Novas parcerias

Fico muito feliz com toda essa abrangência que o blog anda tendo. E fico mais feliz ainda quando autores no porte desses dois entram e fazem desse blog, que é uma casa para mim, uma lugar deles também. 
Tenho o maior prazer de comunicar que o IRREPARÁVEL tem mais duas celebridades estreando por aqui:


MARCELO PONTES



Marcelo Lacerda Pontes, nasceu em São Paulo Capital. Quando pequeno, se mudou para Taubaté, terra de José Bento Renato Monteiro Lobato onde, na “Chácara do Visconde”, conheceu as obras deste gênio da literatura que encantou-o com a magia de seus livros infantis. Entre seus amigos, se destacou trocando as brincadeiras de rua pelo amor as artes: músico, pintor, escultor e escritor, desenvolvendo seus primeiros trabalhos artísticos ainda jovem.
 Influenciado pela cultura literária dos RPGs (Role-playing game) no início dos anos 90, começou a escrever seus primeiros contos e, no ano de 1997, já possuía sua primeira obra publicada, sendo um dos percursores deste gênero no mercado brasileiro. Após passar por dificuldades financeiras, um quadro triste vivido pelos artistas brasileiros, decidiu largar sua paixão pelas artes e se dedicar ao curso de Nutrição, onde se formou pela Universidade de Taubaté.   Entretanto, seu hobby pela arte nunca foi esquecido e, sendo um leitor dedicado à pesquisa de grandes obras de simbologia e profecia, durante seus estudos entre as aulas mestradas no campus, decidiu escrever umas das mais intrigantes sagas que, em sua linguagem simples, vem se inovando na literatura, conquistando seus leitores e apresentando uma nova linha de livros para jovens.
OBRA:
Sinopse: No ano de 1992, no dia 29 de fevereiro, duas crianças predestinadas nascem: Layla e Victor. Layla passa por todo tipo de sofrimento, pessoas queridas, morrem em acidentes bizarros, e a cada morte, uma nova cicatriz aparece em seu corpo. Victor ao contrário, tem uma vida perfeita, um garoto que nasceu incapaz de sofrer. Victor e Layla se encontram e se apaixonam, um amor sem limites. O romance tinha um destino certo, à felicidade, mas eles não sabiam que eram peças de um complexo jogo entre o bem e o mal chamado: Algoritmos Sagrados. (SKOOB)


RICARDO COSTAC


R. Costac nasceu na cidade do Rio de Janeiro no verão de 1961. É formado em História e em Geografia, e por alguns anos lecionou em cursos de pós graduação que lhes foram particularmente gratificantes. Atua profissionalmente na indústria farmacêutica onde conheceu muitos amigos e pessoas interessantes. Desde muito jovem é um apaixonado pelas questões de Astronomia, Arqueologia e Geologia. Sempre foi um dedicado frequentador de museus de diferentes áreas do conhecimento e por toda a sua vida esteve rodeado de livros que o inspiraram a escrever a sua primeira obra. Casado e com dois filhos, mora atualmente em Curitiba no Paraná. O Círculo de Pedra é o primeiro de dois volumes de uma grande aventura que atravessa quatro séculos.

OBRA:


SINOPSE: Um segredo guardado por 400 anos.
Uma estranha ilha no meio do oceano onde ocorrem fenômenos que desafiam a ciência.
Numa porção de terra isolada de tudo e açoitada por ondas furiosas causadoras de inúmeros naufrágios, localiza-se uma das mais respeitadas e profícuas escolas do mundo. As poucas vagas são disputadas por jovens de todos os continentes e só uns poucos felizardos terão a chance de viver e estudar, durante longos oito anos, na mais exótica instituição de ensino que se tem notícia.
Cercado por tantos mistérios, um grupo de cinco estudantes curiosos e de capacidade intelectual privilegiada irá se envolver na maior aventura de suas vidas. 
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Muito feliz em ter vocês aqui. Espero que se sintam em casa. 


Ted


John Bennet era um garoto muito solitário. E para diminuir sua solidão, seus pais lhe dão um ursinho de pelúcia como presente de natal. Tanta foi a felicidade do garoto, que ele desejou que o seu novo amigo pudesse falar também, para ter conversas de verdade com ele. E o desejo natalino de John foi realizado.
  
