Vídeo resenha da série Mundo em Caos (Patrick Ness)


Olá, gente!
Gravei esse vídeo tem mais de um mês, a pedido de alguns leitores do blog, e algumas outras pessoas que acompanham só o canal pelo Youtube. Demorei para trazer o resultado porque nunca gostava da edição, mas no fim resolvi trazer assim mesmo.
Mundo em Caos é uma série que gosto demais, e como toda coisa que gostamos muito, é difícil falar sobre. Contudo acho que fiz um trabalho legal em simplificar os três livros em um vídeo curto.
Se vocês quiserem acompanhar pelas resenhas escritas, segue o link das três: O Motivo, A Missão e A Guerra.


Resenha de "Cartas de amor aos mortos" (Ava Dellaira)



"Mensagens para adolescentes"

Sinopse: Tudo começa com uma tarefa para a escola: escrever uma carta para alguém que já morreu. Logo o caderno de Laurel está repleto de mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Heath Ledger, Judy Garland, Elizabeth Bishop… apesar de ela jamais entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sobre sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era — encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.

De fato precisei de um tempo ausente para conseguir organizar meus pensamentos com calma e escrever essa resenha. Quando terminei de ler não pude parar de pensar que não sabia o que estava sentindo pelo livro, mas que de alguma forma ele me marcou. Nem sempre pelo lado positivo, mas foi justamente o lado negativo que me fez dar todas as estrelas que eu poderia ter dado para colocá-lo dentro da categoria ao qual ele se enquadrava. 

Cartas de amor aos mortos é um romance epistolar. A personagem, Laurel, recebe como tarefa da escola produzir uma carta para alguém que já morreu. Então ela toma isso como algo mais do que simplesmente um exercício de escola e passa a escrever com muita frequência, como se fosse um diário, para algumas pessoas as quais ela admira, sem nunca entregar o trabalho para a professora de volta. Faz disso sua fuga. 

Uma coisa importante sobre Laurel é que ela perdeu a irmã que tanto amava. Então a princípio pensamos que a carta vai ser para Maya, a irmã. E o leitor compreende que esse momento irá chegar, mas não tão rápido, e nunca tão fácil. Laurel meio que se sente culpada pela morte de Maya, e só entendemos o motivo à medida que o livro avança. 

Sabe As Vantagens de ser invisível? Aquele livro que AMEI do Chbosky? Pois bem, a linha é muito parecida. Tem até uma nota do autor na capa e ele está inserido nos agradecimentos. Ambos os livros tem personagens com algum tipo de trauma do passado, e isso os travou no presente. E então um novo ambiente, uma nova fase da vida, novos amigos, e eles encontram a força que precisavam para encarar seus problemas. Isso é o que acontece com Laurel na escola nova. 

De uma forma estranha, não me senti tão conectada à Laurel como me senti com Charlie. Ele era carismático no jeitinho deslocado dele. Já ela é um tanto chata. Lia as cartas pelo seu ponto de vista e não conseguia entender a grandeza de tudo o que autora queria passar com essa personagem em específico. Me vi mais ligada nos coadjuvantes e falas isoladas do que em Laurel. Sabe o que pensei? Que eram cenas incríveis soltas dentro da nova - e forçada - vida da garota. E não que isso tenha sido ruim, afinal costumo ser uma pessoa que tira proveito de tudo na vida, inclusive das coisas desagradáveis. Esse distanciamento que senti só me deixou com aquela sensação de que "nem todo mundo precisa ser simpático para ser grande dentro de si" Laurel era uma garota com problemas sérios de auto confiança, e isso era irritante, mas também intrigante. Entendeu isso? É, pode parecer confuso a princípio. Recomendo ler e ver o que VOCÊ achou. 

Uma coisa que gostei foi que quando Laurel remetia uma carta, ela inevitavelmente acabava colocando um pouco da vida do personagem com quem ela está se comunicando, e fazendo um elo com sua própria vida naquele momento. Começou a gostar de Joplin porque uma amiga adorava e a ensinou a enxergar a si mesma nas canções, e outras tantas ligações. Esses trechos levantavam pontos biográficos interessantes e que pessoalmente me fizeram correr em busca de mais informações sobre as pessoas que Laurel idolatrava, e me forçaram a entender a placidez de vida da garota. 

A vida romântica dela também é trabalhada de uma maneira diferente, porque ainda que acabe numa situação de paz, ela também é sombreada por confusos sentimentos de "nunca serão os mesmos". Você não se apaixona pelo mocinho, mas vê total utilidade dele na vida de Laurel naquele momento crucial de descobrimento e aceitação. 

Eu gostei, gente. Não foi um livro que me arrancou lágrimas, como sei que arrancou de algumas pessoas. Mas ele deixou um incômodo sentimento de melancolia, e isso também é interessante para mim, como uma analista dos livros que leio. Não gosto de terminar um livro apenas com felicidade ou raiva. Não é necessário os extremos para me encantar, e está aí a prova disso. 

Acredito que seja um livro para todos, mas que deixa uma mensagem pulsante nas cabeças mais jovens. 

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Resenha de "Esmeralda" (Cida Santos)


 "Poesia com gosto de liberdade"



Sinopse: Quando a lua surge no céu estrelado e o fogo crepita na fogueira como as chamas de uma fênix, um dueto se inicia. Convidada pelo imperador cigano, Esmeralda responde ao seu canto com histórias em forma de prosa enquanto dança ao som da viola. Um dueto poético que mistura, fé, magia e história. Assim a natureza surge em cada palavra da cigana, nos ensinando sobre as belezas deste mundo.





