[TOP 10] Melhores Livros do Ano


E ai, meu povo, como vocês foram de natal? E quais os planos para a virada do ano?
Eu estou correndo um bocado por aqui, mas arranjei um tempinho para gravar um vídeo e vir colocar minha postagem sobre os dez melhores livros do ANO.
Minha primeira lista tinha vinte e três livros, e tive que chorar por dias até chegar nos dez escolhidos. Embaixo eu colocarei as fotos dos livros que ficaram de fora dos dez, mas que tem um lugar gravado no meu coração.


Os que já tem resenha:

1- Fúria Vermelha
2- Garotos Corvos
3- Mar da Tranquilidade 
4- Proibido
5- Maybe Someday
6- Mentirosos
7- A evolução de Mara Dyer
8- A coroa da Meia-Noite (Trono de Vidro)
9- Mundo Novo

Os que ficaram de fora:




Notaram que as distopias imperam aqui, não é? Fazer o que se sou fanática! rsrs
E vocês, quero saber quais foram seus melhores livros do ano.

Resenha de "Fahrenheit 451" (Ray Bradbury)






Sinopse: A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo, ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade.

Como uma grande amante de distópicos, eu sempre me sinto na necessidade de buscar os antepassados literários do gênero. Foi desse modo que acabei lendo Admirável Mundo Novo e Fahrenheit 451. É claro que os modernos seguem a mesma linha de sociedade distópica desses mais antigos, mas isso não quer dizer que você encontrará enredos parecidos. 

Nada de adolescentes como protagonistas e certamente nada de explosões com personagens revoltados da vida, pelo menos nesses dois que li. O negócio é tão bem articulado neles, que não existe uma visão completamente reformada dessas pessoas, o que vejo lógica. Afinal, são adultos que cresceram dentro de um sistema, e isso não se muda da noite para o dia. Então eles começam sim a se reformar, mas em doses homeopáticas, o que talvez nos deixe com uma sensação de lentidão em relação aos livros mais modernos. 

Esse vai contar a história do Guy, um bombeiro pacato que tem a incrível missão de queimar todos os livros. Sim, você leu direito. Nessa sociedade a função dos bombeiros não é apagar o fogo, mas começá-lo. 

Guy está de boa com sua vida. Tem uma esposa que segue o padrão exigido (frio pensar assim, né? Mas é como me sinto vendo ele descrever a mulher) , tem um emprego legal e vive seus dias com uma rotina pontual. 

Percebe-se nesse início que essa pontualidade na rotina dele chega a ser inquietante para o personagem, mas nada que o faça mudar de vida. Isso até bater um papo com sua vizinha adolescente que coloca um bocado de ideias questionadoras em sua cabeça e o enche de dúvidas sobre tudo. 

A partir desse momento Guy começa a pensar sobre o motivo dos livros serem  proibidos e fica curioso sobre o conteúdo deles, que faz muita gente preferir não viver sem, e que pelo visto pode mudar o rumo de como as coisas estão. 

O que mais instiga nessa distopia de Bradbury é a ideia central. Essa coisa dos bombeiros "apagando incêndios" sociais quando destroem livros. Existe uma poesia interessante nessa teoria, e achei um máximo a forma sutil com a qual o autor tratou. Guy faz seu trabalho como um lavador de pratos faria o dele. Sem questionar. Mas a partir do momento em que a garota levanta questões perturbadoras em sua cabeça, ele para e observa com mais calma o combustível do seu trabalho: os livros Existe um medo das pessoas por pequenos quadrados de papel, e me pego pensando em como nós veríamos os livros se não soubéssemos o real significado deles. Com medo, talvez. 

Vocês, leitores como eu, sabem que livros nos mandam para lugares mágicos, nos dão poderes de super heróis e até nos coloca em tronos. Se algo de tinta e papel pode fazer isso, imagina as ideias que ele coloca na cabeça de quem vive em uma sociedade de rotinas pontuais e pouco questionadoras. Como sempre digo, não dê conhecimento a um povo ou ele se voltará contra seus governantes. O conhecimento é a maior riqueza da sociedade. Então podem imaginar como é grande a responsabilidade que o autor dá ao livro nessa história. É como se eles fossem os protagonistas usando Guy para um bem maior. 

Não tive nenhum apego por Guy. Como disse, ele é um peão dentro desse jogo de poderes. Mas como o livro é pelo ponto de vista dele, não tem como não torcer. Até porque quando colocam o cara perto da esposa, ele passa a ser o Orlando Bloom vestido de pirata no seu sorriso mais sedutor. Ela é uma maluca psicótica que me deu vontade de enforcar. 

Sobre a sociedade, tudo o que sabemos dela é pelo o que Guy diz e passa, ou seja, poucas coisas. Não se tem uma visão ampla de como tudo aconteceu, a não ser, vagamente, por uma conversa que o chefe de Guy tem com ele. Mas daí é uma justificativa para algumas coisas, não uma explicação real dos fatos. Não sei se é porque estou acostumada com essas distopias modernas, que a maioria explica bacana o início, mas senti muita falta de detalhes sobre isso. Com o final que o livro tem, bem que Bradbury poderia ter escrito uma continuação. 

Diferente de Admirável Mundo Novo, as coisas aqui dão uma agitada perto do fim. Com direito a perseguição e tudo dentro de toda a filosofia contida nesse lance dos livros. Me senti assistindo O Livro de Eli. Sabe aquele filme do cara no meio do nada com um tesouro importante e tal? Pois é. Guy faz umas coisas malucas, e se mete em muita merda por isso. Nesse momento eu gostei mais dele.

É um livro muito bom, gente!
Em relação a sociedade, eu curto mais o conceito de Admirável Mundo Novo. Sobre a ideia do livro, prefiro esse. E o final dele me ganhou muito mais do que o anterior. 

A maioria das pessoas prefere o livro do Huxley como referência clássica distópica, eu curti mais o Bradbury. É leve de um jeito que não te deixa desistir dele por muito tempo. Passei um tempão lendo Admirável, e bem menos lendo Fahrenheit. Ainda me falta ler 1984 (que já está na estante) para eu poder ver qual dos três eu gamo mais, contudo por enquanto o ranking maior fica com esse aqui. 

Se você curte distopias, recomendo mesmo ler essas clássicas. São a base das modernas, e tem uma inteligência filosófica de fazer babar. Não costumam ser livros rápidos de ler, mas valem a pena cada página. 




Resenha de "Vermelho como o Sangue" (Salla Simukka)






Sinopse: No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.
Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.
Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios.
Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma.

