Primeiras impressões da série A Rainha Vermelha, e porque não li essa porra antes?


Olha, eu sou dessas que sempre acredita que as coisas vem e acontecem quando e como tem que acontecer. Que os livros chegam no momento em que precisávamos deles. Mas toda vez que olho para a Rainha Vermelha penso... Porque porcaria esperei tanto? 

Ok, agora, depois de finalizado a leitura do primeiro livro, precisei vir ter um bate papo rápido com vocês sobre ele. 

Se eu gostei? AMEI! Claro que as primeiras cem páginas eram tão lentas que demorei uma eternidade para conseguir ler. Mas depois que Mare entra no embalo de ter que se comportar como uma prateada, o negócio melhora. Adoro esses livros de politicagem em reinados, e aqui tem de monte. Sem contar a tensão constante que as pessoas descubram quem ela é. Meio que me lembrou de Fúria Vermelha, fora a coisa da carnificina desvairada. 

O final não foi realmente um plot twist para mim. Sério que vocês ficaram surpresos com aquilo, gente? A autora deu milhões de dicas de que ia acontecer. Sim, vejo esperança naquele guri ainda, tipo o Draco Malfoy, saca? Mas eu li só o primeiro livro, vamos simbora que tem muito chão lá na frente. 

As cenas de ação são bem descritas. A última é um espetáculo e eu praticamente comi as unhas inteiras. Quando eu achava que não tinha mais o que acontecer, acontecia algo. Estupendo! Aquilo ficaria incrível em um filme. 

Sobre os mocinhos, não me encantei por nenhum, e na verdade não sei porque Mare se encantaria. A interação deles não foi suficiente para isso e ela tinha muitos motivos para desconfiar de todo mundo naquele lugar. Mas isso ainda é uma fantasia adolescente, e tudo bem né? A gente releva!

Já estou ansiosa pelo segundo. Esperando dinheiro para comprá-lo ou que Felipe encontre nas caixas dele para me emprestar. 

5 Motivos para ler A Vingança de Mara Dyer (ou não)


Título: A Vingança de Mara Dyer
Autor: Michelle Hodkin
Editora: Galera Record
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Sinopse: Terceiro e último volume da trilogia Mara Dyer. A série mescla paranormalidade, conspiração e romance para contar a história de uma adolescente com poderes especiais. Elogiada pelas autoras das séries Divergente e Instrumentos Mortais, Michelle Hodkin cria aqui uma trama surpreendente, onde nada é o que parece.Depois de descobrir que consegue matar apenas com o pensamento, assim como seu namorado é capaz de curar com a mesma facilidade, Mara Dyer é capturada por uma inescrupulosa médica, que a faz passar por uma série de testes e experimentos. Mas Mara não está sozinha. Outros jovens com poderes igualmente extraordinários são usados como cobaia. Com a ajuda deles, e de um velho inimigo, ela consegue fugir e parte em busca de vingança.

1 - Se você começou essa série, vai ter que concluir essa budega em algum momento. Eu precisei de anos para ler a conclusão, mas finalmente me livrei dela. Ufa!

2 - Noah Shaw!!!! <3 <3 <3 Esse é um ótimo motivo para ler essa série toda e lamber os livros depois. Noah é um dos meus mocinhos prediletos, e quando ele está com Mara... Jesus! Amo!!

3 - A mistura não patenteada de filme de terror com X-men  (Sim, porque na literatura pode tudo, mesmo que seja meio decepcionante). 

4 - A cena e vuco vuco de Noah e Mara é muitoooo boa! Uma poesia deliciosa, característica notável da autora quando descreve esse casal, e não foi diferente na hora do vamos ver. Realmente, a cena ficou lindíssima!

5 -  A avó de Mara de que tanto ouvimos falar. Gostei das cenas do passado mesclando com as do presente até chegar nas últimas explicações do que os personagens são e o que devem fazer. Na verdade, as cenas do passado foram algumas das poucas coisas que me prenderam nessa história. 

