Aos Dezessete Anos e como nossas origens são importantes

Título: Aos Dezessete Anos
Autor: Ava Dellaira
Editora: Seguinte
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Sinopse: Em seu novo romance arrebatador, a autora de Cartas de amor aos mortos apresenta uma mãe e uma filha que precisam compreender o passado para poder seguir em frente. Quando tinha dezessete anos, Marilyn viveu um amor intenso, mas acabou seguindo seu próprio caminho e criando uma filha sozinha. Angie, por sua vez, é mestiça e sempre quis saber mais sobre a família do pai e sua ascendência negra, mas tudo o que sua mãe contou foi que ele morreu num acidente de carro antes de ela nascer.
Quando Angie descobre indícios de que seu pai pode estar vivo, ela viaja para Los Angeles atrás de seu paradeiro, acompanhada de seu ex-namorado, Sam. Em sua busca, Angie vai descobrir mais sobre sua mãe, sobre o que aconteceu com seu pai e, principalmente, sobre si mesma.

Aos Dezessete Anos é um livro da mesma autora de Cartas de Amor aos Mortos, um livro que gostei mas que não morri de amores. Na verdade livros com morte na temática me deixam péssima, e acabo desgostando por algum motivo que só a minha subjetividade emocional é capaz de explicar. No caso desse livro aqui, eu fui só amores por ele. E ainda que esteja meio saturada de YA, li em duas sentadas, de tão gostoso que ele é. E quando digo gostoso, não é que seja leve e descomplicado, mas real de um jeito que te uni a ele. 

Importante dizer sobre essa história que ela é tratada em dois momentos distintos. Com Angie, que seria o nosso presente, descobrindo que o pai pode estar vivo e indo a sua procura, e com Marilyn, que é a mãe dela, nos contando como conheceu o pai de Angie e o que aconteceu com o relacionamento deles. Ambas com 17 anos quando tudo começou a acontecer. 

Sendo bem sincera, gostava muito mais dos capítulos quando eram narrados pela mãe dela. A menina estava meio perdida, e era uma chata sem tamanho quando queria. Sem contar que o egoísmo chegou ali e se instalou com força. Já a mãe quando adolescente tinha um certo empoderamento silencioso, que só se intensificou ao longo dos anos.  

Vou te dizer, não estava preparada para aquele final. Não o final definitivo do livro, mas quando entendemos o que aconteceu ao pai de Angie. Fiquei em choque. Era bom acreditar que ele havia sido abduzido por alienígenas, porque as coisas são tão difíceis para os negros que as vezes não quero acreditar que são. Detesto esse preconceito ridículo com cor ao ponto de me dar coceira. 

O livro todo tem um ritmo muito interessante. Ele realmente te prende do início ao fim, primeiro pelo mistério, e depois pelo conforto que você quer transmitir para essas duas mulheres que já sofreram tanto. Acabei essa leitura com um aperto no peito do tamanho do mundo, mas muito feliz por ter chegado ao fim dele com uma sensação de que a autora tinha feito um trabalho excelente de construção dessa história. Senti-me ligada de todas as formas possíveis a mãe de Angie, com total consciência de que teria feito o mesmo por um filho. De que fiz o mesmo por um filho. 

Enfim, é um puta livro bom! Não só para os adolescentes, que tem esse momento de precisar se encontrar no mundo, como para as mães que fazem sacrifícios diariamente pelos nossos pequenos.