  Bem conto de fadas, não? Mas a magia acaba por aí. Ted é um filme adulto, com cenas e linguajar impróprios para crianças. Isso porque a trama realmente começa no futuro, quando Bennet é um homem feito, e Ted seu parceiro de bebidas e drogas. Após crescerem juntos, a inocência os vai abandonando, mas eles continuam amigos do peito.



  Nada abala a amizade dos dois, que apesar de tudo, ainda mantém um tom meio infantil. Mas isso começa a incomodar profundamente Lori, a namorada de longa data de John. Ela tem sua intimidade com o namorado invadida pelo ursinho, que também a causa bastante dor de cabeça com as festas e vida irresponsável que leva... E acaba por arrastar John junto com ele.

  Um ultimato da garota vai mudar a vida dos três, e os dois amigos são forçados pelas circunstâncias a quebrarem essa ligação infantil que os une. Ted e John, depois de velhos, precisam amadurecer de uma vez por todas. E isso não vai ser fácil. 


   O filme traça muito bem a linha entre ficção e realidade. Não tenta forçar os fatos, como se um ursinho de pelúcia pudesse realmente tomar vida e criar uma personalidade, sem deixar de ser, no fim das contas, um urso de pelúcia. É um filme cômico, com uma grande lição de vida. A certeza de que todos precisamos amadurecer um dia, e nos desapegarmos do que nos mantém presos ao passado. Porque é aí que começa o futuro.

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 Nova colunista de cinema do blog: Mallú Ferreira.

"Escritora no tempo livre e sonhadora em tempo integral. 18 anos, faculdade de jornalismo, preferência por terror e comédias românticas. 
Mania de assistir um filme e depois pensar em todas as lições de vida que ele traz. Fã de originalidade, acima de tudo".


Caixa de correio #10


Olá gente!!
Ai vai mais uma caixinha do correio.
Divirtam-se!
P.S. O vídeo esta com um corte brusco no fim. Ele parou de gravar antes que eu terminasse. Mas todas as informações que eu vocês precisam estão ai.


Livros citados:
- O Prisioneiro do céu- Carlos Ruiz Zafon
- Sereia- Tricia Rayburn
- Starters- Lissa Pice
- A Terra das Sombras - Meg Cabot
- Calafrio- Maggie Stiefvater

Semana do blog:

O Valor da Leitura



"Ler é sempre sua maior aventura. São nos livros que você vai encontrar a saída para sua tristeza e o descarrego da sua alegria. Os personagens serão seus melhores amigos porque nunca contarão seus segredos a ninguém e você os terá para sempre sem que eles te magoem mais do que você sabe que eles o farão".

Esse era um discurso típico do meu pai sobre o poder dos livros. Sobre como eles podem influenciar política, religião, vontades e pontos de vista. Cresci ganhando livros. Cresci os devorando e me alimentando deles compulsivamente.
Acontece que minha síndrome de Peter Pan é apenas psicológica e um dia acordei grande, com um filho e tendo que comprar meus próprios livros. Primeiro porque meu pai sempre foi uma pessoa que zelava pela autossuficiência de alguém, e depois porque ele foi para a Terra Média e se encantou tanto com os elfos que não voltou. Sim, ele morreu.
Isso pode até parecer um relato triste, mas não é essa a questão. Meu ponto principal disso é lhes mostrar o quanto eu fui preparada para me virar sozinha quanto as minhas leituras. Meu gosto de ler pode ter nascido comigo, mas foi exercitado por ele.
E quando recebi meu primeiro salário eu pude comprar meu primeiro livro. Lembro que na época me impressionei pelos preços deles. Não pelo “caro”, mas pelo disparate de valor. E por incrível que pareça, eu queria aqueles que meu bolso não poderia comprar. Fiquei triste e acabei conhecendo o mundo mágico de um alfarrábio.
Tudo bem que os lançamentos raramente estarão lá, mas eu corria atrás de livros como O Jardim Secreto e A História sem Fim. Nunca os achei, mas achei outros, vários. Tantos que fico triste com a quantidade de pessoas que desconhecem um alfarrábio.
Perdi muitos dos meus livros com empréstimos Capítulo para um outro post E outros com mudanças. E foi quando eu comecei a ver blogs literários e pensar no meu próprio. E daí os lançamentos eram importantes. Não dá para fazer resenhas apenas de livros do século passado; por mais que Neruda e Cervantes fiquem loucos no túmulo por eu dizer isso, e por mais clássicos e eternos que eles sejam, as pessoas são atraídas pelas novidades. E quando elas conhecem as novidades e ficam suas companheiras, daí fica mais fácil lhes apresentar esses clássicos.
Comecei uma corrida armamentista à procura de livros em preços acessíveis. Tenho tabelas e mais tabelas de preços de livros e promoções. É dessa forma que consigo montar minha estante. Garimpando o mais barato entre todos.
Tive a ideia dessa postagem justamente vendo minhas tabelas e anotações.
Resolvi fazer uma para vocês e analisarmos seu conteúdo.
Vamos lá?
(Os preços dessa tabela foram todos tirados do site da Saraiva. Para mim um dos mais baratos e de maior acervo.)