Gente, estava jurando que já tinha feito a resenha desse livro. Foi só quando estava fazendo o balanço das leituras e resenhas que percebi que estava em falta com ele. Bom, vim para ajeitar esse deslize. 

Recebi Esmeralda tem alguns meses da editora Arwen e o que me chamou atenção de cara foi o capricho com o qual veio o material. É uma editora nova, mas que veio com tudo no que diz respeito a parte física do livro. 

Demorei para pegar porque é de poesia, e sinceramente poesia é algo que leio bem pouco, justamente por ter uma certa dificuldade com ela. E olhe que adorava quando era adolescente! Acho que a idade me deixou preguiçosa. 

E quando eu finalmente peguei para ler, demorei apenas algumas horas entre o Esmeralda e o Caldeirão da Bruxa, que é o livro que antecede esse, e que veio junto com ele num box muito do lindo. 

Como o ideia é poesia, você tem muita subjetividade com o entendimento da história, por isso não vou dizer do que ele se trata exatamente porque eu posso ter entendido algo e outro leitor entendido outro. Uma coisa é certa: A autora usa os ciganos de pano de fundo, principalmente a narradora principal, que dança sua música ao redor da fogueira e proclama versos belos para os ouvintes atentos. É como se ela tivesse uma certa magia em conquistar com as palavras e os movimentos. É fácil entrar naquele clima dos ciganos, até porque eu amo a ideia de povo nômade e tal. 

Mas isso é só a base do que a autora quer falar. Ela coloca a mulher numa posição forte, ao mesmo tempo sofrida em sua narrativa. Como se cada uma fosse agraciada com a capacidade de ter coisas incríveis, como ser mãe, ao mesmo tempo que mostra a força com a qual supera algo tão grande quanto, como a perda. Gostei muito do que ela faz com o "feminino" em ambos os livros. 

Senti que em alguns momentos ela insere poesias que não consegui encaixar bem na ideia principal. Como se a autora tivesse pego suas várias poesias espalhadas e tentasse encaixar na história dos ciganos, e meio que forçava uma situação para isso, tirando o leitor da linha anterior. Isso fez eu me sentir perdida, mas nada que de fato prejudicasse, já que estamos falando de poesia. 

Não sou boa com análise de rimas e versos e essas coisas que eu deveria saber depois de ter cursado um ano inteiro de teoria literária, mas eu curti a sonoridade das poesias. Acho que isso conta para um leitor que não entende da parte técnica, não é? 

Se você está procurando um livro de poesia com ênfase no universo feminino, indico Esmeralda e Caldeirão da Bruxa. Depois me diz o que achou, e se quiser podemos até discutir sobre ele inbox. 

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Promoção Natal com Livros


O natal chegou, e para comemorar, o blog A Prateleira juntamente com maravilhosos blogs literários presentearão nove sortudos!

Regras:
  • O sorteio acabará dia 25 de Dezembro.
  • Os Blogs não e responsabilizarão por nenhum problema com os correios.
  • A resposta com endereço do ganhador, será no prazo máximo de 72 horas após envio do E-mail ao mesmo.
  • Os Blogs participantes terão até 40 dias para o envio do livro.
  • Ter endereço de entrega no Brasil.
  • Seguir todas as entradas principais. 
  • (E tratar de todos os livros recebidos com muito carinho).
Para participar, preencha corretamente os formulários:



Prêmios:




1º Ganhador: 6 Livros + Mimos
           2º Ganhador: 3 Livros                        



Will & Will- A Prateleira
A Menina Mais Fria de Coldtown- Irreparável
Alice no País das Maravilhas- LPM Pocket- Os Tesouros de Uma Leitora Compulsiva
Amigos Inimigos: A Formatura- Literatura: Um Mundo Para Poucos
Bob um Gato Fora do Normal- Segredos do Coração
O Presente- Books And Much More
Escuridão- Vício em Livros
Esmeralda- Mural dos Livros
Muncle Trogg- Cantinho Da Leitura




1º Ganhador: 6 Livros + Mimos
           2º Ganhador: 3 Livros                         

Trabalhando Juntos- Perdidas na Biblioteca
Lições do Desejo- Bibliophiliarium
Dente por Dente- Livros, Vamos Devorá-los
O Segredo das Tranças e Outras Histórias Africanas- Who Is Lara
Maluca Por Você- Relicário
Traições- Estante Jovem
Twittando o Amor- Segredos do Coração
O Acumulador De Troféus- Camila Monteiro

1º Ganhador: 6 Livros + Mimos
           2º Ganhador: 3 Livros                        

Alice - Coleção Clássicos Zahar- Tudo Que Motiva
Trabalhando Juntos- Perdidas na Biblioteca
Meu- Historias Sem Fim
Inspiração- Leitura Maravilhosa
A Cabana- A Colecionadora de Histórias
Mar de Tranquilidade- Segredos do Coração
Por uma Questão de Amor- Minhas Escrituras
Tudo Aquilo que Nunca foi Dito- Doce Literário
Uma prova de amor- Gaveta Abandonada
a Rafflecopter giveaway


1º Ganhador: 6 Livros + Mimos
           2º Ganhador: 4 Livros                        


O Pintassilgo- Por Uma Boa Leitura
Garota Replay- Caverna Literária
Laços Inseparáveis- Fascinada Por Histórias
Minha Metade Silenciosa- Borboletas Literárias
O Homem Perfeito- Livro Lab
Os Solteiros- Malucas por Romances
Para Sempre- Estante Diagonal
Twittando o Amor- Ler Para Divertir
Métrica- Livro Apaixonado
Feitiço- Magiasbook