Final: Passa longe de ser o melhor livro de Mara Dyer, mas a escrita da autora continua maravilhosa. E estou curiosa pra caramba para saber o que ela fez com o livro de Noah. Simbora para o inverso de desconstruir! 

Sobre ler livros de casas fantasmas e preceptoras curiosas

Título: Mistério em Chalk Hill
Autor: Susanne Goga
Editora: Jangada
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Sinopse: Em 1890, depois de um escândalo que afetou sua reputação, Charlotte Pauly deixa Berlim e vai lecionar para a pequena Emily, em Chalk Hill, uma mansão vitoriana nos arredores de Londres. Charlotte logo percebe uma estranha atmosfera na antiga casa. A menina de 8 anos é sempre atormentada por pesadelos e visões fantasmagóricas da mãe, que se afogou no rio da propriedade em circunstâncias misteriosas. Quando Charlotte tenta saber a respeito da morte de Lady Ellen, o pai de Emily, Sir Andrew, reage com hostilidade. Com tudo envolto em um grande mistério, somente com a ajuda de Tom Ashdown, um jornalista londrino designado para investigar o caso, é que Charlotte poderá verificar o que há por trás dos fenômenos sobrenaturais que assolam a mansão e descobrir uma trágica verdade escondida nas paredes de Chalk Hill...

Sabe qual acho que tenha sido meu problema principal com esse livro? Ter lido outro com temática muito semelhante pouco tempo atrás. Lembram de A Casa Assombrada, do John Boyne? Pois é, essa pegada Jane Eyre é bem parecida aqui também, com uma mulher indo trabalhar cuidando de uma criança em uma casa esquisita. Só que diferente das coisas que acontecem no livro do Boyne, que realmente nos assustam, aqui eu só fiz bocejar. 

Nesse livro temos a Charlotte, que passou por uma situação de escândalo na Alemanha, país de origem, e conseguiu um emprego bem longe de casa, em uma mansão no campo da Inglaterra. Ela vai tomar conta da pequena Emily, uma menina doce mas com alguns segredos que a tornam fascinante aos olhos de Charlotte.

E no outro lado da história, alternando capítulo com ela, temos Tom, que é um crítico teatral que perdeu a esposa e não conseguiu se recuperar totalmente desde então. Quando é convocado por uma sociedade de cientistas que estudam fenômenos paranormais, a vida dele e de Charlotte se entrelaçam. 

Exatamente como todo tipo de histórias dessa categoria, existe uma coisa de desvendar os muitos mistérios aos poucos. Então aqui vemos como Charlotte vai entendendo sobre a mãe da menina, porque o pai é tão recluso e porque ninguém pode se aproximar do lago. E ainda, porque os empregados parecem tensos o tempo todo. 

Ok, mas não se enganem. A história passa longe de te prender pela curiosidade, depois que a autora se mostra bem monótona na construção da trama. 

Esse tipo de livro precisar prender o leitor para que ele não queira largar até a solução final do problema, mas não acontece aqui. As cenas são maçantes, o mistério é lento demais para começar a pegar gás, e os personagens não são cativantes. Talvez um pouco o Tom, por quem tive uma quedinha, mas que se perdia em meio a tenta lenga lenga sem propósito. 

Ao final do livro, não sabia se queria jogar na parede ou bater na autora. Ela joga milhões de situações, resolve da forma mais tosca possível, não sabendo bem se queria mesclar o sobrenatural com o realismo, e se perdendo toda no meio do caminho, e ainda deixa algumas pontas que me fizeram pensar se a ideia dela era escrever uma continuação para isso. O que talvez eu fosse ler, mesmo que tenha achado o negócio bem chatinho. Afinal, sou uma apaixonada por romances com essa pegada sobrenatural com espíritos e tals. 

