Resenha de "Tartarugas até lá embaixo" (John Green)

Título: Tartarugas até lá embaixo
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
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Sinopse: Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo.A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses.

John Green é o tipo de autor que se lançar o rótulo de uma pasta de dente, as pessoas vão correndo comprar. Não que eu seja uma delas, passo longe disso. Tenho um carinho especial por Quem é você, Alasca?, mas não morri de amores pelos outros livros que li dele. Não sou uma especialista, mas fico procurando esse best escritor de Young Adult que as pessoas tanto falam, e que pessoalmente não consigo enxergar quando tem tantos outros infinitamente melhores no mercado. Mas enfim, ele caiu nas graças do povo, e eu sigo com a maré por pura curiosidade, esperando o momento que ele vá me impressionar de verdade. 

Nesse livro conhecemos essa adolescente, Aza Holmes, que tem um TOC com relação a doenças. Ela é totalmente hipocondríaca e fica a todo momento pesquisando sobre doenças e achando que está ficando doente. Junto com uma amiga, Daisy, ela começa a investigar o desaparecimento de um milionário, que por sinal é pai de um amigo dela de infância. Elas estão querendo a grana que a empresa oferece para quem tiver notícias do paradeiro do cara. Mas isso irá levar as garotas - principalmente Aza - por uma estrada diferente do que ela tinha imaginado, quando se depara com o amigo já crescido, e tão cheio de sentimentos sobre tudo ao redor dele, se misturando com os dela. 

Ok, não quero que você seja enganado, como eu meio que fui quando comecei a ler esse livro. Apesar de começar com o foco nesse desaparecimento, esse acaba não sendo o foco de fato. Apesar de deixar a entender que o relacionamento de Aza e Davis vai ter alguma tipo de importância, acaba que ele não tem importância alguma. Entenderam onde quis chegar? O livro vende uma ideia que não é o que de fato acontece nele. Sim, tem esses elementos e eles meio que são úteis, mas não são essenciais, saca? 

A máxima da história é a protagonista. Acho que tive uma identificação enorme com ela por também ser hipocondríaca. Eu me sentia mal lendo porque me enxergava em cada atitude bizarra dela, e se olhar no espelho é uma das coisas mais difíceis do mundo. Principalmente se você tem um problema que não aceita como um grande problema até perceber que ele realmente é e que você precisa de ajuda. O TOC de Aza é em demasia, e isso faz com que a construção da menina seja o ponto forte da história, ainda que merecesse melhor desenvolvimento em algumas partes. 

Não é um livro sobre um desaparecimento, ou sobre como um adolescente pode salvar o outro que também está ferrado, mas um livro que mostra alguém com um problema sério, e que começa a entender que ainda que diminuam as crises em alguns momentos, é um problema que vai acompanhar para o resto da vida. Não existe uma alisada do autor de que tudo vá ficar bem, e achei isso ótimo, porque de fato não vai. As doenças psicológicas não deixam de existir com uma fórmula mágica, mas os remédios e a terapia aliviam sim.

Então enquanto trama, achei fraco. Nada do que ele apresenta como trama principal é de fato a trama principal, e as resoluções são fracas em muitos sentidos quanto a proposta que o livro nos dá. Na verdade, não existe uma trama. Existe uma personagem com problemas, e que por acaso se envolveu nessa história, que se desenvolve ao redor dela, mesmo que Aza não costure as teias. Entende onde quero chegar? Não esperem uma Holmes (ótima referência a Sherlock), porque não é exatamente isso. É apenas sobre Aza, e como ela lida com as coisas no seu mundo complicado. E não posso dizer que o autor trabalha os problemas de Aza de maneira bem explicada e inteira, como de fato o problema pede, mas mostra um pedaço do que é, e como muitos jovens podem se identificar na menina e perceber que eles também tem problemas. 

Em resumo, não é um livro bom. Ele merecia muito mais, ele podia ter sido muito mais e acabou na zona do "mais do muito". Tive um carinho enorme pela melhor amiga de Aza, porque sou viciada em Star Wars o mesmo tanto que ela, e por protagonizar uma das melhores cenas do livro, que é uma discussão entre as duas. Fora isso, tive a identificação com o problema de Aza, e só. As tartarugas ficaram até lá embaixo para mim, de fato. 

Por fim, continuo esperando que o autor me impressione o tanto para justificar esse "auê" geral em cima dele. Por enquanto, Green continua naquela zona de histórias Ok com personagens bacanas. 




Resenha de "Sonhos de Avalon" (Bianca Briones)

Título: Sonhos de Avalon
Autor: Bianca Briones
Editora: Bertrand 
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Sinopse: O mito do Rei Arthur recontado de maneira totalmente original e com protagonistas jovens femininas Quem nunca sonhou em viver na Idade Média com Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda? E se todas as versões já retratadas fossem uma tentativa de Merlin, poderoso feiticeiro do rei, de mudar o destino? O primeiro volume de Sonhos de Avalon traz a história de Melissa, uma jovem do século XXI, predestinada a voltar à Idade Média para se casar com Arthur e salvar a Britânia e a magia. Porém, quando sentimentos são envolvidos os resultados podem ser imprevisíveis. Dividida entre a responsabilidade que lhe foi dada e a voz de seu coração, Melissa terá que tomar uma decisão que mudará sua vida e a de todos que a cercam.