Pode ter ficado pequena, mas dá para enxergar.
Funciona assim.
Existem autores que tem livros caros. Fato! É o caso de Neil Gaiman que independente dos livros lançados, tem páginas caríssimas. E aqui analiso não o valor do livro, mas esse valor dividido por cada folha escrita nele.
Neil Gaiman só entra na minha estante em super promoções.
Existem autores que são famosos, mas populares; seus livros tem preços acessíveis e versões de bolso. É o caso de Nicholas Sparks. Entraria facilmente na minha estante se fosse muito apaixonada por ele.
Existem livros que são caros porque são famosos demais e referência de algo maior; é o caso de O apanhador no campo de centeio. Nunca ouvi falar do seu seu autor, mas o livro é referência para muita coisa em se tratando de jovens. É o livro mais caro, relação folha/valor, da nossa tabela. Aqui entra também A história sem fim. Clássico e caro.
Existem livros que são populares para um gênero, e daí as editoras aproveitam isso. É o caso dos livros da Marian Keys e da Meg Cabot. Mas de gênero também temos Anna e o beijo Francês, que não é de ninguém tão famoso, é muito bom, e consegue ser bastante acessível.
Existem editoras que são ridículas. O valor do livro Amanha, Quando a guerra começou é estúpido. E o livro nem é referência para nada. Só bem diagramado. O mesmo funciona para a editora Underworld, que lançou o livro O Rei do Ferro- Um dos mais caros da minha estante – Mas não me arrependo de ter pago, porque o livro é muito bom.
Existem editoras que são mães. É o caso da Leya. A série de As Crônicas de Gelo e Fogo são exemplos disso.
Existem editoras que ganham dinheiro fazendo livros de letras pequenas e sem grandes capas, mas que os deixa acessível ao povo. É o caso da série de ouro da Martin Claret; maravilhosamente representada aqui pelos livros de Os Miseráveis.
Existem livros que ficam caros depois que ficam muito famosos e viram filmes. É o caso de Harry Potter, que cheguei a comprar por 15,00, e O Senhor dos Aneis, que comprei por 25,00. E aqui espero que a série de Os Instrumentos Mortais não siga o exemplo e torne seu livro inacessível porque já existe na tela do cinema. Quando deveria ser justamente o contrário; sem as pessoas precisarem comprar livros em edição econômica.
Existem livros que são caros e eu não faço a mínima ideia do por que. É o caso dos livros da série Desventuras em Série, que são pequenos e muito caros.
Existem livros que lançam um gênero. É o caso de Cinquenta tons de cinza, que para entrar no gosto popular, veio em preço popular.
Existem autores que são muito bons e que mesmo que seus livros pareçam caros, eles compensam pela quantidade de páginas e qualidade; é o caso de Scott Westerfeld (Feios) Sarah Dressen (O que aconteceu com o adeus) Michael Grant (Gone).
Existem livros que comprei por 18,00 há uns anos atrás e que esta por quase 50,00 e eu não entendo. É o caso de A sombra do Vento.
E por fim, existem livros que são tão bons que pagaria novamente para tê-los, mesmo que sejam muito caros, é o caso de As Vantagens de ser invisível.