1º Ganhador: 10 Livros + Mimos

Bela Distração- Apaixonada por Romances
A Menina Mais Fria de Coldtown- Tudo Que Motiva
A Livraria 24h do Mr. Penumbra- Caiu de Paraquedas
A Máquina de Contar Histórias- Da Imaginação a Escrita
Chamado às Armas- Leitura Maravilhosa
Tipo Destino- Dialetica Proposital
Terrível Encanto- Livroterapia
A Outra Rainha - Codinome Leitora
Se Eu Ficar- Canastra Literária
Boneca de Ossos- Canastra Literária

BOA SORTE!!!

Pequena Opinião: "Geek Love" (Eric Smith)

 "Uma delícia"

Sinopse: Eric Smith sabe mais do que ninguém que existem prazeres imensos na vida geek. Amigos incríveis, conversas até de madrugada sobre realidades alternativas ou até mesmo o simples prazer de ler aquele lançamento de quadrinhos. No entanto, chega um momento na vida de todo nerd em que o amor bate à porta e daí vem a hora de jogar o xadrez tridimensional que é o mundo dos solteiros. Não se desespere, jovem Padawan! Deixe Smith guiá-lo por esse caminho e descubra que amar é muito mais do que flores e bombons. Afinal, nada é normal na vida do nerd, e o amor não é senão o mais extraordinário dos fenômenos humanos.

Tem algum tempo que comecei a ler Geek Love, mas por conta do gênero do livro, acabei adiando pegar nele para acabar, e só o fiz no mês passado porque encaixei o livro no meu diário de leitura. Funcionou maravilhosamente bem, e agora estou morrendo de amores pelo livrinho. 

Junte essas três palavras: Ajuda + Nerds+ Relacionamento = Geek Love. 

Tem uma pegada um pouco mais de auto ajuda, e a ideia do autor é auxiliar os meninos mais tímidos, e com um gosto específico, a se chegar numa garota, sendo ela do meio ou não. 
Para mim, que me considero bastante Geek, o livro foi maravilhoso. Entendia a maioria das pidas, menos aquelas que usavam  jogos como exemplo (entendo nada de jogo!). Não é um livro que irá agradar facilmente a todo mundo, até porque não são todos os seres do universo que sabem quem é C3PO e Spock. Portanto quando você entende sobre o que ele está falando, fica mais fácil chegar até onde ele quer, e mais gostosa se torna a leitura. 

Isso não quer dizer que quem não é Geek não vá gostar, mas que certamente terá uma experiência muito diferente da de quem é, 

As ilustrações do livro são lindas e as dicas dele vão de como se vestir e se comportar perto de uma garota que está afim, até os passos mais sérios de um relacionamento. Tudo isso com um humor maravilhoso e uma escrita rápida de ler. Eu só demorei tanto porque estou acostumada a pegar gás com ficção, e realmente me demoro em livros desse tipo, ainda que seja rápido e leve. 

Senti falta de mais dicas para meninas, e não sei se é porque o autor é homem, ou porque é mais difícil para os caras do que para as meninas numa paquera; ou ainda porque a sociedade espera que eles chamem as garotas, não o contrário, mas 80% do livro é para um público masculino jovem. Mas, garotas, não se sintam lesadas por isso. A leitura será gostosa de qualquer modo, e você pode ter o benefício de observar como os meninos também são neuróticos quando o assunto é chamar alguém para sair. 

Me diverti muito com a leitura, e indico de verdade!


A Esperança [Filme]

"Na linha do livro"

Sinopse: Após ser resgatada do Massacre Quaternário pela resistência ao governo tirânico do presidente Snow (Donald Sutherland), Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) está abalada. Temerosa e sem confiança, ela agora vive no Distrito 13 ao lado da mãe (Paula Malcomson) e da irmã, Prim (Willow Shields). A presidente Alma Coin (Julianne Moore) e Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman) querem que Katniss assuma o papel do tordo, o símbolo que a resistência precisa para mobilizar a população. Após uma certa relutância, Katniss aceita a proposta desde que a resistência se comprometa a resgatar Peeta Mellark (Josh Hutcherson) e os demais Vitoriosos, mantidos prisioneiros pela Capital.


O filme estreou na quarta e eu, que pensei que fosse ver assim que saísse, acabei esperando para poder assistir junto com o pessoal no encontro de fãs no Lumiére Cinema aqui de Maceió. O que foi incrível porque ver um filme que é adaptação junto com os fãs deixa o clima do cinema mais ensandecido e cheio de emoção. 

Não vou falar sobre o que é o filme porque se vocês estão lendo essa resenha, significa que já sabem o que aconteceu até agora. Então vou falar do que achei dele, e tentar ser pouco prolixa nisso, ok? 


Em primeiro lugar eu adorei a linha que fizeram do final de Em Chamas, com Katniss entrando em um estado de loucura, com o começo de A Esperança, com ela dentro desse estado de loucura. Meio que penso que a linha de raciocínio do cineasta é incrível nesse filme. Gosto de como a trama foi crescendo nos dois primeiros, e curto muito o que fizeram nesse também. 

Claro que quem só vê os filmes vai achar que esse foi bem caidinho e parado em relação aos anteriores. Mas se você leu os livros vai saber que de fato as 200 primeiras páginas dele é exatamente como está no cinema: Reconhecimento da Katniss como o Tordo, tentativa de mostrar a Panem que ela está viva e bem e toda essa coisa meio lerda que se passou na primeira parte. 


