Sinopse: A série conta a história do explorador Marco Polo, acompanhando suas viagens de explorações, com suas aventuras em diversos países do mundo, e atuando como espião do embaixador de Khan, da corte de Kublai Khan no Século XIII. Um lugar onde reinam as artes marciais, manobras políticas e batalhas colossais.
Eu e meu filho sempre brincamos de Marco Polo. É bem comum eu sair procurando Rafael em casa gritando por "Marco" e ele respondendo o "Polo" de uma forma risonha e descontraída. E tudo o que eu sabia de Marco Polo era que ele dava nome a essa brincadeira de criança e que tinha sido um explorador. E logo eu, que sou tão curiosa em relação a pessoas importantes da história, me vi surpresa quando percebi que o cara tinha sido um morador da corte de um Khan.
Eu sou uma fanzoca das séries do Netflix. Um dos meus grandes amores de série do ano saiu de lá, que foi o Hemlock Grove. Então quando vi essa nova série histórica, resolvi apostar. Imagina minha surpresa quando percebi que a Netflix havia liberado a primeira temporada inteira de uma única vez. Se tem uma coisa que odeio é esperar, então simplesmente sentei numa cadeira pela manhã para ver o primeiro capítulo, e sai dela só de noite, quando os dez capítulos de quase uma hora cada um, tinham acabado. Eu estava apaixonada e super ansiosa pela segunda temporada.
Vou ter que pedir desculpas a vocês porque não vou me lembrar do nome das pessoas. Sou terrível para lembrar dos que me são comuns, imagina os orientais! Mas vou tentar situar o máximo que puder o personagem que citar dentro da trama.
Enfim, Marco Polo é de Veneza. Cresceu com uma tia quando a mãe morreu, e sabe que o pai é um mercador que vive viajando pela Rota da Seda. Só depois de muitos anos de nascido é que o pai retorna a Veneza, descobrindo que tem um filho e que seu antigo amor havia morrido.
Contra a vontade do pai, Marco, um adolescente impulsivo, embarca escondido no navio que irá levar o pai e o tio de volta para a Rota. E não tendo como enviar o garoto de volta, eles resolvem que ele irá junto.
O problema é que só viaja por essa rota se você tiver autorização e pagar impostos ao senhor mongol Kublai Khan, neto do famoso Gênghis Khan. Claro que ele é tão impiedoso quanto o avô! E quando a família de Marco não consegue a autorização para continuar com a viagem, o pai dele resolve fazer uma troca. O filho para a corte de Kublai em troca de passagem livre pela rota. E por gostar da forma como o menino relata os fatos, o Khan resolve aceitar a troca.
Imagina a cabeça desse coitado tendo que viver em cima de uma corda bamba na corte de um impiedoso guerreiro e precisando aprender a lutar, andar a cavalo, escrever, falar e se comportar como um mongol. É de pirar a cabeça, de fato. Mas o que deveria enlouquecer Marco, o torna mais forte. Ele sai de apenas um menino desconfiado e atento, para um homem que cumpri suas responsabilidades. Ele realmente se torna um mongol, mesmo que a parte italiana permaneça nele.
Olha, eu curto muito cultura oriental. Não sou uma fanática por ela, mas tem algo nos orientais que sempre me prende em frente aos filmes. E no caso de Marco, me prendeu legal na série.
Posso dizer que tiveram o maior cuidado com a parte histórica. Nada daquela época passa despercebido no seriado, ainda que seja só um tipo de tecido usado nas roupas, ou como o império chinês era organizado. Os roteiristas souberam fazer o trabalho de pesquisa direitinho, e usaram de uma puta equipe de direção de arte para trazer a vida a corte do Khan e tudo ao redor deles.
Mas se tem uma coisa que me deixou encantada, pode ter certeza de que foram as lutas. Nunca foi uma apaixonada por artes marciais, mas acredito que mudei de ideia depois de ver Marco Polo. Só não me matriculo em uma escola de Kung Fu agora porque tenho muito amor pela minha sanidade corporal, e eu vi o quanto o coitado do Marco sofreu para aprender o básico.
Existem três grandes mestres nessa história. Um é o professor de Marco, um cego que enxerga mais do que eu e todos vocês juntos, o que me deixou babando; o chanceler chinês, que é um dos vilões; e uma cortesã da corte chinesa que, puta que pariu, se movimenta com uma graça incrível em combate. Tem uma cena dela lutando nua que vale um prêmio.
O elenco é muito afiadinho e as ligações entre eles dão muito pano para confusão. Tem o filho do Khan, que começa a sentir ciúmes da forma como o pai confia no estrangeiro, Polo. E as pessoas que vivem na corte de Kublai, e que nunca se sabe se são vilões disfarçados ou mocinhos de fato. É um grupo muito específico, e não vi ninguém sobrando em momento algum. Tudo girou de modo funcional e detalhado entre cada personagem e o ambiente que o cerca.
Tem momentos em que o seriado se torna maçante, mas era só Marco aparecer, como aquele olhar decidido e curioso, que os momentos chatos sumiam. Eu estou completamente apaixonada pelo personagem! Não imaginava que fosse gostar tanto dele, e aqui estou eu, completamente rendida a personalidade do cara. Ele cresceu dentro da corte. É articulado e mede muito as palavras antes de dizer, mas é leal e tem uma admiração enorme pelo Khan.
O seriado é uma delícia, gente! Entrou fácil na lista dos prediletos.
Só espero que a Netflix não demore tanto com a segunda temporada. Sei que é histórico e que essas coisas demoram que só o diabo para gravar, mas estou esperançosa. Ultimamente poucas séries estão me prendendo, e essa me prendeu até eu ver o fim da temporada. Portanto, vale a pena esperar ansiosa por mais.