Vou começar pedindo desculpa pelo título da resenha na miniatura da fotografia do Youtube, e em alguns momentos do vídeo. Teimei em chamar o livro de Vermelha como o sangue, provavelmente guiada inconscientemente pelo incrível livro do D'Avenia, Branca como o leite, vermelha como sangue. O nome desse é Vermelho como o Sangue, ok? 
Enfim, resolvi trazer essa resenha em vídeo porque estou meio sem tempo para escrever, como se gravar vídeo não exigisse tempo duplamente, não é? rsrs Na verdade acho que ando sem inspiração para escrever qualquer resenha depois de Fúria Vermelha. (<3)
Mas está ai a resenha em vídeo, e espero que vocês gostem. Se quiserem que eu faça mais, é só pedir. Não me sinto muito segura fazendo vídeos de resenha, mas se funcionar para vocês, estou a disposição. 



Essa série: Marco Polo







Sinopse: A série conta a história do explorador Marco Polo, acompanhando suas viagens de explorações, com suas aventuras em diversos países do mundo, e atuando como espião do embaixador de Khan, da corte de Kublai Khan no Século XIII. Um lugar onde reinam as artes marciais, manobras políticas e batalhas colossais.





Eu e meu filho sempre brincamos de Marco Polo. É bem comum eu sair procurando Rafael em casa gritando por "Marco" e ele respondendo o "Polo" de uma forma risonha e descontraída. E tudo o que eu sabia de Marco Polo era que ele dava nome a essa brincadeira de criança e que tinha sido um explorador. E logo eu, que sou tão curiosa em relação a pessoas importantes da história, me vi surpresa quando percebi que o cara tinha sido um morador da corte de um Khan. 

Eu sou uma fanzoca das séries do Netflix. Um dos meus grandes amores de série do ano saiu de lá, que foi o Hemlock Grove. Então quando vi essa nova série histórica, resolvi apostar. Imagina minha surpresa quando percebi que a Netflix havia liberado a primeira temporada inteira de uma única vez. Se tem uma coisa que odeio é esperar, então simplesmente sentei numa cadeira pela manhã para ver o primeiro capítulo, e sai dela só de noite, quando os dez capítulos de quase uma hora cada um, tinham acabado. Eu estava apaixonada e super ansiosa pela segunda temporada. 


Vou ter que pedir desculpas a vocês porque não vou me lembrar do nome das pessoas. Sou terrível para lembrar dos que me são comuns, imagina os orientais! Mas vou tentar situar o máximo que puder o personagem que citar dentro da trama. 

Enfim, Marco Polo é de Veneza. Cresceu com uma tia quando a mãe morreu, e sabe que o pai é um mercador que vive viajando pela Rota da Seda. Só depois de muitos anos de nascido é que o pai retorna a Veneza, descobrindo que tem um filho e que seu antigo amor havia morrido. 

Contra a vontade do pai, Marco, um adolescente impulsivo, embarca escondido no navio que irá levar o pai e o tio de volta para a Rota. E não tendo como enviar o garoto de volta, eles resolvem que ele irá junto.


O problema é que só viaja por essa rota se você tiver autorização e pagar impostos ao senhor mongol Kublai Khan, neto do famoso Gênghis Khan. Claro que ele é tão impiedoso quanto o avô! E quando a família de Marco não consegue a autorização para continuar com a viagem, o pai dele resolve fazer uma troca. O filho para a corte de Kublai em troca de passagem livre pela rota. E por gostar da forma como o menino relata os fatos, o Khan resolve aceitar a troca. 

Imagina a cabeça desse coitado tendo que viver em cima de uma corda bamba na corte de um impiedoso guerreiro e precisando aprender a lutar, andar a cavalo, escrever, falar e se comportar como um mongol. É de pirar a cabeça, de fato. Mas o que deveria enlouquecer Marco, o torna mais forte. Ele sai de apenas um menino desconfiado e atento, para um homem que cumpri suas responsabilidades. Ele realmente se torna um mongol, mesmo que a parte italiana permaneça nele. 

Olha, eu curto muito cultura oriental. Não sou uma fanática por ela, mas tem algo nos orientais que sempre me prende em frente aos filmes. E no caso de Marco, me prendeu legal na série.


Posso dizer que tiveram o maior cuidado com a parte histórica. Nada daquela época passa despercebido no seriado, ainda que seja só um tipo de tecido usado nas roupas, ou como o império chinês era organizado. Os roteiristas souberam fazer o trabalho de pesquisa direitinho, e usaram de uma puta equipe de direção de arte para trazer a vida a corte do Khan e tudo ao redor deles. 

Mas se tem uma coisa que me deixou encantada, pode ter certeza de que foram as lutas. Nunca foi uma apaixonada por artes marciais, mas acredito que mudei de ideia depois de ver Marco Polo. Só não me matriculo em uma escola de Kung Fu agora porque tenho muito amor pela minha sanidade corporal, e eu vi o quanto o coitado do Marco sofreu para aprender o básico. 


Existem três grandes mestres nessa história. Um é o professor de Marco, um cego que enxerga mais do que eu e todos vocês juntos, o que me deixou babando; o chanceler chinês, que é um dos vilões; e uma cortesã da corte chinesa que, puta que pariu, se movimenta com uma graça incrível em combate. Tem uma cena dela lutando nua que vale um prêmio. 

O elenco é muito afiadinho e as ligações entre eles dão muito pano para confusão. Tem o filho do Khan, que começa a sentir ciúmes da forma como o pai confia no estrangeiro, Polo. E as pessoas que vivem na corte de Kublai, e que nunca se sabe se são vilões disfarçados ou mocinhos de fato. É um grupo muito específico, e não vi ninguém sobrando em momento algum. Tudo girou de modo funcional e detalhado entre cada personagem e o ambiente que o cerca. 


Tem momentos em que o seriado se torna maçante, mas era só Marco aparecer, como aquele olhar decidido e curioso, que os momentos chatos sumiam. Eu estou completamente apaixonada pelo personagem! Não imaginava que fosse gostar tanto dele, e aqui estou eu, completamente rendida a personalidade do cara. Ele cresceu dentro da corte. É articulado e mede muito as palavras antes de dizer, mas é leal e tem uma admiração enorme pelo Khan. 

O seriado é uma delícia, gente! Entrou fácil na lista dos prediletos. 
Só espero que a Netflix não demore tanto com a segunda temporada. Sei que é histórico e que essas coisas demoram que só o diabo para gravar, mas estou esperançosa. Ultimamente poucas séries estão me prendendo, e essa me prendeu até eu ver o fim da temporada. Portanto, vale a pena esperar ansiosa por mais. 




Resenha de "Fúria Vermelha" (Pierce Brown)





Sinopse: Fúria Vermelha é o primeiro volume da trilogia Fúria Vermelha, e revive o romance de ficção científica que critica com inteligência a sociedade atual. Em um futuro não tão distante, o homem já colonizou Marte e vive no planeta em uma sociedade definida por castas. Darrow é um dos jovens que vivem na base dessa pirâmide social, escavando túneis subterrâneos a mando do governo, sem ver a luz do sol. Até o dia que percebe que o mundo em que vive é uma mentira, e decide desvendar o que há por trás daquele sistema opressor. Tomado pela vingança e com a ajuda de rebeldes, Darrow vai para a superfície e se infiltra para descobrir a verdade. 'Fúria Vermelha' será adaptado para o cinema por Marc Forster, diretor de Guerra mundial Z.