Terminei de ler Sonhos de Avalon sem entender exatamente o que estava sentindo com ele. Saca aquele livro que fica em cima do muro, mesmo dias depois da leitura? Esse foi o caso de Sonhos de Avalon. Não gostei de fato, mas também não desgostei. Entendem? 

O que a autora faz aqui é remodelar histórias que já conhecemos muito bem, que são as lendas Arturianas. No caso desse livro, ela vai misturar mundos meio que "paralelos" em tempos diferentes da história. Inclusive tem  passagens que falam sobre outras lendas e histórias de contos de fadas que são reais em outros tantos universos, dentro do que ela criou aqui. 

Em Camelot e Avalon temos Morgana, Artur, Merlin e todos aqueles cavaleiros que bem conhecemos, e no nosso futuro moderno, na cidade de Quatro Estações, estão Melissa e seus dois amigos, Marcos e Paula. Sabemos desde o comecinho que o pai de Melissa está em coma e que o irmão dela morreu no mesmo acidente que incapacitou o pai. Só tem esses amigos para lhe fazer companhia. 

Já em Camelot, nosso foco são as visões da "descolada" Morgana. Ela e Melissa tem momentos extra corpóreos em que uma entra no corpo da outra e vive as coisas que a outra está vivendo, por mais confuso que isso seja para elas, e para nós, pobres leitores. 

O que me incomodou com essa história, é um motivo que na verdade não deveria ter incomodado: A descaracterização dos personagens da história de Artur. Não tive paciência para essa Morgana forçando ser uma badass, nem para Artur boboca, ou Lancelot se fazendo de vítima apaixonada. Isso tudo foi bem chato, admito. E digo que não deveria me incomodar porque os autores são livres para fazer quaisquer leituras de uma fábula, inclusive mudar a personalidade dos protagonistas. Ainda assim, eu cresci lendo sobre as lendas arturianas e me acostumando com aquelas pessoas daquela maneira. Vê-las se comportando como babacas me causou um desconforto absurdo. 

Temos um lance de viagem no espaço aqui nesse livro, e uma certa profecia que deve entrelaçar Artur com Melissa para que a magia possa ter um futuro nesse mundo que está sendo invadido pelos cristãos. Essa abordagem da religião foi até interessante, ainda que de modo bem simplificado em relação a história original e o peso que cristianismo tem sobre ela. Acredito que por ser um livro voltado para adolescentes, fomos apenas pincelados na ideia. 

Se você já conheceu a outra série da autora, esqueça antes de vir para essa. Ali é para um público um pouco mais velho, e aqui não posso acreditar que seja para o mesmo público. Não me desce que seja, porque ainda que tenha muita coisa bacana sobre essa relação da magia com Melissa e Morgana, o ponto principal é um romance, e ele é meloso demais para se fazer crível se levarmos em conta que estamos falando de Artur e Lancelot. Acho que é aí que a autora se perdeu para mim... no romance. Tivesse colocado ele como um ponto extra na história, beleza! Mas acabou que era o "tcham" principal, e acho que estou muito velha para essas coisas. Ou não era para ser o tcham principal, mas tem tanta coisa sobre ele que acabou se tornando na minha cabeça. 

Contudo, gosto de como a autora trabalha o mágico nesse livro. As possibilidades que a magia oferece e como ela liga uma ponta a outra da história com isso. Essa parte da fantasia é bem bacana de se ler. Faz com que o cérebro procure teorias possíveis, e acaba que as revelações são aceitáveis e até legais para o que ela propõe. Isso eu curti. 

Pelo o que entendi, Sonhos de Avalon é o primeiro livro de uma duologia que certamente eu lerei, porque ele termina num plot twist bem interessante. Quero saber que rumo a história tomará a partir daqui.

Deixo a dica para a garotada mais nova. Acho que eles vão gostar dessa história. Não indico conhecer as lendas arturianas por ele - temos ai a Bradley e o Cornwell com histórias incríveis dentro desse mundo. Mas, se você já é um conhecer da história, ainda que seja só pelo desenho A Espada era a Lei, da Disney, venha ler esse livro de cabeça aberta, ok? Só nome de lugares e pessoas são semelhantes.  O resto é uam criação única da cabeça da autora. 

