisa tomar as decisões que julga corretas para garantir a sobrevivência de seu povo, enquanto se envolve num forte romance, do qual tenta se manter afastada.
Aos poucos, ela descobre mais sobre as pessoas que a cercam e percebe que, quando se trata de lutar pela própria vida, poucos são previsíveis. Só os mais fortes sobrevivem, e os mais fortes normalmente são os mais crueis. Nesse ambiente, o mais difícil é saber quem realmente está ao seu lado e quem é um traidor.
Será Celine capaz de manter sua benevolência frente à tanta violência que a rodeia? Seu coração terá espaço para a paixão, cercado de tanto ódio?
Prepare-se para muita adrenalina e romance nesse primeiro livro da trilogia 2323. Você vai perder o fôlego!

Poucas oportunidades eu tive de vir aqui e escrever que um livro distópico nacional me tirou o sono. Na verdade, parando para pensar, acredito que isso jamais aconteceu. Então imagina a surpresa quando pego algo para ler até chegar o sono 9 da noite, e acabo dormindo apenas 4 da manhã, depois da última palavra lida. Certamente muitos de vocês já passaram por isso. Pessoalmente me senti uma louca porque teria que levantar assim que minha filha acordasse, e o relógio biológico dela não entende a insanidade da mãe leitora de virar uma madrugada lendo. Mas eu estava frenética. Não conseguia parar. 

No livro conhecemos Celine, que é a chefe dos guerreiros de uma das tribos existentes depois de uma doença que devastou grande parte da humanidade. Irmã do chefe principal, Júlio, e uma badass de primeira, a garota é durona e não tem muito papas na língua. O tipo de protagonista que eu adoro, e esse foi o primeiro motivo que me prendeu nessa história. 

Quando o irmão dela demora tempo demais em uma missão que deveria ser rápida, Celine começa a desconfiar que tem algo de errado, e resolve que está na hora de sentar e avaliar as coisas estranhas que estão acontecendo ao redor deles, e passar a agir para resgatar Júlio e proteger seu povo. 

Ela é uma chefe bem amada por seus guerreiros, e tem dois em especial que tem sua mais completa confiança: Darion, o melhor amigo, e Max, uma figura pra lá de sarcástica que tem a tendência a ser teimoso, mas também está sempre ao lado dela (ou em cima... embaixo...).

Vocês bem sabem que falou em distopia, estou dentro. Então quando Bianca me convidou para ler o livro dela, eu aceitei de prontidão. E realmente não me arrependi, Pelo contrário, estou aqui louca porque a continuação ainda não está concluída. 

Primeiro devo dizer que a explicação que a autora dá para sua ideia de distopia é simples e eficaz. Já li algumas ai que Santa Mãe de Deus... só muita paciência para aguentar! Aqui não tem muito arrodeio, e as coisas são explicadas de maneira a não chamar o leitor de burro, ou ser condescendente com ele. Amei isso! A ideia não é concentrar no que levou os protagonistas até ali, mas como eles estão continuando com o que tem. 

Outro ponto positivo é que a autora não alisa na questão sexual da personagem. Nada de deixar coisas subentendidas. As cenas quentes são realmente quentes. Achei isso maravilhoso. Já estava cansada daquele chove não molha das maioria das distopias onde as protagonistas nunca tem tempo para nada além de ser durona e matar gente do contra. 

Adoro também as cenas de ação! São super bem escritas e isso me deixou fascinada. Não esperava um livro tão trabalhado em coisas como sexualidade e batalha corpo a corpo. Até as estratégias de guerra são boas e me lembrou filmes como O Patriota. 

Pode ser bobagem, mas também gosto dos nomes que Bianca cria. Não só para personagens, mas para raças, tribos, povos... Enfim, nomes de modo geral. De, por exemplo, chamar de Fortaleza aquele povo com mais recursos tecnológicos. Porque aqui tem de gente que vive de caça e tem armas de madeira, a pessoas com rifles. E isso acaba pesando no "quem pode mais" em uma batalha. Óbvio!!

Como sou uma completa chata quando o assunto é meu gênero predileto, também tiveram algumas coisas que me incomodaram. 

A primeira posso citar que tenha sido as crises de mudança de personalidade da protagonista. Uma hora ela segurava uma barra da porra e era uma líder altamente sensata, na outra tava fazendo cena por uma coisa muito idiota dentro do contexto geral do que estava acontecendo. Pode ser um traço da personalidade dela, mas acho que Celine pode mais do que isso. Mudar de opinião muito rápido e de modo infantil não combina com o grau de importância que ela tem ali dentro. 

Tem um certo triângulo amoroso que também não engoli. Não sou chegada a instalove - ou instadesire. Na verdade, ainda estou tentando entender qual a ideia daquele terceiro personagem, e não só em relação ao triângulo, mas de maneira geral. Não consegui me afeiçoar a ele. Tem algo de estranho com aquele cara. 

Outra coisa irritante eram os ciúmes imbecis de Max. Meu amigo, vocês estão ferrados, você é super bem treinado e sensato, e de repente tá querendo voar no pescoço de alguém só porque olhou diferente para a guria? Tá parecendo esses bêbados de bares que acham que a mulher do lado atrai até os cachorros que passam na rua! 

Deu para perceber que as coisas que me incomodaram são bem pequenas, né? Detalhes de personalidade dos personagens, e coisas que são até comuns em livros desse tipo. Mas como eu adorei todo o resto, era inevitável que eu exigisse mais da história. Porque ela merece mais, e sou exigente com aquilo que gosto. 

O final do livro é tipo "UOUUU". A pessoa acaba desesperada por mais. E ainda estou nesse desespero. Acho que vou mandar um email por semana para a autora voar com essa escrita. Preciso de mais. Mais de tudo aquilo. Enfim, eu indico pra cacete esse livro! Bianca está de parabéns, e estou realmente ansiosa por mais desse mundo que ela criou. 

Embaixo segue link para o site de Sobreviventes do Caos, que também tem o link de onde comprar. Vamos valorizar a literatura nacional, gente! Essa leitura foi prova viva de que tem muita coisa boa aqui e a gente nem sabe.