Para quem não me conhece, sou o tipo de fanática que sai procurando distopias pelos lançamentos das editoras para poder ler. Não é sempre que me empolgo com uma sinopse, a maioria acho comum e não chama minha atenção. Mas na primeira vez em que bati os olhos em Fúria Vermelha, eu soube. Era ele! 

Daí comecei uma busca cansativa para achar o livro num preço que coubesse no meu bolso, mas dei azar em relação a isso. Beirando o cinquentinha o físico, e mais de trinta o digital. Final de ano, mãe solteira e livros de cinquenta reais? Não cabem na mesma frase. Então o Papai Noel chegou mais cedo aqui em casa, e abençoou a cabeça da editora e da Amazon quando disponibilizou o e-book por 19 reais. Ainda era caro, mas minha vontade de ler era demais. Comprei e não me arrependi nem por um milésimo de segundo, ainda que agora eu necessite do livro físico na estante. 

A trama gira em torno de Darrow, um menino de dezesseis anos que mora em uma espécie de colônia em Marte. De acordo com o que ele sabe da sociedade, esse lugar vai garantir o futuro da humanidade. Eles trabalham retirando hélio do subsolo do planeta para fazer dele o novo lar para os ex habitantes da Terra. Vivem em cavernas com um sistema bem ordenado de trabalho. Nesse sistema Darrow já é considerado um adulto, e percebemos nisso que a expectativa de vida de um extrator é curta. Ele tem uma esposa, e é o melhor Mergulhador do Inferno do lugar, que é como chamam o cara que opera as máquinas que extraem o hélio. 

Uma coisa importante aqui é que a sociedade é dividida em cores, sendo cada uma voltada para um determinado tipo de trabalho. Mas o ideal é saber que os Vermelhos são a classe mais baixa, e os Ouros as altas. É um sistema que parece muito com as castas indianas. Tipo, se você nasce Vermelho, você morre Vermelho. Sem ascensão ou nada assim. Mas para eles isso estava tudo certo, contato que houvesse música para dançar e comida em suas barrigas. Darrow é feliz da maneira Vermelha dele, mesmo que algumas pessoas ao seu redor digam o quanto é linear demais esse tipo de vida

Acontece uma determinada situação dentro da história que faz com que Darrow se alie aos rebeldes, numa tentativa de se infiltrar na classe dos Ouros. De acordo com os rebeldes, se destrói o inimigo de dentro para fora primeiro. E a incumbência disso cabe a Darrow. 

Gente, talvez isso seja o máximo que posso dizer a vocês sem estragar a maravilha que é esse livro. O início é puramente de ambientação na sociedade dos Vermelhos. Como vivem, como comem, como se comportam e como amam uns aos outros. Também é nesse início que vemos que mesmo nas classes mais baixas, há uma predileção por um determinado grupo, ou pessoa. É nesse começo que a simples vida de Darrow começa a incomodar o leitor. Ele não é curioso, uma característica marcante em quase todos os personagens distópicos, mas ele é incrivelmente fiel a uma ideia, e determinado até a alma. 

Numa segunda parte da história, vamos acompanhar como é mudança de Darrow de Vermelho para Ouro. É uma parte cansativa do livro, mas muito importante porque é nela que aprendemos os detalhes dessa nova fase do garoto, e como os Ouros se comportam na civilização. 

A bagaceira fica grande quando chega a terceira parte, e quando Darrow passa na prova para entrar no Instituto. Uma espécie de escola preparatória para os grandes cargos do governo, que é função de Ouros. Outra coisa primordial? Os Ouros podem tudo

É nessa última fase que a selvageria da história começa, e que Darrow cresce absurdamente como personagem. Não me lembro da última vez em que vi alguém crescer tanto em poucas páginas, como aconteceu com esse menino. Menino não, que isso Darrow nunca foi. Mas daí ele se torna um adulto que enxerga o que pode fazer pelos outros, e como isso reflete nele mesmo. 

Lendo Fúria Vermelha eu tive vários espasmos de felicidade. Dava gritinhos alegres e uivava como se eu mesma fizesse parte do "exército" de Darrow. Sério, gente, abria a boca e ria feito louca quando o autor colocava algo que me deixava de queixo caído. As surpresas eram muitas, e o desenvolvimento era fantástico e bem planejado. Sabe do que lembrei? Dessas cenas de filme que sempre nos fazem gritar no cinema e nos deixam arrepiados. Só que com Fúria Vermelha não era apenas uma cena. Eram quase todas. 

A força desses meninos e meninas era algo invejável. Nunca vi um grupo de batalha tão brutal e ao mesmo tempo leal como esse que acompanhava Darrow. Claro que temos as verduras podres no meio, mas mesmo elas eram sensacionais em cena e nas batalhas. O realismo com o qual uma orelha era cortada, ou uma curviLâmina era usada, chegava a me da náuseas. Ainda assim eu não conseguia parar de ler porque o pervertido do autor sempre me prendia com mais. Juro que terminei esse livro me sentindo ousada, forte... invencível. E acima disso, querendo beijar Pierce por me presentear com uma dádiva dessas. 

Um jogo, como Age of Empires, virou uma guerra sangrante e estratégica de jovens se sobrepondo pelo poder. Sim, porque isso não era só uma questão de sobrevivência. Os Ouros não lutam por coisas simples como comida. Eles são demônios galopando em busca de status, e Darrow não fica diferente quando lhe dão a força, a estatura, os cabelos e olhos dourados e faiscantes da classe dominante. 

Não posso dizer que ele esquece sua origem e seu trabalho com aquilo tudo, mas certamente se envolve com a lealdade das pessoas em seu grupo, e passa a analisar que existem fracos e fortes, mesmo entre os mais fortes. Aliás, meu personagem predileto desse livro depois de Darrow é Servos, um baixinho super inteligente que me banhava com sua astúcia o tempo inteiro. Ele era feio, pequeno, mas provavelmente o mais esperto de todos eles. Na verdade esse livro tem o melhor grupo de personagens reunidos numa mesma história, superando até mesmo o elenco fantástico de Maze Runner. Conheceu Thomas e se apaixonou pela impulsividade dele? Conheça Darrow e ame sua elegância com lutas coreografadas e brutais. Eu sentia o cheiro de suor, sangue e terra que emanava de cada cena de batalha, e esse detalhe sensorial é um feito e tanto em se tratando de um livro que mescla elementos inicialmente tão inocentes, e que nos banha com um jogo de poder perigoso e cruel, e ainda assim, altamente idealista. 

Comecei odiando os Ouros, terminei pensando neles como pessoas fortes e incríveis, mesmo os que cometiam maldade apenas por maldade. Penso que o mal dessa sociedade seja uma cegueira imposta para os de classe mais baixa, e esquecida pelas classes altas. O que a gente não vê, não sente. Não vi falta de humanidade nos Ouros, vi prepotência. Mas se eles cresceram aprendendo a ser assim, como diabos eles seriam diferentes? Até Darrow na sua jornada comenta que os Ouros de fato nasceram para governar, mas ele é o maior exemplo de que soberanos vem de qualquer lugar. 