Resenha de "Robopocalipse" (Daniel H. Wilson)

Título: Robopocalipse
Autor: Daniel H. Wilson
Editora: Record
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Sinopse: Ela está na sua casa. Ela está no seu carro. Ela está no céu. Ela está no seu bolso. E agora a tecnologia quer acabar com você. Uma inteligência artificial é criada, Archos. Em segundos de análise de dados, ela conclui que a humanidade é descartável. A partir disso, ela toma conta de toda forma de tecnologia on-line do mundo. Primeiro, pequenos bugs em equipamentos e programas são percebidos, sem que ninguém perceba nenhuma conexão entre os acontecimentos. Então, no que ficou conhecido como a hora H, Archos lança um ataque total contra a raça humana. Por isso, para detê-la, a humanidade deverá fazer algo que jamais foi tentado antes: unir-se por um objetivo em comum.

Sou uma total aficionada por livros pós apocalípticos e afins. Acho que existe um verdadeiro fascínio em observar o que as pessoas são capazes de fazer para sobreviver. Seja por conta de um vírus devastador, zumbis ou, nesse caso, robôs. Depois de assistir Eu, robô você meio que para para pensar o que aconteceria se chegássemos a algo assim. E que dentre todos os apocalipses possíveis na ficção científica, talvez o Asimov tenha se aproximado mais da realidade. Quantos e quantos computadores com A.I são criados todos os dias em prol de facilitar nossas vidas? Diversos. E quem garante que essa A.I não vá chegar a um ponto em que não vá ser possível controlar? 

Esse livro foi de começo difícil para mim. Tenho dificuldade com livros com sejam relatos, e não histórias contínuas. Sofri isso com A Passagem e Guerra Mundial Z. Você vai saltando por histórias aparentemente sem conexão alguma entre personagens que não aparentam ter qualquer reconhecimento da vida um do outro, e nisso parecia que eu estava lendo pequenos contos, e o interesse se perdia facilmente. Não sou grabde fã de contos. Sendo bem sincera? Só vim me entrosar com a história lá para a página 250. Mas de lá para o fim eu praticamente devorei, e bati palmas várias vezes para o autor. 

Sim, alguns personagens tem uma leve aparição e depois não voltam. Outros você acha que nunca mais vai ver e reaparecem lá na frente. Sempre com um tipo de prólogo em cada capítulo, feito pelo o que seria nosso protagonista principal, Cormac, e com epílogo dele em cada trecho deles também. Eram as partes importantes para prender o leitor. Se não fossem essas passagens de Cormac, não sei se teria chegado ao fim da leitura. Porque ainda que os capítulos sejam incríveis individualmente em sua essência, eu preciso de um mínimo de ligação para seguir firme em uma história, e tirando o fato dos vilões serem robôs, no início não há qualquer ligação de nada com nada. 

Uma coisa interessante a se dizer sobre os robôs é que eles não se enxergam como vilões. Mas, Carol, quase nenhum vilão se enxerga como vilão. Eu sei, mas a diferença aqui é que eu entendo as atitudes deles. São máquinas racionais, e naquele momento elas calcularam que o melhor para a sobrevivência dos humanos na Terra seria fazer uma certa "varredura" pelo planeta. Tipo um desafogar do sufocamento de recursos naturais que vivemos. Tá, isso é desumano, mas compreensível. Eles não precisam ser humanos, e não tem muita lógica na ideia. Se continuarmos a viver do jeito que vivemos, em breve nada vai sobrar. Os robôs não estavam preocupados com a sobrevivência deles, mas do planeta em si. Tanto que eles dizimam cidades inteiras, mas conservam os animais e a vegetação. Eles zelam pelo sagrado, entende?

Mas nós somos um tipo de parasita. Nos grudamos naquilo que vá garantir nossa sobrevivência até sugarmos tudo o que tem para ser sugados, e depois mudamos para outro hospedeiro e voltamos ao ato de sugar. É horrível se analisarmos assim, não é? Mas é exatamente assim que somos. Então, sim, entendo os robôs. Mas também admiro essa força que surge por nos manter vivos. Aquela força que está adormecida lá dentro de nós, porque felizmente não vivemos nos tempos da caverna e normalmente podemos botar a cabeça no travesseiro e dormir tranquilos de noite sem o medo de um ataque eminente. O melhor dos seres humanos - e o pior também - surge quando estamos ameaçados. Humanidade é um termo que anda bem junto com caridade, e estamos carentes disso. 

Enfim, é um livro que apesar de ter me cansado um bocado, principalmente no início, deixa uma reflexão ímpar. A última vez que pensei tanto sobre um livro foi com Planeta dos Macacos, e todos sabemos que ele é um clássico da Ficção científica. Livros que nos deixam pensativos é a melhor parte de ser um leitor. De histórias esquecíveis o mundo está cheio. 

Infelizmente não foi um livro que rendeu muitos comentários na internet, o que é uma pena, mas é nitidamente um livro que deveria ser debatido. Todo livro sobre apocalipse deveria ser debatido, na verdade. Porque a ficção científica é o primórdio da ciência e da realidade, e estudarmos as possibilidades é a melhor forma de nos manter vivos. 