Pode vir ler sem medo! Nada acontece aqui para te assustar, a não ser a capacidade da autora de transformar uma história de fantasma em algo entediante. Algumas cenas com tensão, mas que se perdem rápido demais. Queria mais ação, mais sangue, mais do estilo Invocação do Mal, mas não foi. Uma pena!

5 Motivos para ler A Última Canção de Bilbo



Título: A Última Canção de Bilbo
Editora: Martins Fontes
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Narrativa poética da última viagem de Bilbo Bolseiro em direção ao Oeste. Nesse momento, ele compõe sua última canção, enquanto rememora sua primeira grande aventura, descrita em O Hobbit. Edição brochura.
1 - É Tolkien, e isso dispensa qualquer outro motivo.

2 - É um livro curtinho, composto com uma canção que Tolkien escreveu para a despedida de Bilbo da Terra Média, quando ele está indo embora com os elfos para Valinor. Portanto sem aquelas descrições enormes que as pessoas costumam não gostar no autor. 

3 - As imagens são simplesmente perfeitas! Na minha edição, que é a de capa mole, tem na parte de cima Bilbo se preparando para partir, e a parte de baixo com a trajetória dele na jornada em direção as Montanhas Solitária com os anões.

4 - É completamente nostálgico para quem conhece a obra de Tolkien. Esse livro abriu um buraco no meu coração, da saudade que estava desses hobbits, e de ter que me despedir novamente de Bilbo naquele porto. Sempre me dói. 

5 - Apesar de não ser um livro essencial para entender o universo de Tolkien, se você for fã, como eu, certamente vai se deliciar por mais esse passeio maravilhoso pela Terra Média. Sempre é bom ter mais um motivo para estar próximo a essa terrinha que tanto amo. 

Aqui deixo minha versão predileta da Canção de Bilbo que achei no Youtube. Leiam enquanto estão lendo. É fabulosa!




Aos Dezessete Anos e como nossas origens são importantes

Título: Aos Dezessete Anos
Autor: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
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Sinopse: Em seu novo romance arrebatador, a autora de Cartas de amor aos mortos apresenta uma mãe e uma filha que precisam compreender o passado para poder seguir em frente. Quando tinha dezessete anos, Marilyn viveu um amor intenso, mas acabou seguindo seu próprio caminho e criando uma filha sozinha. Angie, por sua vez, é mestiça e sempre quis saber mais sobre a família do pai e sua ascendência negra, mas tudo o que sua mãe contou foi que ele morreu num acidente de carro antes de ela nascer.
Quando Angie descobre indícios de que seu pai pode estar vivo, ela viaja para Los Angeles atrás de seu paradeiro, acompanhada de seu ex-namorado, Sam. Em sua busca, Angie vai descobrir mais sobre sua mãe, sobre o que aconteceu com seu pai e, principalmente, sobre si mesma.

Aos Dezessete Anos é um livro da mesma autora de Cartas de Amor aos Mortos, um livro que gostei mas que não morri de amores. Na verdade livros com morte na temática me deixam péssima, e acabo desgostando por algum motivo que só a minha subjetividade emocional é capaz de explicar. No caso desse livro aqui, eu fui só amores por ele. E ainda que esteja meio saturada de YA, li em duas sentadas, de tão gostoso que ele é. E quando digo gostoso, não é que seja leve e descomplicado, mas real de um jeito que te uni a ele. 

Importante dizer sobre essa história que ela é tratada em dois momentos distintos. Com Angie, que seria o nosso presente, descobrindo que o pai pode estar vivo e indo a sua procura, e com Marilyn, que é a mãe dela, nos contando como conheceu o pai de Angie e o que aconteceu com o relacionamento deles. Ambas com 17 anos quando tudo começou a acontecer. 

Sendo bem sincera, gostava muito mais dos capítulos quando eram narrados pela mãe dela. A menina estava meio perdida, e era uma chata sem tamanho quando queria. Sem contar que o egoísmo chegou ali e se instalou com força. Já a mãe quando adolescente tinha um certo empoderamento silencioso, que só se intensificou ao longo dos anos.  