Esse livro mexeu absurdamente comigo. Estou radiante, feliz, exausta e muito orgulhosa de Darrow em Fúria Vermelha. Ele cresce por conta da dor, e se mostra um perfeito filha da p%&* maravilhoso como general por causa dela. Eu xinguei o cara do começo ao fim do livro, de tanto que o amei. Se você terminou de ler Fúria Vermelha e não está se sentindo um lobo incendiário, então esse estilo de livro certamente não é para você. 

Não prometo cenas bonitas, mas prometo verdade, disciplina e uma coragem voraz de meninos que eram apenas meninos, mas que se tornaram homens nas mãos uns dos outros. Não é um livro lindo, mas é o livro que vai te colocar no chão de desespero, e depois de alegria. Que vai te fazer - de fato - uivar, e rir como um louco. 

Quer mais? O melhor personagem do ano, a melhor ideia do ano, o melhor livro do ano. 




Caixa de Correio #32 [Vídeo]


Rapaz, olhando essa montagem eu cheguei a conclusão de que eu não estava num dia feliz para isso. rsrsrsrs
Essa caixa deveria ter entrado no ar uns dias atrás, mas esse negócio de reforma acabou com minha vida. Agora que a bagunça melhorou um pouco, eu vou conseguir trazer as coisas no tempo certo para vocês. Essa é a primeira parte do que chegou, no vídeo seguinte mostro o resto. Espero que gostem.



Resenhas feitas:

A Formatura/ Ligeiramente Casados/ Amaldiçoadas

Resenha de "Twittando o Amor" (Teresa Medeiros)





Sinopse: O Twitter é uma festa que nunca termina onde todo mundo fala ao mesmo tempo e ninguém diz nada... Abigail Donovan é uma escritora de sucesso. Ela quase ganhou o prêmio Pulitzer e até foi elogiada no programa da Oprah. Então, por que ela passa os dias e noites escondida no chiquérrimo condomínio onde mora, na companhia de seus dois gatos, sem conseguir escrever? Quando o seu editor a obriga a entrar no mundo das redes sociais para expandir seus horizontes, Abby imagina que vai ser obrigada a conversar com adolescentes que teclam escondido do porão de casa. Mas ela acaba conhecendo Mark Baynard, um professor britânico sexy, bem-humorado e inteligente que está viajando pelo mundo em busca de aventura. Abby tenta resistir ao seu charme, enquanto Mark começa a quebrar a resistência dela aos pouquinhos... Inclusive a resistência a se comunicar por meio de mensagens curtas. Agora que Abby voltou a escrever e a viver , ela descobre que Mark guarda um segredo que poderá mudar para sempre a vida dos dois.

Sabe aquele tipo de livro que você lê super despretensiosamente e ele acaba te pegando de surpresa de um modo positivo? Foi o que aconteceu com Twittando o amor. Ele veio com uma capa fofinha e uma proposta leve, e acabei pegando porque precisava de algo rápido naquele momento. Mas ele não era tão leve assim, e passei perto de fechar e deixar para outro momento. Só que estava rendida a Abby e Mark. Ai já viu, não é? Tive que continuar, e não me arrependo. 

O livo começa com uma pegada de chick-lit muito bacana. Uma autora que fez muito sucesso com seu último livro, e que não está conseguindo escrever mais nada desde então. Está sendo pressionada pela editora e começa a ficar em pânico cada vez que senta na frente do computador e nada sai. 

É sua agente editorial que dá a ideia para ela interagir em redes sociais, na intenção de se comunicar com seus leitores antigos e pegar a confiança deles de volta, e quem sabe assim conseguir escrever novamente. A amiga cria uma conta no Twitter para ela, e é assim que a história se desenrola. 

Abby não acredita muito que esse plano da agente vá funcionar, mas acaba postando uma frase qualquer na rede social, e recebe uma resposta de um outro internauta. Conhece Mark desse modo, e o que deveria ser algo descomplicado, começa a ficar complicado quando ela se vê dependente das horas em que ele aparece para se sentir viva. 

Ai gente, eu ri muito no começo desse livro. Tanto pela situação super constrangedora que Abby se enfia, quanto com Mark ensinando ela a usar o Twitter. Eles tem um feedback incrível nas conversas, e é impressionante como eles parecem combinar simplesmente com frases de 140 caracteres. A autora soube desenvolver isso de um modo muito interessante e gostoso, mesmo que eu tenha me perdido com alguns termos relacionados a filmes e séries das quais nunca ouvi falar. (Ela faz MUITA referência a filmes e séries).

As cenas descritivas são puramente de passagem. A maioria do livro é em forma de tweet, o que o torna rápido e nem um pouco cansativo. O único momento em que parei a leitura foi quando a autora jogou uma certa bomba lá perto do fim, o que destruiu meu coração. 

Então vemos uma mudança tremenda do leve começo, para o final impressionantemente perturbador e angustiante. E mesmo que a sensação seja a de que tudo vai acabar bem, é o meio do caminho que desconhecemos e nos preocupamos. É sempre o meio da vida que é perigosa. Aquela parte dela em que não dá para trilhar sozinho, e que qualquer coisa em relação aos outros nos afeta diretamente. 

É um livro pequeno e você certamente vai ler numa sentada. Começa bem engraçado, passa a ser complicado e tem um final bonito. Nada que vá mudar sua vida, mas vai te deixar com uma melancolia passageira e pensativa. 

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos [Filme]





Sinopse: Após ser expulso da montanha de Erebor, o dragão Smaug ataca com fúria a cidade dos homens que fica próxima ao local. Após muita destruição, Bard (Luke Evans) consegue derrotá-lo. Não demora muito para que a queda de Smaug se espalhe, atraindo os mais variados interessados nas riquezas que existem dentro de Erebor. Entretanto, Thorin (Richard Armitage) está disposto a tudo para impedir a entrada de elfos, anões e orcs, ainda mais por ser tomado por uma obsessão crescente pela riqueza à sua volta. Paralelamente a estes eventos, Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) e Gandalf (Ian McKellen) tentam impedir a guerra.

 Se teve uma coisa que aprendi com toda a saga de heróis dentro da Terra Média, é que realmente não estou pronta para me despedir disso tudo. Aliás, acredito que jamais estarei. O The Last Goodbye que fizeram como canção final dese filme não serviu com esse propósito para mim. A Terra Média é e sempre será a única fronteira que não terá fim no meu coração. Tolkien pode ter morrido, mas a ideia persiste, e enquanto ela persistir, eu estarei junto. 