Mas daí temos a genialidade do cinema de poder nos mostrar vários pontos de vista nessa história. Então do mesmo modo que acompanhamos a loucura e dor da garota, também vemos a representação de quem é ela para os distritos isoladamente, provocando o que talvez sejam as melhores cenas de levante que já presenciei nas telonas. Comparo com as de V de Vingança, e isso é o máximo de poesia e loucura que eu identifiquei na minha vida quando se trata de revolução na sétima arte. Foram minhas cenas prediletas, e me arrepio até agora só de lembrar delas. O desapego, a força, a coragem de quem se joga numa situação daquelas é de fazer inveja. Em resumo, as cenas ficaram perfeitas!


Mas também não posso dizer que não gostei do que acontecia no distrito 13. Era aquilo mesmo que tinha no livro, gente. Não tem como mudar a base da história, e eles fizeram uma cópia sensata do livro. Claro que há mudanças, mas vendo com olhos de cinéfila compulsiva e técnica, acredito que essas mudanças tiveram total fundamento, e serão justificadas, à medida da necessidade, no filme seguinte.

As atuações estão condizentes com os personagens, graças a Deus!
Curto muito os atores dessa série e o que eles podem fazer por quem interpretam. Josh foi quem me surpreendeu nesse filme em específico. Apesar de aparecer muito pouco, ele estava genial em cada pequena cena e fala. As duas cenas finais são de dar dó e de fazer babar por ele como ator. E mais uma vez, a última cena é o que gera uma necessidade da Katniss querer destruir o mundo, ou até mais do que isso. 


Então o que posso dizer de mais forte sobre A Esperança, é que filme sobre expectativas. Ele gera uma necessidade de ter uma continuação foda, porque ele cria espaço para isso. Tanto nos relacionamentos individuais dos personagens, como na ligação que todos tem com o o mundo distópico envolta deles. 

Eu observei muitos pontos lógicos nesse filme que terão relevância no próximo. Como se o roteirista e o diretor estivessem preparando terreno para o que virá a seguir. Cenas de uma poesia singular sobre flores, liberdade, dor e sentimentos que talvez nem a própria Katniss reconheça. 


Acho que nunca fiz resenha da trilogia de Jogos por aqui. Eu tenho um pensamento sobre a história que é um tanto diferenciado do pensamento geral das pessoas.  Eu enxergo uma Katniss diferente, e sempre a vi não como uma protagonista, mas como o peão usado por uma revolução. Ouço muito as pessoas falando que essa trilogia é voltada para o romance, e não vejo muita lógica nisso, até porque mesmo quando tudo acaba, não é o romance que prevalece, ainda que ele exista. São as dores que não podem ser detidas, ou pesadelos que não pedem licença, e as cicatrizes que sempre estão lá para lembrar quem eles são e o que fizeram. Não é uma história sobre pessoas, mas sobre ideias que mudam sua humanidade diante das necessidades. 

Então sim, eu gostei do filme. Claro que sempre esperamos mais, contudo acredito que ele tenha sido até mais do que achei que seria, entende? Os levantes tiveram um diferencial para mim, e renderam pontos extras à história. Ele é calmo? Sim! Mas pense que está só preparando terreno para o que de fato é o final dessa trama incrível. 

[

Caixa de Correio #31


Oi gente!
Lancei esse vídeo no Youtube tem uns dias e esqueci completamente de trazer para vocês por aqui.
Essa é uma parte dos livros que chegaram em casa. Alguns eu já li, outros estão na lista para serem lidos.Tem mais um bocado de livros para mostrar, e já separei para gravar mais um vídeo. Acho que gravo essa semana, até porque final do ano não para de chegar e o negócio fica complicado por aqui.
Vamos olhar o que tem de novo.



Já lidos: 

- Sonhos Despedaçados
- Twittando o amor
- O Desafio de Ferro
- Cartas de amor aos mortos
- Mate-me quando quiser


Resenhas já postadas:

- Sonhos Despedaçados
- Desafio de Ferro



Resenha de "Sonhos Despedaçados" (Ellie James)


"Ideia fantástica. 
Péssimo desenvolvimento"

Sinopse: Em uma casa abandonada, um grupo de adolescentes joga Verdade ou Desafio. Antes de a noite acabar, a garota mais popular da escola desaparece como se fosse por mágica. Recém-chegada à cidade, Trinity preferiria não ter as visões que a atormentam tanto... Agora ela precisa agir rápido, porque todas as suspeitas levam até ela. Cheio de reviravoltas e sustos, Sonhos Despedaçados é leitura obrigatória para quem gosta de tramas com desfechos imprevisíveis. Os cenários ajudam a compor o mistério, e podem ser os cemitérios antigos de Nova Orleans ou os destroços deixados pelo furacão Katrina. O único problema: você não vai ter coragem de ler este livro quando estiver sozinho em casa.

A sinopse me vendia. Uma casa abandonada, adolescentes num jogo perigoso e uma garota com uma capacidade peculiar de sentir coisas que as pessoas normalmente não sentem. Essa era a ideia central de Sonhos Despedaçados. Me instigou de início por ter um pé grande no enredo de Mara Dyer. Mas daí a ideia cai por terra quando eu começo a ler e passo a me forçar a continuar, coisa que jamais aconteceu com Mara. Claro que quando você vai com muita sede ao pote, ou no caso do livro, muita expectativa nele, a chance de se machucar na queda é maior, e foi exatamente o que aconteceu. 