Ufa!!
Enfim, é isso.
Quero que entendam que compro sim livros caros, mas faço pesquisas imensas em relação ao contexto do livro, a diagramação dele, e os vastos valores. Peso muito o quanto quero um livro antes de compra-lo.
É apenas uma questão do que é importante para você, e o que vale a pena fazer o sacrifício.
O que vocês acham disso? Qual o livro mais caro e o mais barato da sua estante?
Comentem!!!




Resenha de "Vozes do Silêncio" (Adriana Vargas)

(Esse livro foi enviado para uma leitura crítica através de parceria com a autora. A foto utilizada não é produtos dele, foi tirada de busca no Google. O resumo da obra tirado do blog da autora, o qual deixarei o link no final da resenha)





"Cruel e doce!"

Resumo da obra:
 O ditador espanhol, Francisco Franco, procurou pela magia cigana a fim de que conquistar o poder, implantando a ditadura na Espanha. Porém, não cumpriu o combinado - ajudar o gitano Juan a encontrar Analy. Uma maldição fora jogada na Espanha e agora o oculto, comandava toda a Nação.  Analy teve sua alma planejada para salvar a Nação e a todo descendência cigana, livrando até mesmo o mundo da terceira guerra mundial. Cresceu sem saber da verdade e dos mistérios que norteavam sua família. Certo dia se apaixonou por Vidal, líder opositor da ditadura, que lhe trouxe uma estrela de cinco pontas, a pedido de uma cigana misteriosa que encontrara na Praça de Coslada, dizendo que ele iria conhecer a mulher que mudará sua vida, e precisava entregar o objeto místico a ela.
Analy  precisou voltar no tempo e reviveu tudo que passou, conhecendo a verdade. 

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É com a vista mega cansada que venho escrever essa resenha tão ansiada por mim.
Fiquei muito feliz quando recebi o material da Adriana Vargas, escritora do Vozes do Silêncio. Ainda em PDF para análise, foi como o material chegou em minhas mãos. Confesso que não morro de amores por livros digitais e tive que recorrer a um "MIX leitor-d" (uma espécie de Kindle) de um amigo, exclusivamente porque o brilho da tela do computador me deixa morrendo de dor de cabeça, e eu não conseguia demorar o tempo que minha vista permitia para ler esse livro. 
 
Então, vamos la!
Vozes do Silêncio tem uma coisa que há muito tempo não lia em livro nenhum. Algo que me lembrou do começo da minha adolescência quando ficava totalmente impressionada com as fotos sobre ditadura militar, torturas e a prisão da liberdade. Lembro que um amigo na época começou a escrever pedaços de um livro que se chamava Monte Castelo. Era sobre um romance, e em uma ditadura. E era simplesmente incrível!
Esse livro tem exatamente essas duas coisas: Romance e ditadura (Não a brasileira, mas uma espanhola) Sim!! O livro tem sua maior ambientação na Espanha. Passando por partes da França e Portugal
Além disso, é um livro regido por algo sobrenatural e cigano. Outra coisa que sempre AMEI!!
Então já viu né? Simplesmente me encantou. 
 
De início eu o achei meio confuso. As ideias estavam lá, batendo na minha cara e eu não conseguia entender. Foi quando comecei a entrar no embalo e compreender as coisas. Elas pareceram tão grandes aos meus olhos, que não consegui pensar nelas saindo da cabeça de ninguém. Eram reais até certo ponto...reais numa capacidade alucinante de me deixar aflita em muitos momentos; mas era surreal também. Me peguei desligando o Kindle quando me vi com medo de algumas passagens... Sério... Morro de pavor de ler livros com coisas sobrenaturais. 
 
A autora escreve muito bem sobre essas coisas sobrenaturais, igualmente escreve bem sobre o sumiço de vida, estou falando além do sentido real da palavra vida, estou falando da expectativa de vida. Sempre tive uma ideia bem viva em mim:

"Morro mil vezes com minhas convicções a me deixar guiar pelas convicções dos outros. Principalmente quando elas tiram a minha voz e a minha liberdade de fazer o que quiser".