A Batalha dos Cinco Exércitos é de fato o que o nome sugere. Chega uma hora que você fica na expectativa para saber o que mais pode acontecer ali no meio, e normalmente somos surpreendidos por alguma cena de fazer babar, ou chorar, como foi o meu caso. Não minto para ninguém quando digo que sou uma manteiga derretida quando o assunto é Terra Média. 

Vamos dizer que o nosso lindo rei anão, Thorin, deu uma piradinha por conta de um certo tesouro das montanhas. Ok, ele deu uma piradona! E isso serviu para mostrar o quão bom ator é o Richard em retratar essa mudança de uma maneira tão sutil. Em filmes de ação, como é o caso desse, é difícil colocar sentimentos sutis nos personagens, e ele conseguiu. Passei de amor a raiva de Thorin em apenas algumas minutos. Queria bater a cabeça daquele anão na parede e dizer "Meu bem, deixe de ser idiota e acorda para Jesus". Mas lá no fim eu já tinha perdoado o cara e todo o meu amor já estava resgatado. 


Uma coisa que adoro é o senso de humor dos anões. Apesar de já amar Gimli em O Senhor dos Anéis, não sentia tanta paixão pela raça quanto senti com alguns deles juntos. Os caras riem das coisas mais absurdas, e dizem besteiras quando não tem espaço para elas. Sempre tive admiração pelos elfos, mas percebi com esse filme que preferiria jantar numa mesa com anões. 

Já os elfos... Nossa, como aquele pai de Legolas é odioso! E sim, as vezes pensava mais nele como mãe do que pai. rsrs. Mas continuo amando as táticas perfeitas de combate dos caras, e a forma leve como eles se mexem, além da lírica como falam. Sou doida por esses carinhas e não tem como negar. Sem contar que Legolas arrasa nesse filme, como em todos os outros. O homem tem as cenas mais fisicamente absurdas e perfeitas. Ele é um puta de um elfo fantástico. Daria um rei incrível. 


Bilbo. Bilbo. Bilbo. Acho que o nome dele em si já deveria ser colocado como um elogio. 
Sempre amei os hobbits, fato! Não resistia as piadas de Pimpim e de Merry, nem o jeito cuidadoso de Sam para com Frodo, que era um mar calmo entre hobbits malucos. Mas Bilbo é um pedaço de todos eles. E Martin interpretando é algo divino. Na verdade esse cara fazendo qualquer coisa é divino. Mas ele deu uma identidade a Bilbo que jamais se apagará na minha cabeça. Me apaixonei perdidamente por esse hobbit ladrão de jeito arteiro que comanda o mundo com um sorriso e uma pitada de genialidade. Ele é... ah, apenas Bilbo. 


Se vocês me deixarem, farei desse post imenso de tudo de maravilhoso que achei nesse filme. Mas também encontrei coisas que me incomodaram. 

Era um filme essencialmente de batalha, e entendo uma cena ou outra no meio mais individualista, mas em alguns momentos eu senti que o foco se perdia. Não deu aquela bagunça no meu coração que O Retorno do Rei teve com o final de O Senhor dos Anéis. Senti falta de mais cenas de Bard, principalmente no fim, e de cenas de batalha dos anões que passei esse tempo todo acompanhando. Até Gandalf se apagou um pouco nesse filme porque o foco era Thorin, Kili, Fili, Bilbo, Legolas e Tauriel naquela montanha maldita. Tudo bem, o foco de tudo ali eram eles mesmo, mas não me incomodaria de ver um pouquinho do resto lá na bagaceira da batalha principal. E nem a sensação de término eu tive depois que tudo acabou. Não sei, mas algo faltou. 


Também fiquei meio aérea em relação a dados que não batiam entre esse filme e O Senhor dos Anéis. Por exemplo... No final desse o pai de Legolas diz para ele procurar um homem chamado PassosLargos, que todo mundo sabe quem é. E se entre essa história e O Senhor dos Anéis existe 60 anos de diferença, isso significa que PassosLargos tem quantos anos? É isso mesmo, produção?


No mais eu achei que eles fizeram ligações interessantes na história. Como o princípio da queda de Sarumam, o que acontece com Galadriel e anéis mágicos, e como uma cena com elfos fodas e magos fica parecendo que estou vendo um jogo de RPG em ação. Tem ainda o amor de Bilbo pelas montanhas, a roupa que ele ganha de Thorin e o isolamento familiar de Legolas. 

Aliás, o final desse filme me deixou com aquela impressão de que nunca um herói voltará completo de suas jornadas (ver postagem sobre saga do herói). Ele deixa uma parte sua, e leva um pouco da podridão e tristeza que viu. A forma como Bilbo encontra sua casa quando volta para o Condado retrata exatamente o seu coração, e a arrumação leve que ele faz me diz como ele pode ser maravilhoso tentando recuperar sua vida. 


Como disse no Facebook, cheguei a duas conclusões com o final desse filme. A primeira é que as flechas de Legolas acabam (rindo alto) e a outra é que Bilbo é - de longe- meu hobbit predileto. 


Se estou sentindo falta da Terra Média? Não, porque como disse, ela já está enraizada em mim e não sairá do meu coração. Digo e repito para todo mundo que minha ligação com aquele lugar é mágico, e que tenho certeza que morei no Condado em alguma vida passada. Não acredito em hipótese nenhuma que seja um lugar feito somente para livros. Tolkien provavelmente foi meu vizinho e me contava histórias enquanto fumava um cachimbo e eu bebia chá. 

Lá e de volta outra vez, e nunca uma frase foi mais perfeita.


Resenha de "A Formatura" (Joelle Charbonneau)





O futuro nunca foi tão incerto e desesperador. Cia Vale jamais imaginaria que as coisas pudessem chegar a esse ponto. Ela tem uma importante missão: liderar as ações para a verdadeira reconstrução do mundo pós-guerra, um caminho sem volta. Agora, ela é a peça-chave para concretizar o plano de pôr fim ao Teste, para o bem das pessoas. Diante de um horizonte cheio de cicatrizes brutais, uma guerra prestes a começar e um governo cruel e corrompido, Cia não tem escolha a não ser se preparar para chegar às últimas consequências – se for preciso. Será que seus colegas a seguirão para a batalha final? O amor de Tomas será forte o suficiente para aceitar e sobreviver à prova mais difícil de suas vidas? Os riscos são maiores do que nunca, e para Cia só resta confiar nos próprios instintos. A formatura, o desfecho da distopia que nos fez perder o fôlego!
 #O Teste
#Estudo Independente

E mais um final de série aqui para o blog. E mesmo que bata aquela tristeza de ter que se despedir de alguns personagens, também bate uma felicidade quando penso que o dever foi cumprido. Sem contar que em um prazo até ótimo, e ai agradeço e elogio a editora Única pelos lançamentos rápidos dos livros dessa série. De fato não tenho do que reclamar quanto a isso. 

Não vou falar sobre o enredo. Vocês sabem que não faço isso com continuações de série. Mas vou tentar passar tudo o que senti ao ler o livro. 