O começo do livro é justamente nessa casa bizarra da cidade onde eles moram. Um prédio abandonado que desafia os jovens a testar sua coragem ao entrar. Foi assim que Trinity, uma novata na cidade, é convidada por um grupo para se juntar a eles nessa visita. Claro que ninguém sabia que a menina era um tanto sensitiva, e esse pequeno passeio passa a despertar sensações fortes nela. 

Ao perceber que essa visita é simplesmente uma espécie de competição entre a "popular", Jess, com ela, já que o namorado de Jess, Chase, parece estar se afeiçoando muito a novata, Trinity se sente uma idiota por ter sido levada até esse lugar e jogada numa brincadeira assustadora. E quando a tal da "popular" some alguns dias depois, a culpa do sumiço recai inteiro sobre Trinity. 

Eis a base do enredo. Nada de anormal, e com uma pegada um tanto policial, por conta do desaparecimento da garota. E era nisso que a autora deveria ter se segurado ao desenvolver a trama desse primeiro livro, mas não foi o que ela fez. Veio com umas ideias sobre a descoberta da vida dos pais de Trinity, que ficou meio sem sentido quando jogado da maneira como foi feito. Claro que conhecer o passado é interessante para entender o presente dela, mas era como se o sumiço de Jess ficasse totalmente em segundo plano, e isso era visível na narrativa. Quer dizer, o namorado da sumida está lá sendo o herói de Trinity e a ajudando a se descobrir. E tudo bem que ele não estava mais firme com Jess, mas simplesmente ir buscar o passado de outra pessoa quando deveria se preocupar com o futuro da garota que se dedicou nos últimos anos, ficou ridículo de tão forçado

E até que os segredos que eles descobrem são de fato interessantes para entender melhor quem é Trinity e porque ela sente coisas que mais ninguém sente. Mas chega uma hora em que a autora faz um bolo maluco que dá nos nervos. Sai de um cena bacana para outra completamente sem ligação. Eu querendo mais de Trinity trabalhando no caso de Jess, quando tem Trinity e Chase dando uma de Sherlock e Watson, só que de uma forma errada e cansativa, e sobre um passado que poderia esperar. Uma cena sobre isso: Ok! Quatro: Patético! 

E já vou falando que Trinity é uma das personagens mais lerdas que já conheci. Invés de forçar as pessoas a dizer a verdade sobre tudo de uma vez, fica mendigando partes de respostas, como se não soubesse as perguntas que as completassem. Isso foi altamente revoltante para mim como leitora. Era algo do tipo... "Trinity, você é especial". Depois de séculos a idiota resolve perguntar porque, e daí a tia responde "Porque você tem poderes", como se não fosse lógico. E voltamos para o processador lentium da menina, e só depois de várias cenas ela volta a questionar a tia, que diz... " Porque você é filha de pessoas especiais". Ah, vá! Sério isso? É o tipo de conversa mais sem noção que já vi na vida. Será que elas tinham fumado crack em uma cena anterior a isso? Porque, vamos combinar, a garota sabe que os pais morreram, sabe que existe algo de estranho na morte deles, e sabe que a tia conhece tudo, e fica dando uma de sonsa? Paciência zero para gente idiota! 

E o relacionamento dela e de Chase? Dá sono! A química do casal passou tão longe que é preciso pegar um ônibus para achá-la. Não senti um pingo de apatia por eles juntos, até porque não senti um pingo nem por eles separados. 

A gente quer cruzar o sobrenatural da coisa com o policial, mas eles não vão de jeito nenhum. Quando você acha que a autora está colocando a história nos eixos, ela faz algo que te faz revirar os olhos e pensar em como alguém pode ter uma ideia tão boa com um desenvolvimento de enredo tão pobre. 

E o que merda foi essa chamada do livro na capa? "Em algum momento eu teria que dormir" Primeiro eu pensei que teria um pouco de A Hora do Pesadelo, mas não tinha nada disso! Quer dizer, Trinity tem um sonhos bem premonitórios, mas se dá até bem com isso, e não é nada que seja importante de fato dentro da trama. Então me pergunto de onde saiu isso. Mas como não sei de onde saiu metade das coisas nessa história, dei de ombros. 

Então, Carol, porque você ainda deu três estrelas ao livro? E eu respondo de boca cheia que foi pela ideia. Poxa, ela tem uma base sólida e bacana, só não sabe desenvolver. E pensar que é uma série (parece que uma trilogia) me dá nos nervos. Penso se vai melhorar ou se vai ser mais do mesmo no próximo volume. Eu vou tentar, porque sempre tento o segundo, mas não estou com muita fé não. 

Outro ponto que me fez dar uns pontinhos a mais foi ela ter inserido um personagem delicioso lá do meio para o fim, mesmo que nesse volume ele pareça desnecessário. Juro que terminei o livro por causa dele, e estou super intrigado com o que a autora quer para o futuro do cara nos próximos volumes. Tem algo de perigoso e misterioso na criatura, e eu adoro isso!

Por fim, não foi um livro que gostei. Se quer ler algo nessa pegada, pelo amor de Deus vá para Mara Dyer. O enredo aqui é interessante, mas a autora quis inserir problemáticas demais para folhas de menos, o que até agradeço porque sei que não aguentaria ler mais nem 50 páginas dele. Mas ela poderia ter resolvido muita coisa invés de colocar cenas inúteis que só me fizeram voltar a pensar na ideia do crack. 