Resenha de "Nevernight" (Jay Kristoff)

Título: Nevernight
Autor: Jay Kristoff
Editora: Plataforma 21
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Sinopse: Há histórias sobre Mia Corvere, nem todas verdadeiras. Alguns a chamam de Moça Branca. Ou a Faz-Rei. Ou o Corvo. A matadora de matadores. Mas, uma coisa é certa, você deveria temê-la.Quando ela era criança, Darius Corvere – seu pai – foi acusado de insurreição contra a República de Itreya. Mia estava presente quando o carrasco puxou a alavanca, viu o rosto do pai se arroxeando e seus pés dançando à procura do chão, enquanto os cidadãos de Godsgrave gritavam “traidor, traidor, traidor”...
No mesmo dia, viu a mãe e o irmão caçula serem presos em nome de Aa, o Deus da Luz. E, embora os três sóis daquela terra não permitam que anoiteça por completo, uma escuridão digna de trevas tomou conta da menina. As sombras nunca mais a largaram.
Mia, agora com dezesseis anos, não se esqueceu daqueles que destruíram sua família. Deseja tirar a vida de todos eles. É por isso que ela quer se tornar uma serva da Igreja Vermelha – o mais mortal rebanho de assassinos de toda a República. O treinamento será árduo. Os professores não terão misericórdia. Não há espaço para amor ou amizade. Seus colegas e as provas poderão matá-la. Mas, se sobreviver até a iniciação, se for escolhida por Nossa Senhora do Bendito Assassinato… O maior massacre do qual se terá notícia poderá acontecer. Mia vai se vingar.

Estavam falando tanto sobre esse livro que resolvi que havia chegado a hora de ler. Afinal de contas, eu sou a fanática das fantasias com personagens badass femininas, e quando vieram me contar que Mia era uma dessas, entrei fundo nessa leitura. Não me decepcionei em nada, apesar de ter uma ou outra ressalva. 

Temos essa menina que tem um poder peculiar de manipular as sombras. Ela é acompanhada de um gato feito de sombras que chama de Sr. Simpático. Ele é tecnicamente o único amigo que possui, e para mim é o melhor personagem da história. Depois de ver o pai ser morto e o resto da família ser levada, Mia se esconde e passa a treinar para ingressar na Igreja Vermelha, uma espécie de escola de assassinos, onde ingressa aos dezesseis anos. 

A primeira cena desse livro é realmente incrível. Ela mescla dois momentos diferentes da história da Mia, mas que unem os sentimentos de ambos aos acontecimentos tão diversos um do outro. Sério, fiquei passada com o quão bem escrita que ficou essa passagem. Se estava receosa em ler esse livro, ele me ganhou aqui. 

Daí a gente começa a ver a trajetória da menina até chegar a Igreja, e isso toma boas páginas. E talvez essa parte tenha sido a mais cansativa para mim, porque eu queria saber se ela conseguiria chegar e em que condições chegaria. Sim, o começo pode ser bem exaustivo, e eu enrolei bastante até engrenar na história. 

Já a parte da Igreja é que funciona como uma espécie de escola, com horários de aula e tudo. O interessante é como são chamadas essas aulas, e como parecem fazer sentido quando se lembra que aquela é uma escola de assassinos. Isso talvez tenha sido o ponto máximo para mim desse lugar. 

Como o padrão desse tipo de livro, tem sempre aquele personagem odioso e que pode ser perigoso para a protagonista, e tem aquele romancezinho que aquece o coração. Nada tão meloso, ok? A história tanto do "antagonista" de Mia como do "amante" dela são altamente adultas para um livro tecnicamente escrito para um público mais jovem. Tem cenas violentas e tem cenas de sexo bem explícitas. Então, cuidado ai, garotada!

Sim, Mia é uma badass, do tipo que me deixa orgulhosa de ser mulher. Ela tem atitudes centradas, mas também aquela irreverência e impulsividade de ser apenas uma adolescente. O autor soube pesar a medida certa da personagem sem parecer forçado. Adoro ela!

Uma coisa que me deixou meio triste, mas que acho que será consertado em Godsgrave - segundo livro da série - é que pouco se sabe sobre o mundo que eles vivem. Existe magia, mas existem várias outras coisas também, e nada sabemos além do que os personagens nos contam. Como passamos boa parte da história bitolados em uma escola de assassinos, o mundo lá fora é um mistério. Mas, como o destino de Mia não está mais dentro das paredes da Igreja, acredito que tudo vai ser revelado. 

Muitas coisas ficaram em aberto na história, justamente porque o que o autor queria era nos deixar curiosos e pensativos sobre determinadas situações. Tudo é possível aqui dentro, por isso um corpo desaparecido pode não ser um corpo de fato. Entendem onde quero chegar? 

Enfim, é um livro grandioso. Uma fantasia completa em cada detalhe. As inúmeras notas de rodapé são responsáveis por parte das explicações que precisamos para entender um termo ou um dado que um ou outro personagem colocam. Pode ser irritante, afinal são muitas e longas, mas garanto que isso vai ajudar a construir a ideia de mundo de maneira eficiente enquanto não temos mais dele do lado de fora. 