Ler Vozes do Silêncio é angustiante justamente nesse sentido. Ele te tira do normal das coisas. Ele te apresenta magia, mas ela é tão sensível perto da grandiosidade da parte real da história que você fica, literalmente sem voz. Não sei se fui movida pelo total imã que essa coisa de ditadura exerce sobre mim, mas lhes digo que cada pedaço desse livro me encheu de alguma coisa: seja de rancor, seja de curiosidade, seja de aflição, seja de: “Poxa vida Analy, deixa de ser burra!”
O fato é que ficava brigando com os personagens e me apaixonando por eles a cada página lida.
Falando em personagens...
Os amei, de verdade!
Vidal é um lutador. Ele é daqueles jovens que brigam com o mundo pela sua liberdade (parece comigo). Ele não tem essa coisa maldosa e humana; as vezes o achava até surreal demais sabe...ele é bem perfeitinho. Apesar de fofo, Vidal não faz meu tipo. (risos). 
Analy é decidida. Muitas vezes senti vontade de bater com o sapato na cabeça dela de tão teimosa que era. Mas não era uma teimosa fantasiosa. Era apenas uma garota que acreditava no que sentia. Era era bem real aos meus olhos.

De início achei uma maluquice essa coisa dela estar apaixonada por alguém do rádio, que ela nunca tinha visto, mas daí lembrei que minha avó era igualmente apaixonada por um homem desses. É mais normal do que parece. Depois achei estranho essa coisa de amor a primeira vista... Mas daí pensei: eu passei a minha juventude tentando encontrar alguém na rua que se abaixaria para pegar meu prendedor de cabelo e eu me apaixonaria de imediato... Lógico que nunca aconteceu né! 
 
Mas eu queria que as forças do destino tivessem me dado alguém assim. E tenho que lembrar que o livro tem toda essa coisa da magia e essa crença no destino que os ciganos tem nas suas próprias vidas. Então... Foi ai que me deixei levar pela paixão deles. Mas vou admitir... Só quis de verdade que eles ficassem juntos quando as últimas três páginas do livro chegaram; foi nelas que me apaixonei por Vidal. 
 
Acontece que fui infinitamente abduzida por Juan. Nossa... Eu nem sei dizer o quanto esse personagem chamou minha atenção. E mais ainda quando o final do livro chegou, isso só me fez ficar mais doida por ele. 
 
O livro tem personagens bons. Queria ter conhecido um pouco mais da cabeça de Vinna, a irmã de Analy e dos pais dela. As vezes achava estranho algumas atitudes deles, até chegar ao final do livro. Tudo se encaixa no final desse livro. E ele é muito bom! Todas as coisas que achava estranha quando lia, se perderam totalmente quando li o final. 
 
E devo dizer que fiquei com muito medo que você mudasse alguma coisa naquele final, tipo na última linha, e essa questão do tempo cronológico fosse mudada. Achei fantástica a construção dele; apesar de ter voltado algumas coisas para ler para conseguir, enfim, entender. Afinal de contas, a vida é assim: Mesmo com magia suficiente para destruir sua capacidade lógica de raciocínio, ela passa... 
 
Vozes do silêncio tem o título perfeito para o livro. Sem comentários. E para mim, ele se refere a prisões abstratas que passamos na vida, então todos nós temos vozes silenciadas todos os dias.
Adriana, a autora, tem uma coisa que adoro: Ela pensa em fotos para os personagens e para as ambientações. Eu faço isso também! Confesso que as fotos imaginadas por ela para os personagens não são bem as da minha cabeça, tirando Juan, talvez. Mas amei as escolhas dela. Acho que tem tudo haver com eles. 
 
Apesar de um livro de 270 páginas, ele parecia ter toda a história do mundo inclusa nele. Tudo é colocado muito bem, e de uma forma muito sincera e convincente.
Não consigo imaginar ele de outra forma. Ele tem magia, realidade, um amor fofo, vilões perfeitos de se imaginar e uma suavidade singular. Como se você fechasse os olhos e ouvisse as marolas do mar. Lentas e delicadas ou fortes e vingativas. 
 