Resenha de "Mentirosos" (E. Lockhart)



"Simplesmente Fabuloso"

Sinopse: Cadence vem de uma família rica, chefiada por um patriarca que possui uma ilha particular no Cabo Cod, onde a família toda passa o verão. Cadence, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat (os quatro "Mentirosos") são inseparáveis desde os oito anos. Durante o verão de seus quinze anos, porém, Cadence sofre um misterioso acidente. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos, tentando juntar as lembranças sobre o que aconteceu. "Emocionante, bonito e devastadoramente inteligente, 'Mentirosos' é absolutamente inesquecível." - John Green, autor de "A culpa é das estrelas" "Uma história assombrosa sobre como as famílias vivem suas próprias mitologias. Triste, maravilhosa e real." - Scott Westerfeld, autor de "Feios"


Existe uma frase de uma música do Queen chamada The Show Must Go On, que pensei muito enquanto lia Mentirosos. Ela diz mais ou menos assim "Por dentro meu coração está partido/ Minha maquiagem pode estar se dissolvendo/ Mas meu sorriso continua/ O show deve continuar". Esse é o clima da família Sinclair, e talvez seja essa a principal característica deles, e o que vai conduzir a trama até o final. 

A família Sinclair é dessas ricas. Tão rica que tem uma ilha própria para passar o verão. Cada filha do patriarca tem uma casa nesse lugar paradisíaco, fora a casa dele, que é a maior e principal. 

Nossa protagonista é a Cadence, uma das netas Sinclair. Ela junto com os primos Johnny, Mirren, e o amigo de Johnny, Gat, são os mais velhos da nova geração da família. Todos na ilha os chamam de Mentirosos. 

No começo da história você sabe que algo aconteceu nessa ilha no verão dos 15, que é como eles chamam o verão em que eles tinham 15 anos. Cadence sofreu uma perda de memória nesse verão durante um acidente, e desde então ela não voltou. Não lembra do que aconteceu, mas sabe que foi algo grande. 

Passou as últimas férias em companhia do pai, viajando pela europa, e sem ter contato algum com nenhum dos Mentirosos por mais de ano. E quando chega o verão dos 17 e sua mãe vem dizer que ela vai fazer outra viagem com o pai, Cadence resolve bater o pé e dizer que quer ir para a ilha. Ela sente que precisa descobrir o que aconteceu com ela e porque sente tantas dores de cabeça e lapsos de memória violentos quando se esforça para lembrar. 

Então, em termos de enredo eu vou parar por aqui. Acho que o principal que vocês precisam saber sobre ele é que Cadence é uma Sinclair, e sim, isso conta muito em relação a personalidade da personagem. Que ela tem esse vínculo louco com os três amigos: Johnny, Mirren e Gat, e que algo aconteceu nessa ilha dois anos atrás. Algo que a mudou, e que mudou toda a família Sinclair. 

Gente, essa é uma das resenhas mais difíceis que já fiz em três anos de Irreparável. Não só porque achei o livro bem construído e conduzido, mas também porque ele me deixou com uma sensação de vazio enorme depois que acabei, e daí não conseguia organizar as ideias para vir escrever deixando meu amor pela história de lado, e me focando em transmitir para vocês o que ele realmente fez comigo. 

Li Mentirosos em algumas horas de um domingo. Não é um livro grande, e a história não vai te deixar em paz para fazer muita coisa até que o termine. Esse clima de suspense e mistério que permeia a família e essa ilha te prende de tal forma, que o desligamento não acontece quando você vira a última folha, bem ao contrário. Fiquei presa com eles por mais alguns dias. 

Acredito que o burburinho feito pelos blogueiros com Mentirosos gera nos leitores futuros uma curiosidade e uma observação que um leitor desavisado não teria. Por exemplo, eu fui ler Mentirosos sabendo que existia uma grande revelação no fim, e que você não desconfia até que chegue. Então a todo momento eu parava de ler e avaliava os comportamentos estranhos de alguns personagens durante a trama. E, acredite, terão muitos desses comportamentos. 

E posso dizer que demorei muito, mas descobri qual era o final antes dele aparecer. Acredito que ter visto muitos filmes de suspense tenham me ajudado nessa investigação em  relação a essas pessoas. E depois que eu vi que era isso, passei a lembrar dos tais comportamentos estranhos e pensar... caraca, é lógico que é isso! Então depois que você descobre vai ser achar meio bobo por não ter pensado na resolução antes. 

A escrita da Lockhart é uma delícia. Todo mundo falando o quanto ela é maravilhosa escrevendo, e de fato concordo. A quantidade de metáforas que ela emprega no livro deixa ele com um teor poético grande e belo. É um texto belo, acima de qualquer coisa. Mas acho que a magia da autora caiu em mim quando ela construiu essa trama de forma amarrada e perfeita. Não se acham furos. E você vai notar que muitos leitores repetiram essa leitura quando acabaram a primeira vez, justamente na busca dessas falhas que a primeira vez não permitiu enxergar. Mas gente, é muito primoroso. 

Essa família é como se fosse uma teia maluca de problemas e segredos sem fim. Cada personagem tem uma particularidade inusitada e  parece encaixar na de outro de modo direto. O avô, as tias, os primos, os parentes mais distantes... Eles lembram um quebra cabeça que você sente necessidade de desvendar. Cada frase, cada pessoa extra, cada cenário e detalhe vai fazer você querer entrar na história e andar por ali, em busca de pistas que entreguem onde está o furo. 