Foi difícil de ler, fato! Mas todos os outros livros dessa série também foram. Não sei se é um ponto muito positivo, ou muito negativo sobre a escrita da autora, mas ela tem uma facilidade grande de não deixar o leitor muito entrosado com os personagens, pelo menos foi o que senti com o livro. Me conectava com eles em curtos momentos, e no resto eu só torcia porque eram os protagonistas e eu tinha que torcer mesmo. 

Não vou dizer que não senti falta desse apego que costumo ter pelos personagens de distopias. Acho que isso me insere com facilidade naquele mundo e faz com que eu coma as páginas com afinco. Mas também não posso dizer que foi um ponto totalmente negativo, afinal esse distanciamento é difícil de ser feito, e provavelmente foi intencional. A autora foi corajosa em criar tal distanciamento, e respeito isso. Silo, que é distopia que amo, também tem fortemente essa característica e ainda assim achei incrível. Claro que não vou comparar os dois, mas tem esse ponto em comum, e fez com que meu cérebro montasse essa ligação entre eles. 

Como todo final de livro distópico, a intenção é um grande fechamento, e normalmente uma batalha, ou algo assim. Com A Formatura a linha é parecida, mas me incomodou, ao mesmo tempo que gostei, o fato de que não foi focado no mundo distópico em si, mas em um ponto isolado desse mundo, que no caso é a forma como os estudantes são escolhidos para entrarem na Universidade.

Não vou mentir, senti falta de saber o que acontecia além dos muros daquele lugar. A autora nos dá um monte de informação legal acerca de como a humanidade chegou até esse ponto, mas não desenvolve isso na prática. Só uma aula teórica, literalmente. Não sei se por ser uma amante de distópicos e esperar nos novos o que amo nos antigos, mas cobrei saber mais disso. Contudo ai tem um lado positivo porque desde o início a autora foca nesse mesmo ponto, que é O Teste e tudo o que vem depois. Seria meio ilógico que ela focasse o lado de fora e esquecesse a merda que já estava do lado de dentro. Portanto dei de ombros e relevei um pouco isso. 

Os personagens também sofrem da minha relação de amor e ódio. Gosto de Cia. Acho a garota uma fortaleza bacana e decidida em demasia. Contudo essa força de Cia, junto com distanciamento que a autora dá, não me deixou apaixonada por ela, e nem pelo par romântico, Tomas. Muito menos pelos dois juntos. Como disse lá em cima, torcia por eles por ser o lógico, mas não despertaram minha paixão. E isso acontece com todos os outros, que ganham uma importância bacana nesse livro por conta da missão que Cia recebe e que se faz necessária ajuda externa. 

Percebem como tudo o que elogio também é um motivo de crítica? Acho isso muito engraçado nesse livro porque é algo que se mantem do início até o fim. O fato de não ser apaixonada por essa trilogia não tira o mérito dela para mim. A autora soube manter a linha da história, o que é difícil em se tratando de série, e trabalhou de uma forma estupenda o enredo até ter esse final. Então mesmo que não exista paixão nela, nem em mim ao ler, existe uma lógica racional na leitura, e em mim como leitora. Acho que é justamente isso: É um livro que mexe com meu cérebro, não com meu coração. 

Fiquei meio no vácuo com o final dessa série. Fui até pesquisar se tinham mais livros ou ideia da autora para escrever mais, contudo isso não existe. E me peguei pensando se era aquilo mesmo. Não que seja ruim, gente. Na verdade acredito que se enquadre no lance corajoso de Joelle como escritora. Mas dá fundo para uma continuação sim. Achei lógico o que ela fez, e concordo plenamente com a decisão de Cia. Se ela não tivesse tomado aquele decisão eu diria que existiu uma divergência entre a personalidade da garota. Mas ainda assim meu cérebro pediu mais. 

Se você é fã de distopias sem mi-mi-mi, onde a racionalidade supera o emocional, então investe nessa. Pessoalmente amo o emocional nesse tipo de livro por motivos óbvios. O mundo mudado, você ferrado e nada de emoção? Ah, vá! Mas de fato a trilogia é bem amarradinha e vai agradar bastante quem curte essa coisa menos passional. Indico pela razão, não pela emoção. rsrs

[Nota] Em Reforma


Oi, pessoal!
Ando meio sumida esses dias, não é?
Acontece que esse final de ano minha mãe resolveu reformar a casa inteira, e até meu quarto entrou no embalo. Agora eu mal tenho espaço para dormir, quem dirá para escrever postagem.
De acordo com ela. amanhã eu terei meu quarto de volta (espero que sim) e daí vou conseguir atualizar tudo o que preciso por aqui, ok?
Lembrando que nesse mês natalino tenho de fato muito o que postar. Quero me livrar de todas as resenhas pendentes e os vídeos que prometi fazer esse mês. Portanto aguardem novidades!


Resenha de "Amaldiçoadas" (Jessica Spotswood)






Sinopse: Cate Cahill tomou a decisão mais difícil de sua vida e resolveu largar tudo para proteger aqueles a quem amava, mas não poderia imaginar os obstáculos que ainda teria pela frente.
Agora, vivendo disfarçada entre as outras moças da Irmandade, ela precisa se manter a salvo dos implacáveis caçadores de bruxas e lidar com grandes dilemas pessoais, como a distância de seu grande amor e os conflitos que envolvem suas irmãs Tess, uma menina doce e ingênua que guarda um grande segredo, e Maura, a jovem bela e ambiciosa que pretende fazer de tudo para se tornar o centro das atenções.
Será que Cate está pronta para liderar as bruxas de sua geração e ganhar o respeito de uma sociedade que condena a feitiçaria? E seria ela a bruxa da profecia, a mulher mais poderosa já nascida em muitos séculos e capaz de revolucionar a história do mundo?
Envolva-se ainda mais na história de Cate e de todas as mulheres fortes que a cercam e segure seu coração para torcer pelo amor de Cate e Finn neste volume que traz revelações imperdíveis antes da conclusão da saga das irmãs Cahill.

Amaldiçoadas é a continuação de Enfeitiçadas, que vocês podem conferir a resenha AQUI. Peguei o livro de forma ansiosa, porque todo mundo sabe como a autora destruiu meu coração com o final do livro anterior. E posso dizer que ela não fez diferente nesse. Na verdade percebo que Spotswood segue uma linha de raciocínio que é muito interessante e singular nos volumes dessa série. 

Como é o segundo livro, eu não vou me focar em falar o que exatamente acontece nele, além do fato de que Cate está em um lugar diferente, vivendo uma situação diferente e tendo que se adaptar a uma nova vida e muitas responsabilidades que ela não contava antes. Também sabemos que tudo o que acontece desde o final do livro anterior, é por conta de uma profecia muito da complicada que jogou a garota fora da normalidade que ela tanto desejava, em prol de proteger as irmãs e Finn de uma situação caótica, tomando tal situação para si mesma e se colocando em um perigo constante por aprender mais como se usa a magia que tem. 