Vou te dizer, não estava preparada para aquele final. Não o final definitivo do livro, mas quando entendemos o que aconteceu ao pai de Angie. Fiquei em choque. Era bom acreditar que ele havia sido abduzido por alienígenas, porque as coisas são tão difíceis para os negros que as vezes não quero acreditar que são. Detesto esse preconceito ridículo com cor ao ponto de me dar coceira. 

O livro todo tem um ritmo muito interessante. Ele realmente te prende do início ao fim, primeiro pelo mistério, e depois pelo conforto que você quer transmitir para essas duas mulheres que já sofreram tanto. Acabei essa leitura com um aperto no peito do tamanho do mundo, mas muito feliz por ter chegado ao fim dele com uma sensação de que a autora tinha feito um trabalho excelente de construção dessa história. Senti-me ligada de todas as formas possíveis a mãe de Angie, com total consciência de que teria feito o mesmo por um filho. De que fiz o mesmo por um filho. 

Enfim, é um puta livro bom! Não só para os adolescentes, que tem esse momento de precisar se encontrar no mundo, como para as mães que fazem sacrifícios diariamente pelos nossos pequenos. 

Resenha de "Uma noiva para Winterborne" (Lisa Kleypas)

Título: Uma noiva para Winterborne
Autora: Lisa Kleypas
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
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Link de compra: https://amzn.to/2nICMRa (16,90)

Sinopse: Rhys Winterborne conquistou uma fortuna incalculável graças a sua ambição ferrenha. Filho de comerciante, ele se acostumou a conseguir exatamente o que quer - nos negócios e em tudo mais.No momento em que conhece a tímida aristocrata lady Helen Ravenel, decide que ela será sua. Se for preciso macular a honra dela para garantir que se case com ele, melhor ainda.
Apesar de sua inocência, a sedução perseverante de Rhys desperta em Helen uma intensa e mútua paixão.
Só que Rhys tem muitos inimigos que conspiram contra os dois. Além disso, Helen guarda um segredo sombrio que poderá separá-los para sempre. Os riscos ao amor deles são inimagináveis, mas a recompensa é uma vida inteira de felicidade.
Com uma trama recheada de diálogos bem-humorados e cenas sensuais e românticas, Uma Noiva Para Winterborne é o segundo volume da coleção Os Ravenels.

Romance de época é sempre uma coisa que causa um calorzinho no peito, né? Procuro ter pelo menos um exemplar em casa, para aqueles momentos em que entramos em uma deprê literária que só se cura com esses livros leves. E vou dizer, Uma Noiva para Winterborne cumpre o que promete. 

Essa série da Lisa para mim está sendo um verdadeiro arraso. Apesar de ter pego minhas birras com a protagonista do primeiro em alguns momentos, de modo geral é um livro que conquista. O feito se repete com esse volume, que traz mais um pouco da família Ravenel e um dos personagens mais orgulhosos e fofos do mundo, que é o Rhys. Tá, muito mais orgulhoso do que fofo. 

Acredito que o que mais me fez gostar dessa história foi a iniciativa da mocinha em ir atrás do ex noivo, e de como as coisas se desenrolam com velocidade a partir disso. Quer dizer, não é só uma briga socialmente entediante entre um homem e uma mulher que culmina em uma noite insana de prazer, porque tudo acontece logo no início, dando lugar para a autora trabalhar outros temas dentro da história, o que ela faz com beleza. 

A dinâmica de Helen com a família, as coisas que ela vai descobrindo sobre si mesma, e como ela interage com Rhys, é uma maravilha. Não é das minhas mocinhas prediletas, eu sou mais o estilo da Pandora, irmã dela, mas ainda assim ela tem uma austeridade maravilhosa. Combina com a personalidade dela e com a de Rhys. 