Esse livro é a minha cara. É muito do que gosto, é o pensamento que tenho para minha vida.
Cruel em muitos momentos, doce em vários deles. Vozes do Silêncio, certamente é um livro a ser lido, pensado como uma ideia filosófica, enquanto política; e numa ideia fantasiosa, enquanto magia cigana. Mas TEM que ser lido! 
 
O melhor dele, para mim, é a política, para alguns talvez seja a magia e para outros, o romance doce e juvenil de Analy e Vidal. O fato é que, seja você quem for e o que achar dele, em algum momento vai se impressionar com algo: um fato, uma ideia. E da mesma forma que eu, se calará, porque é assim que as coisas são, e algumas delas não mudam. Você será silenciado como tantas outras vozes e o livro será parte de você por alguns momentos, e permanecerá em vários deles. 


 
Quotes:

  • A morte é tão natural; estranhamente espontânea, retirando, quem quer que seja, de modo repentino, sutil e lento [página: 148]

  • Jamais em minha vida senti o que estou sentindo...nem perto da mais estranha loucura, nem no auge da maior dor ou alegria. Não me pertenço [página: 152]

  • Deste modo se tornaria a protagonista da história, tendo o mais amável dos personagens como seu par; um homem bonito, delicado e sincero. Diferente do marido que sua mãe havia escolhido para se casar, sem surras e sem ninguém para lhe castrar a liberdade. [página: 17]










Trecho de terça

  "A História sem fim (Michael Ende)"



"... podemos estar convencidos durante muito tempo - anos talvez - de que queremos alguma coisa, se soubermos que nosso desejo é irrealizável. Porém, se de súbito nos vemos diante da possibilidade de este desejo ideal se transformar em realidade, passamos a desejar apenas uma coisa: nunca tê-lo desejado."

Namore uma garota que lê


Esse texto é antigo, bem conhecido no universo blogueiro, mas eu o acho um encanto. Por isso trouxe para vocês!



Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, E. E. Cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade, mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve."

(Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico)

Resenha de " A Corrida de Escorpião"






"Um apanhador de lembranças belas"




A cada novembro, os cavalos d'água emergem do oceano e galopam na areia sob os penhascos de Thisby. E, a cada novembro, os homens capturam esses cavalos para uma corrida eletrizante e mortal. Alguns cavaleiros sobrevivem. Outros, não. Aos 19 anos, Sean Kendrick já foi quatro vezes campeão. Ele é um jovem de poucas palavras e, se tem medos, guarda-os bem escondidos, onde ninguém possa vê-los. Puck Connolly é uma novata nas Corridas de Escorpião. Ela nunca quis participar da competição, mas o destino não lhe deu muita escolha. Sean e Puck vão competir neste ano, e ambos têm mais a ganhar - ou a perder - do que jamais pensaram. Mas apenas um deles pode vencer. (SKOOB)
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Lembro-me do momento em que andei de cavalo pela primeira vez na minha vida: o balançado ritmado do animal e a minha completa falta de vocação para o serviço. O sol estava a pino, e ele suava em minhas mãos- não sabia que cavalos suavam. Meus seios doíam e meu estômago ameaçava devolver o almoço. Eu não conseguia alcançar o pé nos estribos e minha cela parecia sambar comigo em cima. Apesar do cavalo não ser grande, me senti insegura, indefesa. O trote era acompanhado por leves tropeços em terreno irregular. E quando ele tentou acelerou, eu pensei que cairia e ficaria muito envergonhada por isso. Eu não sabia como para-lo, não entendia de batidas rápidas nem de lugares específicos identificando o exato músculo que faria o animal ganhar vida ou estancar. Ele estava no comando, eu era apenas algo em cima dele.
O vento me chutou com destreza e eu sorri. Da dor que senti, da feição babaca que eu devia estar mostrando para os trabalhadores ao redor. Dessa vez ele conseguiu acelerar. Apesar de dor em todos os músculos, tinha descoberto uma forma de controlar sua direção e sua velocidade e de apoiar meus pés de uma forma que não me sentisse na Marques de Sapucaí. Ele respondia aos meus dizeres e juntos, suávamos em direção a um horizonte que eu não conhecia. Chegamos numa depressão de um terreno vizinho quando ele foi diminuindo. Me senti outra pessoa, envolvida em um cheiro de cavalo molhado, suada com o sol no rosto e dolorida por uma tarefa que nunca tinha concretizado além dos meus sonhos.
O cavalo se chamava Cavalo, e foi ele quem me mostrou o meu paraíso em forma de uma eletricidade que não lembrava que tinha. Eu estava viva!