Fica a dica para os amantes de fantasia. 

Resenha de "Fraude Legítima" (E. Lockhart)

Título: Fraude Legítima
Autor: E. Lockhart
Editora: Seguinte
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Sinopse: Jule West Williams é uma garota capaz de se adaptar a qualquer lugar ou situação. Imogen Sokoloff é uma herdeira milionária fugindo de suas responsabilidades. Além do fato de serem órfãs, as duas garotas têm pouco em comum, mas isso não as impede de desenvolver uma amizade intensa quando se reencontram anos depois de terem se conhecido no colégio. Elas passam os dias em meio a luxo e privilégios, até que uma série de eventos estranhos começa a tomar curso, culminando no trágico suicídio de Imogen e forçando Jule a descobrir como viver sem sua melhor amiga. Mas, talvez, as histórias das duas garotas tenham se unido de maneira inexorável — e seja tarde demais para voltar atrás.


Vou confessar, eu fui uma das leitoras que gostou de Mentirosos. Amei o final que a autora deu a trama e ela marcou muitos pontos comigo com aquele livro. Temos um outro dela traduzido, que tem um nome imenso, mas aquele eu nunca sentei para ler, apesar de ter no Kindle. Quando ganhei Fraude Legítima de amigo secreto, fiquei eufórica. Já imaginava um big plot twist e um enredo que de fato prendesse, mas não foi exatamente o que aconteceu. 

Fraude Legítima tem uma construção inversa de roteiro. Ele é contando a partir do fim, então você já começa sabendo parte dos finalmentes. O importante do livro é te contar como aquilo aconteceu, e é daí que a história começa a se desenrolar. De início eu achei complicado me prender na trama. Por ter essa ordem inversa, passei por umas boas 50 páginas de confusão até entender como deveria interpretar a leitura. Depois que isso aconteceu, fui embora na história. 

Não é de todo um livro ruim. A ideia de construção dele é ótima, e tem momentos realmente instigantes. Mas de modo geral é muito inferior do que foi para mim o outro livro da autora. Os momentos ruins dele superaram os bons. 

A protagonista não tem carisma algum. E repito que não é porque ela é uma anti heroína que deveria ser pouco carismática. O Coringa é um vilão e no entanto é mega carismático. Entendem onde quero chegar? Jule é chata. Apática. Estranha.... Eu poderia dar milhões de adjetivos ruins em relação a ela, e aos outros tantos personagens nessa história, que não cativam nem um pouco. 

As justificativas dela de fazer o que fez também não me convenceram. São fracas e objetivas demais. As vezes é importante saber como aquilo chegou naquele ponto de maneira mais poética, saca? Para dar credibilidade a certas atitudes. Até o mais fuleiro dos psicopatas tem um histórico que pode ser aterrorizante. Esse passado dela foi apenas pincelado, e esse traço de pincel não foi suficiente. 

E outra, depois que li eu fui assistir ao Talentoso Ripley, que foi onde a autora se inspirou para escrever essa história - ela conta isso nos agradecimentos do livro. E pra que eu fui fazer isso? Até ter lido apenas o livro eu tinha dado 4 estrelas, depois de ver o filme eu dei três e só para fazer favor. Teria dado facilmente 2 porque o livro é uma cópia total do filme. Inclusive alguns diálogos, mudando apenas o gênero dos protagonistas. E mais, percebi o quanto o livro era raso, porque o Ripley é um personagem absurdamente bem construído e carismático - viram só? - Já a Jules não é nenhuma das duas coisas. 

Esperava um final com um belo plot twist, que não apareceu. Tem lá uma certa revelação que pode ser que pegue um ou outro leitor, mas nada daquilo me surpreendeu. Só revelou que o título do livro fazia muito mais sentido do que se esperava dele. E sinceramente? Não sei se por ter lido um livro da autora, mas já estava preparada para algo assim. 

Ao final de tudo, cheguei a conclusão de que Lockhart pode ser um desses autores que só funcionam maravilhosamente bem numa primeira leitura. Ela tem um estilo bem próprio e que deixa o leitor confortável, e isso não é de um todo bom, visto que ela escreve reviradas que tendem a ser extraordinárias. Mas se um leitor já conhece e está preparado, dificilmente vai cair nelas.

Enfim, é um livro (plágio) razoável. Não mais do que isso. 


Tenha a versão física de A Mais Bela Melodia

foto by novaerabooks.blogspot.com

Bom dia, pessoal!
Então, hoje vamos falar sobre a versão física de A Mais Bela Melodia, que vocês bem sabem que é o primeiro livro da trilogia Melodia, que lancei tem alguns anos. 

Por enquanto estou pegando os nomes de quem tem interesse em ter o livro em casa. Inicialmente será apenas o primeiro volume, e pretendo lançar um a cada seis meses, para não pesar no bolso de ninguém. 