Sobre o mocinho, só amores. Estava bem entediada com essa coisa de lords e homens que já nasceram ricos. No caso de Rhys, ele conquistou o dinheiro dele com muito trabalho, o que traz uma visão mais firme ao personagem. Ele gerencia o próprio dinheiro com pulso, e é muito humano com seus empregados porque sabe o que passou para chegar até onde chegou. 

É um livro delicinha, gente! Tem um ritmo bom, personagens bons, enredo diferenciado e que prende. Entre os romances de época que li, é um dos meus prediletos. Sigo querendo que a série tenha o mesmo ritmo, porque até agora está o melhor conjunto de romances de época que eu já li. 


Resenha de "Depois da Queda" (Dennis Lehane)

Título: Depois da Queda
Autor: Dennis Lehane
Editora: Companhia das Letras
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Sinopse: Um casamento tóxico. Uma rede de mentiras. Neste romance de suspense magistral, é difícil saber em quem podemos confiar.Depois de ter um colapso mental ao vivo, durante uma transmissão de TV, Rachel Child, antes uma jornalista obstinada e que desbravava o mundo, passa a viver totalmente reclusa. Fora isso, porém, ela leva uma vida ideal, com um marido que parece ideal. Até que, numa tarde chuvosa, um encontro fortuito abala profundamente aquela vida perfeita, assim como seu casamento e ela mesma. Sugada por uma conspiração cheia de decepções, violência e loucura, Rachel precisa encontrar forças nela mesma para superar medos inimagináveis e verdades transformadoras. Emocionante, sofisticado, romântico e cheio de suspense e tensões, Depois da queda é Dennis Lehane em sua melhor forma.

Dennis Lehane é um nome conhecido entre os escritores de suspense. Nunca li outros livros dele, mas conheço as adaptações que foram originadas em livros do autor, como Sobre Meninos e Lobos e A Ilha do Medo, ambos filmes maravilhosos em todos os sentidos, e suponho que não seja diferente com os livros. Acontece que talvez eu tenha ido com sede demais para Depois da Queda, e acabei levando um puta tombo. Entenderam o trocadilho? HAHA

Deixa eu explicar... 

O começo da história, até a página 130, nós vemos essa protagonista que acabou de perder a mãe, a única família no mundo, e que está buscando pistas para encontrar o pai. Só que a mãe não facilitou muito nisso, e por esse motivo a protagonista leva uma eternidade de páginas - e paciência do leitor- para encontrar seu genitor. 

Essa primeira parte do livro é lenta para cara***, e ainda que tenha ficado bem impaciente com ela, preciso dizer que necessária para entender os atos da protagonista lá na frente. É aqui que enxergamos a solidão de Rachel e o apego emocional que tem a qualquer pessoa que queira dar-lhe um pouco mais de atenção. Talvez sua solidão e a necessidade de se enxergar no mundo tenha sido a causa de tantas quedas, como o próprio título do livro sugere. Perceba que não falei "queda", mas "quedas", no plural, porque sim, essa mulher se arromba o tempo inteiro. 

Depois que passa essa primeira parte a gente vai entender como Rachel acaba enfiando os pés pelas mãos e perdendo um bom emprego e o marido, e como começa a entrar numa crise de ansiedade logo em seguida. Também uma parte do texto maçante, e também necessária. 

E então vamos para a terceira parte, onde começa de fato o suspense e com tantas reviravoltas, que me peguei pensando se o autor imaginou que sua história ficaria ilógica com aquele tanto de acontecimentos, mesmo que prenda o leitor de modo mais eficaz pela velocidade do texto e a curiosidade que ficamos para entender o que diabos estava acontecendo. 

Nessa terceira parte vamos enxergar porque precisamos ler tantas páginas lentas da história. Bom, pelo menos em tese, porque Rachel se mostra com tantas facetas que me deixou pensativa sobre ela ter múltiplas personalidades. Normal aquela mulher não era. Isso também acabou me desacreditando na história, principalmente quando o autor deixa uma lacuna imensa no final. Aquele tipo de término que faz o leitor pensar em caminhos dos mais diversos, e ainda que curta essa pegada, nesse caso em específico me deixou nervosa. 