Lockhart foi muito sensorial ao desenhar essa trama. Meio que você se pega sentindo o calor do sol de verão, ou a textura da areia no pé. Ou ainda o vento com cheiro de algas e sal batendo no rosto. Meus sentidos ficaram altamente aguçados ao ler Mentirosos, e não é todo autor que consegue isso comigo. 

Outro ponto importante que quero levantar, é que terminei a história com uma sensação de que minha narradora não era confiável. Quando tudo se revela e as peças caem, você entende porque a família estava se comportando daquele modo, e porque nada pôde ser revelado antes. E ainda assim depois que tudo acaba você para e pensa... Mas será? Ou isso é alguma jogada de Sinclair? Minha narradora está me contando a verdade, ou uma verdade dela? Essa dúvida me come até agora. 

Mentirosos entrou na minha difícil lista dos favoritos de 2014. Pelo enredo inusitado, pela escrita genial, pelos personagens bem delineados e pelo suspense melancólico de arrancar os cabelos. 

É apenas uma família tradicional e certinha de algum lugar, como tantas por ai, que esconde segredos tenebrosos porque um Sinclair tem que ser sempre um Sinclair, e isso significa levantar a cabeça e seguir em frente, não importa como seja. 

O que acontece na família, fica na família. 


[TOP 10] Melhores Planos Sequência do Cinema


E ai, pessoal!
Bem, vocês sabem que sou uma completa apaixonada por cinema. E o fato de ter crescido em um teatro e feito alguma coisa para cinema depois de velha, me jogou em um mundo de aprendizados infinitos. Sou uma pessoa que se liga muito na parte técnica da coisa, principalmente quando o lance é câmera. Adoro assistir ao Oscar e entender o prêmio que está sendo entregue. Por isso pesquiso muito antes de dar meu voto para algum deles. 
Se tivesse que escolher um papel técnico dentro de um filme, seria direção de fotografia. Não tem coisa que ache mais linda do que a composição de uma cena. É tanto que essa é a categoria que mais demoro a selecionar quando estou vendo os indicados do ano. 
Dentro desse lance da fotografia de cena, eu acabei conhecendo o termo "Plano Sequência", que tem uma definição técnica: 

Plano-sequência, em cinema e audiovisual, é um plano que registra a ação de uma sequência inteira, sem cortes.Segundo o teórico Jacques Aumont, o que caracteriza o plano-sequência não é apenas a sua duração, mas o fato de ele ser articulado para representar o equivalente de uma sequência. Conviria, portanto, distingui-lo do plano longo "onde nenhuma sucessão de acontecimentos é representada", tais como planos fixos de duração acima da média envolvendo diálogos ou simples localizações de personagens e cenários.
Colocando em termos mais fáceis, eu diria que é uma cena sem cortes. E como ele diferencia ai em cima, não é apenas uma cena estática sem cortes. É uma cena onde há uma movimentação de câmera e não existem os cortes no meio dela. 
O Plano sequência não é tão antigo quanto o cinema, mas alguns especialistas dizem que existem planos desse tipo muito antes do termo ser inventado. Só que como quero focar a técnica sabendo-se que é uma técnica, não vou me estender nesses. 


Uma curiosidade é que em 1948 Hitchcock fez um filme chamado Festim Diabólico, onde a ideia era o filme INTEIRO ser filmado em plano sequência, totalmente livre de cortes. Mas claro que na época as câmeras não suportavam esse tamanho de gravação, e então o filme foi dividido em planos menores, e que quando unidos ficaram com cortes quase imperceptíveis. Esse filme se tornou um marco dentro da técnica. Você pode assistir inteiro no Youtube


Uma outra coisa bacana de se saber é sobre a Steadicam. 

A steadicam é um equipamento criado por Garrett Brown em 1975 . Consiste de um sistema em que a câmara é acoplada ao corpo do operador por meio de um colete no qual é instalado um braço dotado de molas, e serve para estabilizar as imagens produzidas, dando a impressão de que a câmara flutua. Os principais acessórios que garantem a estabilidade suave são o braço isoelástico, que liga o colete ao poste, onde ficam a câmara, bateria e monitor; e o Gimbal, um sistema de rolamentos que gira livremente e suavemente tanto para os lados, como para cima e para baixo. Sistema esse conhecido por eixos X, Y e Z. O Gimbal por si só já garante a estabilização da câmara, mas juntamente com o braço isoelástico, garante a perfeição do sistema de estabilização. A Steadicam tem como função básica isolar os movimentos do operador, de modo que esse movimento não seja transferido para a câmara, causando as inconvenientes tremidas. Em equipamentos de baixo custo, apenas o Steadicam com Gimbal é usado, sem braço e colete.
O primeiro filme na história a usar a Steadicam foi Rocky, um Lutador, de 1976. O filme O Iluminado de Stanley Kubrick (1980) foi o filme a usar a Steadicam da maneira mais impressionante já feita.

Claro que me apaixonei pela ideia depois que conheci o termo! Estudei um bocado sobre ele na época que descobri, e agora resolvi colocar aqui para os cinéfilos de plantão, e para os curiosos nesse nosso TOP 10. 


Gravidade é um filme de Alfonso Cuarón, um dos diretores que mais gosto no cinema. E quando se fixa em certos diretores, percebe-se que eles tem um certo padrão de dirigir. No caso de Cuarón, uma marca registrada dele é o plano sequência. Quando assisti Gravidade já comecei esperando esse plano, e daí ele acontece de uma forma incrível e me deixa mais apaixonada pelo trabalho do diretor com esse tipo de cena. Claro que no caso de Gravidade o plano é montado quase que inteiro por computador, afinal se passa no espaço, mas não perde o visual maravilhoso. 