No primeiro livro percebemos muito da ambientação que a autora cria para o leitor. Somos apresentadas a Cate, Maura e Tess, e todo o mundo mágico que gira ao redor dessas bruxas. Como moram em uma cidade pequena, mas muito rígida quanto a bruxaria, elas aprenderam a esconder seus poderes desde cedo.  Então o negócio é bem mais introspectivo e pessoal em relação a elas. 

Já em Amaldiçoadas, a autora eleva a história para um grau mais social. Mostra as revoltas que acontecem contra os Irmãos nas cidades grandes, e como eles respondem -maldosamente - a isso. Leva as bruxas para situaçãos onde elas podem ganhar um status maior e menos temeroso dentro das cidades. Como todo mundo aprendeu a ter medo de bruxas desde cedo, é comum pais denunciarem até as próprias filhas, e isso acaba levando as garotas para hospícios. É como se nesse livro em específico a autora levantasse a ideia de que uma bruxa pode também ter o papel inverso do que eles acreditam, e o motivo de terror para muitos, torna-se salvação para outros. É meio complicado colocando assim, mas foquem em uma coisa: Aqui o lance é social, e a autora não se preocupada tanto com o pessoal delas, mesmo que ele pese nesse livro de forma perigosa. 

Deixa eu contar, eu gostava de Maura no livro anterior. Achava a menina incompreendida, mas impetuosa. Todo o meu amor por Maura foi para o ralo com o final desse livro. Ela é mesquinha, egoísta e dá vontade de bater com a cabeça dela na parede. Que ódio eu tive! E se eu, aqui do lado de fora, tive ódio dela, quem dirá o pessoal lá de dentro. 

A questão da profecia é fortemente abordada, e dessa vez com um grau maior de conhecimento sobre ela, mas não o suficiente para nos tirar do escuro quanto ao "como acontece a bagaceira". Pessoalmente estou bem curiosa pelo terceiro volume. Exijo saber como diabos a autora vai resolver as coisas que deixou pendente. 

Quanto a Finn... valei-me senhor! Quero colocar esse cara no colo e encher de beijinhos! Ele é incrível!!! Adoro esses mocinhos meio nerds que parecem deslocados em tudo, mas se encaixam  em qualquer lugar justamente por isso. E o que a autora faz com esse cara... Argh! Preciso da continuação para ontem!

Deixo a dica para vocês. Uma história sobre bruxas, que começa meio lenta, mas ganha um cunho social bacana nesse volume.

Resenha de "Mate-me quando quiser" (Anita Deak)




Sinopse: Decidindo que sua vida deveria chegar ao fim, mas sem coragem de cometer suicídio, uma mulher contrata Soares, um matador de aluguel. Resolve que sua morte acontecerá na bela cidade de Barcelona, e para isso envia ao seu futuro algoz a passagem de avião e o endereço de onde ficará na Espanha. Ele deverá matá-la no prazo de quatro meses, quando for mais conveniente. Junto com o pagamento, manda também uma foto sua, para que ele saiba quem ela é. Mas ela não quer saber como é a aparência de seu matador. O destino, porém, nem sempre cumpre à risca os planos que costumamos traçar para ele.





Um livro que me chamou atenção a princípio por conta da sinopse. Gostei muito de como ele se apresentou quanto a diagramação, e de como a autora vem com a proposta bacana dela, de uma forma singular e curiosa. 

Não tenho como falar um resumo dele que seja maior do que tem escrito ai em cima. Realmente é a história de uma mulher que quer se matar e não tem coragem para fazer isso sozinha, e então contrata um matador de aluguel para fazer o serviço enquanto ela está de férias em Barcelona. Ela não sabe nada dele além do nome, email e do número da conta bancária. O suficiente para enviar o dinheiro do serviço, uma foto dela e tudo o que ele precisa saber para matá-la. 

Apesar de parecer ter esse clima sombrio por conta da morte, o livro tem uma pegada super leve. Começa com ela sentada em um café, observando um certo homem à distância. E esse minúsculo fato vai mudar não só sua vida, como a vida do homem, sua família e a do matador, que sabemos se chamar Soares. Aliás, essa é uma das particularidades do livro... apenas Soares tem um nome próprio. Todos os outros personagens são chamados de "O homem"; "A mulher"; "A loira"; "A morena". São sempre adjetivados, e provavelmente como um recurso narrativo da autora para nos referenciar bem quem eles são dentro da história, e para generalizar os esteriótipos sociais. 

O livro não foca a vida dessa mulher em específico, mas de toda a teia maluca de outros personagens que são ligados a ela direta ou indiretamente. É como se o negócio começasse com linhas retas e paralelas e daí se voltassem umas contra as outras, provocando uma inundação de informação ao ponto de nos fazer rir. Sim, esse livro me fez rir um bocado, exatamente por causa da bagunça que se instala nas relações sociais ai dentro, e até quando não há relação social alguma quando deveria ter. 

Pode ser um livro que incomode alguns leitores, e de fato entendo. O final dele é meio duvidoso, e é possível que cause raiva em muita gente. Até eu, que sou super otimista, fiquei meio chateada com ele. Mas eu entendi a proposta da autora. Na verdade ela não escreveu para agradar e acho que não queria um final bonitinho e quadrado. Desde o início ela tinha uma ideia corajosa e colocou gás no enredo maluco durante o livro, e finalizou da forma como achava que condizia com tudo até então. E como eu me senti meio perdida em muitos momentos, principalmente perto do fim, me peguei pensando numa forma dela finalizar aquilo com algo plausível de acordo com a linha da literatura padrão. Mas ela não o fez, e mesmo que eu tenha ficado meio chateada com algumas coisas, vi lógica no contexto geral de tudo. 

Os protagonistas são peculiares. A definição deles vem de acordo com quem eles são dentro da teia maluca que Deak criou. Isso é interessante porque causa um distanciamento na história, que vezes segue O Homem, vezes A Mulher, vezes Soares... Eu gostei de ter visto tudo por cima. Outro ponto para a desenvoltura da autora. 

Também achei a escrita dela uma delícia. Carregada de tiradas inteligentes, e com um texto conciso, foi bem fácil me sentir ligada a narrativa. Veja bem, não me liguei nos personagens, mas a narrativa é ótima. 

Então assim, é um livro perigoso no sentido de que você pode odiá-lo, mas eu curti muito. Bem mais pela ideia e por tudo o que ela constrói desde o início, do que pelo final. Acho que deixei o final de lado depois de tudo, mesmo que desde o princípio esperássemos por ele. 

Leituras do mês de Novembro


Olá, gente!
Estou meio atrasada com essa postagem de acordo com a minha programação do mês, mas anda insuportável conseguir fazer qualquer coisa com a falta de computador. Ainda assim vou tentar cumprir o máximo que conseguir da minha meta.
Vamos ver o que li e o que achei de novembro.