Então entendam o seguinte, o livro começa lento... lento... lento, e então um BUM, e depois mais vários BUNS estranhos. Essa desordem de ritmo pode ter sido uma certa maestria do autor, mas para mim pareceu mais uma confusão de sentimentos e pensamentos relativos ao livro. Acabei pensando em algo como... " Que merda!". E sim, mesmo que tenha enxergado que ele é um bom escritor e sabe construir tensão maravilhosamente bem, a história é fraca, sem nexo e não me pegou. Personagens bons, enredo bléh! 

Gosto de pensar que o foco desse livro não seja as quedas de Rachel, mas a reconstrução da personagem em todas elas. Senti que ela ia quebrando ao mesmo tempo que se consertando, saca? Arrumava um jeito de viver, mas a cabeça pifando aos poucos. Acredito que todo ser humano tem um certo limite de quedas que pode aguentar sem pirar, e da Rachel foi bem perceptível.  

Enfim, não é um livro totalmente ruim, mas também não é um livro bom. Ainda assim darei outra chance ao autor. Nitidamente é um bom escritor, só errou a mão nessa história, ao meu ver. 

Manual de Sobrevivência para quem NÃO vai à Bienal


Olá, pessoal! 
Se vocês, como eu, estão passando por uma fase de sofrência nas redes sociais nos últimos dias, vendo os amigos e aqueles blogueiros que a gente adora comprando livros por 10 reais e se abraçando e trocando marcadores, esse é o post para você. 

Como autora acho que minha dor é porque, estando tão longe e sendo tão lisa, eu não consigo fazer contatos, ou conhecer outros autores que amo e as pessoas que leem minhas histórias. As chances de uma autora nova conseguir contatos bons, até com editoras, é maior estando lá do que presa aqui. Sem contar que é bem possível que eu tenha várias leitoras pelo país que nem tem a mínima noção de como é a minha cara, já que nunca estou em lugar algum. Sim, a grande maioria dos meus leitores moram no eixo Sul/Sudeste, e morar no Nordeste nessa época do ano passa a ser uma merda. 

Mas, aqui vão algumas dicas numeradas de como sobreviver a essa Bienal, seja você autora ou apenas um viciado em literatura, se não puderam ir à Bienal.  

1 - Disse no vídeo que gravei para o canal ano passado e repito aqui...Aceite que não pode ir esse ano, porque daí a frustração é menor. 

2 - Se te deixa aflito ver os stories do pessoal sobre Bienal, passe eles de boa! Não se sinta mal por isso. Se eu fosse perder amizade de cada pessoa que passei stories por não estar afim de ver a felicidade alheia com livros de 10 reais, nesse momento eu não teria amigo algum. 

3 - Eis a hora de colocar a leitura em dia! Como você vai passar menos tempo nos stories, sobra tempo para ler e atualizar sua lista de coisas atrasadas. Quem sabe acabar dois ou três livros nessas duas semanas? 

4 - Se você for blogueiro, vai escrever vários posts para o blog e posta bastante esses dias! Como muita gente que produz conteúdo vai estar por lá, o fluxo de informações novas, tantos nos sites como nos canais do Youtube, é menor, portanto é agora a sua chance de ter seus posts e vídeos compartilhados pelas plataformas que os hospedam. 

5 - Querem comprar livros baratos? Garimpem na internet! Sei que a Amazon estava com preços loucos de bons esses dias de bienal. E quando falo loucos, é loucos mesmo! Livros de 100 reais por 20, e assim por diante. As empresas vão querer chamar o pessoal que ficou em casa, por isso vão ter muitas promoções boas! 

6 - Se você for afiliado de sites que vendem livros e que estejam com boas promoções, é um bom momento para divulgar nas suas redes sociais feito um louco. A maioria das pessoas que divulga as mesmas promoções estarão passeando na Bienal, portanto não vão ter visto antes de você. Eis sua chance de lucrar, mostrando antes dos outros. 