Ler A Corrida do Escorpião me fez pensar em duas coisas que amo:
Andar à cavalo e Thiago Fernandes.
A primeira só fiz duas ou três vezes na vida, e foi amor a primeira cavalgada. E a segunda é um amigo/irmão que troca qualquer balada do mundo por alguns momentos de plantão cuidando de éguas a quem ele não chama de éguas: Todas têm nomes, sinais característicos e todas são amadas por ele. Muito amadas por ele.

O livro te faz viajar.
 A Maggie tem esse poder em mim quando escreve: ela me transporta para lembranças esquecidas.
Juro que conseguia ouvir o barulho do mar quando o livro falava disso, ou sentir o olhar de Corr quando estava provocante ou atento.

Não conhecia sobre lendas de cavalos d’agua. De figuras que surgem do mar e que são assassinas por instinto. Na minha cabeça, as figuras tão “mágicas” que a autora descrevia no livro já eram mágicas sem precisarem ter saído do mar.
Os cavalos em si detém uma magia sobrenatural em mim.
E a corrida passa a ser o que menos importa nesse livro, apesar de ser a temática dele.
Temos protagonistas perfeitos e personagens secundários que me dão raiva porque não havia pensado em escrever sobre eles antes.


A ilha, cenário do livro, fala. Sério!
A autora descreveu um lugar tão real e tão vivo em si, apesar de maçante e pequeno, que você se sente parte de tudo; comprando carne naquele açougue, ou objetos antigos naquela loja, ou ainda visitando aquele haras. Andando em carros quebrados ou dando comida a Dove, a égua de Puck.
Esse livro da Maggie respira. Seja pelos cavalos, pelos protagonistas ou simplesmente porque nada fica como você realmente pensa que vai ficar, e até isso é muito perfeito.
Já deu para notar que ele mexe total com todos os meus sentidos não é?


Os protagonistas são incríveis.
Temos Sean, um menino que viu o pai morrer na sua frente vítima de um capall uisce (cavalo d’agua) e que mesmo assim é criado num haras trabalhando com esses animais, que por incrível que pareça, ele ama. E toda sua volúpia de paixão é voltada para Corr, o garanhão vermelho que outrora tinha pertencido ao pai. Sean é silencioso; e não existe outra palavra melhor para identifica-lo. O personagem é muito bem construído, e mesmo que não abra a boca, para nos dar sinais de travessão no livro em muitos momentos, ele só fala a coisa certa, no momento certo, para a pessoa certa. E isso é tão Capall Uisce nele, que você pensa no fato dele ter crescido ao lado desses animais e ter se tornado parte deles.
A Puck é rebelde. É forte. Não é nem de longe parecida com qualquer mocinha de livro que tenha lido. Se Sean poupa palavras, ela usa todas, e não parecem erradas. Puck é a primeira mulher que se inscreve na corrida. E por isso, ela enfrentará muitos problemas de uma ilha machista. Ela ama a ilha, e a paixão dela se transforma na nossa.

Para quem interessar possa, a corrida é na verdade uma luta por sobrevivência. Tanto física: Capall Uisce são criaturas perigosas, e homens sedentos por vitória também são. Quanto psicológica, cada um ali tem um motivo muito forte e realmente necessário de estar correndo, mesmo que não seja muito benevolente.

Esse livro mexeu comigo porque me trouxe lembranças, porque a escrita dessa autora me deixa fascinada e apaixonada, e, sobretudo, porque vi como pessoas simples, vivendo coisas simples que possam se tornar tão perigosas e angustiantes, são tão comuns.