Como citado lá em cima, O Iluminado foi um dos primeiros filmes a usar a Steadicam de forma mais brilhante. Essa cena é meio tensa, e deve ter sido super complicada de se gravar, mas isso é só mais um ponto positivo acerca da grandiosidade dela no filme. O diretor quis gerar a tensão e a expectativa, e fez um ótimo plano sequência com Danny no seu carrinho (esqueci o nome desse diacho!).



ALERTA DE SPOILER NA CENA PARA QUEM AINDA NÃO VIU O FILME
E novamente, meu amado Cuarón, e dessa vez com uma cena que, para mim, deve ter tido uma puta de dificuldade para ser executada. Tanto pelo feedback dos personagens em cena, mesmo naquele espaço minúsculo, como todo o contexto que se desenvolvia do lado de fora do carro. É uma cena incrível! Eu me arrepio todas as vezes que vejo, e a falta de cortes faz você ficar descabelado. Um plano simplesmente primoroso.



Não consegui o vídeo que queria desse filme no Youtube, mas se vocês clicarem AQUI serão direcionados para o vídeo em questão.
Orgulho e Preconceito tem umas duas ou três cenas em plano sequência. A primeira é exatamente a abertura, quando Elizabeth está chegando em casa com um livro na mão. Mas a minha predileta é durante o baile, quando os costumes de cada classe social e poder dentro da família ficam visíveis. Todas as tramas do enredo ficam evidenciadas nessa cena em específico, apenas com alguns segundos passeando com cada personagem. Incrível!





O Protetor é um filme tailandês, portanto não é nada do meu repertório como fanática por cinema. O encontrei quando comecei a estudar plano sequência, e confesso que achei um filme bem fraco, mas essa cena ficou muito bacana!
É um plano de luta, e tudo bem que tem muita coisa tosca, mas a coreografia é bem feita, e quando pensamos que foi inteiro gravado sem um único corte, dá para entender certas tosquices. 







Não sou muito chegada em Kill Bill, e olhe que sou completamente apaixonada pelo trabalho sanguinário de Tarantino. Mas dou o braço a torcer para o plano sequência dessa cena. A câmera é meio malabarista aqui, e vemos umas subidas e descidas que não é comum do plano, mas que ficou incrível para se avaliar todo o ambiente onde a sequência se passa. Eu achei muito bom. 







Quem me conhece sabe que eu não me contentaria com apenas um filme que se passasse no espaço. E depois de quebrar muito a cabeça pensando em algum para entrar nessa lista, lembrei da abertura ascendente - e espetacular - de Contato. 

Tudo bem que é outra abertura de uso computacional, mas não deixa de ser incrível por isso. Ela começa com muito barulho e mostrando a Terra, e daí vemos um distanciamento, e ao mesmo tempo a visão da grandiosidade do universo. Junte a isso o sumiço total do som, como o vácuo do espaço, e terminamos no olhar da protagonista. Como se todo o universo estivesse dentro dela. Muito bom, gente! Muito bom!





Cenas de dança, para mim, deveriam vir sempre em plano sequência. E o diretor de Cisne Negro pareceu entender isso quando colocou um cara com uma câmera e uma bailarina disposta a comandar essa câmera com o corpo.

Então temos o primeiro trecho, quando os pés da bailarina são o ponto principal. E daí temos quando está o casal, e a câmera sobe, num movimento de vai e vem para gerar essa angústia em que quem assiste. Juntamente com a música, ficou uma cena linda. 




Não sei se vocês notaram, mas a imagem do filme que está na montagem lá em cima é a de Clube da Luta, e não me pergunte porque cargas d'água eu coloquei o de Clube da Luta quando o filme era Old Boy. Acho que associei a cena com o nome do outro filme. rsrs
Enfim, gosto desse filme. Gosto muito dele. E depois que vi o diretor usar um plano sequência nessa cena em questão, acho que gostei mais ainda. Ficou muito bom! Tem muito de O Protetor, que mostrei lá em cima, mas com uma pitada dramática maior, e um distanciamento interessante de câmera. Para quem curte filmes de luta, está ai uma boa pedida de observação do plano. 




E deixei por último a cereja do meu bolo quando o assunto é plano sequência. Foi por causa dessa cena em específico, que me apaixonei pela técnica. 
Não é porque é meu filme predileto de todos os dez aqui apresentados, mas se vocês olharem com carinho para todas as cenas, verão que essa é o primor das emoções. 
Existe a agonia do personagem, a dor da guerra, a alegria quando não se tem muito o que fazer além de esperar. É uma câmera poética, que nos joga em todos os sentimentos ali presente. Uma cena espetacular para um filme de igual proporção. 
Imagino o trabalho que deu para montar isso tudo. É uma cena que envolve muita gente, e que exige que todo mundo saiba exatamente quando entrar e quando sai do quadro na câmera. Muito bem ensaiada e conduzida. E a música? (suspiros) Nem vou comentar. 
Se vocês não concordarem comigo quanto a beleza desse tipo de cena depois dessa, então eu falhei nesse TOP 10. 



E ai, deu para vocês entenderam o lance do plano sequência? 
Lembram de algum filme que assistiram com cenas desse tipo? 
Qual a sua predileta dentre as que mostrei?