7 - Saia com os amigos que você tem fora das telas. Se você for como eu, eles serão poucos, mas estão próximos e podem garantir uma boa tarde de sorvete e risadas, ou um filme com pipoca. 

8 - Faça programas culturais. Isso sempre me deixa com uma sensação de bem estar tremenda, e não faz com que me sinta tão infeliz por ter dinheiro de ir para esses grandes eventos literários. 

9 - Bom momento também para programar as próximas semanas de postagens no Blog, Instagram e Facebook. Veja menos as coisas dos outros e pense mais nas suas. As vezes aquela ideia genial surge no momento em que a cabeça está concentrada nisso. 

10 - Vou repetir uma dica: LEIA! Você é um leitor, e aposto que tem muitos livrros em casa que ainda não leu. Esquece os que de 10 reais na Bienal, ou os lançamentos deliciosos - e nem tão caros - e vão ler! Garanto que nada de ruim pode sair disso. 

Resenha de "Sim Clima para o Amor" (Rachel Gibson)

Título: Sem Clima para o amor
Autor: Rachel Gibson
Editora: Jardim dos Livros
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Sinopse: Sem Clima para o Amor é um livro divertido, daqueles que te faz suspirar. A principal personagem, Clare Wingate é assim, uma hora sofre porque o vestido pink não será mais usado, num outro momento pega o namorado em posição constrangedora com outro homem e depois, quando decide dar uma trégua e se dedicar apenas ao trabalho, encontra o amigo de infância, Sebastian Vaughan. Os beijos são inesquecíveis e ela não tem vontade de ir embora.



Só na hora que estava pegando as informações para colocar nessa resenha que percebi que esse livro é o segundo de uma série, que pelo visto as editoras não trouxeram inteira. Acredito que só tenha esse lançado aqui, o que é uma pena, porque super apostei em duas das amigas de Clare. Gostava mais delas do que da própria protagonista. 

A série é de um quarteto de amigas escritoras, e Clare é a escritora de romances dentre elas. O que se espera de escritoras de romances? Que seja talvez a mais emotiva delas, mas não é bem assim. Foi criada por mãos de ferro e segue essa linha de personagem. Na verdade, não consegui firmar muito bem a personalidade dela. Muito volúvel e isso me irritava bastante. Dizia não querer um cara que queria, e que não podia tê-lo por qualquer motivo imbecil que fosse, e era de fato tão imbecil que não se sustentava, saca? 

Já Sebastian, ainda que também tenha uma imaturidade sentimental irritante, é um personagem melhor do que Clare. Pelo menos sinto mais estrutura nele, e acho que talvez isso seja um traço dos homens nos livros dessa autora. Não sou uma grande leitora do trabalho dela, mas o pouco que li consegui tirar essa ideia de que os homens parecem ter mais firmeza do que as mulheres. 

Gosto da visão de Sebastian como um jornalista de guerra. Ele descreve coisas desse trabalho que vi o maravilhoso Sebastião Salgado falar em sua biografia e que me deixaram bem chocada. Sei que a autora pesquisou muito antes de desenvolver essa faceta do personagem, e fiquei feliz por isso. Na verdade amei a profissão dos dois! Ambos são escritores, mas Clare é ficcional e ele jornalista, o que não poderia ser mais diferente. É como se víssemos lados opostos e gritantes da vida, e realmente curti essa contradição. 

O que não gostei nesse romance foi justamente o romance. Achei imaturo em muitos momentos e apressado no final. Demoraram meses para começar a engrenar e depois que engrenam parece que tudo passa voando. Como se a autora tivesse de fato corrido para chegar ao finalmente. Achei isso bem "bleh". 

Para um livro que serve para passar tempo, ele é bem fraquinho. Normalmente leio histórias como essa em uma sentada, e precisei de dias para finalizar esse livro. Mas estou feliz de ter cortado mais um livro da minha estante de coisas atrasadas para ler.