O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos [Filme]





Sinopse: Após ser expulso da montanha de Erebor, o dragão Smaug ataca com fúria a cidade dos homens que fica próxima ao local. Após muita destruição, Bard (Luke Evans) consegue derrotá-lo. Não demora muito para que a queda de Smaug se espalhe, atraindo os mais variados interessados nas riquezas que existem dentro de Erebor. Entretanto, Thorin (Richard Armitage) está disposto a tudo para impedir a entrada de elfos, anões e orcs, ainda mais por ser tomado por uma obsessão crescente pela riqueza à sua volta. Paralelamente a estes eventos, Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) e Gandalf (Ian McKellen) tentam impedir a guerra.

 Se teve uma coisa que aprendi com toda a saga de heróis dentro da Terra Média, é que realmente não estou pronta para me despedir disso tudo. Aliás, acredito que jamais estarei. O The Last Goodbye que fizeram como canção final dese filme não serviu com esse propósito para mim. A Terra Média é e sempre será a única fronteira que não terá fim no meu coração. Tolkien pode ter morrido, mas a ideia persiste, e enquanto ela persistir, eu estarei junto. 


A Batalha dos Cinco Exércitos é de fato o que o nome sugere. Chega uma hora que você fica na expectativa para saber o que mais pode acontecer ali no meio, e normalmente somos surpreendidos por alguma cena de fazer babar, ou chorar, como foi o meu caso. Não minto para ninguém quando digo que sou uma manteiga derretida quando o assunto é Terra Média. 

Vamos dizer que o nosso lindo rei anão, Thorin, deu uma piradinha por conta de um certo tesouro das montanhas. Ok, ele deu uma piradona! E isso serviu para mostrar o quão bom ator é o Richard em retratar essa mudança de uma maneira tão sutil. Em filmes de ação, como é o caso desse, é difícil colocar sentimentos sutis nos personagens, e ele conseguiu. Passei de amor a raiva de Thorin em apenas algumas minutos. Queria bater a cabeça daquele anão na parede e dizer "Meu bem, deixe de ser idiota e acorda para Jesus". Mas lá no fim eu já tinha perdoado o cara e todo o meu amor já estava resgatado. 


Uma coisa que adoro é o senso de humor dos anões. Apesar de já amar Gimli em O Senhor dos Anéis, não sentia tanta paixão pela raça quanto senti com alguns deles juntos. Os caras riem das coisas mais absurdas, e dizem besteiras quando não tem espaço para elas. Sempre tive admiração pelos elfos, mas percebi com esse filme que preferiria jantar numa mesa com anões. 

Já os elfos... Nossa, como aquele pai de Legolas é odioso! E sim, as vezes pensava mais nele como mãe do que pai. rsrs. Mas continuo amando as táticas perfeitas de combate dos caras, e a forma leve como eles se mexem, além da lírica como falam. Sou doida por esses carinhas e não tem como negar. Sem contar que Legolas arrasa nesse filme, como em todos os outros. O homem tem as cenas mais fisicamente absurdas e perfeitas. Ele é um puta de um elfo fantástico. Daria um rei incrível. 


Bilbo. Bilbo. Bilbo. Acho que o nome dele em si já deveria ser colocado como um elogio. 
Sempre amei os hobbits, fato! Não resistia as piadas de Pimpim e de Merry, nem o jeito cuidadoso de Sam para com Frodo, que era um mar calmo entre hobbits malucos. Mas Bilbo é um pedaço de todos eles. E Martin interpretando é algo divino. Na verdade esse cara fazendo qualquer coisa é divino. Mas ele deu uma identidade a Bilbo que jamais se apagará na minha cabeça. Me apaixonei perdidamente por esse hobbit ladrão de jeito arteiro que comanda o mundo com um sorriso e uma pitada de genialidade. Ele é... ah, apenas Bilbo. 


Se vocês me deixarem, farei desse post imenso de tudo de maravilhoso que achei nesse filme. Mas também encontrei coisas que me incomodaram. 

Era um filme essencialmente de batalha, e entendo uma cena ou outra no meio mais individualista, mas em alguns momentos eu senti que o foco se perdia. Não deu aquela bagunça no meu coração que O Retorno do Rei teve com o final de O Senhor dos Anéis. Senti falta de mais cenas de Bard, principalmente no fim, e de cenas de batalha dos anões que passei esse tempo todo acompanhando. Até Gandalf se apagou um pouco nesse filme porque o foco era Thorin, Kili, Fili, Bilbo, Legolas e Tauriel naquela montanha maldita. Tudo bem, o foco de tudo ali eram eles mesmo, mas não me incomodaria de ver um pouquinho do resto lá na bagaceira da batalha principal. E nem a sensação de término eu tive depois que tudo acabou. Não sei, mas algo faltou. 


Também fiquei meio aérea em relação a dados que não batiam entre esse filme e O Senhor dos Anéis. Por exemplo... No final desse o pai de Legolas diz para ele procurar um homem chamado PassosLargos, que todo mundo sabe quem é. E se entre essa história e O Senhor dos Anéis existe 60 anos de diferença, isso significa que PassosLargos tem quantos anos? É isso mesmo, produção?


No mais eu achei que eles fizeram ligações interessantes na história. Como o princípio da queda de Sarumam, o que acontece com Galadriel e anéis mágicos, e como uma cena com elfos fodas e magos fica parecendo que estou vendo um jogo de RPG em ação. Tem ainda o amor de Bilbo pelas montanhas, a roupa que ele ganha de Thorin e o isolamento familiar de Legolas. 

Aliás, o final desse filme me deixou com aquela impressão de que nunca um herói voltará completo de suas jornadas (ver postagem sobre saga do herói). Ele deixa uma parte sua, e leva um pouco da podridão e tristeza que viu. A forma como Bilbo encontra sua casa quando volta para o Condado retrata exatamente o seu coração, e a arrumação leve que ele faz me diz como ele pode ser maravilhoso tentando recuperar sua vida. 


Como disse no Facebook, cheguei a duas conclusões com o final desse filme. A primeira é que as flechas de Legolas acabam (rindo alto) e a outra é que Bilbo é - de longe- meu hobbit predileto. 


Se estou sentindo falta da Terra Média? Não, porque como disse, ela já está enraizada em mim e não sairá do meu coração. Digo e repito para todo mundo que minha ligação com aquele lugar é mágico, e que tenho certeza que morei no Condado em alguma vida passada. Não acredito em hipótese nenhuma que seja um lugar feito somente para livros. Tolkien provavelmente foi meu vizinho e me contava histórias enquanto fumava um cachimbo e eu bebia chá. 

Lá e de volta outra vez, e nunca uma frase foi mais perfeita.