Resenhas Feitas:
Mundo Novo/Ligeiramente Casados/Cartas de amor aos mortos/Sonhos Despedaçados/Mentirosos/Coroa da Meia-Noite

Resenha de "Mundo Novo" (Chris Weitz)



"Delicioso"


Sinopse: Imagine uma Nova York em que animais selvagens vivem soltos no Central Park, a Grand Central Station virou um enorme mercado… e há gangues inimigas por toda a parte. É nesse cenário que vivem Jeff e Donna, dois jovens sobreviventes da propagação de um vírus que dizimou toda a humanidade, menos os adolescentes. Forçados a deixar para trás a segurança de sua tribo para encontrar pistas que possam trazer respostas sobre o que aconteceu, Jeff, Donna e mais três amigos terão de desbravar um mundo totalmente novo. Enquanto isso, Jeff tenta criar coragem para se declarar para Donna, e a garota luta para entender seus próprios sentimentos - afinal, conforme os dias passam, a adolescência vai ficando para trás e a Doença está cada vez mais próxima.

 Eis a melhor distopia que li no ano, e vocês bem sabem que isso não é pouco para mim, que sou uma maluca por livros distópicos. Algumas particularidades de Mundo Novo fizeram com que ele subisse todos os pontos possíveis no meu ver, e ainda que não tenha muito da filosofia empregada nos melhores distópicos que li na vida, existe uma frenesi pela busca de sobrevivência, mesclando o real com coisas bizarras, e que me deixou completamente apaixonada pelo livro. 

A história aqui gira em torno de um vírus que matou todas as pessoas acima de dezoito anos, e abaixo de doze. Num país onde só os adolescentes sobreviveram, eles tiveram que aprender a continuar sozinhos, e pegar responsabilidades que talvez não quisessem. É desse forma que conhecemos Jeff e Wash. Irmãos que criaram uma espécie de tribo em um espaço reservado de New York. Wash está prestes a fazer dezoito anos, a idade limite de sobrevivência, e por isso ensina Jeff como continuar comandando a tribo sem ele. 

O inevitável acontece, Wash se vai, e Jeff fica sozinho para dar conta da alimentação para sua tribo, que a cada dia é mais escassa, e os possíveis predadores - naturais e não naturais - que agora passeiam livremente pela cidade. Quando Gênio, o garoto responsável pela parte tecnológica da tribo, aparece com uma ideia para uma possível cura da Doença, Jeff acaba dando atenção a ele. Afinal, uma hora ou outra todos iriam crescer e morrer, e pensar no futuro vira crucial dentro da comunidade. 

A ideia se concentra em ir até os laboratórios onde a Doença era estudada, e colher informações. Para isso Jeff leva além de Gênio, Donna - sua amiga de infância e paixão adolescente; Peter, o melhor amigo de Donna, que também é gay; e Minifu, uma baixinha invocada que é especialista em artes marciais. 

Parecia algo simples, cruzar a cidade até chegar no laboratório. Mas acredite quando eu digo que não existe absolutamente NADA de simples nessa história. A não ser, talvez, o jeito fantástico e perfeito que os protagonistas narram até as histórias mais bobas. Sim, o autor teve uma familiaridade impressionante com o linguajar jovem. Como vemos os pontos de vista de Donna e Jeff, temos versões de garotos e garotas, o que torna mais incrível ainda, mesmo que Donna não seja o exemplo de delicadeza. 

Então o primeiro ponto positivo é de fato a narrativa do autor. Ele te insere com facilidade no cotidiano desses jovens num mundo destruído e com regras novas e nem sempre melhores do que as que existiam antes do fim do mundo, Aquilo não é fácil para nenhum deles, e cada um tem seu motivo para odiar a vida, mas continuam lutando, no sentido literal da palavra porque eles são guerreiros incríveis. Desses que não tem problema algum em fazer o que é necessário quando a situação pede. 

O pessoal diz que pelo estilo de narrativa, e até pelo enredo, esse livro se assemelha muito ao Cidade da Meia-Noite. Não concordo quanto a narrativa. Acho o escritor de Cidade da Meia-Noite muito mais evasivo e impessoal do que o Chris. As distopias escritas por homens tendem a ter esse diferencial quanto ao emocional, por exemplo, mas não acontece com Mundo Novo de um jeito que te distancie o suficiente para que não sofra por cada morte, ou cada escolha. Na verdade, Chris tem um potencial sensacional de te inserir na vida de seus personagens com frases leves, adolescentes, e ainda assim muito maduras. 

E sobre o enredo, talvez se assemelhe um pouco sim, mas em Cidade o negócio tem muito do irreal, como aliens e tal. Além de que a explicação para a morte das pessoas lá não existe, por enquanto. Aqui temos essa explicação e ela pareceu muito plausível para mim. 

O que mais gostei no livro, além da escrita do autor, foi ele ter subdividido New York em partes, e cada parte dessas é comandada por uma espécie de tribo, ou como eu costumo chamar, de gangue. 
Saca esses filmes americanos quando vemos uma divisão racial nas escolas com brancos, negros, porto riquenhos e ricos? É basicamente isso, só que com adolescentes. Meio que deixa a ideia de que ainda que não tenham adultos, os jovens absorveram demais deles para conseguir fazer um mundo novo completamente diferente. Na verdade o nome do livro é uma ironia, porque o mundo aqui não mudou. Ainda existem pessoas querendo mandar em outras e divisões de classes que são brutais. A diferença é que não existe quem controle a situação, e então vira uma barbárie com adolescentes de armas na mão. E olha, eles são muito bons nisso! 

Apesar de não ter curtido a capa nacional, eu gostei de poder procurar os personagens nela. Alguns são visíveis, como Jeff, Donna e Minifu. E outros eu ainda estou procurando para entender. De fato o desenhista fez um trabalho poderoso em retratar cada um deles com as características usadas pelo autor. 

Querem mais um forte motivo para ler Mundo Novo? É uma distopia escrita por um homem, logo não tem o "mimimi" que algumas costumam ter. A situação aqui não é voltada para um romance, como a sinopse faz parecer, E quando acontece algumas situações desse tipo, elas são muito mais animais do que românticas. Entendem do que estou falando? Pois é

Comentei em vídeo que Mundo Novo tem um final de arrancar cabelos. Parece muito com o final de um dos Resident Evil, que não sei qual é porque existem muitos e eu não sou exatamente fã. E não, não estou falando de zumbis e coisas do tipo. Só uma sensação de os personagens ali estavam cegos diante de uma coisa maior. Como se tivessem sido cobaias, entende? 

Eu AMEI, gente! É uma distopia cheia de ação e bem despretensiosa. Vem com uma proposta e levanta questões importantes, como o fato do Jeff acreditar que existe um lado bom nesse "fim do mundo". Que essa pode ser uma oportunidade de recomeçar e fazer dar certo, quando até ele sabe que as divisões que fizeram para sobreviver já é a velha coisa se repetindo, só que muito mais cruel. 

Se recomendo? Fala sério! Vai ler!!!!

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