Também não se preocupem que a parte chata - a do pagamento - será apenas lá para Março, quando eu fechar a lista dos interessados e ver com a gráfica quanto ficaria para imprimir a quantidade dos interessados. 

Ele deve girar em média de uns 35- 38 reais com frete incluso, e vou abrir pagamento via cartão de crédito e deposito em conta bancária. 

Por hora só preciso de uma lista das pessoas interessadas em ter o livro em casa. E se puderem compartilhar a informação, me ajudaria e muito, ok? 

Aqui vai o link:

https://docs.google.com/forms/d/10Xi1J7EaYqKxfnGnyQsxawEjhMDBGaXT0ciTwF0-vAI/edit

Decepções literárias de 2017


Bom dia, gente!
Temos postagem fresquinha por aqui, com direito a vídeo também.
Vamos ver quais foram minhas decepções literárias de 2017, e abaixo do vídeo (no Youtube) tem os links das resenhas dos livros citados.
Aproveitem!


Resenha de "A Pérola que Rompeu a Concha" ( Nadia Hashimi)

Título: A Perola que Rompeu a Concha
Autor: Nadia Hashimi
Editora: Arqueiro
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Sinopse: Filhas de um viciado em ópio, Rahima e suas irmãs raramente saem de casa ou vão à escola em meio ao governo opressor do Talibã. Sua única esperança é o antigo costume afegão do bacha posh, que permite à jovem Rahima vestir-se e ser tratada como um garoto até chegar à puberdade, ao período de se casar. Como menino, ela poderá frequentar a escola, ir ao mercado, correr pelas ruas e até sustentar a casa, experimentando um tipo de liberdade antes inimaginável e que vai transformá-la para sempre. Contudo, Rahima não é a primeira mulher da família a adotar esse costume tão singular. Um século antes, sua trisavó Shekiba, que ficou órfã devido a uma epidemia de cólera, salvou-se e construiu uma nova vida de maneira semelhante. A mudança deu início a uma jornada que a levou de uma existência de privações em uma vila rural à opulência do palácio do rei, na efervescente metrópole de Cabul. A pérola que rompeu a concha entrelaça as histórias dessas duas mulheres extraordinárias que, apesar de separadas pelo tempo e pela distância, compartilham a coragem e vão em busca dos mesmos sonhos. Uma comovente narrativa sobre impotência, destino e a busca pela liberdade de controlar os próprios caminhos.

É inevitável que quando eu leia um livro que tenha os muçulmanos como foco, eu vá me emocionar em algum momento, ou me rebelar no outro. De fato passei por isso tudo com A Pérola que rompeu a concha. A autora coloca em xeque a todo instante nossa boa vontade em aceitar a cultura dos personagens, porque ainda que seja rica em muita coisa, é altamente pobre no quesito social. 

Esse livro é narrado em dois momentos diferentes. De tempos históricos diferentes e com protagonistas diferentes. A versão do passado é narrada por Shekiba, e a do presente por Rahima. Uma é trineta da outra. 

Com Shekiba vamos acompanhar como a vida dela começou difícil, sofrendo uma séria queimadura quando criança que deformou seu rosto, e como os familiares rejeitam a menina por ser uma garota e uma garota deformada. Ela vive despedidas dolorosas, e é passada de uma mão para outra como se fosse um objeto, o que de fato as mulheres eram  - e são  - nesses países. 

Com Rahima acompanhamos essencialmente o bacha posh, que é um costume afegão para quando as famílias só tem filhas mulheres. Uma delas pode se fazer de menino até que atinja a puberdade. É bem comum por aquelas bandas, e até onde pude entender, é tratado de forma altamente natural pelas pessoas. 

Shekiba também passou pelo bacha posh, mas de maneira diferente de Rahima. De início por necessidade e pela dor do pai, e depois porque jogaram isso como única opção para ela. Shekiba quer ter uma família, mas não consegue pela deformação. Rahima ainda quer correr pelas ruas vestido de menino, mas isso vai ter que mudar para ela mais rápido do que se imagina. 

Olha, esse é um livro indigesto. Porque na minha cabeça ocidental futurista não consigo aceitar que ainda existem situações que as mulheres não tenham punho para ter sua própria voz. Lendo A Pérola que Rompeu a concha percebi que isso não é apenas um costume antigo - nascer para servir e procriar - e a atualidade desse problema me corroeu durante toda a leitura. Para mim, é inaceitável que isso exista. É desumano. 

Saca um livro que causa falta de ar? Pois bem, é isso mesmo. Uma melancolia e uma tristeza sem fim. Foi difícil pra cacete terminar essa leitura, e não por ser um livro ruim, ao contrário disso, mas pela falta de esperança que ele causa. É difícil engolir que essas mulheres não podem pensar num futuro diferente para elas. Que só tem aquilo e acabou. E que aceitar esse nasib (destino) é a única coisa que podem fazer. 