Devo citar que os personagens secundários são incríveis!
Seja Finn, e Gabe: Os irmãos de Puck que a deixou tão forte quanto possível depois da morte dos pais deles. Seja Peg e George Holly com seus dizeres pequenos e totalmente convenientes.
Parecia que cada personagem desse livro, e cada morador dessa ilha achasse um desperdício falar qualquer coisa que não tivesse importância. As pessoas deveriam tomar isso como exemplo.


O romance não é o principal dessa história, na verdade é um coadjuvante doce e que vem chegando pelas beiras. Nada meloso. Você não se sente incomodado por ele, e ele te cativa aos poucos. Nada de declarações de amor ao luar. Eles têm problemas demais para se preocupar antes de pensar nisso.

Devo dizer que o livro me cativou?
Acho que não precisa, não é?

Saiba que foi um dos livros mais belos que já li na minha vida.
Pela temática, pela construção e principalmente, pelo o que me fez sentir.
Cada livro bom que você ler vai te tocar em algum ponto, esse me tocou em vários, e não tenho mais nada para dizer sobre ele além de: Leiam! Agora! Já! 


Amor e outras drogas





Vou ser rápida para falar desse filme; ele é daqueles que só pode ter formado uma opinião quem assiste. Bastante controverso.
Não esperava muito por esse filme. Fato!
Eu estava naqueles dias em que não se tem muito que fazer. Postagens publicadas no prazo, filhote dormindo, sem inspiração para escrever. Foi ai que me vi revendo minha lista de filmes que tinha para assistir e acabei colocando esse achando que seria uma comédia romântica.
Comédia?
Chorei mais do que ri no filme.

E isso não é uma crítica. É um elogio.
Tudo bem que eu não estava no espírito louco do drama, mas acabei nele mesmo assim. Forças superiores sabem o que fazem, não é?

O filme começa com Jamie (Jake Gyllenhaal) como um vendedor, muito convincente, de uma loja de eletrodomésticos. Juntamente com esse lado bom de convencer, vemos a capacidade sugadora de atrair mulheres, alem do total descaso com o trabalho dele.
Ponto para esse filme!

Mostra o protagonista e todos os problemas que o envolve nos primeiros minutos de filme.
E então Jamie é demitido do emprego, e busca novas fronteiras como representante farmacêutico.

Sou só eu, ou mais alguém aqui odeia quando estamos há mais de uma hora no médico e a atendente coloca o representante para entrar exatamente na sua frente?
Eu fico para morrer!


Voltando...As cotas andam baixas, ele vende um remédio que é concorrente com o de outro fabricante de maior peso, e de maior tempo no mercado. E nessa luta pelas vendas ele encontra a Maggie (Anne Hathaway) uma paciente com Parkison muito atrevida.

Eles se envolvem no que deveriam ser momentos de descontração, e acaba como algo mais sério. Sério até demais.
O filme não é muito aclamado pela crítica. Na verdade a minha única tristeza nele é que é longo demais pra esse tipo de filme; chega um momento que você esta torcendo que acabe.
Não morro de amores por Jake Gyllenhaal, mas adoro demais a Anne Hathaway. Ela é a estrela desse filme.

Foi a primeira vez que vi um filme falando de Parkison e que me fizesse sentir o que é ter Parkison. Sempre associei a doença a coisas de gente idosas, e ela é comum em gente nova. E isso me pegou de surpresa. E a Anne interpreta com maestria.

O filme sofre com problemas de foco.
O personagem do Jake passa a vender a droga do sexo: Viagra, e de mal sucedido e transparente, ele passa a ser conhecido por todos os médicos da região.
Então o temos com sua elevação profissional e ela com sua decadência de saúde.

E no lugar de estar feliz pelo seu crescimento, ele esta dividido entre isso e cuidar dela. O que é muito para alguém que até um tempo atrás pegava mulheres do patrão e não se importava para o pagamento do aluguel do dia seguinte.

O filme é lindo. Só acho que poderiam ter resolvido muitos problemas sem tantos minutos perdidos. Acho que ele poderia ter funcionado melhor como livro.

Esta com tempo livre? Bastante tempo livre? Então assista!
Não tem muito de comédia, mas tem bastante de romance. Eu curti.