Ainda que a mensagem final do livro seja de esperança de que as coisas estão mudando para melhor em relação a essas mulheres - vemos isso em muitas passagens do texto de Rahima, ainda é lento demais no meu ver. Ainda é doloroso demais de acompanhar. E ainda vou pensar várias vezes antes de começar a ler um livro sobre mulheres nessas condições deploráveis e humilhantes de vida. 

Então, Carol, é um bom livro? Sim, um livro maravilhoso, mas indigesto. Me fez pensar como nós, ocidentais, somos felizes por podermos escolher com quem casar, o que usar, o que não quer e lutar pelo o que quer. Acreditam que nem TV os maridos deixam elas verem? E sabem porque? Para não se iludirem com a vida que as mulheres do ocidente tem, porque nunca a delas vai ser igual. Ai que isso me dá uma puta raiva! Vontade de explodir todos esses homens, e não estou nem ai se essa é a cultura deles. Uma mulher tem direito a tudo! Todo mundo tem que ter os mesmos direitos, seja lá o que o Deus deles diz - ou o que eles interpretaram dele. 

Viram como foi um livro que me pegou de jeito, não é? Fiquei desolada com ele, mas apaixonada também. Foi libertador acompanhar a vida dessas duas mulheres em busca de um mundo melhor para elas. Recomendo esse livro com vontade. Difícil, mas essencial. 


Resenha de "Um Trono Negro" (Kendare Blake)

Título: Um Trono Negro
Autor: Kendare Blake
Editora: GloboAlt (Cedido em Ação)
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Sinopse: A batalha pela coroa já começou, mas qual das três irmãs triunfará? Após os inesquecíveis acontecimentos da Cerimônia da Aceleração e com o Ano da Ascenção em andamento, as apostas mudaram Katharine, outrora a irmã mais fraca, agora está mais forte do que nunca. Arsinoe, após descobrir a verdade sobre seus poderes, deve aprender a usar seu talento secreto a seu favor, sem que ninguém descubra. E Mirabella, antes a favorita para o trono, enfrenta uma série de ataques enquanto vê a fragilidade de sua posição. Em meio ao perigo constante, alianças serão formadas e desfeitas na fantástica continuação de Três coroas negras. As rainhas de Fennbirn terão que combater a única coisa no caminho entre elas e a coroa umas às outras.

Um Trono Negro é o segundo volume dessa série da Kendare, e apesar de ter tido minha birra com ela depois de ler Anna Vestida de Sangue, se redimiu comigo com Três Coroas Negra, que é o anterior ao Um Trono Negro. Não posso dizer que gosto mais do segundo volume do que gosto do primeiro, o plot twist do final de Três Coroas Negras é um arraso, mas não é um livro ruim. Na verdade, é o típico livro do meio. 

Acreditando que se você está lendo essa resenha é porque leu o primeiro volume, vamos relembrar que Katherine volta para casa superando todas as expectativas sobre ela, e que Arsinoe aparece com poderes que ela não deveria ter. Lembraram? Pois bem, aqui nós vamos ver o desenrolar disso. Não que se explique como elas chegaram até ali, mas um desenvolvimento maior do que fazem com a novidades que lhes aparece. 

As três rainhas estão naquele ano complicado em que elas precisam se matar até que reste apenas uma. E apesar de Arsinoe e Mirabella não estarem muito inclinadas a isso, Kathy faz pelas duas, mandando veneno feito maluca para todos os lados. Nada da Kathy recatada e pequena do primeiro volume está aqui. A garota parece uma fera nervosa, e ela acaba sendo a melhor personagem desse volume, pelo crescimento. Claro que a explicação que a autora dá para isso fica parecendo meio forçado, afinal pessoas fazem coisas cruéis mesmo sem interferência de outros, mas Kathy ainda é o melhor elemento desse livro. Forte, implacável, revoltada. Uma faixada? Isso vocês só vão saber depois de ler. 

Essa dinâmica entre as irmãs é uma delícia de se ler. Meio cansativo em alguns momentos, porque Mirabella não é a mais ativa das rainhas, e porque Arsinoe anda num período bem chato. Os capítulos delas eram maçantes para mim. Na verdade, Arsinoe perde total a vez dela para a melhor amiga nesse livro, e isso me irritou bastante, já que ela é minha personagem favorita. 

Como no primeiro volume, os coadjuvantes tem um poder enorme nessa série. Em muitos momentos bem mais do que as rainhas, e por isso gostei de Kathy aqui. Ela soube se impor e todos os outros ao redor dela sumiram. Isso é o porte de uma rainha! 

Esse livro foi o típico livro do meio, e eu que achava que era uma duologia, levei um susto quando cheguei ao final e tinha muita coisa para ser explicada ainda. Deixou um gancho estúpido para o terceiro, e uma vontade de esganar um ou outro personagem. 

Apesar de contar com mais ação do que Três Coroas Negras, não foi um livro que eu tenha gostado tanto. E olhe que adoro ação em fantasia! E acho que essa minha revoltinha tenha muito da falta de várias explicações sobre várias coisas aqui. Sem contar que estou esperando a hora de Mirabella e Arsinoe se portarem como rainhas. 

Enfim, curiosa pelo próximo livro. Não tem o plot twist do primeiro, mas ainda assim tem um final agonizante.

Leituras de Outubro, Novembro e Dezembro de 2017

Olá, pessoal!
E hoje vamos com mais um vídeo?
Dessa vez com as leituras que fiz em outubro, novembro e dezembro do ano passado.


Metas para 2018

Olá, gente!
Na última postagem vimos os livros mais incríveis que li em 2017. Hoje vamos dar uma olhadinha nas minhas metas literárias para 2018. Simbora?


Top 10 Melhores Leituras de 2017

Olá, pessoal!
Vamos dar uma olhadinha nas minhas 10 melhores leituras de 2017?
Tem muito livro legal ai!


Resenha de "A Pedra Pagã" (Nora Roberts)

Título: A Pedra Pagã
Autor: Nora Roberts
Editora: Arqueiro (Cedido em Parceria)
Skoob: Adicionar

Sinopse: Partilhando visões de morte e fogo, os irmãos de sangue Cal, Fox e Gage, e as mulheres ligadas a eles pelo destino, Quinn, Layla e Cybil, não podem ignorar o fato de que o demônio está mais forte do que nunca e que a batalha final pela cidade de Hawkins Hollow está a poucos meses de acontecer.A boa notícia é que eles conseguiram a arma necessária para deter o inimigo ao unir os três pedaços de jaspe-sanguíneo. A má notícia é que ainda não sabem como usá-la e o tempo está se esgotando.
Compartilhando o dom de ver o futuro, Cybil e Gage podem descobrir a resposta para esse enigma se trabalharem juntos. Só que, além de não terem nada em comum, os dois se recusam a ceder aos próprios sentimentos. Um jogador profissional como Gage sabe que se entregar a uma mulher como Cybil – com a inteligência, a força e a beleza devastadora dela – pode ser uma aposta muito alta. E qualquer erro de estratégia pode significar a diferença entre o apocalipse e o fim do pesadelo para Hawkins Hollow.
Em A Pedra Pagã, Nora Roberts encerra a emocionante trilogia A Sina do Sete, uma história sobre família, amor e amizade que consegue arrancar arrepios e suspiros de seus leitores.

Essa é minha série predileta da autora, sem sombra de dúvidas. E já disse diversas vezes aqui que o motivo é o sobrenatural envolvido nela, e não o romance. Romance de Nora Roberts não é algo que eu ame. Um monte de água com açúcar para encher linguiça. E não que aqui ele seja inexistente, mas não é a prioridade para mim como leitora. 

Aqui vamos ver a finalização dessa trilogia que começou deliciosa com Irmãos de Sangue. Como já sabemos da estrutura da autora, aqui temos um foco em um dos casais, e como sempre, o melhor casal , o que deveria ser, fica por último. Nesse caso é Cage e Cybil, os responsáveis pelas previsões de futuro do grupo. 

Não vou falar sobre enredo porque se você já está lendo essa resenha é porque leu os primeiros volumes da série. Então vamos as minhas impressões, ok?

Certo, eu realmente gostava muito desse casal, até o momento em que chegou o livro deles, quando os achei altamente entediantes. Não sei como explicar isso, mas a espirituosa Cybil e o delicioso Cage estavam um completo saco aqui. Um blá blá blá sem fim de "eu não quero me apegar" e "eu não preciso de você". Pareciam dois adolescentes brigando contra o óbvio. Esse tipo de interação me cansa bastante e perto da metade eu já não estava dando a mínima para eles e querendo ver logo a resolução sobre o demônio. 

Também achei bem chato essa coisa de tudo o que acontecia o grupo se reunir para escrever em um diário. Não que não fosse necessário, mas eram cenas extremamente repetitivas e isso também cansa miseravelmente o leitor. Confesso que as duas últimas eu pulei quase tudo. 

Os pontos positivos ficam por parte das aparições do diabinho, que ainda lembram muito os filmes baseados em livros de King e o terror de Hitchcock. Ou seja, são realmente bons. E como é o último volume, a quantidade de vezes que ele vem a aparecer é bem maior do que normalmente aparece. Nisso dou vários créditos a autora. 

Também curto muito a construção antropológica que ela faz com os antepassados dessas pessoas até chegar ao momento do embate final. Para explicar como as coisas começaram e como se conectam ao presente em que eles estão. Talvez eu tivesse achado meio "fantasiosa" a forma como se resolveu tudo, mas tudo bem, estamos falando de um sobrenatural, né? Ele pode ser fantasioso. 

Enfim, começou como a melhor série dela que eu li, e terminou da mesma forma. Ainda não sou fã da autora, mas gosto pra cacete do sobrenatural que ela pôs nessa história. Dos casais? Nhemm... nem tanto, mas a história em si é ótima. Me lembrou bastante os livros que lia na minha juventude. O Pacto, por exemplo. Tem a dose certa de terror.